"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Queda do comercio mundial, recorde de desemprego no mundo e greves, mostram o aprofundamento da crise

200 milhões de desempregados


A situação geral por que passa a economia mundial, principalmente a economia da Europa, revela a grande realidade, a crise econômica não acabou, e está entrando em um novo estágio. Agora depois do assalto feito a todos os trabalhadores, com o uso de dinheiro publico e as demissões em massa, os trabalhadores perderam a boa, e greves se espalham por toda a Europa, por sinal uma das maiores acontece justamente hoje na Grécia, com mais de 2 milhões de trabalhadores paralisados.

Outro resultado que mostra o nível da crise é o resultado divulgado hoje pela Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o comércio mundial chegou em seu nível mais critico desde a segunda guerra mundial, com uma queda de 12%. Já o número de desempregado no mundo segundo Organização Internacional para o Trabalho (OIT) ultrapassa a escala de 200 milhões.

Esses dados mostram que o movimento operário entrará em um novo momento, terão que enfrentar a burguesia para poderem ter seus direitos preservados, e pela magnitude que a própria burguesia da ao fato, os trabalhador caminhará para um momento revolucionário.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Repressão e Resseção: Governos contra o povo e nova etapa da crise capitalista na Europa

Na última semana, mesmo durante o carnaval, os governos burgueses intensificaram a repressão contra os trabalhadores e a população pobre com dezenas de prisões. Na Europa, a crise de endividamento da economia grega e de outros países da zona do euro mostra um agravamento de grandes proporções da crise econômica mundial


A repressão contra a população e os trabalhadores continua. Nem mesmo durante o carnaval os governos burgueses deram um alívio para a população. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde se concentram o maior número de pessoas que comemoram o carnaval, houve uma ofensiva dos governos de Gilberto Kassab (DEM) e José Serra (PSDB) em São Paulo e Sérgio Cabral e Eduardo Paes (PMDB) no Rio de Janeiro.

A perseguição cotidiana feita nestas grandes metrópoles nos bairros das periferias e morros cariocas foi intensificada durante o período de festas de carnaval.

O governo Cabral aumentou a operação “Choque de Ordem” e prendeu dezenas de pessoas na última semana. O nível de repressão é tão ridículo que mais de uma centena de pessoas foram presas simplesmente porque urinaram na rua. O número é absurdo, antes mesmo da segunda-feira dia 15, quase 150 pessoas já haviam sido detidas por urinar na rua.

Não bastasse sofrer uma repressão de grandes proporções todos os dias, com invasões constantes da polícia, força militar etc. nos morros cariocas, a população ainda foi completamente perseguida durante o feriado de carnaval.

Em São Paulo, foi o prefeito Gilberto Kassab que se prontificou em aumentar a repressão contra a população. A ordem era prender quem fosse pego jogando lixo na rua. Em dois dias, cinco pessoas foram presas na zona norte da cidade. A Polícia Militar atuou conjuntamente com as subprefeituras.

Já no estado de São Paulo foi o governador José Serra que preparou uma verdadeira operação militar para reprimir o povo. Foram utilizados 82 mil policiais e quase 30 mil veículos na Operação Carnaval 2010. Em pouco mais de um dia de operação foram feitas 3.600 ocorrências pela polícia. Destas quase 300 pessoas foram presas, sendo que 159 eram adolescentes.

A polícia ainda revistou 29.373 veículos, 14.397 motos e 76.253 pessoas em todo o estado.

Repressão organizada

Existe uma ofensiva milimetricamente organizada pelos governos municipais, estaduais e federais para promover uma repressão em todos os âmbitos contra os trabalhadores e a população pobre. Muitos desses casos foram amplamente denunciados por meio deste jornal e refletem uma orientação clara para impedir qualquer ação organizada ou não da população.

As medidas são inúmeras, vão desde punir por urinar e jogar lixo na rua, o toque de recolher no interior de São Paulo, a lei antifumo em lugares fechados que se iniciou em São Paulo e agora está sendo implantada em outras cidades e capitais, a lei seca etc.

Em São Paulo há toda uma ofensiva constante contra a população. Em dezembro, uma manifestação organizada pelos trabalhadores ambulantes da rua 25 de março, no centro de São Paulo, foi reprimida pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Metropolitana.

Houve ainda a prisão de sete integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra que foram presos por ocupar a fazenda grilada pela empresa Cutrale.

