"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

domingo, 28 de junho de 2009

Quando o PT começou a reprimir os trabalhadores


Em março de 1991, o Causa Operária acompanhou todo o processo que se iniciou com a greve dos condutores em São Paulo que expôs e manifestou claramente a verdadeira política antioperária do PT que sob o comando de Luíza Erundina, então prefeita de São Paulo pelo partido, reprimiu os trabalhadores em greve, contratou fura-greves e deu início a um processo amplo de repressão contra os trabalhadores que perdura até hoje, contribuindo decisivamente para consolidar a implmentação da lei antigreve


No dia 20 de março de 1991, os trabalhadores de transporte coletivo da cidade de São Paulo decidiram em assembléia geral entrar em greve pela reposição salarial de 50,57% e pelo pagamento do acordo coletivo realizado um ano antes e que não havia sido cumprido.
Esta foi uma das maiores, se não a maior greve de condutores da história de São Paulo. Em poucos dias de greve, a paralisação era de quase 100% da categoria e afetou mais de sete milhões de paulistanos provando ser realmente uma greve forte e combativa.
A prefeitura de São Paulo na época era do PT e estava sob o comando de Luíza Erundina que não atendeu nenhuma reivindicação dos trabalhadores e partiu para cima do movimento reprimindo a greve com a Justiça, ameaças de demissões, fura-greves etc.

Reprimindo os trabalhadores

A greve de condutores naquele ano foi crucial para que o PT iniciasse uma onda repressiva contra todo o movimento operário. Foi a partir desta greve que dezenas de outras greves foram reprimidas em todo o País.
Assim que a greve teve início, a prefeita Erundina não quis negociar de forma alguma com os condutores e deixou para a Justiça burguesa julgar a legitimidade da greve. O ataque aos trabalhadores foi feito por meio de dois julgamentos que ficaram a cargo do TRT (Tribunal Regional do Trabalho). No primeiro deles, a justiça burguesa obrigou que cerca de 30% de toda a categoria voltasse ao trabalho. Uma aberração para o movimento operário, pois não faz sentido algum fazer uma greve onde a produção e os serviços continuam funcionando. Mas os trabalhadores passaram completamente por cima da decisão judicial e continuaram a greve ignorando a medida repressiva da justiça. Não satisfeitos, prefeitura e TRT atacaram novamente a greve dos condutores com outro julgamento. Neste, a greve foi considerada abusiva, pois atingia um setor essencial para a população. Um absurdo visto que mediante este argumento, qual seria a greve que não atinge um setor essencial? A justiça ainda exigiu que todos os dias parados fossem descontados.
A prefeitura de São Paulo foi além da medida judicial. A própria prefeita, chegou a declarar que iria demitir os trabalhadores em greve e que iria contratar trabalhadores concursados que iriam atuar como fura-greves para impedir a greve dos condutores.

É este o governo do PT?

Na edição do Causa Operária, nº 123, Ano XXII de 29 de março a 4 de abril de 1991, estava estampada na capa a seguinte manchete “Erundina contra os condutores – É este o governo do PT?”, onde foi denunciado a traição do governo petista. Depois do ataque da Justiça, a prefeita foi em rede de televisão fazer um pronunciamento para que a greve fosse liquidada de uma vez.
Nesta declaração, Erundina disse que iria contratar trabalhadores concursados para substituírem os trabalhadores em greve e que estes seriam demitidos, “(...) Nós não vamos tolerar que esse serviço continue paralisado. Vamos contratar novos trabalhadores e para isso convido aqueles que já fizeram concurso na CMTC e os que quiserem se inscrever para uma vaga na CMTC, que compareçam à sede da empresa. A partir de amanhã, estaremos fazendo a substituição daqueles trabalhadores que insistam em não voltar ao trabalho (...)” (pronunciamento realizado em 25/3/1991).
A prefeita foi capaz de anunciar publicamente que contrataria fura-greves para acabar com o movimento grevista e os trabalhadores em greve seriam demitidos por justa causa por estarem participando da greve que foi decretada como ilegal e abusiva. Em poucos dias, a prefeitura iniciou a seleção dos novos condutores e a direção pelega do sindicato, em acordo com a prefeitura, acabou com a greve sem sequer negociar nenhum benefício para a categoria dos condutores.
Argumentos para o fim do direito de greve
Com esta política que acabou com a greve dos condutores de São Paulo, o PT abriu caminho para uma ofensiva em nível nacional para atacar dezenas de greves e categorias fazendo com que a burguesia durante toda a década de 1990 deixasse o movimento operário completamente refém dos ataques contra os seus direitos.
O ataque do PT à greve dos condutores não ocorreu somente com as medidas judiciais e até de violência que foram implantadas contra os trabalhadores em greve, mas também com argumentos elaborados especialmente para acabar com a greve.
Vale lembrar que naquela época Erundina era assessorada na prefeitura pela “grande filósofa” do PT, Marilena Chauí que elaborou toda uma tese para dar argumentos para que a greve fosse atacada por todos os flancos. Chauí argumentou dizendo que a greve feria o direito do consumidor de ônibus e dessa forma se tornava automaticamente uma greve “antidemocrática” e “anti-social”, pois os 100 mil condutores em greve seriam uma minoria diante dos mais de sete milhões de usuários de ônibus. Uma tese digna dos Três Patetas”, pois onde é que uma greve não vai prejudicar o serviço ou a produção ou mesmo qual categoria é maior que o número de consumidores para que a greve não seja abusiva ou antidemocrática. Com esta filosofia dos direitos, acabaria o direito de greve ou qualquer direito que se oponha um outro direito da maioria mesmo que seja insignificante ou sem importância alguma.
Bastou que essa tese de jardim de infância fosse proferida pela renomada filósofa petista para que se tornasse o argumento preferido de toda a direita nacional, do PSDB ao PFL, de todos os tribunais da burguesia para atacar praticamente todas as greves do setor público que ocorreram na década de 1990 e ainda hoje fossem consideradas ilegais, abusivas etc.
O PT deu o aval e cobertura para que o PSDB e toda a corja direitista do País implementasse uma política de ataques sem precedentes às condições de vida de toda a classe operária brasileira. Foi a partir daí que a política de privatizações que já tinha se iniciado no governo Collor teve força total nos oito anos do governo FHC.
Estes ataques também se estenderam para o movimento sindical onde o PT, por meio da CUT (Central Única dos Trabalhadores), com a mesma política de contenção das lutas implementou uma série de medidas contra conquistas históricas dos trabalhadores e implantou sem cerimônia, cortes de benefícios provocando dezenas de perdas. Foi também o período em que foram implantados o abono, o banco de horas, contrato temporário de trabalho etc.
Este acontecimento, relatado em diversas edições do Causa Operária comprova que Lula e o PT são um instrumento utilizado pela burguesia para realizar os piores ataques contra a classe operária. O que está mais que comprovado agora no governo Lula.


sábado, 27 de junho de 2009

O que está detrás dos protestos no Irã?

