"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

terça-feira, 25 de agosto de 2009

EUA - Em uma década, 9 trilhões de dólares de prejuízo


Enquanto governo Obama fala do fim da crise financeira, o País acumula déficit fiscal que em dez anos vai ser de quase 10 trilhões de dólares




O prejuízo da economia dos Estados Unidos pode chegar a nove trilhões de dólares, segundo afirmou o governo norte-americano. Esta fortuna, referente ao déficit fiscal e quase o mesmo valor do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, deve ser atingido pelo País entre 2010 e 2019. No cálculo realizado anteriormente, este valor era de sete trilhões de dólares. Com o avanço da crise econômica, a previsão de prejuízo subiu em dois trilhões.
O aumento do déficit fiscal é reflexo direto da crise econômica mundial, que fez com que os governos Bush e Obama despejassem centenas de bilhões de dólares nos cofres dos capitalistas falidos. Além disso, houve a aprovação de inúmeras medidas que isentaram vários setores industriais do pagamento de impostos.
No momento, o déficit fiscal norte-americano é o maior já registrado em toda a sua história, de 11,2% do PIB.
Juntamente com o déficit fiscal, o governo dos Estados Unidos tem um déficit orçamentário também está acima de um trilhão de dólares. Somente em julho o déficit atingiu 180,6 bilhões e um total de 1,26 trilhões em dez meses.
O déficit dos Estados Unidos é o resultado incontestável de que a crise financeira não está longe do fim. Por mais que o governo Obama e a imprensa capitalistas insistam em apresentar resultados que demonstram uma recuperação da maior economia do mundo, o prejuízo causado pela crise, como este déficit, as milhões de demissões etc. são irreversíveis e vão deixar a economia debilitada por muito tempo.

domingo, 23 de agosto de 2009

Crise do imperialismo e capitulação do nacionalismo burguês

O imperialismo e a direita latino-americana tentam uma ofensiva para barrar o avanço do nacionalismo burguês, que ganha força, no marco da crise capitalista

O imperialismo e a direita latino-americana tentam uma ofensiva para barrar o avanço do nacionalismo burguês, que ganha força, no marco da crise capitalista.
O Ministério Público de Honduras ordenou os primeiros requerimentos contra elementos das Forças Armadas por violação dos direitos humanos por incidentes ocorridos após o golpe de 28 de junho. As ações ocorrem contra dois membros das Forças Armadas, um tenente e um cabo, acusados de detenção ilegal.
O processo é uma figuração para fazer parecer que providências estão sendo tomadas contra os abusos dos golpistas, pois os crimes cometidos pelos golpistas foram generalizados e muito mais graves, como assassinatos e torturas.
No entanto, o fato é produto da enorme desmoralização do golpe. O governo foi obrigado, na quinta-feira dia 20, a soltar 24 presos políticos que haviam sido detidos em manifestações contra o golpe.
A Frente Nacional Contra o Golpe continua organizando enormes protestos nas ruas da capital, Tegucigalpa, e de San Pedro Sula, a segunda cidade em importância no país, com milhares de pessoas. Os manifestantes esperam que a volta de Zelaya aconteça nesta semana. Em San Pedro Sula, os manifestantes exigiram que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos tomasse providências contra os abusos das autoridades.
Os golpistas têm que enfrentar cada vez mais as manifestações populares nas ruas, que estão debilitando completamente o regime político, e uma pressão diplomática internacional. Desde o golpe, em 28 de junho, o governo de Roberto Micheletti, sofre pressão contrária de vários países, com declarações em apoio a Zelaya e atos como a retirada de embaixadores em Honduras. A Espanha, a França e o Brasil foram um dos países que retiraram os respectivos embaixadores de Honduras. O Brasil, além do apoio explícito de Lula a Zelaya, rompeu todos os acordos econômicos com Honduras, até que o presidente deposto seja restituído.
Nessa semana, o governo golpista de Honduras rompeu relações diplomáticas com a Argentina, depois que a presidente do País, Cristina Kirchner, expulsou a embaixadora hondurenha em Buenos Aires, Carmem Eleonora Ortez Williams. As relações com a Argentina serão feitas agora através da embaixada de Israel na Argentina, segundo um comunicado do Ministério de Assuntos Exteriores do Governo do golpista Roberto Micheletti.
Israel é um dos poucos países que mantém relações com o governo surgido do golpe. A decisão foi tomada, segundo os golpistas, com base no princípio da “estrita reciprocidade”, ou seja, igual trato, prazo e facilidades que se conceda aos funcionários hondurenhos na Argentina serão dados aos funcionários argentinos em Honduras.
A decisão do governo argentino de expulsar a embaixadora hondurenha de Buenos Aires é um resultado da visita que o presidente deposto, Manuel Zelaya, fez pela América do Sul. Zelaya pediu que Kirchner tomasse tal decisão, tendo em vista que Carmen Eleonora apoiou o golpe militar de 28 de junho.
A mesma decisão foi tomada pelo governo de Costa Rica, que anunciou que vai retirar credenciais diplomáticas da embaixadora de Honduras em San José, Koritza Suazo. O pedido foi feito por Zelaya, alegando o apoio aberto de Suazo aos golpistas.
O próprio imperialismo norte-americano foi obrigado a condenar, ainda que apenas em palavras, o golpe, e tomando o máximo cuidado para não cair em contradição, já que a direita norte-americana e imperialista foi a responsável pela orquestração do golpe que depôs Manuel Zelaya do poder.
Um jornal burguês hondurenho, apoiador do golpe, publicou uma matéria em sua página na Internet onde relata que em entrevista ao programa “Frente a frente”, Roberto Micheletti afirmou que o embaixador dos EUA em Honduras, Hugo Llorens, sabia do golpe. “Nos reunimos os três cidadãos liberais que acreditamos amantes da democracia com o senhor Hugo Llorens em sua casa na Embaixada norte-americana, com seu assistente apelidado Simons, Patrícia Rodas, Enrique Flores Lanza e o ex-presidente Zelaya e o tema era não haver a pesquisa colocando a palavra ‘Constituinte’, dizíamos a Manuel Zelaya diante do senhor embaixador” (La Prensa, 18/8/2009).
O mesmo jornal já havia noticiado a visita que dois congressistas norte-americanos do Partido Republicano fizeram a Roberto Micheletti no final do mês de julho. Os deputados “puderam observar a paz da cidade de Tegucigalpa”, como afirma um jornal hondurenho apoiador do golpe. O mesmo jornal afirma que “Mack, o republicano de maior importância na subcomissão para a América Latina e da Câmara de Representantes e Bilbray se reuniram em Honduras com o presidente Roberto Micheletti, com representantes da Suprema Corte e do Congresso, empresários e membros de igrejas e da sociedade civil” (La Prensa, 13/8/2009). Os dois rejeitaram chamar o ocorrido em 28 de junho de “golpe de estado. As conclusões dos dois deputados da direita norte-americana mostram que a principal apoiadora do golpe foi a ala direita do imperialismo, sob a cobertura do “democrático” governo Obama.
O apoio ao golpe em Honduras faz parte de uma tentativa de organizar uma ofensiva do imperialismo norte-americano no marco da crise capitalista e da própria dominação imperialista. No mesmo sentido está a instalação das sete bases militares norte-americanas na Colômbia.
Na sexta-feira, dia 14, foi anunciado que as negociações para o acordo militar entre Colômbia e EUA foram encerradas e só faltaria agora uma etapa de conclusão. Os detalhes do documento não foram divulgados, o que deixa claro que o acordo é uma violação aos direitos da população não só dos países envolvidos, mas de todos os povos da América do Sul.
A ofensiva imperialista visa a barrar o avanço do nacionalismo burguês em todo o continente latino-americano.
Essa semana, o Senado colombiano aprovou projeto de lei que prevê a realização de um referendo popular para decidir sobre a modificação da Constituição do país. O interesse é permitir um terceiro mandato para Álvaro Uribe, o principal aliado do imperialismo na região. Sem receio algum de parecer incoerente, o imperialismo e a direita latino-americana, que condenaram as mudanças constitucionais promovidas pelos governos nacionalistas como Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, para permitir sua reeleição, agora aplaudem a decisão do governo colombiano.
A manobra faz parte do “pacote” que o imperialismo e a direita da região estão tentando colocar em prática. Trata-se de garantir um governo de total confiança para esses setores para ter uma posição estratégica diante do avanço do nacionalismo.

