"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

quinta-feira, 31 de março de 2011

Mini-ditador proíbe o PCO de fazer campanha contra o aumento da passagem e as enchentes


Há mais de um mês o Partido da Causa Operária (PCO) vem realizando uma importante atividade de agitação e propaganda na cidade de São Paulo. Diariamente, os militantes do partido montam uma banca na Praça do Patriarca, localizada na região central da cidade, e realizam uma campanha política, distribuindo boletins, colhendo assinaturas, e divulgando o jornal Causa Operária e outros materiais do partido aos trabalhadores que circulam pelo local.

Nas últimas semanas, a campanha realizada pelos militantes do PCO era contra o aumento da passagem e pelo “Fora Kassab”. A campanha denuncia todas as políticas do mini-ditador que colocaram a maior cidade do país em uma situação caótica, como pode ser visto nas enchentes do início do ano. Além disso, a atividade também servia como forma de convocar a população para os atos contra o aumento da passagem do ônibus que estão ocorrendo toda semana em São Paulo.

A atividade política realizada pelo PCO ganhou grande apoio da população, o que pode ser visto no grande número de jornais Causa Operária adquiridos pelos trabalhadores e estudantes, em manifestações de apoio das pessoas que passavam pelo local e nas quase dez mil assinaturas contra o aumento da passagem recolhidas nessas poucos dias de campanha.

Para impedir que a campanha do PCO progredisse e ganhasse uma adesão ainda maior dos milhares de trabalhadores que passam pela Praça do Patriarca todos os dias, o mini-ditador de São Paulo, Gilberto Kassab, decidiu reprimir a atividade política do partido.

Na tarde desta quarta-feira, 30 de março, por volta das 14 horas a prefeitura impediu de forma ilegal que a atividade política do PCO, um direito constitucional, tivesse prosseguimento. Três guarda civis metropolitanos (GCM), oito agentes da prefeitura e dois coordenadores da subprefeitura da Sé agiram de forma truculenta contra os militantes do partido que estavam no local, apreendendo boa parte dos materiais distribuídos à população e a estrutura usada na atividade, como um banner. Entre os materiais apreendidos estavam centenas de boletins que divulgavam a campanha pelo “Fora Kassab” e o ato contra o aumento da passagem ocorrido na noite de quarta-feira .

Os agentes da prefeitura e os policiais foram diretamente até a banca do PCO que era usada na atividade. O que não deixa dúvida que foi uma ação repressiva direcionada a por fim a uma atividade contra Kassab, pois não se tratava das fiscalizações contra camelôs que normalmente ocorrem naquela região. Foi uma típica medida ditatorial de um governo de direita contra a atividade política revolucionária de um partido operário.

A operação e a forma com que os guardas agiram contra as pessoas que realizavam a campanha foram retratadas por um dos militantes do PCO presentes no local, o estudante André Sarmento. “Os agentes da subprefeitura da Sé chegaram informando que tinham ordens superiores para realizar a apreensão do material. Não houve qualquer diálogo. Eu e outros companheiros tentamos explicar que aquilo era parte da atividade do PCO, e como tal era legal. Tentamos negociar e evitar que o banner fosse aprendido. Pedimos tempo para entrar em contato com o nosso departamento jurídico, mas eles não aceitaram.

“Empurraram um dos nossos militantes e começaram a desmontar o material à força, danificando o mesmo. Pedimos uma declaração sobre os motivos da apreensão, mas eles se negaram a apresentar qualquer documento. Nos deram apenas três lacres de identificação, um procedimento padrão na apreensão realizada por estes agentes e jogaram o material em um caminhão baú.

“Eles também disseram que estávamos proibidos de panfletar no local e que nossa atividade contrariava a Lei Cidade Limpa”, afirmou.