Queda de braço entre o imperialismo e o nacionalismo burguês

A resistência da oposição e a pressão sobre o governo e as autoridades nacionais islâmicas mantém a situação tensa no Irã podendo levar a uma profunda desestabilização regional

A manutenção dos protestos no Irã revela uma profunda crise social aberta pela pressão do imperialismo mundial para impor seu candidato nas eleições e evitar a continuidade do governo de Mahmoud Ahmedinejad।
O Conselho dos Guardiões, uma cúpula de 12 membros do clero xiita responsável pela apuração das eleições, declarou nesta segunda-feira que, apesar da fraude identificada – urnas com mais votos do que votantes inscritos em 50 cidades, afetando três milhões de votos – o resultado não foi afetado.
Hassan Qashqavi, porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, afirmou que o comparecimento de 85%, cerca de 40 milhões de votos, é “uma pedra preciosa que está brilhando no alto da dignidade da nação iraniana” e acrescentou que “ninguém encorajou o povo norte-americano a iniciar uma revolta” porque discordavam da reeleição de George W. Bush (The New York Times, 22/6/2009). Uma declaração que é uma verdadeira capitulação diante do imperialismo, porque a própria população dos EUA protestou contra a eleição fraudulenta de Bush.
Para colocar uma pedra sobre o assunto, o porta-voz do Conselho de Guardiões, Abbas Ali Kadkhodaei, afirmou que a aparição de um número de votos maior do que o de eleitores é um “fenômeno normal” porque as pessoas podem, pela lei iraniana, votar em áreas além daquelas nas quais estão registradas. “Além disso, alguns analistas em Teerã afirmaram que o número de pessoas viajando no dia da eleição pareceu anormalmente alto” (Idem).
O resultado oficial foi de 63% dos votos para a reeleição do presidente Ahmadinejad; cerca de 11 milhões de votos a mais do que o adversário, Mir Hussein Mousavi, que ficou com 34%.
O candidato derrotado nas eleições procurou estimular novos protestos no último domingo, desafiando o Conselho de Guardiões, a Guarda Revolucionária e o líder supremo do país, o aiatolá Khamenei, que já haviam se pronunciado pelo caráter ilegítimo das manifestações e ameaçado reprimi-las. Mousavi afirmou a seus eleitores em sua página na Internet que “é direito seu protestar diante das mentiras e da fraude” (Idem).
O que significam os protestos?
As manifestações que se realizaram desde a divulgação do resultado das eleições, há quase duas semanas, são apresentadas pela imprensa imperialista como sendo a expressão das tendências mais profundas da população a rejeitar o governo nacionalista moderado e conciliador com o imperialismo de Mahmoud Ahmadinejad.
Dia após dia, jornais como o New York Times e Le Monde insistem em afirmar que a juventude iraniana está desesperada por informação, procurando em todos os cantos sobretudo na Internet, por notícias e relatos que não tenham sido divulgados pela imprensa estatal. “As manifestações estão sendo organizadas pela Internet” (...) “Têm seu centro no descontentamento da juventude com o regime”, afirmam.
A semelhança com o que disseram sobre as manifestações contra o governo Hugo Chávez, tanto durante o golpe militar de 1998 quanto mais recentemente, com relação ao plebiscito convocado por Chávez sobre a nova Constituição proposta para o país, não está apenas nos fatos dispersos reunidos para sustentar sua tese.
O interesse maior em derrubar o governo nacionalista burguês é do imperialismo mundial, tendo à frente o norte-americano.
Impossibilitado de intervir diretamente no regime iraniano, como pretendia antes da fragorosa derrota no Iraque e no Afeganistão, e da eclosão da crise mundial, o recurso usado para impor sua vontade é o mesmo.
O governo norte-americano não tem mais condições políticas de, mais ou menos abertamente, organizar um golpe militar e derrubar um governo em qualquer parte do mundo a seu bel prazer. Esse recurso já foi levado ao esgotamento.
Os protestos derrotados na Venezuela e agora confrontados pelo governo iraniano são o produto de um esquema alternativo, que funcionou no Leste Europeu, na Ucrânia em 2004, Geórgia, Sérvia e Quirguízia depois que a crise revolucionária aberta na Alemanha Oriental havia sido controlada. Em crise, o governo da Ucrânia, por exemplo, já foi forçado, novamente, a se recompor.
O roteiro é simples: com o apoio do imperialismo, um candidato “alternativo” surge de dentro do regime – é o caso, por exemplo, de Mousavi, ex-primeiro ministro do Irã até 1989. Em seguida, sobre a alegação de que o resultado eleitoral foi fraudado para dar a vitória ao governo, iniciam-se protestos que têm como corpo principal a pequena burguesia universitária. Os protestos se intensificam com organização e assiduidade constantes até que um ponto crítico seja atingido. O resultado esperado é que o governo recue e ceda espaço a novas eleições, quando não ao candidato derrotado.
O imperialismo utiliza como combustível o descontentamento de setores da população com a política pró-imperialista e conciliadora, portanto antipopular do próprio governo que quer derrubar “democraticamente”. O êxito relativo das mobilizações mostra o caráter reacionária da política dos governos nacionalista.
O que está em marcha no Irã não é senão a repetição da receita, em um terreno ainda mais explosivo. A repressão aos protestos pela Guarda Revolucionária foi um recado claro para a oposição e o imperialismo norte-americano ansioso pela derrota do governo: o regime nacionalista burguês não vai ceder tão facilmente.
Como ficou demonstrado pela derrota imposta pelo governo venezuelano aos protestos anti-chavistas, um após o outro, os esquemas montados pelo imperialismo para se impor sem conflito direto sobre os países semi-coloniais que considera decisivos para seus interesses têm fracassado e se esgotado cada vez mais rapidamente.
"Democracia” em abstrato?
A repressão contra a ameaça levantada pela ala pró-imperialista ao governo iraniano fez a burguesia internacional entoar a defesa da “democracia”. No entanto, como em qualquer parte, não se trata da democracia em abstrato, mas da “democracia” do regime imposto pelo imperialismo aos países atrasados.
Fosse um movimento revolucionário das massas iranianas, e não da pequena burguesia mais abastada do país insuflada pelo imperialismo, a “democracia” estaria do lado do regime de Ahmadinejad, hoje execrado. Assim é em toda a parte devido ao verdadeiro colapso em marcha do imperialismo norte-americano.
O nacionalismo religioso foi colocado na defensiva no conflito com o imperialismo. Os protestos revelam a crise da política de Ahmadinejad, que se impõe ditatorialmente sobre o país, apoiado no clero ultra-reacionário e substitui a defesa dos interesses das massas por demagogia religiosa, fanatismo e nacionalismo de fachada.
Crise do nacionalismo, crise do imperialismo, crise capitalista
O imperialismo também não foi capaz de levar adiante de maneira conseqüente os protestos contra o governo iraniano, sendo obrigado a recuar e atuar de maneira discreta.
A causa para isso é clara. A crise cria a ameaça de uma mobilização revolucionária, que o imperialismo não quer colocar em marcha porque não tem força nem para evitá-la, nem para contê-la.
Em última instância, a crise iraniana e seu impasse revelam o temor conjunto do nacionalismo e do imperialismo do agravamento da crise através de uma intervenção da classe operária na situação.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Menino de 16 anos é submetido a exorcismo para "curar" homossexualismo