A atuação do nacionalismo

Do outro lado está o nacionalismo burguês, liderado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que ganha cada vez mais terreno na região. A preocupação do imperialismo em tentar conter esse avanço, é menos um medo dos próprios chavistas, mas um temor do desenvolvimento revolucionário das massas, que está ligado ao nacionalismo.
Isso porque o nacionalismo é uma política que representa os interesses das burguesias nacionais dos países, mas que justamente por isso não consegue ser totalmente independente do imperialismo. Haja vista a enorme fraseologia contra o golpe em Honduras e contra as bases, mas sem que nada de concreto seja feito para derrotar o imperialismo.
O ascenso do nacionalismo é um produto da mobilização das massas. À medida que avança a crise capitalista e, conseqüentemente, a mobilização revolucionária das massas como uma reação a esta, governos burgueses de tipo nacionalista sobem ao poder e ganham terreno sobre o atraso político e a inexperiência das camadas populares. No entanto, por representarem interesses opostos aos das massas, por levarem fundamentalmente uma política burguesa, dividida entre o imperialismo e os interesses da burguesia nativa, colidem com elas, o que pode levar a uma radicalização ainda maior da situação política.
A situação em Honduras, por exemplo, dá o tom do problema. O imperialismo e a direita não conseguem sustentar o golpe, que conta com protestos cada vez maiores e mais radicalizados da população. A situação pode sair do controle do imperialismo e avançar mais à esquerda do que representa o governo nacionalista de Manuel Zelaya.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Repressão brasileira no Haiti se intensifica

Estudantes e operários estão presos em condições desumanas por terem participado de passeata pelo aumento do salário mínimo


A repressão burguesa no Haiti está se fortalecendo ao longo das semanas. O Brasil dos ricos, das empresas que precisam da mão-de-obra haitiana barata está fazendo tudo que pode para manter a sua neocolonização no Haiti. O seu braço armado – a Minustah – rouba, estupra, mata com a total garantia de imunidade.
A repressão chega a uma dimensão extraordinária. Cinco estudantes estão presos nas piores condições por a única razão: participaram de uma passeata ao lado dos operários a favor da publicação de uma lei de reajuste salarial. Estes estudantes estão proibidos de receber visitas de familiares.
Em apenas uma semana, 14 pessoas foram presas. Guerchang Bastia, 21 anos, estudante de Sociologia e membro da Associação Universitária Dessaliniana (ASID), Patrick Joseph, 36 anos, membro do comitê para o fortalecimento do bairro de Duvivier (KRD), e oito operários foram presos por terem participado de uma manifestação operária no dia 10 de agosto a favor da publicação da lei sobre o reajuste salarial de 200 gourdes (42 gourdes = um dólar).
Os presos não estão recebendo comida e não são julgados nem condenados. Não têm direito de receber seus advogados. Tudo isso está acontecendo graças à contribuição do Brasil através de seu exército que comanda as forças de ocupação (Minustah). Um dos estudantes presos na Penitenciária Nacional está em greve de fome.
Dois dias depois, na quarta-feira, 12, Edouard Edwight, membro da ASID, foi preso ao voltar do seu estágio para casa. Hérold César, estudante de Comunicação, foi preso no momento em que ia para a universidade. Joseph Valcin foi preso após ter sido asfixiado com gás lacrimogêneo pelas tropas brasileiras e pela polícia haitiana dentro da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Estadual do Haiti.
Anne Lesperance, estudante em Serviço Social, foi presa no mesmo dia 12 de agosto. Ela foi libertada após ter resistido à tentativa de estupro por parte das forças armadas.
É preciso uma campanha nacional no Brasil pela Liberdade imediata para os estudantes e operários presos. Livre direito de manifestação. Aumento imediato do salário. Fora as tropas estrangeiras do Haiti!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Só os banqueiros lucram com a crise


A política econômica do governo Lula está voltada para atender aos interesses dos banqueiros. Em nenhum governo da história do país as instituições financeiras obtiveram tanto lucro. As altíssimas taxas de juros e os pacotes econômicos do governo Lula garantiram aos monopólios financeiros uma enorme poupança, facilmente constatadas pelos enormes lucros obtidos pelos bancos mesmo com a crise econômica mundial

O Bradesco divulgou, no último dia 3, o balanço de seus lucros. No primeiro semestre do ano o lucro do banco foi de R$ 4,020 bilhões, praticamente o mesmo valor registrado no mesmo período do ano passado, antes da crise, quando ganhou R$ 4,104 bilhões. Entre abril e junho o banco lucrou R$ 2,297 bilhões.
O Grupo Santander Brasil, formado pelos bancos Santander e Real, registrou lucro de R$ 1,874 bilhão no primeiro semestre, um crescimento de 13,5% na comparação com o lucro de R$ 1,651 bilhão referente ao mesmo período do ano passado. O Itaú Unibanco, maior banco do país, anunciou nesta terça-feira que teve lucro líquido de R$ 2,015 bilhões no primeiro trimestre de 2009, “Somente o Itaú teve um lucro líquido de R$ 7,71 bilhões [em 2008] ante R$ 7,17 bilhões no exercício anterior, em um incremento de 7,51%. Já o Unibanco apurou resultado de R$ 2,85 bilhões ante R$ 2,60 bilhões em 2007, em um avanço de 9,7%. Ambos os resultados são "pro forma". No último dia 19, o Banco do Brasil apresentou um lucro de R$ 8,8 bilhões em 2008, um crescimento de 74% em relação a 2007. No quarto trimestre do ano passado, o crescimento do lucro foi de 142% sobre o mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 2,9 bilhões” (feebpr.org.br/lucroban).
Os bancos estatais também obtiveram lucros gigantescos. “O lucro do Banco do Brasil em 2008 registrou um crescimento de 74% em relação ao de 2007, e ficou R$ 8,8 bilhões. No quarto trimestre do ano passado, o crescimento do lucro foi de 142% sobre o mesmo período de 2007, chegando a R$ 2,9 bilhões. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira. O lucro do Banco do Brasil no ano passado, assim, estabelece um novo recorde” (Idem).

