"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Crise rebaixou pela metade salários dos trabalhadores

Os salários dos trabalhadores tiveram queda pela metade nos últimos três anos devido à crise econômica mundial. De acordo com um relatório divulgado na última quarta-feira, dia 15, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), reunida na Suíça, os salários tiveram seu crescimento reduzidos à metade.

A OIT divulgou o Relatório Global sobre Salários 2010/11 - Políticas Salariais em Tempos de Crise. Segundo este relatório, os aumentos dos salários passaram de 2,8% em média, antes da crise, em 2007, para 1,5% em 2008 e 1,6% em 2009.

De acordo com o diretor-geral da OIT, Juan Somavia, "A crise foi dramática não apenas para milhares de pessoas que perderam seus trabalhos, mas ela também afetou aqueles que mantiveram seus empregos, reduzindo drasticamente seu poder de compra e bem-estar geral" (BBC, 15/12/2010).

O levantamento abrangeu 115 países o que corresponde a 94% da mão de obram mundial que hoje é avaliada em 1,4 bilhão de trabalhadores.

A pesquisa também não apresentou boas perspectivas para o próximo período. Segundo a OIT, apenas pouco mais de 30% dos trabalhadores podem ter seus salários reajustados acima da inflação e outros 18,3% de trabalhadores podem perder seus empregos com o agravamento da crise econômica mundial.

A maioria dos desempregados se concentram entre os mais jovens e entre as mulheres de 18 a 24 anos.

Para o relatório, "A estagnação dos salários foi um importante desencadeador da crise e continua a afetar a recuperação de muitas economias. Antes da crise, alguns países conseguiram manter o consumo das famílias graças ao endividamento. No entanto, ficou demonstrado que esse modelo é insustentável" (idem).

Isto indica que como não é mais possível os governos se endividarem, pois gastaram tudo com os pacotes econômicos, a situação dos trabalhadores e do desemprego tende a ficar ainda pior.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

PSDB deixa São Paulo em 7º lugar em educação


Apesar de São Paulo ser o estado do País de maior poder econômico, a política de destruição da educação teve um resultado catastrófico. Os dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa 2009) demonstrou que São Paulo ocupa a 7ª posição no País.

A educação do estado paulista é pior que toda a região Sul, Minas Gerais, Distrito Federal e Espírito Santo.

O PSDB completará duas décadas no governo do estado e foram seguidas medidas para favorecer o ensino privado e acabar com o ensino público.

Há diversos problemas enfrentados pela população com relação à educação, como a enorme evasão escolar associada à falta de investimento do governo na educação, o que impede que exista condições para o jovem manter-se na escola.

Com a situação econômica das famílias, muitos jovens são obrigados a sair da escola para dedicar-se ao trabalho, mas não conseguem conciliar ambos e acabam largando a escola.

Além disso, os programas como o de progressão continuada no sistema de educacional de São Paulo jogou a população em uma espécie de “gueto educacional" para o governo economizar com o estudante, no entanto sem dar as condições de ensino. Muitos saem das escolas sem conseguir escrever ou mesmo compreender um texto. O que demonstra ser esta uma educação completamente fictícia.

Cria-se esse gueto para a população mais pobre e o governo fica livre para financiar o ensino privado.

Desta maneira, restringem o acesso da população do estado mais importante política e culturalmente ao ensino, burlando a própria legislação burguesa.

É preciso que a juventude, secundarista e universitária, lute contra esses governos capitalistas derrotando o plano de entregar todo o país aos capitalistas estrangeiros e instituir um sistema privado de ensino, deixando à margem da educação a esmagadora maioria da população brasileira.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Um olhar distorcido da América Latina


Certa vez, um grande estudioso norte-americano das relações entre os Estados Unidos e a América Latina, Donald Marquand Dozer, disse: “Os latino-americanos querem ser os senhores de seus destinos”. Nada mais natural do que sermos senhores de nossos próprios caminhos, erros e acertos, apesar de criticarem nossa busca por independência política e econômica, questionando quais seriam os motivos do subdesenvolvimento da América Latina, e tendo as respostas mais variadas possíveis, mas ainda existem – segundo Darcy Ribeiro em sua obra América Latina: Pátria Grande – muitos, principalmente europeus e norte-americanos, pensando que o nosso atraso é resultado de nossa incompetência. É, segundo Darcy Ribeiro, o velho estereótipo latino-americano, como sendo indolente, de vida fácil, que não aprecia o trabalho. Outra característica deste esteriótipo, é o espírito festeiro e desordeiro, assim como afirma Sérgio Buarque de Holanda, em sua obraRaízes do Brasil, o ideal de uma vida de grande senhor, exclusiva de qualquer esforço, de qualquer preocupação.Mas quem nos coloca tal imagem distorcida dos povos latino-americanos? São os mesmos que nos exploraram e querem colocar sobre nós o fardo do subdesenvolvimento que amargamos e criticam nossa postura de autonomia e independência.

É isso mesmo que ocorre, pois a imagem que muitos estrangeiros têm de nós, brasileiros, é de um povo que gosta de carnaval, de diversão e entretenimento, porém naquela época da dominação estrangeira, não eram os brasileiros que viajavam à Europa, ou mesmo dentro de nosso continente, enquanto os escravos e os índios trabalhavam a duras penas em troca de algumas moedas a fim de viverem um dia a mais.

