"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Boicote estadunidense ao Irã - Sanções norte-americanas por compra de petróleo iraniano começam em junho

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira (27/02) que começará a aplicar sanções a empresas internacionais que comprem petróleo iraniano a partir de 28 de junho. A iniciativa é parte da estratégia norte-americana de pressionar o governo de Teerã a permitir uma fiscalização internacional de seu programa nuclear .

Em comunicado, o órgão anunciou que as sanções afetarão as corporações internacionais ou bancos centrais que tenham realizado conscientemente uma significativa transação financeira com o Banco Central do Irã para compra de petróleo ou produto derivado. A aplicação das sanções, contudo, dependerá de uma análise dos EUA, que avaliarão se existe "oferta suficiente de petróleo por parte de outros países para permitir uma redução significativa do volume de petróleo adquirido do Irã".

Em dezembro de 2011, o presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou uma série de medidas, que entrariam em vigor em 29 de fevereiro, contra empresas que realizassem transações financeiras com o Banco Central do Irã. Posteriormente, todos os ativos do governo iraniano nos EUA foram bloqueados. O Tesouro americano, no entanto, afirmou nesta segunda-feira que as empresas que comercializam "alimentos, remédios ou artigos médicos" com o país árabe estão isentas das sanções.

Além dos EUA, a União Europeia chegou a um acordo para bloquear as importações de petróleo do Irã a partir de 1º de julho. Ambas as sanções foram tomadas para pressionar o governo do Irã, que se recusa a permitir que observadores internacionais realizem uma inspeção em suas instalações nucleares.
 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Miséria - A acelerada queda do nível de vida dos trabalhadores brasileiros

De acordo com os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em relação à situação dos trabalhadores empregados nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil em janeiro deste ano, o rendimento médio real dos trabalhadores teria aumentado em 0,7% em janeiro na comparação com o mês anterior, e 2,7% na comparação com janeiro de 2011. A massa salarial dos trabalhadores ocupados teria sido de R$ 37,9 bilhões em janeiro, representando um recuo de 0,5% em relação ao mês de dezembro, mas um crescimento de 3,6% na comparação com o mesmo mês de 2011. O salário médio dos trabalhadores ocupados teria ficado em R$ 1.672,20 em janeiro, o valor mais alto para o mês desde março de 2002, com alta de 0,7% na comparação com dezembro e de 2,7% frente a janeiro de 2011.
A maneira como essas informações são apresentadas tenta divulgar a ideia que as quedas e subidas do emprego são sazonais e que, no geral, a situação dos trabalhadores tem melhorado. Se avaliarmos os dados do censo realizado pelo IBGE em 2010, verificaremos que mais de 115 milhões de brasileiros, quase 60% da população brasileira (32,2 milhões de um total de 54 milhões dos domicílios ocupados), vive com menos de um salário mínimo de renda mensal per capita. Em torno de 50 milhões de pessoas (15,8 milhões de domicílios) vivem com até meio-salário mínimo de renda mensal. 16,2 milhões de pessoas vivem com menos de R$ 70 por mês e quase cinco milhões de pessoas não têm renda alguma. O total de domicílios classificados como sem rendimento foi de 2,4 milhões. 132 mil famílias são chefiadas por crianças de 10 a 14 anos.
As disparidades entre as regiões e os estados brasileiros são gritantes: no nordeste 51% da população vive com até meio salário mínimo, ao contrário da região sudeste que é de apenas 18%. As mulheres são em média mais pobres que os homens. O grupo que ganha de um a dois salários mínimos representa 22,5% da população. Outros 15,8% de pessoas ganham a partir de dois salários mínimos. Apenas 1% da população ganha acima de 20 salários e 2% ganha entre 10 e 20 salários. 
Cai o número de horas pagase o valor da folha de pagamentos na indústria 
O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, nas seis maiores regiões metropolitanas, caiu 0,4% no mês de dezembro do ano passado, e 1,5% na comparação com dezembro de 2010, 0,2% em novembro, 0,9% em outubro e 0,8% em setembro.
