"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

terça-feira, 31 de maio de 2016

Golpe dado, imprensa golpista quer calar debates políticos

Lá vem a direita querendo dar aparência afetiva aos seus desmandos políticos.

A campanha midiática agora é para que sejamos cordiais, educados e pacientes. A Folha de Londrina estampou na capa da edição de domingo, 29-05, como matéria principal, sua preocupação com a intolerância. A chamada é “Discursos de ódio silenciam o mito da cordialidade”. Uma vez dado o golpe e com  a direita avançando sobre o poder de forma ilegítima, a imprensa golpista sai em campanha contra o debate e o embate políticos. Posicionamento político agora é discurso de ódio e intolerância. Agora. Antes do afastamento da presidente Dilma, não era.
É interessante notar que a campanha se inicia como repercussão ao grande impacto negativo causado pela presença de Alexandre Frota, um estuprador confesso, no Ministério Golpista da Educação para defender o projeto “Escola sem partido”, que não passa de uma lei da mordaça para perseguir professores e alunos que se posicionam politicamente e para cercear  as práticas pedagógicas ao sabor dos interesses da direita. A matéria no interior do jornal, que faz referência à intolerância política, retrata um episódio ocorrido em uma escola privada que levou a perda da bolsa de estudos de um aluno com a demissão de sua mãe, professora da escola. O fato foi uma clara perseguição política a uma mãe e profissional que questionou a prática da professora de seu filho de 7 anos por esta ter estimulado, em sala, ataques contra Dilma Roussef. Após ter sido questionada pela mãe, a docente permitiu que as crianças jogassem na cabeça do colega imagens da presidente em recortes de revistas. Não se trata de uma simples intolerância comportamental, já que o castigo recaiu contra os que sofreram os ataques, e a imprensa se aproveita do episódio para estimular o projeto de censura ao debate político nas escolas.
A  matéria também objetiva acalmar os nervos da classe média “Globotizada” que gritou Fora PT, com muito ódio de classe, e agora não sabe como explicar o governo de bandidos que ajudou a colocar no poder. Já tentaram de tudo. Primeiro disseram que a culpa era do PT, que fez alianças para governar. Ora, essa mesma classe média que jamais apoiaria uma candidatura do PT que tivesse aliança somente com os pobres, esteve calada enquanto se beneficiava na era Lula. Agora tentam convencer a todos que são apolíticos, que o debate político afeta as relações familiares e cordiais na sociedade, que, em nome de uma paz fingida, não se podem manifestar divergências de classes. Enquanto esses coxinhas iam às ruas chamar a presidente de “puta”, colocavam adesivos nos carros simulando um estupro contra ela, chamavam os beneficiários do bolsa-família de vagabundos, faziam piadas sobre a falta de um dedo na mão de Lula, nenhum jornal se preocupou com o discurso de ódio. Hipocrisia? Não, golpe mesmo.
A campanha agora é que não se discuta política, com aquele velho bordão “política, futebol e religião não se discutem”. Uma grande excrescência ideológica pois a política é a arte do debate, da discussão e da correlação de forças. Mas a imprensa corporativa tem seus métodos e o mais utilizado é colocar especialistas para tentar convencer os leitores da classe média, que se julgam “elites intelectuais” por lerem jornal, de que existe a possibilidade de viver com a consciência tranquila enquanto a maioria da população mundial é explorada e esmagada por políticos que eles apoiam. Basta fingir que não se interessam por política mesmo depois de terem apoiado um golpe de Estado histórico no país.
O golpe no Brasil tem sido ridicularizado na imprensa mundial pela sua escandalosa manipulação barata. Não é para menos. A imprensa nacional, corporativa e golpista, é uma aberração em termos de jornalismo. Nada é sério ou profissional, bem ao gosto dos leitores pretensamente intelectualizados, que, por sua vez, desprezam a sabedoria e a politização dos desfavorecidos que não estudaram e não leem jornais.
A Folha de Londrina aposta na superficialidade intelectual de seus leitores ao estampar o título “Discursos de ódio silenciam o mito da cordialidade”. Se é mito, nunca foi real. Mencionar esse “mito” neste momento é manter a grande distorção da análise do historiador Sérgio Buarque de Holanda, um dos mais importantes do Brasil e, inclusive, fundador do PT. A cordialidade na obra de Buarque refere-se ao agir com a emoção (córdio=coração). O homem cordial não é polido e bom, ele tem uma sociabilidade apenas aparente. Dá aparência afetiva aos seus desmandos políticos. Nada mais característico das marchas coxinhas do que a emoção aflorada sem reflexão, apenas pelo ódio. Parte da sociedade brasileira continua cordial, mas na política não há espaço para emoções. A chegada de Temer ao governo é só a primeira etapa do golpe em andamento.