Kassab é ditadura

Proibir qualquer pessoa de distribuir panfletos e de divulgar suas idéias é um atentado contra as liberdades democráticas mais elementares. Reprimir um partido político, impedindo-o de distribuir boletins e de divulgar seu órgão de imprensa em um local público, como é o caso da atividade na Praça do Patriarca é completamente antidemocrático. Neste caso, o ex-político do DEM mostra que é um típico herdeiro da ditadura militar.

Essa atitude de Kassab é mais uma tentativa de aumentar a repressão e fazer os órgãos de repressão perseguirem e prenderem qualquer opositor dos ditadores que comandam o governo.

Outro fato relevante é que um dos pretextos para ação, conforme relatou um dos guardas municipais aos militantes do PCO, era a Lei Cidade Limpa. Em primeiro lugar, a ação é completamente ilegal e contraria a Constituição que prevê a liberdade de expressão e de divulgação de idéias. A utilização da Lei Cidade Limpa para reprimir uma atividade política de uma organização operária prova o que estamos falando dela desde que foi aprovada, no final de 2006: trata-se de um pretexto para reprimir. A defesa de uma cidade mais bonita, além de uma idéia absurda, não passa de uma forma de convencer uma parcela conservadora da pequena burguesia a ser conivente com essa política repressiva.

Diante desta agressão política, o Partido da Causa Operária tomará todas as medidas legais contra a prefeitura, a Guarda Civil Metropolitana e todos os órgãos responsáveis, entrando com um processo por violação de direitos constitucionais contra eles.

Além de todas as medidas legais cabíveis, o PCO ampliará sua campanha de denúncias contra as medidas ditatoriais de Gilberto Kassab à frente da prefeitura de São Paulo. A campanha pelo “Fora Kassab” é um dos meios de levar esta luta adiante.

Chamamos toda a população e as organizações operárias e democráticas a repudiarem este ataque ao PCO e a se incorporarem nesta luta contra o mini-ditador que governa a cidade de São Paulo.


Professores completam três semanas de greve em Honduras

A greve dos professores de Honduras contra uma lei de descentralização educativa e por mais duas reivindicações completou nesta quarta-feira (30) três semanas. Os grevistas realizaram novos protestos na capital Tegucigalpa e em outras localidades.

terça-feira, 29 de março de 2011

Líbia - Qual o destino da guerra civil?



Na segunda-feira, as forças revolucionárias líbias afirmaram ter tomado Sirte, cidade natal de Muamar Kadafi e importante centro político regional que, além de sediar os eventos e acordos comerciais do regime com o imperialismo, possui também grandes depósitos de armas.

A cidade é tida como um dos principais redutos tribais do País, situada a cerca de 450 quilômetros ao leste de Trípoli.

A agência estatal líbia “Jana” informou que a invasão foi precedida de intenso bombardeio, que facilitou o avanço dos milicianos.

Enquanto as bombas lançadas pelo imperialismo sobre o país ainda matam civis e danificam instalações estratégicas do regime de Kadafi, os governos que estão à frente da coalizão discutem os próximos passos da “estabilização”.

Uma reunião marcada para esta terça-feira, dia 29, pretende discutir o “futuro pós-Kadafi” da Líbia, de acordo com uma nota publicada pelo governo norte-americano.

“Acreditamos que seja muito importante definir um objetivo, uma visão de futuro”, declarou o conselheiro de Segurança Nacional do presidente Barack Obama, Denis McDough. O representante do governo norte-americano completou, “não vamos liderar a reunião, que será dirigida pelo Reino Unido, mas esperamos que se definam o objetivo politico final e que aqueles líbios podem esperar”.

O fim da primeira etapa das operações militares - dos bombardeios em larga escala - e a entrega do comando das operações à OTAN no final da última semana, marcam a transição que o imperialismo espera conseguir conduzir no próximo período.

Com todas as opções na mesa, os representantes dos governos imperialistas à frente da invasão da Líbia não descartaram ainda a possibilidade de realizar um acordo com Kadafi, promover uma reorganização do regime mantendo-o à frente do país e forçando uma política de “coabitação” com a oposição de Bengazi.

