Trabalhadores sem registro, expostos a pesticidas, falta de equipamento de proteção obrigatório, sem água potável, sem local descente para descansar e até trabalho infantil são relatados nessa pesquisa.
Em nota, a Nestlé confirmou ao órgão que realmente comprou café de fazendas nas quais trabalhadores condicionados ao trabalho escravo foram resgatados pelas autoridades brasileiras.
A empresa ainda informou que esse produto acaba entrando no estoque através de subfornecedores, aos quais estão suspensas as compras até que se apure por completo a investigação.
As condições de trabalho relatado na pesquisa vão contra as normas éticas da empresa e também contra a legislação trabalhista brasileira. A Nestlé, junto com a Jacobs Souwe Egberts, outra gigante do mercado de café, donas de marcas famosas como Dolce-Gusto, Nescafé, Senseo, Coffe-Mate e Nespreso, detém hoje 39% do mercado de consumo.
Por ter uma alta produção e um alto volume de compras, as empresas muitas vezes sequer sabem quem são os fornecedores do produto, gerando lucro e motivando o trabalho escravo.

Nota da empresa

A Nestlé divulgou uma nota em que se diz muito preocupada com as informações divulgadas e que desenvolve um trabalho emergencial com os principais fornecedores da matéria-prima afim de melhorar a qualidade da compra, seguindo suas Diretrizes de Originação Responsável.

A empresa

Fundada por Henri Nestlé, a empresa foi fundada em 1866 e atua no Brasil desde 1876, presente hoje em mais de 190 países. No Brasil, o primeiro produto a ser produzido foi o famoso ‘Leite Condensado Moça’. Hoje no Brasil, são fabricados mais de 1000 produtos da marca, sendo hoje a maior empresa do ramo de alimentos do mundo, com capital que gira em torno de 200 bilhões de dólares.