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Produção e exportações derrubam setor automobilístico

Com queda na produção de mais de 50% e uma forte debandada dos compradores internacionais o setor de automotores brasileiro está paralisando a indústria

Com a política de isenção fiscal para os capitalistas do setor automobilístico, o governo Lula conseguiu fazer com que o mercado nacional de automóveis não perdesse tanto, mas no mercado exterior o quadro é muito diferente.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). As vendas de carros para o exterior caíram nada menos que 46,9% entre janeiro e julho de 2009 em relação ao mesmo período do ano passado. Foram vendidos este ano 182 960 mil veículos enquanto que no ano passado as vendas foram de 338 176. Em julho, foram vendidos 26.667 automóveis para fora do País, baixa de 14,7% em relação a junho que vendeu 31.265 mil
Mesmo na modalidade de exportação de veículos desmontados, houve queda de 48,7% nas vendas.
O baixo volume de exportação dos carros produzidos no Brasil reflete a forte recessão existente nos outros países. Alguns compradores dos carros brasileiros, por exemplo, reduziram em até 70% as compras. Dos compradores mais importantes que deixaram de importar os carros brasileiros estão o México e Argentina, que estão igualmente na lona devido os efeitos da crise. Mas a crise é generalizada nos Estados Unidos, na Europa, Japão etc.
Com vendas muito abaixo do esperado, as montadoras também estão diminuindo drasticamente a produção. Nestes sete meses de 2009 a redução do ritmo de produção nas montadoras foi de 10,9%. Isso inevitavelmente acarretou demissões em massa que ainda estão acontecendo.
A política do governo Lula de dar subsídios para os capitalistas deste setor não refletiu em nada para a garantia de empregos e investimentos no setor. Foi apenas um alívio para os cofres particulares dos capitalistas que estavam tendo prejuízo com a recessão.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ocupação das fábricas! Tendência à radicalização da classe operária


Operários sul-coreanos mostram como se luta contra as demissões



A situação política internacional evolui a cada dia para uma radicalização por parte das massas, em particular os trabalhadores. Como produto da crise econômica que estourou em 2008, os regimes políticos burgueses de praticamente todos os países do globo estão apresentando sinais de crise.
A crise é particularmente forte nos países europeus e nos Estados Unidos, o que esclarece a sua dimensão. O imperialismo está perdendo terreno em todas as regiões do mundo e não consegue resolver a série de crises que se espalham. Nos países de economia atrasada, regimes políticos já falidos, aliados à situação econômica turbulenta, resultam em enormes mobilizações e desestabilização política.
A necessidade dos capitalistas, para salvar suas empresas e os bancos, em rebaixar os salários, retirar direitos e demitir é o principal barril de pólvora para a mobilização dos trabalhadores. Desde que tais ataques se tornaram mais freqüentes, os trabalhadores de vários países já demonstraram qual é a tendência de luta dessa nova etapa de mobilizações que o mundo vai assistir. A maior crise do capitalismo, tanto econômica como politicamente, e conseqüentemente os maiores ataques já desferidos contra a classe operária, serão enfrentados pelos trabalhadores com métodos revolucionários. Esta tendência internacional não é causal. Em primeiro lugar, porque os trabalhadores mais experientes sabem que este é o único meio real de combater as demissões em massa. Em segundo lugar, porque a situação da classe operária mundial vem piorando sistematicamente há três décadas, ainda que lentamente, o que não deixa muita margem de manobra para uma política de conciliação.
Tal tendência ao enfrentamento e à radicalização cada vez maior contra as forças do Estado burguês se mostra mais do que nunca na ordem do dia e já começa ser colocada em prática pelos operários em vários países.
A classe operária brasileira deve tirar as lições destas lutas.
Veja alguns casos recentes de ocupações de fábrica
Nos Estados Unidos, operários da fábrica de portas e janelas, Republic Windows and Doors, localizada em Chicago, com 250 funcionários foi ocupada em dezembro do ano passado. A ocupação, que aconteceu depois que os trabalhadores descobriram que os patrões fechariam a fábrica sem pagar nenhum direito aos trabalhadores, durou quase uma semana. A pressão dos trabalhadores resultou no atendimento das reivindicações, como o pagamente de indenização.
Na França, uma série de ocupações já ocorreu desde o ano passado. Operários de várias fábricas que ameaçaram fechar ou demitir ocuparam a fábrica e seqüestraram gerentes e chefia. Só os liberaram após o atendimento das reivindicações.
O exemplo mais recente na França ocorreu na fábrica New Fabris, em Châtellerault, na região central. Cerca de 360 trabalhadores ameaçaram explodir a fábrica, caso os principais clientes da empresa, a Renault e a PSA Peugeot-Citröen, não pagassem uma indenização de 30 mil euros por operário. Os trabalhadores espalharam botijões de gás pela fábrica, “se nós não temos nada, então eles não podem ficar com tudo”. (http://www.esquerda.net/).
A ocupação terminou quando o governo e os patrões aceitaram pagar exatamente o que os operários reivindicavam e a fábrica não foi explodida.
Na China, operários chineses, em protesto contra demissões anunciadas depois que a siderúrgica Tonghua Iron and Steel Group passasse para o controle de outra empresa a Jianlong Steel, mataram o gerente geral da usina, atirando-o do terceiro andar. A usina conta com cerca de 30 mil trabalhadores.
O último e mais recente episódio é o que se estende na Coréia do Sul, em que cerca de mil operários metalúrgicos ocupam uma fábrica de automóveis. A Ocupação já dura dois meses e a polícia já tentou desocupar por duas vezes, sendo mal sucedida. Essa semana, a tropa de choque mobilizou 4.000 homens, que foram recebidos com bombas incendiárias pelos operários. A ocupação é uma resposta dos trabalhadores contra a decisão da empresa em cortar os postos de trabalho para manter os lucros diante da crise.
Os trabalhadores coreanos devem resistir na fábrica e os trabalhadores de todo o mundo devem seguir esses exemplos e lutar pelo controle operário da produção, em resposta aos ataques dos patrões

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009

Leon Trotsky - Sobre a questão da estabilização da economia mundial



Discurso do camarada Trotsky sobre o informe do camarada Varga [1]