Comparando o quarto trimestre com o trimestre anterior, a queda foi de 1,4%, com quedas consecutivas no ano de 2011, quando acumulou 2%.
O índice acumulado em 2011 registrou acréscimo de 0,5%, contra 4,1% em 2010. No estado de São Paulo, houve queda de -5,1%: nos setores de produtos de metal (-10,6%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-7,7%), metalurgia básica (-15,7%), alimentos e bebidas (-3,8%), borracha e plástico (-6,4%), calçados e couro (-19,4%) e produtos químicos (-6,7%).
O leve aumento do emprego industrial e do número de horas pagas, em dezembro de 2011, após três meses seguidos de taxas negativas frente ao mês imediatamente anterior, refletiram o efeito, bastante ligeiro, do plano do governo lançado no mês de novembro, mas prosseguiu apontando taxas negativas, intensificando os resultados negativos verificados no segundo e terceiro trimestres de 2011 e refletindo a redução na produção industrial ao longo de 2011. O índice acumulado no ano fechou com resultados positivos em 2011 (1,0% no total do pessoal ocupado e 0,5% no número de horas pagas), mas esses dois índices ficaram abaixo dos registrados em 2010 (3,4% e 4,1%, respectivamente).
O valor da folha de pagamento real cresceu 4,2% em 2011, mas em dezembro de 2011, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria recuou 2,1% após ter aumentado 0,7% em novembro e mantido tendência ascendente entre dezembro de 2010 e setembro de 2011. A queda do quarto trimestre de 2011 foi de 2,9%, após ter acumulado aumento de 5,5% nos três trimestres anteriores. 
A crescente piora da qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros 
O Censo 2010 do IBGE revelou que a proporção de trabalhadores brasileiros que ganham até um salário mínimoaumentou de 49% no ano 2000 para 63% em 2010, o que reflete o fato de que a maior parte dos postos de trabalho criados nos governos FHC e do PT são na sua enorme maioria de baixa remuneração.
O aumento da exploração devastadora dos trabalhadorese dos recursos naturais no País por parte das multinacionais imperialistas tem sido provocado pelo aprofundamento da crise capitalista mundial.O Brasil real, a diferença do Brasil do “mundo de Alice” do IBGE, está a anos luz do “pleno emprego” propagandeado pelo governo do PT. Mais de 11 milhões de brasileiros vivem em favelas, apelidadas pelo IBGE de "aglomerados subnormais", que, além da falta de serviços básicos têm enfrentado a brutalidade das forças de repressão do estado no último período.
As estatísticas oficiais tentam mostrar uma certa melhoria no consumo dos trabalhadores, mas essa “melhoria” depende, em grande medida, da mudança do peso dos componentes da inflação, conforme a conveniência do governo, da piora dos produtos alimentícios ofertados, onde proliferam os transgênicos, sem serem catalogados como tais, e o maior uso de agrotóxicos no mundo, da queda da qualidade dos produtos importados, em vários segmentos do consumo popular, e da tentativa de minimizar o impacto das importações no crescente déficit da balança comercial, entre outros.
O câmbio do real está supervalorizado o que gera um forte impacto inflacionário devido à desaceleração industrial provocada pelo direcionamento da economia para a produção e exportação especulativa de matérias primas através dos mercados futuros de commodities. Em média, a taxa de câmbio do real frente ao dólar foi, em 2010, de R$ 1,70, enquanto os próprios bancos estimam que deveria ser de R$ 2,50. Neste caso, este único fator melhoraria a posição competitiva dos bens industriais produzidos no País e, ao mesmo tempo, faria com que o chamado PIB (Produto Interno Bruto) caísse da sexta posição mundial para além da décima. Mas a supervalorização do real é pressionada pela própria política do governo direcionada à captação de capitais especulativos, para cobrirem o crescente déficit nas contas correntes, que, por sua vez, pressionam pela melhora das condições para a repatriação dos capitais.
A participação das matérias primas nas exportações brasileiras encontram-se em torno de 70% se considerarmos componentes semimanufaturados como o óleo de soja. A nefasta Lei Kandir/Collor continua vigente e isenta do pagamento de ICMS a exportação de matérias primas.