Uma comunidade religiosa do estado de Connecticut, nos Estados Unidos, submeteu um jovem de 16 anos a uma prática de exorcismo para "curá-lo" do homossexualismo e depois divulgou um vídeo do acontecimento no portal "YouTube", informou hoje o jornal "New York Post".
Com uma duração de 20 minutos, o vídeo, que já foi eliminado do site, mostrava o jovem deitado no chão enquanto sofria convulsões e várias pessoas que gritavam "saia do seu corpo, demônio homossexual".
"Espírito homossexual, te chamamos para que abandone este corpo. Liberte-o, Lucifer!", gritava o grupo diante do jovem, que começa a sessão de pé e acaba vomitando no chão de uma igreja da cidade de Bridgeport, onde a comunidade chamada "Manifested Glory Ministries" se reúne.
Em outra cena, algumas pessoas sustentam o jovem pelos braços, enquanto um deles pede ao suposto espírito que saia "pela barriga do rapaz" e pede para o resto das pessoas pressionarem seu estômago.
Os membros da comunidade negaram que o menino tenha sofrido algum tipo de ferimento e disseram que respeitam os homossexuais.
"Não temos nada contra os homossexuais. Simplesmente não compartilhamos seu estilo de vida", disse a reverenda Patricia McKinney, que mostrou seu convencimento de que "um homem deve estar com uma mulher e uma mulher com um homem" e que explicou que o rapaz se vestia "como uma menina".
McKinney disse o rapaz tem 18 anos, mas ele disse ter 16.
O vídeo causou revolta em várias associações que defendem os direitos dos homossexuais, que asseguraram que casos como este se repetem em muitos pontos do país.
"Casos assim ocorrem o tempo todo. Não é um fato isolado", disse Kamora Harrington, uma dos líderes da associação "True Colors", que teve contato com o menino e denunciou o acontecimento para as autoridades de Connecticut.
Os membros da "True Colors" disseram ao "New York Post" que o jovem tinha sido vítima desse tipo de ritual em duas ocasiões anteriores por vontade própria e assessorado pelo líder da comunidade religiosa.

Ignorância

Lula atende capitalistas exportadores e libera mais verba

O governo Lula anunciou que nos próximos dias vai apresentar um novo pacote que irá favorecer o setor exportador no Brasil como forma de impedir que estes percam o lucro

Novamente o interesse dos capitalistas fala mais alto no governo Lula. Foi anunciado que um novo pacote de estímulo fiscal será apresentado pelo governo para satisfazer os interesses dos capitalistas exportadores.
Os capitalistas deste setor querem que o governo pegue os impostos que foram cobrados das exportações (IPI, PIS, ICMS, Cofins etc.) sejam compensados pagando dívidas, sejam repassados para terceiros etc. ou seja, querem receber de volta o dinheiro que pagaram de impostos.
Diretamente, os exportadores não pagam impostos federais para vender seus produtos no exterior, o que já é uma mordomia. Os impostos são pagos indiretamente, na produção do produto que vai ser vendido. Agora os empresários exportadores querem que o governo repasse o dinheiro destes impostos que foram pagos, mamata maior impossível.
A exigência é que o governo Lula, por meio de Medida Provisória libere o dinheiro destes impostos para os exportadores, assim aliviando, mais uma vez, o peso da crise sobre os capitalistas.
A desculpa utilizada pelo governo para distribuir esta fortuna para os exportadores é a falsa garantia de que a indústria vai investir mais na produção e assim garantir empregos e criar novos postos de trabalho. É uma farsa sem tamanho, pois é notório que as exportações estão caindo vertiginosamente, levando a produção industrial para o mesmo caminho e assim produzindo milhares de demissões de trabalhadores e não promovendo uma recuperação da economia brasileira.
Um exemplo é que somente a indústria de produtos industrializados teve queda de 55% na sua produção devido ao baixíssimo consumo externo de produtos. E esta tendência não tende a melhorar já que as perspectivas para a economia mundial são do agravamento da recessão a caminho de uma forte depressão econômica.
Este pacote para os exportadores é mais uma medida de Lula para transferir o dinheiro de milhões de trabalhadores e da população em geral para socorrer meia-dúzia de capitalistas que estão à beira da falência com a recessão mundial.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Indústria tem 3.500 demissões em maio e mais de 170 mil este ano

O desemprego atingiu mais de 3.500 trabalhadores na indústria paulista e nos últimos seis meses já provocou a demissão de mais de 170 mil


Ao contrário de várias estimativas, o desemprego não pára de crescer. De acordo com um levantamento feito pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) a indústria paulista perdeu, somente no mês de maio, 3.500 vagas de trabalho. Foi uma queda de 0,69% menor em relação ao mês de abril.
A média de perda de emprego dos setores foi de 8,5 mil demissões, tendo apenas como contra partida o setor de cana-de-açúcar que empregou 5.041 trabalhadores.
As principais baixas vieram do setor automobilístico, com redução de -0,8% no nível de emprego, artigos de couro e calçados, -0,8%, baixa de -1,2% entre aparelhos e materiais elétricos e o setor metalúrgico que reduziu em -1,8% o emprego.
O saldo é negativo tanto no balanço feito dos últimos seis meses, que incluem os meses de dezembro de 2008 a maio de 2009. O número de novos empregos foi de 57.497, referentes à indústria de açúcar enquanto que os demais setores demitiram 103,4 mil trabalhadores. A queda geral foi de -2,03% nos últimos seis meses ou 46 mil demissões.
Já na comparação anual que vai de maio de 2008 a maio deste ano, o número de demissões é quatro vezes maior. Foram 176 mil trabalhadores que perderam o emprego neste período e uma queda de 7,35% na taxa de emprego.
Todos estes dados mostram a farsa da suposta recuperação econômica que o País estaria vivendo, pois o que existe é uma aceleração da crise econômica que está afetando diretamente o centro industrial do País que é a indústria paulista. As mais de 170 mil demissões registradas no último ano, demonstram que há um processo em andamento de desaceleração da produção industrial que irá afetar profundamente toda a economia nacional. É o resultado da política pró-imperialista de Lula que não investe na indústria nacional para entregar rios de dinheiro para capitalistas e especuladores econômicos.