Camaradas, é muito difícil falar sobre uma questão tão complexa limitado pela estrutura do informe de
outra pessoa, especialmente um informe desde base tão abstrata e com uma exposição ainda mais
abstrata. É por isso que, de minha parte, terá inevitavelmente algumas improvisações a respeito deste esquema alheio, que não domino de todo. Tudo isso realmente torna a minha tarefa muito complicada.
Parece-me que o principal problema do informe do camarada Varga é sua natureza abstrata, não só da forma da exposição, senão também de seu conteúdo. Ele propôs a seguinte questão: estão ou não se desenvolvendo as forças produtivas do capitalismo? – levando em consideração a produção mundial dos
anos 1900, 1913 e 1924, calculada para a América, Europa, Ásia e Austrália. No entanto, isso não é relevante para resolver a questão da estabilização do capitalismo. Não se pode medir a situação revolucionária desta forma. Pode-se medir a produção mundial, mas não a situação revolucionária, porque
a situação revolucionária na Europa, nas condições históricas atuais, está determinada, em importante grau, pelos antagonismos entre a Europa e América e, dentro da Europa mesmo, pelas inter-relações entre a produção alemã e a inglesa, a concorrência entre França e Inglaterra etc. No mínimo, as bases sócioeconômicas
destes antagonismos determinam a situação revolucionária de forma imediata. Que as forças produtivas cresceram na América nos últimos dez anos está fora de questão. Também não podemos questionar o fato de que as forças produtivas no Japão cresceram durante a guerra e estão crescendo também agora. Também cresceram e continuam crescendo na Índia. E na Europa? Na Europa, não estão
crescendo nem em geral, nem em seu conjunto. Portanto, a questão básica resolve-se não calculando a produção, mas sim por meio de uma análise dos antagonismos econômicos. O nódulo da questão é este: a América e, em parte, o Japão, estão empurrando a Europa a um beco sem saída, não lhe deixando
nenhum mercado para suas forças produtivas, que foram somente em parte rejuvenescidas durante a guerra. Não sei se vocês levaram em conta o recente discurso de um dos mais proeminentes exportadores
americanos, Jules Barnes, que tem laços estreitos com o Ministério de Comércio. Barnes esboçou, aparentemente na Conferência de Comércio, e propôs na Conferência de Bruxelas de representantes norte-americanos, o seguinte programa de desenvolvimento: “nós queremos aplacar os problemas da Europa, mas ao mesmo tempo queremos destinar certos setores do mercado mundial a alguns países europeus, de forma que não choquem com os produtos americanos”. Essas foram, quase exatamente, suas palavras. Para que a Alemanha não choque com os produtos e com o comércio americanos, nós os americanos lhes indicamos, aos alemães, que estabeleçam comércio com a União Soviética etc. Estas não são palavras vãs, porque a Europa depende da América num grau extraordinário. Na verdade, esta não
pode organizar com êxito o caos do mercado mundial e garantir de tal maneira a estabilidade do capitalismo por um tempo prolongado ou para sempre. Pelo contrário, ao empurrar os países europeus mais e mais para uma estreita faixa do mercado, a América está preparando, na verdade, um novo desgaste, sem precedentes, das relações internacionais – tanto entre América e Europa quanto dentro da
própria Europa. Mas na etapa atual do desenvolvimento, esta alcança um conjunto de objetivos imperialistas por vias “pacíficas”, quase “filantrópicas”. Tomemos a questão da estabilização da moeda, que é o traço mais claro da assim chamada estabilização do capitalismo. O país mais rico da Europa – a Grã-Bretanha – estabilizou, atualmente, sua libra esterlina. Como a estabilizou? Por meio de um empréstimo de US$300 milhões de Nova Iorque, de maneira que, se a libra esterlina cai em seu valor, o
capital americano a deveria salvar. A conseqüência disso é que agora a libra esterlina se tornou um brinquedo nas mãos da Bolsa de Valores americana, a qual, em qualquer momento, pode(ria) desvalorizála.
O que se usou oficialmente nas relações com a Alemanha, o que amadureceu nas relações com a França – o sistema Dawes [2] – é, agora, ao menos parcialmente, contemplado em relação à Grã-Bretanha.
Na verdade, isso não significa, de jeito nenhum, que a América possa levar adiante – com êxito – essa política até o fim e estabilizar uma Europa “dawesizada”. Isso é simplesmente impensável. Pelo contrário, a “dawesização”, dando hoje predomínio às tendências “pacifistas”, piora, de fato, as penúrias da Europa e está preparando uma explosão em massa.
A camarada Aizenshtadt equivoca-se, da mesma forma, quando argumenta a favor do desenvolvimento geral, por igual, das forças produtivas da América e da Europa. A Catedral de Reims é diferente dos arranha-céus de Nova Iorque? Eles construíram arranha-céus ali porque a destruição se levou a cabo na Europa com a ajuda da dinamite americana. O fluxo de ouro para a América não trouxe como
conseqüência um respectivo desenvolvimento das forças produtivas da Europa. Não se pode somar mecanicamente estes dois fenômenos paralelos, o esvaziamento da Europa e o enriquecimento dos EUA.
Não se pode somar a riqueza perdida da Europa com a riqueza acumulada na América. Ainda que a camarada Aizanshtadt tenha objetado ao camarada Varga, na verdade somente amplifica seus erros. Ele também combina o valor da Europa e da América, quando na verdade estes se opõem um a outro, tanto
econômica como politicamente – isto é o que determina em grande parte a situação sem saída de Europa.
Repito uma vez mais: se eu cito o programa de J. Barnes, em respeito a atribuir à Europa setores estritamente definidos do mercado mundial, isto é, fornecer-lhe o suficiente aos países europeus para que possam pagar os juros sobre os empréstimos, e os próprios empréstimos, sem fragmentar ao mesmo tempo
o mercado americano, disso não se pode concluir que a Europa mesma esteja segura em determinado nível e preservada durante um longo tempo. Nada disso. É impossível estabelecer qualquer grau de segurança
em longo prazo, já seja nas relações externas ou internas do capitalismo imperialista.
Não é necessário dizer que neste ponto nenhum de nós tem a menor dúvida. O sistema Dawes, a restauração da moeda, os acordos de comércio, todo este “pacifismo” e as medidas de recuperação se
levam a cabo com o “apoio” americano e estão sob seu controle. Isto é característico do estágio atual do desenvolvimento da Europa. Mas ao recuperar suas funções econômicas elementares, os países europeus restauram todos seus antagonismos, afetando-se mutuamente. Na medida em que a América restringe
severamente o processo de recuperação europeu dentro de estreitos limites, estes antagonismos, que levaram diretamente à guerra imperialista, poderiam reavivar-se inclusive antes que os níveis de produção e comércio pré-guerra fossem atingidos. Sob o controle financeiro “pacifista” americano, e apesar das
atuais “aparências”, agora está ocorrendo, não um alívio, mas sim um aumento das tensões internacionais. Isto se aplica também, e não em menor medida, às relações internas, isto é, às relações entre as classes. O II Congresso da Internacional Comunista [3] já enfatizou o ponto essencial de que o
declínio do desenvolvimento das forças produtivas da Europa pós-guerra não significa nem uma obstaculização, nem tampouco um ritmo mais lento, senão, pelo contrário, uma poderosa intensificação e
agudização no processo de diferenciação social: a ruína da pequena burguesia e das classes médias, a concentração do capital (sem acumulação nacional), e a proletarização e ainda maior pauperização de
todos os novos estratos nacionais. Todos os congressos seguintes destacaram este fato. É neste sentido que tem razão totalmente o camarada Varga quando diz que na Europa está ocorrendo agora uma ainda mais profunda polarização das relações de classe que não atingiu e não pode atingir nenhum tipo de
estabilização. O volume geral de riqueza na Europa não está crescendo, ou quase, senão que está sendo concentrada cada vez mais em menos mãos e a um ritmo ainda mais acelerado que o anterior à guerra.
Uma das camadas do proletariado está se transformando em lumpen-proletariado. O exemplo disto é a Grã-Bretanha. Ali observamos um fenômeno de uma ordem nova, precisamente um exército estável de desempregados que durante todo o período pós-guerra não baixou de 1.250.000, e, atualmente, anda a
cerca de 1.500.000. Mas a estabilização do desemprego não é o mesmo em absoluto que a estabilização do capitalismo. Num de seus últimos artigos, Kautsky dizia que a revolução socialista viria de qualquer forma no momento oportuno (dentro de 100 anos e em forma progressiva...) porque o proletariado está