As políticas do governo, fortemente enquadradas nas imposições do sistema imperialista mundial, estão direcionadas no sentido contrário à criação de empregos e à melhora de vida dos trabalhadores. Elas conduzem à destruição do parque industrial, que é o grande gerador de empregos, e à exploração devastadora decommodities, como a produção de soja, gado e mineração, que, além de destruírem o meio ambiente, produzem pouquíssimos empregos. As tentativas de manter um certo crescimento econômico baseado no consumo, mediante o crédito bancário através de recursos públicos, está direcionado à manutenção do pagamento dos serviços da dívida pública e vá de mãos dados com o crescente aumento dos impostos e do endividamento público, assim como dos planos cortede gastos públicos e de austeridade que focam os programas sociais e os investimentos produtivos.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Multinacionales europeas destruyen los Andes y la amazonía colombiana

En la información web sobre el proyecto El Quimbo, la empresa EMGESA dice comprometerse «social y culturalmente con la comunidad» y adaptar sus «estrategias empresariales a la preservación del medio ambiente». Nada más lejos de la realidad. Para el proyecto hidroeléctrico se han sustraído 7500 hectáreas de la Reserva Forestal de la Amazonía.
Y desde el 6 de marzo, esta filial de las multinacionales española ENDESA e italiana ENEL le propinará una puñalada adicional al corazón de la amazonía colombiana. Ese día está programado comenzar el desvío del cauce del río grande de La Magdalena. Arteria que recorre gran parte de Colombia, sirve al transporte fluvial de personas y mercancías y garantizando la fertilidad de los ricos valles que lo circundan en un serpenteante camino de 1.500 kilómetros. Todo el territorio tiene gran riqueza arqueológica, cultural social e histórica. “La unión de muchas personas puede parar este proyecto”, dice el professor Miller Dussan, allegado a la asociación de afectados por el proyecto.
Con el megaproyecto hidroeléctrico, ninguna ganancia es para los pobladores de la región. Ni para el pueblo español o el italiano, que se debaten en la más profunda crisis que será costeada por el pueblo. Mientras, las multinacionales europeas tienen permitido salir al exterior a continuar saqueando territorios ajenos sin ningún tipo de control, destruyendo el medio ambiente y despojando a la población local. La inminente ratificación del Tratado de Libre Comercio con Colombia sólo exacerbará este tipo de situaciones.
La multinacional ítalo-española hace una inversión de 700 millones de dólares. El Gobierno colombiano ha dado a la multinacional facultades extraordinarias moverse libremente, hacer y deshacer. El balance: desplazamiento y pérdidas de empleos. Riquezas, sólo para los dueños de la multinacional (372,7 millones de dólares en 2011), para un sector de la oligarquía colombiana y para funcionarios que entregaron licencias ambientales cargadas de irregularidad y fechoría.
Las obras se iniciaron desde 2009 y terminarían en 2013 ó 2014, con “energía firme” hasta el año 2034. Quiere decir que hasta esa fecha la hidroeléctrica funcionará a su máxima capacidad. El Quimbo tendrá una extensión de 5 kms, un área de embalse de 8.586 hectáreas, con una altura de 151 metros y 400 megavatios de capacidad instalada.
Inundará 6 municipios al sur del departamento del Huila entre el Macizo Colombiano y la desembocadura del río Páez en el Magdalena. Y el peñón sobre el Río Magdalena abajo del municipio de La Jagua, el puente sobre la quebrada Yaguilga, la iglesia, las labranzas de cacao, la historia de la reforma agraria y una de las zonas mas productivas de la región. En el área que se quiere inundar viven aproximadamente 500 familias, más de 1.500 huilenses, grandes y pequeños productores agropecuarios, jornaleros, pesqueros, entre otros. Serán desplazados de sus viviendas, parcelas, lugares de trabajo, tradiciones culturales, lugares de encuentro y de tierras.