terça-feira, 16 de junho de 2009

86% dos crimes ambientais na Amazônia ficam impunes


Segundo dados da pesquisa do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), quase todos os crimes ambientais cometidos dentro das áreas legalmente protegidas da Amazônia Legal ficam impunes



Em todos os sentidos, o governo Lula ataca a floresta Amazônica com objetivo de privatizar a maior riqueza nacional do país entregando-as a empresas imperialistas, capitalistas dos agronegócio e latifundiários.
Inúmeras investidas do governo apontam neste sentido. Recentemente o Senado aprovou a entrega de uma área de 67,4 milhões de hectares de terras públicas da União na Amazônia - equivalente aos territórios de Alemanha e Itália somados-, para doação ou venda sem licitação. A região corresponde a um patrimônio público estimado em R$ 70 bilhões. Uma das maiores privatizações do país.
As comemorações da Semana do Meio Ambiente foram marcadas por protestos contra a política do governo Lula. A “nota pública contra o desmonte da política ambiental brasileira” aponta que “Diante desse clima de desmonte da legislação ambiental, a bancada ruralista do Congresso Nacional, com o apoio explícito do Ministro da Agricultura, se animou a propor a revogação tácita do Código Florestal, pressionando pela diminuição da reserva legal na Amazônia e pela anistia a todas as ocupações ilegais em áreas de preservação permanente. (blogdaamazonia.blog.terra.com.br).
Outro estudo revela esta política. A pesquisa do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) aponta que 86% dos crimes de desmatamento e de extração ilegal de madeira ou minério dentro das áreas legalmente protegidas da Amazônia Legal ficam impunes! “ dados revelam que um criminoso ambiental tem apenas 14% de chances de sofrer punição ao fim do processo. E a pena pode ser substituída por doação de cestas básicas. (O Globo Online, 15/5/2009).
Os latifundiários ficam impunes porque conta com as costas quentes dos seus representantes legais, isto é, o governo Lula e todos os governos burgueses que governam contra os interesses da população, a exemplo do candidato a reeleição Gean Campos de Barros (PMDB) de Lábrea (AM), onde 52% dos R$ 106.342 gastos na campanha vieram dos bolsos dos fazendeiros da região.
Segundo o “levantamento feito pela Folha a partir de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mostra que 25 prefeitos eleitos (69%) nesses municípios são diretamente ligados ou receberam doações de campanha vindas de pessoas e empresas ligadas à agricultura, à pecuária e à indústria madeireira”.(Folha de São Paulo, 22/12/2008).
A justiça burguesa (que age rapidamente para condenar Índios e sem terra que lutam pela reforma agrária) atua em defesa dos crimes dos latifundiários. Segundo o levantamento, um processo contra os crimes ambientais leva em média 5,5 anos para serem executados. “Por causa da lentidão, principalmente nos inquéritos, que demoram até 4.206 dias, 15,5% dos processos acabam prescritos. Para que um crime ambiental seja reconhecido e as investigações iniciadas, a espera, em média, é de 74 dias. Na fase de investigação são, em média, 676 dias corridos” (O Globo Online, 15/5/2009).
A Justiça burguesa, assim como a Força Nacional, Ministério do Meio Ambiente e diversos órgãos do governo atuam na repressão que implementou um verdadeiro estado de sítio, com a ocupação militar de estados da região norte. Segundo a Comissão Pastoral da Terra, no ano passado houve o aumento de140% de famílias expulsas de suas terras.
A política do governo Lula para a floresta amazônica, é a privatização e de repressão garantindo a ampla doação de um dos maiores patrimônios da humanidade para as grandes empresas estrangeiras, capitalistas do agronegócio e latifundiários, os únicos interessadas na privatização das terras amazônicas.

sábado, 13 de junho de 2009

Um milhão de desempregados na América Latina em três meses


A recessão avança a passos largos apesar da tentativa cada vez mais freqüente dos governos burgueses e da imprensa capitalista insistir em apresentar a situação da economia como em recuperação, mas a situação é bem pior que a apresentada. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) apresentaram um resultado bastante negativo referente ao aumento do desemprego na América Latina. De acordo com estas organizações, o número de demissões nesta região atingiu um milhão de trabalhadores apenas nos três primeiros meses de 2009. A taxa de desemprego aumentou de 7,9%, registrada um ano antes, para 8,5%.
Para o final do ano as perspectivas são ainda piores, espera-se que o desemprego atinja 9,1% da população economicamente ativa da região e possa levar mais 3 milhões de trabalhadores ao desemprego somente este ano. Atualmente já são 15,9 milhões de desempregados na América Latina.
O crescimento da região já está ameaçado, pois o PIB (Produto Interno Bruto) previsto é de -1,7% para 2009. Como a recessão atingiu os países imperialistas a exportações e investimentos na América Latina despencaram muito e está provocando as demissões.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Gasto mundial com armamento militar cresceu 4% em 2008


Apesar da crise econômica mundial o gasto com armamento militar cresceu 4% em 2008. As informações são do informe anual do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), divulgado na segunda-feira (8).
Segundo o informe os gastos atingiram uma cifra recorde US$ 1,46 bilhão (R$ 2,85 bilhões), um crescimento de 4% em relação ao ano anterior.
Como não poderia deixar de ser, o país que mais gastou, sendo responsável por metade do gasto total (US$ 600 milhões, ou R$ 1,174 bilhão) foram os Estados Unidos. O país é responsável também por 58% do crescimento dos gastos na última década, período coincidente com o avanço da crise capitalista e com a intensificação da ação militar dos EUA no Oriente Médio, especialmente com as guerras do Afeganistão e do Iraque.
Segundo divulgou a agência de notícias Reuters a China foi o segundo país que mais teve gastos militares no ano passado com um gasto estimado de US$ 84,9 milhões (R$ 166,2 milhões), seguida pela França – aliada dos EUA nas ocupações do Oriente Médio, que gastou US$ 65,7 milhões (R$ 128,6 milhões).
O Reino Unido teve gastos totais de US$ 65,3 milhões (R$ 127,8 milhões) e a Rússia, US$ 58,6 milhões (R$ 114,7). Completam a lista dos dez primeiros países que mais gastaram em armamento militar em 2008 a Alemanha, o Japão, a Itália, a Arábia Saudita e a Índia.
De acordo com o informe do Sipri, tanto a China quanto a Rússia triplicaram seus gastos militares na última entre 1999 e 2008.

domingo, 7 de junho de 2009

Todos contra Serra


A greve unificada de estudantes, professores e funcionários das três universidades estaduais, o movimento dos professores do ensino básico e do funcionalismo público paulista deve se unificar e impor uma derrota ao governo do PSDB