crescendo, seu peso na sociedade está aumentando etc.; em outras palavras, repete o Programa de Erfurt [4], mas numa forma vulgarizada. Hoje em dia, vemos que isto é incorreto. Se o proletariado está crescendo, então está crescendo na Grã-Bretanha, o país mais rico da Europa, como lumpen-proletariado.
E não só na Inglaterra. Aqui podem-se repetir as palavras de Marx sobre a Inglaterra, “não faz mais que mostrar aos demais países sua imagem futura” [5].
A França enfrenta a tarefa urgente de estabilizar o franco. Isto significa que num futuro mais ou menos próximo haverá também desemprego crônico na França. Se o proletariado francês está hoje, em seu
conjunto, empregado na indústria, isto se deve a que a indústria francesa vive não por seus próprios meios, senão com a ajuda de dinheiro falso, com a ajuda da inflação. A América exige da França o que já conseguiu da Inglaterra: a estabilidade de sua moeda. Isto requer um fluxo de ouro para o tesouro da
França. Mas pelo ouro americano há de se pagar altos juros, e isto traz consigo um custo adicional generalizado sobre a indústria francesa. Este custo adicional sobre a indústria francesa tem como resultado o desgaste do mercado, e este mercado, que agora a França possui ao preço da ruína de sua moeda e à custa de minar os alicerces de suas finanças, se paralisará, e, portanto, terá lugar ali, inevitavelmente, um exército de reserva estável como na Inglaterra. Se a França recusasse isto, a América
forçaria a França a ir para uma moeda estável com todas as conseqüências que isto traria consigo. A expressão mais clara do processo de restauração ocorre na Alemanha, onde a curva capitalista caiu a seu ponto mais baixo. Mas na Alemanha o processo de recuperação opera dentro dos marcos de uma luta por
atingir os níveis pré-guerra, e a caminho de conseguir este nível, a Alemanha tropeçará com muitos obstáculos políticos e econômicos. Enquanto isso, devido a sua riqueza nacional dilapidada, assistimos a uma intensificação cada vez maior das contradições sociais. Uma parte da exposição do informe do
camarada Varga é muito abstrata, mas é correta. Tenho em mente essa parte na qual o camarada Varga falava de uma deformação da sociedade que não pode ser revertida. Para abolir o desemprego na Inglaterra precisar-se-ia capturar o mercado, enquanto a Inglaterra não o está ganhando, senão que o perde. Para estabilizar o capitalismo inglês é preciso – nada mais, nada menos – deslocar a América. Mas isto é fantasioso e utópico. Toda a “cooperação” entre América e Grã-Bretanha consiste em que a primeira – dentro do marco da “pacífica” cooperação “pacifista” – é quem está deslocando, cada vez mais, a segunda, usando-a como um meio, uma ferramenta, como agente intermediário nos campos diplomático e comercial. A porção do mundo que domina hoje o conjunto da economia britânica e o conjunto da economia européia está caindo – ao mesmo tempo em que a estrutura econômica da
Inglaterra e da Europa centro-ocidental surgiram da hegemonia mundial da Europa e dependiam desta mesma hegemonia. Esta contradição, que é tão inevitável como impossível de ignorar, está se aprofundando progressivamente, e é o pré-requisito econômico básico de uma situação revolucionária na Europa.
Desta maneira, parece-me que é absolutamente impossível caracterizar a situação revolucionária por fora do antagonismo entre América e Europa, e este é o erro fundamental do camarada Varga.
Mas aqui se propôs a questão a respeito da origem do próprio conceito de estabilização. Por que falar de
estabilização? Penso que não se pode contestar esta pergunta só no marco das categorias econômicas; não podemos evitar propor temas políticos. Tomemos por exemplo a situação econômica européia. Como estava imediatamente após a guerra, e como está agora? Teve algumas mudanças? Seguramente teve mudanças, e muito sérias. Na França todas as estações ferroviárias destruídas foram reconstruídas, e os
departamentos (províncias) do Norte foram restaurados em grande parte; na Alemanha agora se viaja sobre pneus de borracha e não sobre palha. Muitas coisas foram restauradas, consertadas, melhoradas. Se abordarmos o tema com um ponto de vista tão limitado, pareceria que se fez muito no período pósguerra.
É como uma pessoa que depois de cair em dificuldades extremas e inclusive na pobreza, e quando tem uma ou duas horas livres, costura apressadamente alguns botões, põe remendos, se lava etc. Agora bem: tomemos toda a situação da Europa em seu conjunto, no seio da economia mundial. Mudou?
Melhorou ou não nestes anos? Não, não melhorou. A posição da Europa à escala mundial não melhorou;
este é o ponto essencial. No entanto, por que falamos de estabilização? Por que mais que todas as coisas,
ainda que a Europa não escapou de sua posição geral de decadência, tem arranjado – de todas as formas – introduzir certos elementos de regulação em sua economia. Não podemos ignorar tal fato. Isto não é indiferente para o destino e a luta do proletariado europeu, e para estabelecer as táticas corretas dos partidos comunistas. Mas não decide o destino geral do capitalismo europeu. A estabilização da libra
esterlina com o ouro é indubitavelmente um “elemento de regulação”, mas ao mesmo tempo a estabilização da moeda só revela, de forma mais clara e precisa, a decadência da Inglaterra e sua colossal dependência para com a América.
Que significa, no entanto, a regulação do capitalismo europeu, a restauração de suas funções elementares etc.? É esta regulação interna tão-só a condição preliminar e necessária, e junto com isto, um indicador, de uma estabilização futura saudável e em longo prazo? Não, não há nenhum fato que apóie uma
semelhante proposição. Para compreender como e por que a burguesia européia foi capaz de “regular” sua economia, devem se considerar questões políticas e sua inter-relação mútua com a economia. Em 1918-19 tivemos na Europa, sobre uma base econômica sujeita ainda às conseqüências diretas da guerra,
um poderoso levantamento revolucionário espontâneo das massas trabalhadoras. Isto sacudiu o Estado burguês até seus alicerces e produziu uma forte falta de autoconfiança na burguesia enquanto classe dominante – não teve sequer decisão suficiente para remendar sua vestimenta européia. Seus pensamentos sobre a estabilização da moeda ficaram entre o terceiro e o quarto lugar, se é que
permaneceram em algum lugar, enquanto a ofensiva do proletariado ameaçava sua supremacia. Então a inflação foi uma medida de autodefesa direta de classe para a burguesia, da mesma forma que o comunismo de guerra foi, em nosso país, uma medida de autodefesa do poder proletário. O camarada Varga recorda corretamente que durante o I e II Congresso [6] consideramos que era extremamente
provável a tomada do poder por parte do proletariado na Europa. Em que consistiu nosso erro? Em que terreno não estávamos preparados? Estava a economia preparada para uma revolução social? Sim, estava.
Em que sentido? Num sentido fundamental, poderia se dizer. Já no pré-guerra o status da tecnologia e da economia fazia objetivamente vantajosa a transição ao socialismo. Em que consistiram as mudanças que
tiveram lugar durante e após a guerra? Consistiram no fato de que, se tomarmos o desenvolvimento como um processo gradual generalizado, as forças produtivas de Europa deixaram de se desenvolver. Antes da guerra desenvolviam-se rapidamente e dentro dos marcos do capitalismo. Seu desenvolvimento entrou num beco sem saída, e isto o conduziu à guerra. Depois da guerra, cessou de se desenvolver na Europa.
Temos estancamento com agudas flutuações irregulares de cima abaixo, que não permitem sequer manter a conjuntura. Se, em termos gerais, a conjuntura é a pulsação mesma do desenvolvimento econômico,
uma quantidade de tremores conjunturais testemunham que o capitalismo ainda vive. No III Congresso da Comintern [7] demonstramos que as mudanças na conjuntura, inevitavelmente continuariam e
conduziriam a um melhoramento na conjuntura. Mas existe uma diferença entre a batida do coração de um homem saudável e o de um doente. Em 1921 dissemos que o capitalismo não morreu, mas vive.