A partilha da Líbia, um desdobramento possível da intervenção militar capitaneada pelo imperialismo norte-americano, representa uma ameaça ainda maior para a revolução do que para o próprio regime de Kadafi.

domingo, 27 de março de 2011

Operários de novas obras do PAC ameaçam entrar em greve

Assim como ocorreu nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimentos) da hidrelétrica de Jirau e de Santo Antônio nas semanas anteriores, os trabalhadores da Transnordestina e da transposição do rio São Francisco podem entrar em greve nesta semana. Eles reivindicam aumento de 20%, elevação no valor da hora-extra de 60% para 80%, pagamento de adicionais de periculosidade e de insalubridade e folga de campo a cada 90 dias para os que atuem longe de casa.

Foi enviada uma pauta de reivindicações no dia 28 do mês passado e até agora não houve resposta das construtoras responsáveis pelas obras.

Outro problema levantado pelos trabalhadores é a isonomia salarial entre as diversas regiões do Norte e Nordeste. Os trabalhadores recebem salários diferentes para a mesma função em regiões diferentes.

Foi dado o prazo até a próxima semana para que seja dada uma resposta senão os trabalhadores podem entrar em greve

O exemplo foi dado pelos trabalhadores de outras obras do PAC como a hidrelétrica de Jirau e a usina Santo Antônio, em Rondônia, a usina São Domingos, no Mato Grosso do Sul, a petroquímica de Suape e a refinaria Abreu e Lima (controladas pela Petrobrás), em Pernambuco, que paralisaram, muitas inclusive, manifestações violentas contra o descaso e os maus tratos das construtoras. Ainda ameaçam parar as atividades os operários das obras do “Minha Casa, Minha Vida”, no Maranhão.

Estima-se, que, em todas as obras do PAC, cerca de 80 mil trabalhadores estejam em greve.

A reivindicação de todas as greves e revoltas são muito parecidas: atrasos nos pagamentos das empresas terceirizadas, maus tratos e não pagamento de horas-extras.

Jirau

Na hidrelétrica de Jirau, os cerca de 30.000 operários queimaram carros, alojamentos e ônibus em retaliação contra as péssimas condições de trabalho na usina. Já houve denúncias de trabalho escravo e em dois anos, já foram cerca de 330 autos de infração, além de mortes no local de trabalho não apuradas.

Santo Antônio

Com medo de que acontecesse o mesmo que em Jirau, a construtora responsável pela obra da usina Santo Antônio deu vários dias de folga para os seus cerca de 15 mil trabalhadores. No ano anterior, nesta usina, os trabalhadores descontentes queimaram vários veículos, assim como em Jirau neste mês.

Usina de São Domingos

Depois das manifestações de Jirau e Santo Antônio, os trabalhadores desta usina, situada no limite dos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, se revoltaram e incendiaram os seis pavilhões usados como alojamento, o centro ecumênico, o refeitório, a guarita e uma sala de informática.

O responsável pelo que está acontecendo com os operários nas obras do PAC, as principais obras do governo do PT, é o próprio governo federal. O governo contrata empresas financiadas por programas do próprio governo para que estas explorem os trabalhadores de uma maneira totalmente desumana, pois existem até denúncias de trabalho escravo nestas obras e agressão de chefes aos operários.

Muitas das empresas terceirizam os serviços, contratando empreiteiras menores conhecidas por não pagarem seus funcionários e por utilizarem trabalho escravo.