A repressão a estes atos cotidianos da população, até mesmo banais, tem o objetivo de criar um clima de repressão generalizada para inibir quaisquer manifestações, protestos contra estes mesmos governos. Protestos que tendem a se generalizar, pois com a crise econômica estes governos vão atacar ainda mais as condições de vida do povo.

Nos últimos meses foram inúmeros os protestos realizados pela população contra estes governos, devido às péssimas condições de vida que estes estão impondo para os trabalhadores e a população em geral. E todos estes protestos foram atacados violentamente pela polícia.

Os casos de repressão são inúmeros. A população dos bairros da Zona Leste, que protestou contra o descaso da prefeitura que provocou alagamentos em diversos bairros desta região, também foi reprimida. Em um protesto realizado em frente à prefeitura, os manifestantes foram duramente reprimidos com cassetetes, balas de borracha e gás de pimenta.

Há também o caso dos estudantes que foram reprimidos e presos pela polícia de Serra quando protestavam na posse do reitor-interventor da USP João Grandino Rodas no último dia 25 de janeiro.

No Rio de Janeiro, a polícia também impediu o protesto da população da favela do Pavão-Pavãozinho. Foram realizados dois protestos contra as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) instaladas nos morros cariocas.

Em um balanço divulgado por um órgão oficial do governo do Rio de Janeiro é possível constatar como a repressão contra a população pobre aumentou.

Segundo o relatório, o número de prisões em geral teve alta de 22% e o cumprimento destas prisões também teve alta de 10% em 2009.

Um dos dados mais assustadores é o número de mortes. Foram 5.794 assassinatos cometidos pela PM no período de janeiro a junho de 2009. Um crescimento de 12% no número de mortes em comparação com 2008 e uma média assustadora de quase 500 mortes por mês ou mais de 15 por dia.

Decomposição do regime burguês

As medidas repressivas são uma clara reação da burguesia à decomposição política de seus governos e de sua política que estão cada vez mais impopulares. É uma tentativa de conter as manifestações e protestos. Cria-se um clima repressivo, praticamente uma ditadura, para impor para os trabalhadores, a juventude e a população pobre em geral, medidas de exceção que podem parecer banais, como a lei antifumo ou a lei seca, mas que tem como objetivo final impedir o protesto organizado contra estes governos.

Desta forma também conseguem manter o esquema de corrupção e desvio de verbas públicas para os capitalistas e grandes grupos econômicos, como a máfia dos transportes e máfia do lixo. Quanto maior o massacre da população, maior é a transferência de dinheiro para os capitalistas.

A população deve rejeitar qualquer medida ditatorial contra suas condições básicas de vida. É necessário que a população organize manifestações e protestos para exigir o fim da repressão e o atendimento imediato de suas necessidades básicas



A crise na Grécia e em toda a Europa



Depois de esbanjar trilhões de dólares para socorrer bancos, empresas, instituições financeiras falidas e apresentar como resultado o “fim da crise” e a recuperação econômica, os governos burgueses estão agora amargando um endividamento gigantesco de suas economias em uma proporção que vai agravar ainda mais a situação da crise econômica mundial.

A situação mais crítica encontra-se na Europa, especificamente, n a Grécia que apresentou sua dívida pública muito acima do exigido pela zona do euro em 2009. A dívida da economia grega atingiu 12,7% do PIB (Produto Interno Bruto) e está provocando um desespero generalizado tanto no mercado financeiro quanto em toda a Europa, pois este resultado pode levar à falência o bloco de 16 países que compõem a zona do euro.

O problema em si não é o fato da dívida pública grega estar acima dos 3% exigidos pela zona do euro, mas o fato de que a Grécia não tem condições para cobrir esta dívida que tende a aumentar em 2009.

Crise em toda a Europa

O pior ainda estar por vir, pois a Grécia não é o único País que se encontra nesta situação, pelo menos outros quatro países da zona do euro estão em situação semelhante. Estes países receberam a denominação de PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha). O caso é muito semelhante à Grécia. Em todos estes países a dívida pública já ultrapassou os 3% do PIB. O endividamento deve-se basicamente aos inúmeros pacotes econômicos e às economias internas destes países que estão progressivamente se deteriorando.

