"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

domingo, 27 de março de 2011

Operários de novas obras do PAC ameaçam entrar em greve

Assim como ocorreu nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimentos) da hidrelétrica de Jirau e de Santo Antônio nas semanas anteriores, os trabalhadores da Transnordestina e da transposição do rio São Francisco podem entrar em greve nesta semana. Eles reivindicam aumento de 20%, elevação no valor da hora-extra de 60% para 80%, pagamento de adicionais de periculosidade e de insalubridade e folga de campo a cada 90 dias para os que atuem longe de casa.

Foi enviada uma pauta de reivindicações no dia 28 do mês passado e até agora não houve resposta das construtoras responsáveis pelas obras.

Outro problema levantado pelos trabalhadores é a isonomia salarial entre as diversas regiões do Norte e Nordeste. Os trabalhadores recebem salários diferentes para a mesma função em regiões diferentes.

Foi dado o prazo até a próxima semana para que seja dada uma resposta senão os trabalhadores podem entrar em greve

O exemplo foi dado pelos trabalhadores de outras obras do PAC como a hidrelétrica de Jirau e a usina Santo Antônio, em Rondônia, a usina São Domingos, no Mato Grosso do Sul, a petroquímica de Suape e a refinaria Abreu e Lima (controladas pela Petrobrás), em Pernambuco, que paralisaram, muitas inclusive, manifestações violentas contra o descaso e os maus tratos das construtoras. Ainda ameaçam parar as atividades os operários das obras do “Minha Casa, Minha Vida”, no Maranhão.

Estima-se, que, em todas as obras do PAC, cerca de 80 mil trabalhadores estejam em greve.

A reivindicação de todas as greves e revoltas são muito parecidas: atrasos nos pagamentos das empresas terceirizadas, maus tratos e não pagamento de horas-extras.

Jirau

Na hidrelétrica de Jirau, os cerca de 30.000 operários queimaram carros, alojamentos e ônibus em retaliação contra as péssimas condições de trabalho na usina. Já houve denúncias de trabalho escravo e em dois anos, já foram cerca de 330 autos de infração, além de mortes no local de trabalho não apuradas.

Santo Antônio

Com medo de que acontecesse o mesmo que em Jirau, a construtora responsável pela obra da usina Santo Antônio deu vários dias de folga para os seus cerca de 15 mil trabalhadores. No ano anterior, nesta usina, os trabalhadores descontentes queimaram vários veículos, assim como em Jirau neste mês.

Usina de São Domingos

Depois das manifestações de Jirau e Santo Antônio, os trabalhadores desta usina, situada no limite dos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, se revoltaram e incendiaram os seis pavilhões usados como alojamento, o centro ecumênico, o refeitório, a guarita e uma sala de informática.

O responsável pelo que está acontecendo com os operários nas obras do PAC, as principais obras do governo do PT, é o próprio governo federal. O governo contrata empresas financiadas por programas do próprio governo para que estas explorem os trabalhadores de uma maneira totalmente desumana, pois existem até denúncias de trabalho escravo nestas obras e agressão de chefes aos operários.

Muitas das empresas terceirizam os serviços, contratando empreiteiras menores conhecidas por não pagarem seus funcionários e por utilizarem trabalho escravo.

Estas obras e a exploração dos trabalhadores tendem a aumentar, pois com as construções que envolvem a Copa do Mundo e a Olimpíada de 2016, estima-se que as obras do PAC abarquem cerca de um milhão de trabalhadores.


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