Estas obras e a exploração dos trabalhadores tendem a aumentar, pois com as construções que envolvem a Copa do Mundo e a Olimpíada de 2016, estima-se que as obras do PAC abarquem cerca de um milhão de trabalhadores.


quarta-feira, 23 de março de 2011

Aumento do petróleo afeta indústrias e pode fazer preços dispararem


Nos primeiros meses de 2011 houve um aumento generalizado de preços que está produzindo um aumento de custo para a produção nas indústrias brasileiras. Este aumento deve-se à elevação dos preços das commodites tanto agrícolas como minerais que tiveram um reajuste de 20% em média nos últimos meses.

Este efeito está sendo provocado principalmente pela crise do petróleo decorrente dos países árabes, pois com o aumento do combustível, conseqüentemente seus derivados.

Entre os setores mais afetados por esta alta nos custos estão os fabricantes de eletrodomésticos, veículos, eletroportáteis e máquinas. Outro fator que interfere no repasse destes custos pelas empresas brasileiras é o preço baixo dos produtos importados que tanto no mercado nacional como internacional competem com os produtos brasileiros. Um exemplo pode ser dado pelos produtos chineses que são vendidos no mercado exterior e mesmo no mercado brasileiro a preços baixíssimos.

Segundo um empresário da indústria de resinas plástica, "desde 2008, antes da crise, não tínhamos tantos aumentos de custos simultaneamente" (O Estado de S. Paulo, 21/3/2011). Somente o setor de resinas plásticas teve aumento de 20%, somente em março.

Outras matérias-primas que tiveram aumentos foram o cobre que tem aumento acumulado de 25% nos últimos cinco meses. O alumínio e o aço tiveram seus preços reajustados em 10%.

A nafta (base para a produção de plástico para as indústrias plásticas e petroquímicas), por exemplo, deve ter um aumento de pelo menos 6% no próximo mês. Atualmente a tonelada desta matéria-prima custa 750 dólares, mas há estimativas de que pode chegar a 900 dólares.

Um dos fatores que fazem os custos se elevarem rapidamente é o fato de que as matérias-primas estão concentradas em poucos fabricantes criando um verdadeiro cartel que controla os reajustes.. O setor de materiais plásticos e derivados do petróleo estão sendo afetados pelo aumento do combustível causado pelo agravamento da crise na Líbia e em todo o mundo árabe.

Com os preços das matérias-primas em alta, os principais ramos da indústria brasileira serão afetados, como as siderúrgicas, a indústria automobilística e demais que dependem do aço, alumínio e etc.
Este cenário para a política brasileira é desastroso. É o caminho para o aumento da inflação e diretamente o ataque às condições de vida da população trabalhadora e pobre brasileira.

Inflação e estagnação da indústria

O efeito provocado pela elevação dos custos das matérias-primas, principalmente dos derivados do petróleo, já está produzindo um efeito nocivo para a indústria brasileira. As fábricas estão cortando os custos para não ter que repassar os preços e entre os cortes estão demissões e aumento das compras de matérias-primas no exterior ao invés do mercado interno. Desta forma está se produzindo uma paralisação gradativa da produção brasileira o que vai levar a estagnação ainda maior da indústria no Brasil.

Este efeito já está em andamento, tanto que no ano passado as empresas compraram 40,4% a mais de insumos para a produção do mercado externo. E ao mesmo tempo a produção na indústria brasileira cresceu apenas 11,4%.

Os repasses destes aumentos dos preços ao consumidor ainda não foram feitos, mas é uma questão de tempo, pois as empresas não terão como baixar tanto os custos como pretendem. Desta forma o ônus da crise vai ficar com os trabalhadores na forma de uma alta da inflação sobre o consumo.


terça-feira, 22 de março de 2011

Portugal à beira da falência

O governo “socialista” português esgotou as tentativas de sair de sua crise econômica. Mesmo com os planos de “austeridade”, que levaram milhares ao desemprego e promoveram uma baixa de salários em todo o funcionalismo público, o governo não conseguiu conter o aprofundamento da crise.
O governo de Sócrates pretende solicitar ajuda financeira externa, tanto para o FMI como para a União Européia (UE) e aplicar mais um plano de austeridade. A liquidação do país já está em curso.