Portanto, seu coração bateria, e a conjuntura mudaria. Mas quando um ser vivo cai numa condição insuportável, sua pulsação ocorre irregularmente, e lhe é difícil atingir o ritmo necessário e etc. É o que tivemos o tempo todo na Europa. Se as mudanças cíclicas na Europa tornam-se uma vez mais regulares e vigorosas (e falo sobre isto com todas as reservas necessárias e em forma totalmente condicional), então, até um verdadeiro ponto, mostraria que a burguesia tinha dado algum tipo de passo principista adiante no sentido de consolidar as relações econômicas. Mas até agora não se pode falar de nada similar a isto. A irregularidade, a não-recorrência e a natureza não-periódica destes tremores conjunturais mostram que o capitalismo europeu e, sobretudo o britânico está circusncrito de forma insuportável dentro dos limites em que caiu após a guerra. As forças produtivas, empurrando adiante, chocam-se com os limites do mercado mundial, que são demasiado estreitos para elas. Daí as convulsões econômicas. Os espasmos, e os tremores bruscos e agudos sem uma periodização regular, que mostra a conjuntura econômica.
Mas voltemos ao problema: o que foi que não levamos em conta em 1918-19, quando esperávamos que o proletariado europeu tomasse o poder nos meses seguintes? O que foi que faltou para a realização dessas expectativas? Os pré-requisitos econômicos e a diferenciação de classes não faltaram – as condições
objetivas estavam suficientemente preparadas. Também estava presente o movimento revolucionário do proletariado. Após a guerra, o proletariado estava com um ânimo tal que lhe possibilitaria conduzir-se à
batalha decisiva. Mas não tinha ninguém para dirigir, nem ninguém para organizar esta batalha – não tinha partido. Este foi o fator que ignoramos, e este foi o erro de nosso diagnóstico. Na medida em que não tinha partido, a vitória era impossível. E, por outra parte, não se pode manter a vontade revolucionária do proletariado o tempo todo necessário até que se tenha criado o partido.
O Partido Comunista começou a ser criado. Enquanto isso, a classe trabalhadora, ao não encontrar uma direção combativa no momento apropriado, foi forçada a se acomodar à situação que se formou após a guerra. Daí que os velhos partidos oportunistas recebessem uma nova oportunidade, em menor ou maior medida, de se fortalecer. O capitalismo também sobreviveu. O que foi que o capitalismo recebeu,
precisamente porque não tinha nenhum partido revolucionário no momento crucial eo proletariado não pôde tomar o poder em suas mãos? Um respiro; isto é, a possibilidade de orientar-se mais pacificamente para a situação que se estava formando: restaurar a moeda, substituir a palha por coberturas de borracha,
atingir acordos comerciais etc. Em suma, tiveram lugar mudanças sérias na situação do capitalismo europeu que não podemos subestimar, mas que estão contidos dentro dos mesmos limites das forças econômicas, financeiras e militares mundiais que foram preparadas antes da guerra, que se determinaram finalmente durante a guerra, e que não mudaram no que diz respeito à Europa no último período. Não é
devido a que o capitalismo tenha criado com sucesso, e por seus próprios médios, condições para o maior desenvolvimento das forças produtivas, que não existe hoje uma situação revolucionária na Europa. Não há um desenvolvimento das forças produtivas, e não há sintomas sérios que apontem nessa direção. A
ausência de uma situação revolucionária se expressa diretamente por mudanças no ânimo da classe trabalhadora, mais notavelmente na Alemanha, no refluxo da revolução para a social-democracia. Este refluxo é uma conseqüência do fato de que a onda revolucionária pós-guerra, durante e após os acontecimentos do Ruhr[8][8], não teve sucesso. Como resultado deste refluxo, a burguesia pôde consertar os elementos mais desgastados de seu aparelho estatal e econômico. Mas sua próxima luta, ainda que não fora ao nível econômico do pré-guerra, está inevitavelmente grávida de novas e explosivas contradições, conflitos, tremores, “episódios” do tipo dos acontecimentos do Ruhr etc. O ânimo da classe operária, como o ilustrou novamente 1923 na Alemanha, é um fator incomparável e incomensuravelmente
mais fluído que a “estabilização” econômica de determinado país, o qual, em cada um dos estágios subseqüentes, pode pôr aos partidos comunistas da Europa frente a novas situações revolucionárias.
Aqui o camarada Varga mencionou um fato importante: a burguesia não podeengordar o estrato superior da classe operária. Nestes momentos, na Inglaterra, o governo conservador de Baldwin quer realmente fazer as pazes com os operários. Se acompanharmos os últimos discursos de Baldwin, encontrá-los-emos
cheios de uma grande preocupação. Há pouco se escutou no Parlamento esta frase clássica: “Nós, os conservadores, não queremos atirar primeiro”. E quando a extrema-direita de seu próprio partido propôs
uma lei para proibir aos sindicatos que recebessem subvenções (e os liberais estavam totalmente de acordo com isto porque o Partido Trabalhista, que os destruiu, depende desse dinheiro), Baldwin disse: não é necessário dizer que o fato de que as subvenções políticas sejam obrigatórias rompe com as tradições inglesas, e todo o mais, mas: “Não queremos ser aquele que dispara primeiro”. Esta foi
exatamente sua expressão, o que não é só um mero recurso retórico.
Se acompanharmos a economia inglesa, a política, a imprensa, o ânimo geral na Grã-Bretanha, obteremos a impressão de que a situação revolucionária está avançando, ainda que lentamente, mas com surpreendente regularidade. A situação desesperada do capitalismo britânico encontrou sua expressão na queda do liberalismo, o crescimento do Partido Trabalhista, o aparecimento de um ânimo novo entre as massas trabalhadoras etc. Baldwin constrói sua política por sobre a esperança de um “compromisso” com os trabalhadores.
Enquanto isso, os sindicatos ingleses, que nós conhecemos como os responsáveis por fecharem acordos conservadores (do que era para nós expressão o sindicalismo: uma expressão do mais acabado oportunismo nas fábricas), estão se transformando gradualmente num grande fator revolucionário na história européia.
O comunismo pode levar a cabo sua missão na Inglaterra só à condição de combinar seu trabalho com estes processos que estão ocorrendo nos sindicatos britânicos. E o quê determina diretamente estes processos? Precisamente o fato de que nesse país, onde mais que em nenhuma outra parte engordou uma ampla camada da classe operária, esta já não o pode fazer mais. Daí que o ânimo de Baldwin, próacordos,
deveria recusar todas essas modestas leis (por exemplo, o salário mínimo para os mineiros) propostas pelos representantes do trabalhismo.
Ontem recebemos por telégrafo notícias de que os conservadores tinham recusado uma modesta lei dos representantes trabalhistas que destinava 10 milhões de libras esterlinas para programas sociais. Daí
repreende-se que o fortalecimento do oportunismo, que é um fato indiscutível na Alemanha e na França, não pode ser nem firme nem duradouro. Nem a França nem a Alemanha podem criar uma situação
privilegiada para a camada superior do proletariado. Pelo contrário, por todos os lados haverá um período de opressão severa sobre a classe operária.
E na Inglaterra? Não é possível que o oportunismo dos atuais líderes do PartidoTrabalhista se consolide por muitos anos, inclusive décadas? Se vamos dedicar um par de palavras a este assunto, seria melhor fazer uma avaliação geral da situação. Na Inglaterra tínhamos uma Federação Social Democrata e um
Partido Trabalhista Independente – duas organizações que existiram durante décadascomo organizações que competiam entre si. Cada uma tinha 15.000, 20.000, 25.000 membros. Durante os anos de pós-guerra fomos testemunhas de algo surpreendente na Inglaterra: uma seção de propaganda até ontem, o Partido
Trabalhista Independente, chegou ao poder. Para dizer a verdade, dependia dos liberais, mas na última eleição, justo após a queda de MacDonald, amealhou quatro ou cinco milhões de votos!
Falo do Partido Trabalhista Independente porque é a fração dominante do Partido Trabalhista. O Partido Trabalhista não existe sem o Partido Trabalhista Independente. O que é que explica a trajetória tão inusitada dos independentistas? Será estável? Na Inglaterra temos uma burguesia que tem submetido ao
proletariado, mais consistentemente, com maior inteligência e melhor que nenhuma outra; tem engordado economicamente à camada superior da classe trabalhadora, e a tem desmoralizado politicamente. Não houve uma escola igual na história, nem ao que parece, terá outra igual no futuro. A burguesia americana dificilmente será tão capaz de corromper e humilhar à classe trabalhadora durante
tanto tempo. Aonde levou a mudança na situação econômica nacional e internacional da Grã-Bretanha? À pressão da massa de trabalhadores sindicalizados sobre seus líderes, e esta pressão levou à criação de um Partido Trabalhista. Se tomarmos hoje o trabalhador inglês médio, muito dificilmente este tenha recusado