Na última semana, os estudantes da USP entraram em greve, um mês após o início da greve dos funcionários da universidade contra os ataques do governo Serra ao movimento operário e estudantil.
As tendências de luta se expressaram também na mobilização dos professores do ensino básico paulista que se enfrentam com as direções traidoras da APEOESP, o Bando dos Quatro (PT-PCdoB-Psol-PSTU) para lutar contra os ataques do governo à categoria.
Embora a assembléia da categoria tenha decidido pela greve e a diretoria anunciado, de forma contrariada, que havia “unanimidade” sobre a decisão, nenhum material do sindicato foi publicado convocando a paralisação. Quando muito se limitavam a anunciar a realização de nova assembléia e de uma “audiência pública” na Assembléia Legislativa de São Paulo. A mobilização da categoria, que derrotou a burocracia sindical no último dia 29 e impôs a realização da greve, foi golpeada pela direção do sindicato que dispersou a greve e impediu até mesmo o ato público convocado para a Avenida Paulista. A tendência de luta, no entanto, permanece.
Também os funcionários públicos de diversos setores se mobilizaram expressando a mesma tendência de luta. Os trabalhadores da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), em campanha salarial, realizaram greve na última semana de maio. O movimento na Sabesp se iniciou no último dia 20, quando os trabalhadores rejeitaram o reajuste salarial proposto pelo governo. A greve atingiu 55% dos funcionários de unidades do litoral e do interior e 77% dos que trabalham na região metropolitana de São Paulo. A principal divergência nas negociações ficou em torno à reivindicação de que toda a categoria tivesse garantida a estabilidade no emprego.
Os trabalhadores da Sabesp retornaram ao trabalho após terem aceitado a oferta da empresa, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho, de 6,69% de reajuste e a garantia de estabilidade para 98% dos funcionários.
Em maio, o sindicato dos trabalhadores do Tribunal de Justiça do Estado anunciou que realizará greve em junho. Os servidores anunciaram que manteriam a “operação padrão”, reduzindo o ritmo de trabalho, até a assembléia da categoria que estava marcada para o último dia 4 e discutiria a resposta dos magistrados à reivindicação salarial da categoria. Uma paralisação de dois dias foi convocada para 16 e 17 deste mês.
Estes dados constituem apenas uma amostra das enormes contradições e conflitos entre o funcionalismo e o governo, que tende a se desenvolver em uma luta de todas as categorias vinculadas ao Estado.
Expressa-se novamente uma tendência de luta, que não é como as “mobilizações” tradicionais, dirigidas pela burocracia sindical que anualmente promovem paralisações “fantasma” em torno às negociações sobre a data base das diversas categorias do funcionalismo para, ao mesmo tempo, liberar um pouco da pressão da base e dar uma satisfação à categoria. Tanto nos professores, como na juventude, como nos funcionários, há uma tendência de luta mais profunda, mais ampla, a responder aos ataques do governo Serra contra o movimento operário e estudantil.

USP: vanguarda do movimento estudantil nacional

A greve estudantil começou forte na USP, deflagrada em uma assembléia com cerca de 700 estudantes na última quinta-feira, dia 4. A decisão foi impulsionada pelo ataque do governo Serra aos funcionários em greve já há mais de um mês, onde o governo, pela primeira vez desde 1979, isto é, desde a ditadura militar, colocou a Tropa de Choque da Polícia Militar na Cidade Universitária para impedir os piquetes dos funcionários.
A decisão dos estudantes de entrar em greve, por sua vez, vinha sendo bloqueada pela ala esquerda do Bando dos Quatro, Psol e PSTU, sendo este último o responsável pela gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP. Há mais de um mês, a proposta de greve, defendida pela Aliança da Juventude Revolucionária (juventude do PCO), outras organizações e um grande número de estudantes sem partido vinha sendo barrada nas assembléias por um bloco que contou com a participação de estudantes direitistas e o apoio dos professores, na direção das faculdades e na reitoria em assembléias minoritárias sob a direção do DCE (PSTU).
Não foi possível para o DCE e seus aliados (Psol e LER-QI) conter a greve estudantil que começou a se espalhar pelas faculdades da USP nas últimas duas semanas.
Os estudantes aprovaram a greve geral na assembléia do dia 4 à revelia do bloco pelego que trabalhou contra a mobilização durante todo o mês de maio e exigem a saída da reitora Suely Vilela, o fim da repressão na universidade com a retirada da Polícia Militar do campus e o fim do projeto de Ensino à Distância do governo do Estado que causará a demissão de professores e funcionários.
Estas reivindicações são expressão do amadurecimento da consciência dos estudantes sobre a questão fundamental do poder na universidade. O movimento tende a avançar rapidamente para uma luta pelo fim do governo da burocracia universitária, que só pode assumir uma forma acabada através de um governo formado pelos três setores que compõem a universidade, estudantes, professores e funcionários, representados proporcionalmente, ou seja, com a maioria estudantil.
Juntamente com os funcionários e os estudantes em greve, os professores da USP, também afetados pela arbitrariedade da reitoria, que alterou o plano de cargos e carreiras da categoria, decidiram na sexta-feira, dia 5, também paralisar suas atividades por tempo indeterminado.
A pauta dos professores, unificados com os professores da Unicamp e da Unesp, inclui a reposição da inflação do último ano, 10% referentes a perdas salariais acumuladas nos últimos 20 anos e a incorporação de uma parcela fixa aos salários.
A greve dos funcionários já se generalizou na Unicamp e na Unesp, as outras duas universidades estaduais paulistas. Um movimento grevista organizado pelos estudantes vinha tomando aos poucos, curso a curso, os campi das outras duas universidades concentradas no interior do estado.
Além de tomar a defesa do dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Claudionor Brandão, demitido por sua participação no movimento sindical da categoria e na ocupação da reitoria em 2007, encabeçando o movimento estadual dos funcionários, os trabalhadores reivindicam 16% de reajuste salarial, 10% para reposição de perdas anteriores e a incorporação de um bônus de R$ 200 aos salários, prometida pela reitoria no ano passado.
A tendência à generalização do movimento grevista é nítida e deve ser aprofundada por uma política consciente, tendo à frente, na universidade, os estudantes que, pela experiência das mobilizações anteriores, rejeitaram a política do Bando dos Quatro, de conciliação com as reitorias e o governo, quebraram a ocupação da reitoria da USP em 2007 e impuseram uma derrota aos estudantes.
A greve unificada na USP, neste sentido, retoma a mobilização abortada pela traição do Bando dos Quatro em 2007 e coloca novas tarefas para o movimento estudantil: derrubar o governo da burocracia universitária e combater os ataques de Serra.
O dado mais significativo é o de que se trata de uma onda mais ampla e mais profunda de lutas dos estudantes e dos servidores em comparação com a mobilização de dois anos atrás. Esta nova onda é impulsionada pela crise capitalista e pela divisão interna da burguesia. O governo Serra, como os demais governos burgueses, busca superar a situação de falência do Estado com um novo e mais profundo ataque aos servidores e aos serviços públicos como a educação e, confrontado com a mobilização, foi forçado a utilizar a força policial na principal universidade do país o que veio a jogar lenha na fogueira de uma situação cada vez mais tensa no sentido da mobilização.
As tendências de luta, bem como a tendência à unificação das lutas é objetiva e se defronta com a política de contenção da direções burocráticas de todos estes movimentos, ou seja, do Bando dos Quatro, PT, PCdoB, Psol e PSTU e seus seguidores nas organizações, claramente alinhados à política das reitorias e de conciliação com o governo do PSDB.
O desenvolvimento desta luta depende claramente de que se coloque com clareza a unificação de todas estas lutas e a generalização do movimento para todos os segmentos dos trabalhadores do governo estadual em movimento político contra Serra e seus planos de ataque às condições de vida da população.

