"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Um gesto de coragem: Uma mulher afro-sueca enfrenta com punho levantado uma manifestação de neonazistas

A Suécia tem uma nova heroína. Seu nome é Tess Asplund, tem 42 anos e é negra. Sua imagem deu a volta ao mundo nestes dias graças a um simples e, por sua vez, enorme gesto: o protesto com o punho levantado ante uma marcha de 300 neonazistas violentos. Os fatos ocorreram no domingo, na localidade sueca de Borlange, onde os militantes fascistas do Movimento de Resistência Nórdico, de ideologia nazista, se manifestavam por conta do Primeiro de Maio, em uma marcha autorizada pelas autoridades.
Desde então, a imagem desta mulher parada com o punho levantado, cerrando o passo frente aos fascistas uniformizados com camisa branca e gravata verde viralizou nas redes sociais dos países escandinavos e para além deles. Para muitos, a fotografia já é um ícone na história moderna da Suécia, onde os movimentos de extrema direita e contra a imigração estão no auge há anos. E ante essa mostra de intolerância crescente, Asplund, armada apenas com a força de seu olhar, cara a cara com os três dirigentes nazistas que encabeçavam a marcha.
O eco que teve seu corajoso gesto surpreendeu a própria Asplund, ativista há 26 anos e membro da organização Dalarma contra o Racismo, que no domingo também organizou uma marcha em Borlange por conta do Dia Internacional do Trabalhador. “Eu me manifesto normalmente com o punho levantado. Não é novo para mim”, afirma. Recorda o momento em que topou de frente com os dirigentes nazistas. “Um deles me olhou e lhe devolvi o olhar. Ele não disse nada. Eu tampouco. Então, a polícia me levou, como era seu trabalho, claro”.
Sem medo
O Mo
vimento de Resistência Nórdico, registrado como partido político, é um grupo nazista violento cujo objetivo é estabelecer um “Governo nórdico nacional-socialista” em uma luta que talvez requeira um “banho de sangue”. Muitos de seus dirigentes são acusados de delitos violentos, porém Asplund diz “não ter medo”.
David Lagerlof é o fotógrafo que tomou a imagem. Em sua página no Facebook, escreveu: “Uma mulher se coloca na rua ante a organização nazista sueca mais violenta. Em um gesto simples, levanta seu punho. ‘O que estará pensando?’, me perguntei enquanto elevava minha câmera para tomar a fotografia”, recordou Lagerlof.
Splun sabe perfeitamente o que estava pensando nesse momento. “Essa manifestação nunca deveria ter sido autorizada. São nazistas”, recrimina as autoridades. “Reproduzem o ódio. Querem um país branco. Caso cheguem algum dia no governo, me expulsarão, expulsarão minha família”, disse ao diário ‘The Independent’.

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