Con el fin de proteger el proyecto hidroeléctrico, en el lugar se encuentra el Batallón Energético no.12 "Jose Maria Tello". Conformado por 1.200 soldados, se creó en 2009 con un elevado presupuesto aportado por el Estado colombiano y ¡la empresa Emgesa!.
¿Qué puedes hacer tú?
Asoquimbo, asociación de afectados por la construcción de la hidroeléctrica El Quimbo convoca a ciudadanos, organizaciones Sociales y de Derechos Humanos a participar en las movilizaciones por la Defensa del Territorio. Habrá diferentes movilizaciones entre el 28 de febrero 2012 y el 6 de marzo. Ver aquí.
Si quiere unirse a las protestas internacionales contra la destrucción de la naturaleza, el desvío del río Magdalena, la construcción de la hidroeléctrica y el desalojo de campesinos, puede firmar una carta de protesta desde la web de Salva la Selva.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Burguesia imperialista tenta impor mais políticas neoliberais

No último dia 20 de fevereiro, 11 países da UE (União Europeia) elaboraram uma carta, que foi enviada aos presidentes do Conselho Europeu, Herman Von Rompuy, e ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, com o objetivo de que a reunião cume da UE, prevista para os próximos dias 1 e 2 de março, discuta a adoção de uma série de medidas neoliberais com o suposto objetivo de “dar um forte estímulo com indicações concretas e operativas para o crescimento europeu”. A carta foi divulgada na Bolsa de Milão pelo representante dos especuladores financeiros, Mario Monti, que foi imposto como primeiro ministro na Itália.
As medidas contemplam a desregulamentação do setor de energia, já em 2014, e o setor de serviços. A criação de um mercado digital integrado em 2015 e a liberalização dos mercados globais através de acordos de livre comércio, minimizando a regulamentação europeia e atacando ainda mais as leis trabalhistas. Mas o objetivo principal, a ser implementado como a “cereja do bolo” das demais reformas, é a “reforma financeira”. Apesar da demagogia por trás de frases como “garantias implícitas para sempre resgatar os bancos, o que distorce o mercado único, devem ser reduzidas”, o verdadeiro objetivo é a criação de um “setor de serviços financeiros competitivo” nos moldes do setor financeiro britânico e norte-americano que dominam o mercado mundial. Dito em outras palavras, a UE deveria derrubar a regulamentação do setor financeiro e facilitar a especulação. Esta política facilita os lucros dos especuladores imperialistas britânicos, norte-americanos e europeus, mas, ao mesmo tempo, acirrará a concorrência entre eles, além de aprofundar a crise capitalista e disparar o endividamento como o demonstram os exemplos dos EUA, da Grã Bretanha e do Japão.
A escalada do parasitismo entre as multinacionais imperialistas
O distanciamento das atividades produtivas fica cada vez mais patente na economia capitalista parasitária. Nos últimos dias, multinacionais do setor automobilístico, a alemã Volkswagen e a francesa Peugeot-Citroen, anunciaram que recorrerão aos recursos que o BCE (Banco Central Europeu) liberará, no próximo dia 29 de fevereiro, dentro do programa LTRO (Operações de Refinanciamento a Longo Prazo), através dos seus respectivos bancos. Trata-se da segunda rodada, que na primeira liberou € 489 bilhões a taxas de 1% ao ano com vencimento a três anos, na qual os especuladores financeiros esperam que sejam liberados em torno de € 1 trilhão. Outras multinacionais estão seguindo o mesmo caminho.
As multinacionais imperialistas têm enormes dificuldades para extrair lucros da produção, devido ao esgotamento histórico do capitalismo, e, cada vez mais, precisam recorrer aos recursos públicos para funcionarem. Mas, no contexto do aprofundamento da crise capitalista, no qual a maioria dos países está caminhando a passos largos para a recessão, o fomento ao consumo mediante a novas linhas de crédito continuará alimentando a bolha de crédito, que deverá estourar no próximo período e levar a economia capitalista mundial à depressão. Conforme as medidas recessivas dos recorrentes “planos de austeridade” continuarem aumentando o desemprego e a qualidade de vida dos trabalhadores, a inadimplência deverá disparar.