O movimento e suas “direções”

A greve dos estudantes na USP fornece, pela sua radicalização e importância política, uma demonstração clara da política de traição e de freio do movimento levada à frente pela burocracia estudantil que dirige o DCE e o apóia de fora.
Durante todo o mês de maio, semana a semana, em todas as assembléias dos estudantes da USP, o PSTU e o Psol, com apoio dos professores direitistas e ligados ao governo federal, procuraram amedrontar os estudantes, dissuadi-los de entrar em greve imediatamente e de ocupar a reitoria como propunha o setor mais combativo desde o início do mês.
Dentre os argumentos usados para conter a greve, o mais utilizado foi o de que os estudantes deveriam decidir pela greve nas assembléias realizadas em cada curso antes que a assembléia geral pudesse se posicionar. Um verdadeiro absurdo que contraria as tradições do movimento estudantil de dar a soberania às assembléias gerais. A tentativa de transformar o movimento estudantil em um movimento de características parlamentares, seguindo o funcionamento das casas legislativas do Estado, impôs um atraso à mobilização dos estudantes. Somente a deflagração da greve a partir da assembléia geral poderia, como de fato ocorre neste momento, dar o impulso necessário aos estudantes, varrer a indecisão onde quer que haja e combater de forma centralizada a pressão dos professores conservadores na direção das faculdades com um chamado claro, baseado numa luta concreta contra a reitoria e o governo.
Tal foi o efeito que a ocupação da reitoria da USP produziu em 2007, unificando a luta dos estudantes não só da USP, como das demais estaduais e, em grande medida, mostrando ao movimento estudantil nacional que era necessário seguir o exemplo daqueles que se colocaram em luta de maneira decidida para poder avançar nas suas reivindicações.
A deflagração da greve, após a entrada da Tropa de Choque no campus, comprovou a tendência grevista que já vinha se desenvolvendo entre os estudantes e que, na realidade, foi apenas ofuscada pela traição da ocupação da reitoria em 2007 e a onda repressiva desencadeada pela reitoria com inquéritos abertos contra estudantes, processos contra as entidades (DCE e Sintusp) e o aumento da perseguição à atividade do movimento estudantil em toda a universidade.
A direção do DCE ainda conseguiu impedir a ocupação da reitoria. Esta questão está colocada, no entanto, como um fato objetivo e deverá se colocar como questão central da luta nesta semana que entra.

Já está em marcha a traição do movimento

Sob o pretexto de que a greve não seria “garantida”, isto é, não ocorreria de fato, caso não esperassem mais tempo, PSTU e Psol impediram a deflagração do movimento e deixaram os funcionários isolados, aceitando, na prática, a demissão do dirigente do sindicato, Claudionor Brandão. Escondem, de maneira caluniosa contra os estudantes, que, em primeiro lugar, a própria direção do DCE, o PSTU, não moveu uma palha pela organização da greve, sem ter publicado panfletos, colado cartazes pela universidade, entrado em salas de aula para convocar os estudantes à greve. A ala esquerda do Bando dos Quatro (Psol e PSTU) é a principal responsável pelo atraso imposto à mobilização dos estudantes. Fazendo coro com o atraso político e o oportunismo destes partidos estava a ala esquerda da Conlutas, representada na USP pela Liga Estratégia Revolucionária (LER-QI), que se somou ao esforço para adiar a greve durante todo o mês, quando não se absteve vergonhosamente em votações onde poderiam ter se somado ao bloco combativo que defendia a greve desde o início.
Avessos à verdadeira mobilização, a burocracia estudantil do PSTU-Psol procurou desviar a atenção organizando um comando de mobilização com delegados pretensamente “eleitos” nos cursos. Trata-se de uma operação organizada cuidadosamente para impedir ou desmontar a greve.
O comando, “eleito” na sua maioria em cursos onde os estudantes não estavam mobilizados e em assembléias em que os estudantes não foram chamados a participar, reunia uma maioria de estudantes agrupados em torno aos centros acadêmicos dirigidos pelo PSTU e pelo Psol.
A política de paralisia da ala esquerda do Bando dos Quatro foi o que permitiu a entrada da polícia na cidade universitária. Tivessem os estudantes deflagrado greve antes e apoiado resolutamente o movimento dos funcionários e enfrentado a reitoria, a situação seria completamente diferente, não permitindo ao governo, com tanta facilidade, realizar uma provocação como a vista na última semana e um ataque frontal à autonomia da universidade.

Ocupar a reitoria! Organizar e ampliar a greve! Unificar as lutas!

A Aliança da Juventude Revolucionária vem, através de seus materiais, propondo um programa de luta para os estudantes.
Assim como a ocupação da reitoria em 2007 demonstrou aos estudantes de todo o País, é necessário uma medida de força dos estudantes com a reitoria e o governo. É preciso ocupar a reitoria e paralisar o funcionamento da administração da universidade para obrigar a reitoria a ceder às reivindicações. Da mesma maneira, a ocupação da reitoria permitirá ao movimento avançar, tornando possível o acesso a toda a documentação das negociatas promovidas pela reitoria com o dinheiro público mantida em segredo e expor, assim, a corrupção na universidade.
É necessário ampliar a greve o máximo possível, o que só pode ser feito através da realização de piquetes em todas as faculdades, a centralização das atividades de greve através de um comando de greve amplo, aberto a todos os estudantes que queiram se juntar à organização da greve.
É preciso, através de um intenso trabalho de agitação e propaganda, esclarecer os estudantes ao máximo a cada avanço e a cada golpe sofrido pela greve. Isto só pode ser feito de maneira conseqüente com a publicação de um boletim diário durante a greve, distribuído amplamente em toda a universidade.
Da mesma forma, para coibir as tentativas de impedir a mobilização e acabar com a greve, as decisões sobre os rumos desta devem ser tomadas de maneira democrática nas assembléias gerais dos estudantes e as tentativas de desviar a discussão ou obscurecer os pontos de vista em debate devem ser combatidas pelos estudantes grevistas organizados.