O governo de Sócrates em Portugal confirma novas medidas de austeridade

O governo português enviou carta a Bruxelas (Sede da Comunidade Econômica Europeia) expondo as novas políticas de austeridade através do chamado Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) IV.

Essas medidas incluem o recuo no compromisso de aumentar o salário mínimo para 500 euros, conforme tinha sido acordado desde 2006, e que agora “dependerá da situação econômica”; a diminuição dos subsídios para o desemprego (que, anteriormente, aumentavam conforme a idade e a carreira do beneficiário); o relaxamento das compensações em caso de demissão; o aumento da flexibilidade laboral e a diminuição de direitos trabalhistas em relação às horas extras, duração da jornada de trabalho e o trabalho aos finais de semana.

Além disso, o novo pacote de “austeridade” deve conter também um aumento de impostos e novos cortes para as pensões acima de 1.500 euros. Sócrates pretende impor também novos limites para deduções no imposto de renda para pessoas físicas e jurídicas e aumentar o IVA (Imposto ao Valor Agregado), que no caso dos alimentos passará de 13% para 23%, e dos produtos taxados em 6% passará para 13%.

300 mil nas ruas

A subordinação do governo do Partido Socialista às exigências da cúpula da União Europeia gerou a maior onda de manifestações desde a Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974.

Em 14 de março, aconteceu mais uma manifestação da chamada “Geração à Rasca”, inicialmente convocada por jovens, mas que teve a adesão de cerca de trezentas mil pessoas, inclusive muitos idosos, somente em Lisboa.
Os manifestantes carregaram faixas com palavras de ordem pedindo uma mudança de política para reverter o aumento do desemprego, as precárias condições de trabalho e a queda acentuada nos padrões de vida do povo português.

Em 15 de março, a greve dos metroviários em Lisboa paralisou o serviço durante a manhã. Também neste mês aconteceu a maior greve dos professores em Portugal pelo pagamento de horas extras, pois elas passaram a ser contadas a partir da 35 horas, sendo que segundo o artigo 77 do Estatuto de Carreira Docente deveriam ser contadas a partir de 22 ou 25 horas.

No mesmo caminho do colapso econômico e fiscal português está outro país com um potencial de crise muitas vezes maior: a Espanha. Ambos os países apresentam um quadro semelhante, combinando elementos “explosivos” em uma crise política: a recessão, o desemprego e a tentativa dos governos de fazer a população pagar pelos estragos causados por banqueiros e empresários que levaram as economias nacionais à bancarrota. O iminente colapso econômico na península Ibérica pode desencadear uma nova onda de crise e choque nos bancos e governos dos demais países-membros da União Europeia, bem como a reação da classe operária dos países afundados na crise criada pelo imperialismo mundial.


segunda-feira, 21 de março de 2011

Um plano para explorar ainda mais o Brasil


O “acordo” de Obama

Durante os dias que antecederam a visita de Barack Obama ao Brasil, a imprensa capitalista fez uma ampla campanha a favor da política externa norte-americana em relação ao Brasil. O mesmo elogio foi feito à política externa de Dilma. A apreciação dos porta-vozes da burguesia brasileira em relação à nova presidenta se deve ao fato de que em pouco mais de dois meses de mandato, Dilma demonstrou ter uma política ainda mais pró-imperialista do que Lula.

Um dos principais objetivos da visita de Barack Obama era promover uma abertura maior mercado brasileiro para os capitalistas norte-americanos. Com a ajuda do governo Dilma Rousseff, o imperialismo teve grande êxito. O encontro entre os dois presidentes definiu uma série de tratados que facilitam a compra de produtos norte-americanos pelos consumidores brasileiros.