As medidas neoliberais propostas não são nenhuma novidade. Após o colapso capitalista de 2008, grande multinacionais foram resgatadas com recursos públicos. Nos EUA, o setor automobilístico, entre outros, colapsou. Fortes investimentos do governo norte-americano e linhas de crédito, como o programa TARP, injetaram bilhões de dólares em multinacionais como a GM para impedir a sua bancarrota.
Em 2011, a Peugeot, por exemplo, foi fortemente afetada pela crise na Europa, sofreu perdas de € 1,6 bilhões, além do aumento do aumento do seu endividamento em € 2,2 bilhões.
Ao mesmo tempo, a forte contração do mercado mundial deverá levar a que as multinacionais não financeiras também apliquem a maior parte dos recursos obtidos do LTRO nos mercados especulativos. O próprio funcionamento do mercado capitalista parasitário leva a isso: recursos obtidos a 1% podem ser aplicados em títulos da dívida pública e renderem entre 4% a 7% sem esforço produtivo algum! Ou também podem ser aplicados em derivativos do setor de commodities, ou mesmo nos derivativos de títulos podres reativados recentemente, por instituições respeitáveis como o Deutsche Bank, e que rendem acima de 7%. Os especuladores financeiros contam com a política TBTF (Muito Grande Para Falir) para garantir que as grandes empresas que falirem na ciranda especulativa serão resgatadas com recursos públicos.
O aprofundamento da recessão na Europa conduz à depressão econômica mundial
As políticas recessivas dos planos de austeridade não conseguem promover nenhum crescimento e nem mesmo colocar em ordem as finanças públicas. O governo espanhol acabou de aprovar o corte de € 15 bilhões do seu orçamento, e precisaria de € 25 bilhões adicionais para, em tese, reduzir o seu déficit de 8% do PIB em 2011 (a meta era de 6%) para 4,4%, mas já anunciou que dificilmente conseguirá diminui-lo abaixo de 5,5%. A mesma situação acontece nos demais países imperialistas e a tendência do déficit público é de aumento acelerado.
No caso do elo mais fraco da corrente europeia, a Grécia, a agência qualificadora de riscos Fitch, rebaixou ainda mais a sua nota, de CCC para C, o que significa a pior nota possível além do não pagamento. Tanto a Fitch quanto a S&P (Standard & Poor’s) anunciaram que mesmo os novos bônus recentemente trocados deverão ser rebaixados para a categoria D, e portanto qualificados como de não pagamento. Essas agências, assim com a outra grande do setor, a Moody’s, são controladas diretamente pelos imperialistas anglo norte-americanos e pressionam o imperialismo alemão, que domina na Europa e controla o BCE, para que acelere a monetização da dívida pública europeia através do aumento das emissões de papel moeda, nos mesmos moldes que tem sido feito nos EUA, na Grã Bretanha e no Japão.
A Comissão Europeia atualizou recentemente as suas previsões para 2012 de 0,5% de crescimento para 0,3% de contração. Para a economia da Grécia a expectativa de contração é de 4,4%, para Portugal 3,3%, Itália 1,3% e Espanha 1%. Para a França é previsto um crescimento de 0,4% e para a Alemanha de 0,6% apesar da economia ter estancado no terceiro trimestre do ano passado e ter caído em 0,2% no quarto trimestre.
A maior entrega das empresas públicas e o aumento da especulação financeira só podem ser sustentadas com recursos públicos. E como esses recursos são cada vez mais escassos devido ao aprofundamento da crise capitalista mundial, eles são gerados pela impressão de papel moeda sem lastro produtivo. Essa política tem se generalizado em todos os países. A China, “a locomotiva do desenvolvimento mundial”, rebaixou nos últimos dias o compulsório dos bancos para injetar na economia quase € 48 bilhões devido à queda das exportações e à aceleração das bolhas imobiliárias e das obras de infraestrutura. No Brasil, o governo do PT, através do BC (Banco Central), continua aumentando as compras de bônus emitidos pelo Tesouro Nacional; esses recursos são repassados para o BNDES que tem aumentado as suas operações de repasse de recursos para os grandes capitalistas e, principalmente, financiando as privatizações, incorporações de empresas entre outras manobras especulativas.