O que é uma luta revolucionária

Ao contrário do que doutrinariamente afirmam algumas correntes de esquerda, como a LER-QI, nesta luta, a única luta política concreta colocada na universidade neste momento, os estudantes cumprem um papel decisivo.
Os estudantes, esmagadora maioria da universidade, são o setor revolucionário porque personificam a luta em defesa do ensino público e gratuito, que é a essência da universidade.
O movimento estudantil é, pela sua própria natureza, uma luta em defesa do ensino público e gratuito.
Sua luta é diretamente uma luta política e a ausência de vínculos materiais com a universidade lhes permite desenvolver-se de maneira acabadamente revolucionária em um enfrentamento com o Estado burguês.
O movimento estudantil é o verdadeiro movimento de massas da maioria da universidade, sendo várias vezes maior que os demais setores, de onde retira a sua força como movimento de luta.
Nesta luta, as tentativas de conduzir os estudantes a um enfrentamento com os subordinados do governo, como é o caso da proposta de atos em frente à Assembléia Legislativa ou à secretaria de Ensino Superior são um freio. A luta dos estudantes se dirige contra ao governo, não seus subordinados e a tentativa de impedir manifestações em frente ao Palácio dos Bandeirantes serve simplesmente para confundir o movimento e dispersar as forças concentradas na luta.
A participação do movimento estudantil em um movimento que começa a envolver um conjunto de categorias dos servidores estaduais é fundamental porque dá um caráter e um alcance nitidamente político ao movimento de conjunto. Também os estudantes formam o movimento menos dominado pela burocracia que não tem sobre ele o controle que tem sobre os sindicatos. Esta circunstância em um movimento que já mostrou que pode evoluir em uma ampla mobilização política coloca os estudantes como uma peça fundamental na luta contra Serra, na medida em que o movimento consiga efetivamente se ampliar.

O movimento estudantil deve se manter independente

Na sua luta, os estudantes precisam manter sua total independência com relação ao movimento de professores e funcionários.
O esforço para unificar as lutas não pode ser confundido com a tentativa de subordinar o movimento estudantil às organizações burocráticas de professores e funcionários, particularmente ao Fórum das Seis, a entidade que reúne os sindicatos de professores e funcionários das três universidades estaduais.
A realização de reuniões conjuntas entre os três setores pressupõe a unidade destes na luta. A exemplo do que já ocorreu em greves passadas na USP, como na greve dos estudantes da FFLCH em 2002, e na própria ocupação, a subordinação aos professores, o setor mais conservador, por meio da suposta “necessidade” de uma unidade, propagandeada pelo Bando dos Quatro entre os estudantes, leva necessariamente os estudantes à derrota quando professores e funcionários venham a se opor à mobilização.

Eleições diretas x maioria estudantil

A realização de eleições diretas para reitoria é uma reivindicação insuficiente que, caso seja atendida, como ocorre em algumas universidades pelo país afora, pode conduzir a administração da universidade ao mesmo ponto em que se encontrava antes de se realizarem as eleições, servindo apenas como cobertura para o processo reacionário de indicação das reitorias e da administração da universidade pelo governo.
As eleições diretas para reitoria, por si só, não impedem que a mesma camada de professores altamente graduados continue controlando a universidade e atendendo aos mesmos interesses que a burocracia atual.
A greve demonstra, pelo seu caráter geral, de uma luta política, que nenhuma reivindicação parcial dos estudantes pode ser atendida ou, mesmo que o seja parcialmente, não se sustentará se a direção da universidade se mantiver nas mãos da camada mais conservadora e mais vinculada ao Estado, a burocracia universitária formada por professores titulares. É preciso lutar pela destituição da reitoria e do Conselho Universitário tomado pelos professores alinhados com ela e pela maioria estudantil na administração da universidade, eleita pelo conjunto da comunidade universitária.

Por um movimento geral

A principal tarefa que se coloca neste momento é fazer do movimento que tende a se generalizar um movimento efetivamente geral.
É preciso derrotar a política criminosa da burocracia da APEOESP (junto com o movimento estudantil, o setor mais importante do funcionalismo estadual) e retomar a mobilização e iniciar um movimento conjunto com manifestações massivas contra Serra e sua política.
É preciso propor a expansão do movimento para outros setores, unificando as greves e as lutas em um movimento geral. A generalização do movimento e a luta para voltá-lo contra o governo, ou seja, para transformá-lo no que potencialmente é, um movimento político, é o caminho para a vitória destes movimentos e para o avanço das massas na situação política. O desenvolvimento desta luta unitária pode colocar em pauta uma retomada em grande escala das lutas operárias.

Chega de Tucanismo em SP, Chega de bonificação para professores a fim de passar de ano alunos que não sabem ler e escrever! Privatizações e etc...

sábado, 6 de junho de 2009

Trabalho escravo triplica no Paraná


Baseando-se no número de trabalhadores em situação de escravidão libertos este, a Comissão Pastoral da Terra apontou que o número de trabalhadores em situação de escravidão cresceu em 200% no estado do Paraná

São dezenas de milhares de trabalhadores encontrados em situação de escravidão todo o ano no Brasil. Estado em que a situação dos trabalhadores no campo são as mais alarmantes, caso do Pará, onde foram encontrados no último ano 1.354 pessoas em situação de escravidão.
Vem, no entanto, chamando a atenção a mudança do ciclo da escravidão ainda presente no País.
Em 2008, segundo a CPT, 391 pessoas foram libertadas no Paraná, contra 130 no ano anterior, um aumento de exatamente 200%
Os números da CPT somam os de trabalhadores encontrados pelo governo e os trabalhadores encontrados em situação de escravidão por membros das igrejas que atuam na região. Este mostra a farsa dos números levantados pelo governo, já que o Ministério do Trabalho, que constatou a libertação de 163 trabalhadores no ano passado e de 129 em 2007, levanta apenas uma parcela pequena da realidade.
"Aquela imagem de que só tinha trabalho escravo no Norte e Nordeste do país precisa ser corrigida porque estamos verificando a presença crescente também em regiões do Sul, onde antes não havia esse tipo de situação" disse o presidente nacional da CPT, dom Ladislau Biernaski (Folha de S. Paulo, 4/5/2009).
A explosão do trabalho escravo no campo se dá em paralelo com a crise do agronegócio, principalmente o exportador, que é uma crise sem precedentes.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Shell é julgada por envolvimento em massacres na Nigéria


A companhia anglo-holandesa foi a maior empresa no país considerado um dos maiores produtores de petróleo da África. Ao longo das décadas em que atuou no país contribuiu decisivamente nos massacres e repressões contra a população que reivindicava direitos sobre a exploração petrolífera.