No entanto, as imposições dos Estados Unidos não pararam por aí. Outro acordo prevê que empresas norte-americanas participarão das principais obras para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Tanto em um evento esportivo como no outro, serão gastos bilhões do orçamento público para favorecer os capitalistas. Uma participação decisiva de capitalistas norte-americanos nestas obras significa que bilhões do orçamento brasileiro serão transferidos para os grandes monopólios do país mais rico do mundo.

Há poucos dias, Dilma já havia nomeado Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, como presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO). Na ocasião denunciamos isso tinha como objetivo colocar as obras destes eventos nas mãos dos banqueiros. A nomeação de um homem de confiança do sistema financeiro internacional para coordenar as obras das Olimpíadas era a preparação para entregar bilhões nas mãos do imperialismo.

Outro tema tratado na visita de Obama foi uma possível compra de caças F-18 da empresa Boeing pelo exército brasileiro. A compra desses caças prevê uma cooperação militar do Brasil com os EUA e tem a desvantagem de não existir a transferência de tecnologia, o que aprofunda a dominação sofrida pelo país.

Um dos argumentos usados pelo governo e a direita para defenderem os planos de Obama era que o governo dos Estados Unidos se dispunha a estabelecer uma nova relação com o Brasil, o que era chamado cinicamente de uma “relação entre iguais”. Na verdade, os acordos firmados apenas aprofundam a desigualdade e a dominação que existe entre esses dois países. Por estes e outros motivos é preciso denunciar os planos do imperialismo norte-americano para explorar ainda mais o Brasil. Da mesma forma, é preciso denunciar a submissão do governo do PT em relação ao imperialismo.


sábado, 19 de março de 2011

Todos às manifestações contra Obama

O presidente dos Estados Unidos irá desembarcar neste final de semana no Brasil. Na manhã do dia 18 de março, ele chega pela manhã em Brasília. Uma hora depois, se reunirá com Dilma Rousseff. Obama possui uma série de compromissos na cidade durante o dia, como um encontro com empresários norte-americanos e brasileiros para discutir acordos bilaterais entre os dois países. No dia seguinte, Obama irá ao Rio de Janeiro onde visitará alguns morros, fará um discurso à população brasileira, além de outros compromissos.

O principal objetivo de Obama é realizar um acordo com o governo brasileiro para favorecer os grandes monopólios norte-americanos. Além dos inúmeros acordos bilaterais, há também um acordo que prevê uma participação maior dos capitalistas norte-americanos na exploração de uma das maiores riquezas do Brasil, a, recém descoberta, camada pré-sal. Neste sentido, a visita de Obama, ao contrário do que tenta fazer crer a imprensa e o governo, tem um caráter de aprofundar as relações que fazem do Brasil uma semi-colônia norte-americana.

Por isso, pelas duas cidades brasileiras em que Obama irá passar haverá protestos contra sua presença. Os atos têm como objetivo denunciar estes acordos e as implicações da política imperialista para a classe operária brasileira.

No dia 19, sábado, o protesto será em Brasília. Ele começará às 9 horas na Praça dos Três Poderes; no dia 20, domingo, o protesto será no Rio de Janeiro e começará às 10 horas, no Largo do Machado.

Os protestos devem se dirigir contra a presença de Obama e a política do governo Dilma de aplicar os planos pró-imperialistas no Brasil. É preciso denunciar estes acordos realizados entre os dois governos e lutar contra a política de rapina do imperialismo que quer explorar ainda mais o pré-sal. Esse é o principal objetivo de Obama nesta primeira visita ao Brasil.


O petróleo é nosso! Fora Yankkes!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Trabalhadores do Frigorífico Minerva entram em greve

Nos últimos anos os frigoríficos no Brasil vêm recebendo rios de dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Entre 2008 e 2010, ele investiu cerca de R$ 10 bilhões em grandes frigoríficos, como JBS, Bertin (que se fundiram) e Marfrig.

Enquanto são distribuídos rios de dinheiro aos capitalistas, os trabalhadores estão cada vez mais na miséria.