O aprofundamento da recessão na Europa conduz à depressão econômica mundial que, por sua vez, é o combustível que tem acentuado os protestos das massas trabalhadoras na Grécia e em vários outros países.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Movimentos realizam ato contra repressão praticada durante bloqueio a caminhões de mineradoras

A União de Assembleias Cidadãs (UAC) junto a organizações sociais e políticas da Argentina estão convocando a uma manifestação em repúdio à repressão sofrida hoje pelas populações de Tinogasta, em Catamarca e Amaicha Del Valle, em Tucumán, durante atividades contrárias à mineração. O ato acontece às 18h desta sexta-feira, na casa de Catamarca (Avenida Córdoba, 2080, Buenos Aires).
A repressão policial considerada brutal aconteceu na manhã desta sexta-feira, quando a população de Tinogasta mantinha fechada a rota 60, impedindo que caminhões das empresas mineiras La Alumbrera e Agua Rica, carregados com explosivos, químicos e vários insumos para a atividade mineradora, trafegassem.
Ao chegar ao local, a Guarda de Infantaria avançou sobre os manifestantes com escudos, bastões e cachorros e dissipou a manifestação à força, com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, após serem recebidos com pedradas. A repressão deixou vários feridos, entre eles mulheres e crianças, e alguns detidos.
Sem qualquer tipo de ordem judicial, a polícia também desalojou, na madrugada de ontem para hoje, os manifestantes que se encontravam bloqueando a rota entre Amaicha del Valle e Santa María (Catamarca), permitindo assim a passagem de 20 caminhões carregados com insumos para levar às mineradoras. A polícia montou um destacamento no local para impedir um novo bloqueio na estrada.
Em comunicado, a UAC esclareceu os motivos da manifestação contra mineração a céu aberto. "Estas empresas já se encontram funcionando, deteriorando diferentes ecossistemas e destruindo a saúde dos solos, a água, o ar. Enfim, saqueando e destruindo nossos bens naturais comuns e colocando em perigo as economias regionais e a saúde das populações”.
A União de Assembleias Cidadãs assegurou que este foi apenas o começo da luta contra a consolidação de um modelo que prioriza a exportação de matérias-primas para beneficiar poucas empresas e esquece as necessidades da população. Também criticaram a resposta dos governos, acusando-os de cúmplices das transnacionais.
O Greenpeace saiu em apoio aos manifestantes. A organização, além de deixar clara sua reprovação à atitude repressiva, pediu à presidenta argentina Cristina Kirchner que dialogue com a população e escute suas sugestões a respeito dos empreendimentos mineiros.
"Estamos de acordo com a presidenta sobre a necessidade de iniciar um debate sério sobre o tema e sobre o caminho de desenvolvimento escolhido para o país e queremos participar dele”, afirmou Martín Prieto, diretor executivo do Greenpeace, organização que, desde 2003, apoia a luta da população de Esquel e reclama um debate sobre a megamineração e o uso de substâncias contaminantes no processo de exploração mineral.
A população argentina contrária à mineração afirma que sai desta mobilização certa de que só se vence com a unidade. "Por isso, longe de dissolver nossa luta, estamos mais organizados que nunca para repudiar os atos de violência e exigir que os que saiam sejam as empresas que contaminam nossos ecossistemas, nos deixam doentes e roubam nossos bens naturais”.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O plano de austeridade colocado em prática

O início do ano tem sido marcado pelo aprofundamento dos ataques do governo do PT aos trabalhadores. Além da privatização dos três principais aeroportos do País, a base do governo Dilma no Congresso pretende colocar em votação nos próximos meses projetos como o novo Código Florestal, uma nova Reforma da Previdência, a Lei Geral da Copa entre outros.
Todos eles, cada um a sua maneira, são ataques aos trabalhadores e buscam beneficiar os grandes capitalistas e o imperialismo.