Diante da imensa pressão que a população está exercendo na Nigéria, a multinacional petrolífera anglo-holandesa Shell está no banco dos réus desde o dia 26 de maio em um tribunal de Nova Iorque respondendo pelas acusações de cumplicidade nos massacres e torturas cometidos pelo governo nigeriano contra a população ogoni que vive no delta no Níger, a região mais rica em petróleo do país e uma das maiores reservas do mundo.
“Execuções sumárias, torturas, detenções ilegais e tratamento inumano” são algumas das acusações que pesam contra a Shell, incluindo a bárbara morte de uma das figuras mais célebres da Nigéria, o poeta e ativista ambiental Ken Saro. O fundador do Movimento para a Sobrevivência do Povo Ogoni (MOSOP, na sigla em inglês) foi enforcado pelo governo do ditador Sani Abacha em 10 de novembro de 1995 junto com mais oito companheiros que dedicaram sua vida à luta contra a exploração capitalista. Todos eles haviam se empenhado numa campanha pacífica para denunciar a exploração das riquezas do país e a destruição do modo de vida ogoni como resultado da produção petrolífera.
Depois do MOSOP outros grupos se formaram, como o Conselho da Juventude Ijow, o MORETO (Movimento para a Reparação dos Ogbia) e o mais recente MEND (Movimento de Emancipação do Delta da Nigéria), conhecidos por seus seqüestros de funcionários das companhias petrolíferas e sabotagens às instalações. Recentemente, o grupo declarou guerra ao governo e está dando continuidade à guerrilha pela luta de seu povo.
“Esperamos que o jurado decida que a Shell esteve implicada no processo que levou às execuções”, disse Paul de Clerk, um dos coordenadores do grupo Amigos da Terra Internacional. “Acreditamos que a Shell foi cúmplice do governo nigeriano e forneceu armas às Forças Armadas para reprimir os protestos dos ogoni. A Shell poderia ter evitado as mortes, pois era a maior empresa do país” (Público.es, 1/6/2009).
Na realidade, o que procuram ocultar, é que a Shell não apenas vendeu as armas e apoiou o golpe, como foi responsável, junto com outras companhias de petróleo pela organização do golpe, que servia a seus interesses.
O petróleo é a principal fonte econômica da Nigéria desde que vastas reservas foram descobertas no país na década de 50. Atualmente, mais de 95% de sua receita vem da venda do petróleo para o mercado mundial. No entanto, companhias estrangeiras dominam a exploração, a perfuração e o transporte. Só a Shell, por exemplo, controlava cerca de 60% da produção nacional.
A Shell operou na rica região do delta nigeriano. Os povos ogonis, um grupo étnico predominante na região, teve seu modo de vida violentamente destruído em razão da devastação produzida pela produção petrolífera.
Desde 1956, quando a companhia anglo-holandesa se instalou na região, décadas de luta deixaram mais de um milhão de mortos, mas em julho do ano passado, o governo nigeriano anunciou “outro operador para assumir os interesses da Shell Petroleum em Ogoniland".
"Há uma total perda de confiança entre a Shell e o povo ogoni. Ninguém ganha com o conflito", disse o governo em um comunicado. A decisão reflete o pavor de um levante popular numa região chave para o domínio imperialista na África e uma tendência revolucionária em todo o continente negro.
A concessão da exploração está hoje nas mãos da Nigerian Petroleum Development Company (NPDC), uma subsidiária da companhia estatal Nigeria Nacional Petroleum Comporation (NNPC).
Mesmo assim, os ogonis reivindicam direitos do petróleo explorado. Além da Shell, operam também outras companhias estrangeiras, como a Chevron, Elf, Movil, Texaco e Agip.
O Delta da Nigéria conta com cerca de cinco mil quilômetros de oleodutos e gasodutos. Ao menos 500 mil barris diários são extraídos desta região, o equivalente a um quarto de toda a produção petrolífera do País.
Os ogonis ficaram conhecidos mundialmente na época do general Sani Abacha (presidente da Nigéria entre 1993 e 1998).
No entanto, a situação no delta não melhorou após o fim da ditadura militar. A população continuou sob o domínio da marginalização, da violência e da exploração, continua tendo suas condições de vida rebaixadas pelas empresas petrolíferas e sem nenhum direito sobre os recursos naturais.
Desde o ano 2000, a crise política causada pelos confrontos entre o Exército e grupos militantes está desestabilizando toda a região e é fator de grande preocupação para o imperialismo norte-americano, que busca aprofundar a exploração sobre o continente africano para não depender tanto das crises na América Latina e no Oriente Médio, mas que já está encontrando resistência, como a situação na Nigéria está indicando.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Recessão vai deixar 240 milhões de trabalhadores sem emprego.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirmou que a recessão mundial vai produzir em 2009 um exército de desempregados de 239 milhões de trabalhadores

As estimativas para os trabalhadores diante da crise econômica são as piores possíveis, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgou resultado que apresenta 239 milhões de desempregados em todo o mundo até o final deste ano. Nos últimos anos, o crescimento do emprego tem caído drasticamente. Em 2008, o emprego teve alta de apenas 1,4%, já em 2009 deve ser bem menor. As informações divulgadas pela OIT apontam um crescimento até mesmo nulo para o emprego em 2009. Esse desenvolvimento da disponibilidade de trabalho demonstra que há um avanço constante da recessão mundial.
Naturalmente, que a queda no emprego vai se aprofundar. A taxa prevista de desempregados em todo o mundo, ao final de 2009 é de cerca de 15% da população economicamente ativa do mundo, sendo que no ano passado foi de 12,2%. Serão quase 240 milhões de trabalhadores sem emprego.
Segundo o levantamento, a Europa será umas das principais regiões a apresentar diminuição na oferta de emprego, com queda entre 1,3, e 2,7%, o que vai acarretar aumento de até 40% do desemprego no mundo. A Ásia terá aumento no desemprego em 5%. No Oriente Médio, o desemprego deve subir 25% e na África Central, 13%.
A taxa de desemprego na América Latina vai subir para mais de 9% este ano, segundo a OIT.
Não bastasse o alto índice de desemprego, há ainda dezenas de milhões de pessoas que vivem em condições subumanas. São quase 60 milhões que vivem com menos de dois dólares por dia. Na África do Sul, 77% dos trabalhadores tem subempregos.

Explosão social

Com este quadro todo de desemprego, não é de se estranhar que o Banco Mundial tenha declarado que a alta taxa de desemprego é um motor para uma crise social de grandes proporções.
Em declaração ao jornal espanhol El País, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, disse que "O que começou como uma grande crise financeira se tornou uma profunda crise econômica, que agora está caminhando para uma crise de desemprego. Se não tomarmos medidas, há um risco de que aconteça uma grave crise social. Ninguém sabe com certeza o que acontecerá, e é melhor nos prepararmos para qualquer imprevisto." (DCI, 24/5/2009).
Esta declaração do Banco Mundial na verdade é um aviso, um alerta para os capitalistas “não brincarem com fogo”, ou seja, para ficarem atentos, pois as demissões em massa que estão sendo provocadas pela recessão mundial e o gigantesco desvio de verbas públicas para banqueiros, capitalistas e especuladores financeiros, em todo o mundo podem se transformar em revolta generalizada dos trabalhadores contra os patrões, contra os governos burgueses e contra o regime capitalista.