Nessa situação, os trabalhadores de um dos maiores frigoríficos do país, o frigorífico Minerva, da unidade localizada em Batayporã, entraram em greve por tempo indeterminado.

O frigorífico Minerva está sediado na cidade de Barretos e é composto por sete complexos industriais e possui mais de sete mil empregados.

Os cerca de 780 trabalhadores da unidade decidiram em assembléia a greve e todas as atividades do frigorífico estão paralisadas.

Os trabalhadores reivindicam aumento salarial e de benefícios, pois a empresa oferece uma miséria aos trabalhadores.

A categoria rejeitou oferta da empresa de um piso de R$ 585 e cesta básica de R$ 89. Uma proposta muito rebaixada quando vemos o dinheiro recebido pelos empresários do governo.

A categoria reivindica um piso salarial de R$ 646 e uma cesta de alimentos avaliada em R$ 150, mas aceitaria uma de, pelo menos, R$ 100.

Os trabalhadores não devem aceitar uma proposta miserável, devem lutar até o fim por suas reivindicações.


segunda-feira, 14 de março de 2011

Documento revela articulação pró-imperialista do PSDB e da Folha de S. Paulo


Há poucos dias atrás, o site Wikileaks revelou um telegrama de Arturo Valenzuela, subsecretário do governo-norte-americano para assuntos do Hemisfério Norte, onde ele relatava conversas que teve com José Serra. Segundo relatos de Valenzuela, Serra se comprometeu a ter uma política externa alinhada com o imperialismo caso ganhasse a eleição presidencial. O encontro entre Serra e Valenzuela ocorreu no final de 2009 em São Paulo.

Mais recentemente, outro telegrama do subsecretário enviado a embaixada norte-americana tornou-se público. Novamente o tema era a política externa dos EUA. Desta vez, além do PSDB, o jornal Folha de S. Paulo também está envolvido.

Em reunião promovida por Valenzuela, estiveram presentes uma série de pessoas ligadas ao PSDB e oombudsman do jornal Folha de S. Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva. O PSDB estava representado por figuras como Celso Lafer e José Goldemberg, dois ex-ministros do governo Fernando Henrique Cardoso. Também estava na reunião o cientista político Bolivar Lamounier.

O principal tema da conversa foi a política externa de Lula, que na época se aproximou do governo iraniano de Mahmoud Ahmadinejad. A posição do governo provocou, ainda que de forma limitada, um atrito entre a política externa brasileira e o imperialismo. Na época, o Brasil se opôs a chantagem do governo Obama e as sanções contra o Irã defendidas pelos Estados Unidos e outros países por causa do programa nuclear do país muçulmano.

Conforme relata Valenzuela em seu telegrama datado de 29 de dezembro, todos os presentes, sem exceção, se posicionaram contra a política externa do governo brasileiro e defenderam que o correto seria uma postura de alinhamento com Obama. Vale destacar, que um dos participantes, José Goldemberg, foi um dos principais críticos da defesa brasileira do governo de Teerã.

Esta reunião ocorreu apenas alguns dias depois de Hillary Clinton dar um ultimato ao Brasil e a todos os países latino-americanos sobre as conseqüências do apoio a Ahmadinejad.

Manipulação da imprensa e a campanha da direita

A importância do documento está em que ele revela como são articuladas as campanhas em defesa do imperialismo. Políticos, especialista em determinados assuntos e a imprensa agem de acordo com as ordens e interesses da Casa Branca. Bastou o governo brasileiro adotar uma postura que não estava completamente alinhada ao governo dos EUA para que fosse feita toda uma articulação contrária.

Este é o sentido destas reuniões extra-oficiais de Valenzuela com diversos membros da oposição e da imprensa brasileira. Foi esta mesma articulação que apoiou abertamente a campanha de José Serra à presidência em 2010, com destaque para a cooperação do jornal Folha de São Paulo ao candidato tucano.