conscientemente esses mesmos preconceitos que tinha quando votava pelos liberais. Mas está decepcionado com os liberais, porque os deputados liberais, à luz da posição intercambiante da Inglaterra no mercado mundial, foram incapazes de falar a favor dele no Parlamento na medida em que o podiam
fazer no passado. Daí então nasceu a necessidade de criar seu próprio partido. O que é o Partido Trabalhista? É o Departamento Político dos sindicatos. O Partido Trabalhista/Sindicatos precisavam de um tesoureiro, um caixa, um secretário e deputados no parlamento. Foi a pressão de uma luta de classes que
se agudizava e a eliminação do Partido Liberal o que forçou aos sindicatos a criar seu próprio Partido,
Trabalhista. Mas a burocracia dos sindicatos não foi capaz de criá-lo a partir de suas próprias forças em 24 horas. E na Inglaterra a situação tinha mudado de tal forma que era necessário construir um partido
praticamente em 24 horas. Assim é como sucedeu a assombrosa “união” entre Partido Trabalhista
Independente, que tinha existido no curso de muitos anos como uma seção, e os sindicatos. “Vossas mercês precisam de um Departamento Político adjunto aos sindicatos? Estamos a vosso serviço!”. O
Partido Trabalhista formou-se desta maneira. O oportunismo dos independentistas recebeu uma base política gigantesca. Mas, por muito tempo? Tudo aponta para a resposta: “Não!”. O Partido Trabalhista
atual é uma conseqüência de um cruzamento temporário entre o caminho do Partido Trabalhista
Independente e a poderosa ascensão revolucionária da classe operária; os independentistas correspondem só a um curto período desta ascensão. Já tivemos o governo de MacDonald. Tratou-se de uma experiência
episódica, que não se esgotou, já que o primeiro governo independentista não contava com uma maioria parlamentar.
Quais são as perspectivas futuras? Existem razões para pensar que o atual ministério conservador será derrocado diretamente numa situação revolucionária? É difícil de conjecturar, mas inclusive sem um empurrão fundamental da história se poderia esperar uma luta revolucionária pelo poder entre a classe
trabalhadora e a burguesia no período que se avizinha. Se não há uma guerra ou outros acontecimentos como uma ocupação do Ruhr, o governo conservador de Inglaterra, já seja um ano antes ou um ano depois, será substituído por um Trabalhista. E o que significa um governo Trabalhista em tais condições?
Um ataque extraordinário da classe operária, uma pressão sobre o Estado. E o que significa isto, dada a situação mundial desesperada da Inglaterra? Que a classe operária inglesa poderia exigir o comunismo com
a mesma energia, em massa, e a mesma velocidade com que exigiram a direção de um Partido Trabalhista Independente. Apresentar as coisas como se o número de comunistas na Inglaterra fora crescer gradualmente ao curso das décadas é estar radicalmente equivocado. Precisamente o destino do Partido Trabalhista Independente, mais que nenhuma outra coisa, demonstra que na Inglaterra os acontecimentos se desenvolvem por outras vias e com outros ritmos. A Inglaterra está acostumada a ser a dona do mercado mundial – daí o conservadorismo dos sindicatos. Agora foi relegada, sua situação piorou, e a situação da classe operária britânica mudou radicalmente; toda a órbita de seu movimento se alterou.
Num verdadeiro estágio esta órbita (a linha do movimento) interceptou com o curso do Partido Trabalhista Independente. Isto cria uma ilusão de um Partido Trabalhista forte. Mas não todo mundo apoiava a MacDonald – isto foi só uma meta, uma marca no caminho da classe operária inglesa. É talvez o processo que está ocorrendo atualmente na classe operária inglesa o que expressa mais claramente o caráter
profundamente crítico, isto é, revolucionário, da totalidade de nossa época histórica.
Uma situação revolucionária, no sentido especial da palavra, é uma situação muito concreta. Surge da intersecção de todo um conjunto de fatores: uma situação econômica crítica, uma agudização das relações entre as classes, um ânimo combativo entre os trabalhadores, incerteza dentro da classe dominante, ânimo revolucionário dentro da pequena burguesia, uma situação internacional favorável para
a revolução etc. Em sua própria essência, uma situação tal pode e deve amadurecer, e, então se manterá só durante algum tempo. Não pode durar eternamente.
Se não é utilizada estrategicamente, começará a desintegrar-se. Desde onde? Desde a cabeça, isto é, desde o partido comunista que não foi capaz ou não pôde utilizar a situação revolucionária.
Inevitavelmente surgirão conflitos internos. Que o partido inevitavelmente se debilite é fato bemconhecido, e às vezes perde uma parte muito significativa de sua influência. Na classe operária começa um refluxo dos sentimentos revolucionários, bem como tentativas de acomodar-se à ordem estabelecida.
Ao mesmo tempo, uma verdadeira onda de autoconfiança impregna à burguesia, o que também se expressa em sua atividade econômica. É a existência destes processos o que nos obriga a falar de estabilização e de forma alguma em mudança radical na base capitalista da Europa, isto é, sobretudo, sua situação no mercado mundial.
Devemos recusar em nossa análise o provincianismo europeu. Antes da guerra pensávamos sobre a Europa como quem regia os destinos do mundo, e interpretávamos os problemas da revolução numa forma
nacional, européia – provinciana, segundo a linha do Programa de Erfurt. Mas a guerra demonstrou, revelou, pôs a nu e consolidou os laços totalmente interconectados que unem todas as partes da economia
mundial. Este é o fato fundamental, e não se pode julgar o destino da Europa por fora das conexões e contradições da economia mundial. Tudo o que ocorreu recentemente no mercado mundial, a cada dia e a cada hora, mostra o crescimento da supremacia americana e a crescente dependência de Europa para com
a América. A sua atual posição é, em muitos aspectos, similar à da Alemanha antes da guerra. Também foi o novo amo que chegou quando o mundo inteiro se achava já dividido. Mas a América distingue-se da Alemanha pelo fato de que é incomparavelmente mais poderosa do que era aquela. Pode conseguir muitas
coisas sem sequer desembainhar a espada, isto é, sem o uso das armas. Esta obrigou a Inglaterra a dar por terminados os acordos anglo-japoneses. Obrigou a Inglaterra a reconhecer a igualdade entre a frota britânica e a americana, quando toda a tradição inglesa se construiu sobre a supremacia indisputável da
frota inglesa. Como conseguiu isto? Flexionando seus músculos econômicos. Atou as mãos da Alemanha com o regime Dawes; forçou a Grã-Bretanha a pagar sua contribuição; obrigou a França a apressar sua volta a uma moeda estável,... para tornar possível tudo isto. O que significa tudo isto? Um novo e colossal
imposto sobre a Europa em benefício da América. A transferência de poder da Europa para a América continua. Ainda que o problema do mercado não seja a questão central, a Inglaterra repouso no mercado como numa questão de vida ou morte. No entanto, a Inglaterra não pode resolver o problema do mercado.
O desemprego é a úlcera que está minando a fisiologia da Inglaterra. Todos ospensadores políticos e economistas burgueses da Inglaterra estão totalmente saturados de pessimismo. Resumindo. Estou de acordo com a conclusão do camarada Varga de que não existem razões para supor que a Europa vai se estabilizar por um período prolongado. A situação econômica européia, apesar de
todas as suas melhoras, segue sendo terrivelmente crítica. Nos anos futuros suas contradições vão assumir um caráter profundamente mais agudo. Portanto, em relação com, digamos, a Inglaterra, o problema da revolução consiste, sobretudo, em se terá o tempo suficiente para que o partido comunista se forme, se
prepare e desenvolva laços estreitos com a classe operária antes de que chegue o momento, como sucedeu na Alemanha de 1923, quando a situação revolucionária se torna tão aguda que exige uma ofensiva decidida. Em minha opinião, isto se refere também a toda a Europa. Qualquer “perigo” não virá da consolidação de uma estabilização na Europa, do renascimento das forças econômicas capitalistas, sob
as quais a revolução seria postergada para um futuro distante. Não, o perigo é que a situação revolucionária possa progredir tão rapidamente e em forma tão aguda que os partidos comunistas não tenham tido tempo suficiente de se formar devidamente. Toda nossa atenção deve estar enfocada sobre esta questão. Assim é como toda a situação européia -em geral e de conjunto- se apresenta em meu ver.

