"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

quinta-feira, 29 de março de 2012

BNDES: transferência do dinheiro público para os monopólios capitalistas dos frigoríficos

Nos últimos anos os bancos estatais tem sido o pilar de sustentação dos capitalistas falidos que tem garantido no governo a expansão de seu capital com o dinheiro de impostos e o trabalhado de milhões de brasileiros.
 O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem sido um verdadeiro padrinho para os grandes capitalistas, a frente dos beneficiados. No topo da lista, estão os monopólios dos frigoríficos. O volume de operações de crédito é extraordinário, um dos maiores da história.
Para se ter idéia em menos de três anos foram desembolsados cerca de R$ 20 bilhões em aquisições e participações acionárias pela instituição à indústria de frigoríficos.   
A empresa JBS (José Batista Sobrinho) e o Grupo Marfrig, as duas maiores gigantes do setor foram as mais privilegiadas. Em poucos anos engoliram o restante dos pequenos e médios concorrentes aumentando exponencialmente a concentração de seu capital. 
A JBS, por exemplo, com a ajuda decisiva do BNDES, recebendo mais de R$ 7 bilhões a juros bem abaixo do mercado, ingressaram no mercado de comercialização e abate de frangos com a compra da Pilgrim’s Pride Corporation, tornando-se a maior empresa em processamento de proteína animal do mundo.
O mesmo ocorreu com a Marfrig, os R$6,5 bilhões ajudaram o grupo a incorporar mais de 22 empresas incluindo a compra da norte-americana Keystone. Outros frigoríficos também entraram na farra, como a Minerva, Independência, Franco Fabril e Bertin.
Ao mesmo tempo, não bastando o enorme privilégio; os empréstimos, aquisições e as fusões dessas empresas estão envolto em várias irregularidades, que já foram inclusive objeto de inúmeros processos judiciais, denúncias e investigações, sobretudo pela formação de cartel, quando o Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) “investigou” a manipulação dos preços repassados aos pecuaristas no interior de São Paulo e Mato Grosso, porém todos os processos foram arquivados.
Qual a justificativa do BNDES para entregar 25% dos R$ 40 bilhões destinados à compra de participações em empresas de setores como telecomunicações, celulose e energia apenas a quatro frigoríficos? Segundo eles, o Brasil precisa investir em “grandes campeões nacionais”, criar “empresas competitivas” para disputar o mercado mundial etc. O argumento, porém, não passa de demagogia. A transferência pura e simples do dinheiro do povo brasileiro aos capitalistas tem outros motivos: salvar os capitalistas em crise e retribuir favores aos grandes monopólios que financiaram as campanhas eleitorais dos políticos burgueses.
Uma prova disso é que os lucros dessas empresas caíram substancialmente e estão constantemente no negativo.
No ano passado, por exemplo, o lucro do JBS foi negativo em R$34 milhões, do Marfrig R$ 67 milhões, ao mesmo tempo em que é crescente o endividamento dessas empresas, as quais segundo analistas financeiros, utilizando a geração de caixa atual para pagar as dívidas, seria necessário um longo período de tempo entre 9 a 14 anos.
Assim o que é apresentado como um investimento estratégico trata-se na verdade do tradicional mecanismo do estado burguês de sustentar os grandes monopólios capitalistas com dinheiro estatal. O estado na forma de uma instituição bancária, o BNDES, ingressa com o investimento, fazendo um aporte de capital, assumindo dívidas etc. enquanto o lucro é tragado na bolsa de valores por uma minoria de acionistas privados que efetivamente comandam a empresa.
Por outro lado, não é por acaso que a JBS seja um dois maiores financiadores da campanha eleitoral, tanto do PT e seus aliados, como do PSDB e DEM. Ou seja, o BNDES é o maior financiador do maior doador!
Esse sistema criminoso de entrega do dinheiro do povo brasileiro à meia dúzia de empresários é ainda mais hediondo no caso dos frigoríficos, uma vez que a categoria é uma das mais exploradas da indústria, onde exercem uma rotina de trabalho extenuante, com índices de acidentes de trabalho acima da média e ainda recebem um dos piores salários comparado a outras categorias operárias, é, portanto, um dever de todas as organizações democráticas, operárias e do movimento popular denunciar e combater sob todos os meios esse regime de roubo e exploração. 

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