Da mesma forma, a Folha de S. Paulo foi um dos principais porta-vozes de Serra e do PSDB na campanha que estes fizeram contra o Irã e a favor das sanções imperialistas. Um exemplo foi uma matéria intitulada “Serra chama Ahmadinejad de ditador e o compara a Hitler e Stálin”. Nela, podemos ler o seguinte: “O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, classificou como "ditador" o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, durante entrevista coletiva após sabatina com empresários na CNI (Confederação Nacional da Indústria).

“Para o tucano, o iraniano faz parte do "grupo de ditadores da década de 30, como Hitler e Stalin” “(Folha.com 25/5/2010).

Em outra oportunidade, Serra aparece atacando as posições do governo brasileiro em relação ao Irã. A matéria que tem o título “Serra afirma que “troglodita de direita” é quem apóia o presidente do Irã, podemos ler: "Acho troglodita de direita quem apoia [Mahmoud] Ahmadinejad [presidente do Irã], um sistema que mata mulheres, uma ditadura que prende jornalistas, enforca opositores", disse o tucano, em sabatina no R7” (Folha.com, 29/7/2010).

Neste momento, Dilma Rousseff procura uma reaproximação do governo com as posições do imperialismo e já dá sinais evidentes que vai se alinhar com Obama nas tentativas dele de submeter o Irã a sua política. Assim como aconteceu com o PSDB, a nova posição do governo também é fruto da sua subserviência ao imperialismo. Na última segunda-feira, dia 8 de março, o governo brasileiro prestou uma homenagem a uma dissidente do regime iraniano, a opositora ligada ao imperialismo, Shirin Ebadi. A homenagem é uma demonstração clara de que o governo tende a apoiar as chantagens contra o programa nuclear iraniano.

É preciso denunciar e divulgar todos estes documentos que estão se tornando públicos por causa do siteWikileaks. A importância deles é, entre outras coisas, revelar como são promovidas as propagandas em defesa do imperialismo, além dos interesses que existem por detrás de cada medida promovida pelo governo dos EUA e os que se submetem a sua política.


quinta-feira, 3 de março de 2011

Revolução árabe influencia reivindicações na China

Inspirados pela revolução árabe, muitos chineses convocaram mobilizações em mais de 25 cidades e nas zonas centrais de Pequim e Xangai. A polícia chinesa compareceu em massa aos locais propostos para evitar qualquer tipo da manifestação.

As manifestações se deram contra o aumento dos preços dos alimentos gerado principalmente pela alta de inflação e a diferenças sociais entre trabalhadores e os novos ricos do país.

Alguns manifestantes compareceram ao chamado, mas foram muito poucos, se comparados ao número de policiais em prontidão. Manifestantes com câmeras filmadoras e fotográficas tiveram seus equipamentos aprendidos.

A tensão maior ficou por conta da polícia e dos jornalistas estrangeiros. Muitos deles tiveram seus equipamentos confiscados e alguns acabaram presos como jornalistas e fotógrafos das agências de notícias ZDF, BBC, Associated Press e da rede de televisão alemã ARD.

A polícia reagiu a qualquer tentativa de manifestação rapidamente por ordem do governo. “Um jornal oficial de Pequim reconheceu que o país tem muitos problemas, mas não os quer resolver através de uma revolução.” (Euronews, 27/2/2011)

As tentativas de manifestação na China são o princípio da crise que atravessa o país desde o final de 2009. Ano passado muitas greves eclodiram no país, mas foram rapidamente controladas com um aumento de salários. O governo cedeu a algumas exigências do movimento operário do país para evitar um agravamento dos conflitos violentos.

Impulsionado pela crise capitalista mundial, o movimento operário chinês pouco a pouco vai dando mostras de que está entrando em atividade. A revolução árabe deu um novo impulso às reivindicações por aumento de salários e contra a política de fome imposta pelo governo.