Eduardo Galeano, em sua célebre obra As veias abertas da América Latina, nos mostra que os europeus, ao chegarem à América, logo buscaram o primeiro local que tivesse alguma riqueza – principalmente metais preciosos – para sugarem. Inicialmente, tentaram escravizar os indígenas, para que estes trabalhassem nas minas ou no campo. Vendo que os indígenas resistiam à dominação, os europeus foram à África, e trouxeram milhões de africanos para cá, e estes aumentaram o número de trabalhadores nas minas e nos grandes latifúndios que surgiam. Formava-se assim o povo latino-americano, uma massa de povos subjugados pelos europeus, que eram escravizados e formavam uma verdadeira massa de indigentes perante os olhos dos colonizadores.

Assim, o tempo passou, os europeus sugaram quase tudo o que puderam, deixaram nossas montanhas, nosso vales e nossas terras secos, com poucos recursos. Observando que a política colonial mercantilista já não tinha como funcionar, os europeus resolveram literalmente dizer aos povos latino-americanos “sejam livres”, pois assim poderiam inserir este continente no mapa das grandes empresas que surgiam após a Revolução Industrial. Mais uma vez, ficamos para trás. Formavam-se, neste momentos os Estados Nacionais latino-americanos, que logo ao se tornarem independentes, contrairam dívidas milionárias, e que continuam pagando até hoje. A independência veio, mas a que preço? Na verdade esta independência, ocorreu de fato junto às elites latifundiárias do emaranhado de países que surgiam. Para a massa de indigentes, de escravos, esta independência nunca houve. Perguntemos a um trabalhador boliviano de uma mina, que pode morrer a qualquer momento devido aos gases tóxicos que inala diariamente, e que ganha umas míseras moedas que não lhe servem nem para uma refeição digna, se ele se considera livre? Nem precisamos ir tão longe, aqui mesmo no Brasil, perguntemos a um cidadão que mora em uma favela assentada sob um antigo aterro sanitário, que corre risco de morrer, tanto por deslizamentos quanto por balas perdidas que são disparadas aos montes em um cenário calamitoso, se ele se considera livre?

Com a globalização, as diferenças entre os países do centro e os países periféricos se acentuaram ainda mais, e, como esse fato é resultado de um processo histórico, que nos levou a essa realidade de dependência, é muito difícil imaginar quando, todos nós latino-americanos, poderemos ter igualdade de condições para desenvolver todas as nossas potencialidades.

De fato, o que pretendo esclarecer, é que não devemos levar em conta a visão pessimista e negativa “vinda de fora”. Pois como é possível o mesmo local que derramava ouro e prata aos montes e enriquecia a crescente burguesia europeia, ser o local onde vivem hoje milhões de pessoas pobres, sem esperança, e que, em alguns casos, acabam recebendo a culpa disso tudo sobre si? O grande desafio está lançado, mudar a nossa visão acerca dos motivos de nossa pobreza, para assim, depois de esclarecido tudo, reunir forças para modificar em certa medida este cenário de diferenças gritantes entre a parte rica e a massa de desvalidos e miseráveis da população latino-americana.

Bancos norte-americanos querem que a população pague pela crise

Em meio à crise econômica atual, que já dura quase três anos, os banqueiros, acionistas e investidores continuaram lucrando enquanto que os trabalhadores ficaram com todo o ônus da crise.

Segundo um levantamento da agência financeira Bloomberg, os principais bancos norte-americanos vão terminar este ano com os melhores resultados de toda a história no que diz respeito ao setor de investimentos.

Estes bancos, até pouco tempo atrás, estavam em péssima situação, como o Goldman Sachs, Bank of America, Morgan Stanley, JP Morgan e Citigroup.

Alguns destes bancos faliram, tendo que ser resgatados às pressas pelo setor público dos Estados Unidos para não colocarem a economia do País a baixo. Mas, curiosamente, seus altos executivos não foram pedir auxílio-desemprego, pelo contrário, continuaram recebendo fortunas em dividendos.

Toda esta manobra foi possível graças ao bom e velho caixa público. Com a injeção de bilhões de dólares de dinheiro público nestes bancos, os acionistas e executivos mantiveram seus negócios na ativa enquanto que milhares de trabalhadores desta área foram demitidos. Quem tinha dinheiro investido nestes bancos falidos foram salvos pelo dinheiro público que os governos despejaram nestas instituições. Muitas até faliram, mas os bônus e pagamentos extras destes credores, executivos etc, não parou de ser pago.

O governo norte-americano, por exemplo, estatizou algumas destas instituições financeiras para garantir o dinheiro em caixa ou a liquidez. O governo ainda comprou os títulos podres elevando a um patamar ações que sequer seriam vendidas novamente. 

Se de um lado o dinheiro entrou fácil para salvar empresários e investidores que podiam perder tudo do dia para noite, do outro lado os trabalhadores e a população pobre em geral iniciaram uma queda vertiginosa nas condições de vida, na renda etc.

Os cortes foram implacáveis; seguro-desemprego, saúde, educação, programas sociais que beneficiavam famílias que tinham filhos, idosos etc.

A crise, que é produto direto da atuação da burguesia no mercado financeiro foi transferida para os trabalhadores e a população pobre que está tendo que pagar uma dívida que sequer foi ela quem criou.