25 de maio de 1925

NOTAS:
1. Publicado originalmente em Planovoe Khozyaistvo (A Economia Planificada), junho de 1925. In: TICKTIN, Hillel and COX, Michael
(ed.). The Ideas of Leon Trotsky. Porcupine Press: 1995, London, pp.343.
2. Charles Dawes (1865-1951) foi vice-presidente dos EUA, entre 1925 e 1929, e embaixador norte-americano em Londres, entre 1929
e 1932; além de Prêmio Nobel, em 1925. Elaborou o que se veio a conhecer como o “Plano Dawes”, que buscava resolver os
problemas das reparações alemãs e o fortalecimento do capitalismo na Europa. Este foi aprovado na Conferência de Londres, ao dia
16 de agosto de 1924. A Alemanha, então, recebeu um empréstimo de US$200 milhões e os seus pagamentos – em reparações – foram
fixados a taxas mais baixas.
3. O II Congresso da Internacional Comunista reuniu-se em julho e agosto de 1920.
4. O Programa de Erfurt foi aprovado em outubro de 1891 pelo partido social-democrata alemão. O programa estava dividido em
duas seções, a “máxima” e a “mínima”. O programa “máximo” expressava o objetivo final da tomada do poder por parte da classe
operária alemã, e a necessidade de uni-la ao socialismo internacional. O programa “mínimo” estava dirigido para as reivindicações
específicas que deveriam ser propostas em período pré-revolucionário (um sistema eleitoral democrático, igualdade de direitos para
a mulher, o direito de associação, os impostos progressivos, um serviço médico gratuito e assim sucessivamente).
5. Trotsky está se referindo aqui à seguinte passagem do Prefacio à primeira edição de O Capital: “O país que está mais
desenvolvido industrialmente mostra a imagem de seu próprio futuro aos menos desenvolvidos.” (MARK, Karl. Das Kapital.
Hamburgo: 1867, p.9).
6. O I Congresso da Internacional Comunista se reuniu em março de 1919.
7. O III Congresso da Internacional Comunista reuniu-se em junho e julho de 1921.
8. Ao dia 9 de janeiro de 1923 o Comitê de Reparações da Entente anunciou que a Alemanha não estava cumprindo com os termos de
seus pagamentos (de reparos). Dois dias depois soldados belgas e franceses começaram a ocupar o Ruhr, uma área rica em recursos
naturais e que continha grandes plantas industriais. Isto detonou uma crise política na Alemanha.