sábado, 21 de maio de 2016

Coletivo Mobiliza Londrina

O Coletivo Mobiliza Londrina: formado por pessoas independentes, de pauta democrática, antifascista e anti-golpista, horizontal e suprapartidário!
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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Um gesto de coragem: Uma mulher afro-sueca enfrenta com punho levantado uma manifestação de neonazistas

A Suécia tem uma nova heroína. Seu nome é Tess Asplund, tem 42 anos e é negra. Sua imagem deu a volta ao mundo nestes dias graças a um simples e, por sua vez, enorme gesto: o protesto com o punho levantado ante uma marcha de 300 neonazistas violentos. Os fatos ocorreram no domingo, na localidade sueca de Borlange, onde os militantes fascistas do Movimento de Resistência Nórdico, de ideologia nazista, se manifestavam por conta do Primeiro de Maio, em uma marcha autorizada pelas autoridades.
Desde então, a imagem desta mulher parada com o punho levantado, cerrando o passo frente aos fascistas uniformizados com camisa branca e gravata verde viralizou nas redes sociais dos países escandinavos e para além deles. Para muitos, a fotografia já é um ícone na história moderna da Suécia, onde os movimentos de extrema direita e contra a imigração estão no auge há anos. E ante essa mostra de intolerância crescente, Asplund, armada apenas com a força de seu olhar, cara a cara com os três dirigentes nazistas que encabeçavam a marcha.
O eco que teve seu corajoso gesto surpreendeu a própria Asplund, ativista há 26 anos e membro da organização Dalarma contra o Racismo, que no domingo também organizou uma marcha em Borlange por conta do Dia Internacional do Trabalhador. “Eu me manifesto normalmente com o punho levantado. Não é novo para mim”, afirma. Recorda o momento em que topou de frente com os dirigentes nazistas. “Um deles me olhou e lhe devolvi o olhar. Ele não disse nada. Eu tampouco. Então, a polícia me levou, como era seu trabalho, claro”.
Sem medo
O Mo
vimento de Resistência Nórdico, registrado como partido político, é um grupo nazista violento cujo objetivo é estabelecer um “Governo nórdico nacional-socialista” em uma luta que talvez requeira um “banho de sangue”. Muitos de seus dirigentes são acusados de delitos violentos, porém Asplund diz “não ter medo”.
David Lagerlof é o fotógrafo que tomou a imagem. Em sua página no Facebook, escreveu: “Uma mulher se coloca na rua ante a organização nazista sueca mais violenta. Em um gesto simples, levanta seu punho. ‘O que estará pensando?’, me perguntei enquanto elevava minha câmera para tomar a fotografia”, recordou Lagerlof.
Splun sabe perfeitamente o que estava pensando nesse momento. “Essa manifestação nunca deveria ter sido autorizada. São nazistas”, recrimina as autoridades. “Reproduzem o ódio. Querem um país branco. Caso cheguem algum dia no governo, me expulsarão, expulsarão minha família”, disse ao diário ‘The Independent’.