Em todos estes países, o mercado consumidor interno está estagnado, com altas taxas de desemprego. Na Espanha, por exemplo, a taxa de desemprego está em quase 20% e, em Portugal, já são mais de 10% de desempregados. As exportações também são outro fator de crise, estão em queda constante há vários meses

Outro importante país da zona do euro que também está caminhando para o aprofundamento da recessão é a Alemanha. O país, que é o maior exportador da Europa, apresentou uma queda grande no PIB em 2009. A baixa foi de -5% no ano passado. Este resultado é uma demonstração de que não basta dizer que a crise não existe e apresentar resultados parciais positivos, como os PIB do segundo e terceiro trimestre de 0,4% e 0,7% respectivamente, para dizer que o fim da crise está próximo.

O próprio governo Alemão foi obrigado a admitir que "o consumo interno e o nível de investimentos caíram e frearam o crescimento econômico” (BBC Brasil, 12/12/2010).

Na Alemanha, as exportações, principal carro-chefe da economia alemã, também despencaram bruscamente em 2009 fazendo com que o País perdesse o posto de principal exportador mundial para a economia chinesa. A Alemanha teve perdas de 18,7% nas exportações em 2009 e 17,2% nas importações, ou seja, vendeu e comprou menos. Efeito direto de um menor ritmo da produção industrial.

Para deixar a situação ainda mais agravada, além da Alemanha, outro país imperialista também está profundamente endividado. O Reino Unido está com um déficit fiscal próximo ao déficit grego. Segundo o jornal The Times a economia britânica está com uma dívida pública de 12,8% do PIB. Esta crise na economia britânica agrava enormemente a crise em toda Europa. O Reino Unido não faz parte da zona do euro e, portanto, coloca em risco também as economias européias e outras que não fazem parte do bloco que utilizam o euro, mas estão vinculadas ao sistema financeiro do imperialismo britânico.

Apertando o cerco

O endividamento dos países é resultado direto do financiamento dos bancos centrais e cofres públicos da crise para os capitalistas, banqueiros, empresários etc. A crise foi contida em certa medida pelos pacotes econômicos que esvaziaram os cofres e fizeram com que os países apertassem o cerco contra os trabalhadores com demissões, corte de benefícios trabalhistas, corte de verbas públicas etc., por um lado, e, por outro, com subsídios para empresas e outras vantagens para os empregadores.

Com este endividamento acentuado, os governos burgueses vão apertar ainda mais o cerco aos trabalhadores. A União Européia já está preparando uma série de medidas de contenção de gastos para serem aplicadas nos países com a crise mais agravada, como a Grécia.

Neste caso, o plano é reduzir a déficit público dos atuais 12,7% para 2,8% até o final de 2012. Para atingir este objetivo a União Européia está se reunindo para estabelecer as medidas, mas algumas já foram indicadas como: reformas no sistema de pensões, administração pública, reformas no sistema de saúde, empresas, emprego, mercado, redução de salários, medidas de intervenção política, setor financeiro e bancário.

Através dessa pequena amostra é possível concluir que a redução do déficit público às custas de um ataque ainda maior às condições de vida dos trabalhadores.

A União Européia quer que tudo seja implementado em um regime de metas com datas e prazos.

A “ajuda” da União Européia à economia grega, provavelmente, deverá se estender para os outros países em crise. Como já foi gasto muito dinheiro até agora com pacotes econômicos, não haverá dinheiro para salvar os países, por isso o aperto no bolso dos trabalhadores.

O financiamento estatal que existia para segurar a economia privada dos países para que estes não fossem à falência está acabando.

A tendência geral é que a crise se intensifique nos demais países europeus, levando a um colapso econômico generalizado em toda a Europa.

Respostas dos trabalhadores

Estas medidas de contenção do endividamento da Grécia que será implantada pela União Européia e pelo primeiro ministro grego, George Papandreu, vão receber um forte oposição por parte dos trabalhadores gregos que já estão cansados das reformas feitas pelo governo.

Os trabalhadores gregos já estão se organizando para impedir mais este ataque contra seus salários. Na última semana os trabalhadores do setor público já iniciaram uma greve. Outra greve de trabalhadores do setor privado já está sendo preparada.

Com estas medidas a burguesia européia pode desencadear um movimento amplo não somente na Grécia, mas em toda a Europa.Os trabalhadores devem exigir da burguesia que a crise não recaia sobre a classe operária, mas sobre os verdadeiros culpados, os capitalistas, banqueiros e parasitas financeiros.