A Lei Geral da Copa, por exemplo, cria uma série de condições favoráveis para os capitalistas que pretendem lucrar com o campeonato mundial de futebol que acontecerá no Brasil em 2014. Este projeto ataca a soberania nacional e os direitos democráticos. Um projeto apresentado por senadores que apóiam o governo e que pode ser incorporado na Lei prevê que as greves se tornem crime durante a realização dos jogos.
O novo Código Florestal, por sua vez, tem como objetivo beneficiar os grandes latifundiários por meio de uma legislação que incentiva a monocultura e, conseqüentemente, a exportação de commodities.
E o projeto que cria um novo Fundo de Pensão dos Servidores Públicos, o primeiro desta lista de projetos que o governo quer colocar em prática, pretende beneficiar os bancos.
Esta série de ataques não é mera coincidência. A crise capitalista, ao contrário do que está afirmando o governo, está avançando e deve provocar em um futuro próximo o maior colapso da história da economia nacional. Por este motivo, o governo Dilma está atacando a classe operária com maior intensidade. Seu objetivo é garantir o lucro dos capitalistas.
Esta onda de ataques, no entanto, deve levar a um aumento das lutas da classe operária. Neste sentido, uma das principais tarefas é esclarecer os trabalhadores sobre os verdadeiros planos do governo e organizar os trabalhadores para lutar contra estas medidas de austeridade.   

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Grécia - A ponta do iceberg da crise capitalista mundial

No centro das atenções da crise capitalista mundial encontra-se, neste momento, a tentativa do acordo para manter a continuidade do pagamento dos serviços da dívida pública grega no contexto de um rombo de enormes proporções. O novo “resgate” significaria na liberação de pelo menos € 150 de bilhões, apesar dos especuladores abrirem mão de 70% dos seus títulos.
As políticas imperialistas têm levado à bancarrota do País, que entrou no seu quinto ano consecutivo em recessão, e ao aumento da espoliação das massas trabalhadoras através de novas medidas ainda mais recessivas: entrega de empresas estatais, demissões em massa de funcionários públicos, reduções de salários e aposentadorias e aumento generalizado dos impostos. Portugal é o próximo da lista.
Os protestos populares são massivos e cada vez mais frequentes. No dia 7 de fevereiro, mais de 20.000 gregos, segundo informações da polícia, participaram de mais uma greve geral, convocada pelas duas centrais sindicais, para se oporem contra as medidas do governo “tecnocrata” imposto pelo imperialismo mundial e apoiado pelos principais partidos burgueses.
Os manifestantes carregavam faixas com os dizeres: "não vamos pagar seus impostos, suas dívidas".
Existe uma grande preocupação do imperialismo em relação ao controle das próximas eleições gerais previstas para o próximo mês de abril.
Entre as medidas que os especuladores financeiros querem impor, e que o governo grego deveria ter implementado até o dia 7 de fevereiro, está o corte de 20% no salário mínimo e para as aposentadorias superiores a € 1.000, e a demissão de 15.000 funcionários públicos neste ano. Dos € 3 bilhões dos cortes dos gastos públicos, € 1,1 bilhões relacionam-se com o sistema de saúde pública.
A Grécia tornou-se um modelo para a burguesia mundial em relação aos pacotes de austeridade. Até na Suécia, um dos bastião do estado burguês do “bem-estar social”, o primeiro ministro direitista Fredrik Reinfeldt pediu que a idade mínima para a aposentadoria passe dos atuais 61 a 67 anos para 75 anos.
O aumento das pressões dos especuladores financeiros para manterem as suas taxas de lucro acirram as contradições interimperialistas
A tentativa do imperialismo alemão de impor um “comissário europeu” para controlar diretamente as finanças gregas, que seria usado como um piloto para aumentar o seu domínio na Europa, acirrou as contradições interimperialistas na Europa. Aumentaram as pressões dos especuladores financeiros anglo norte-americanos para acelerar a monetização da zona do euro, através do aumento das emissões de papel moeda, com o intuito de salvar os lucros do setor financeiro e das multinacionais imperialistas no seu conjunto na zona do euro e na Grécia, onde a política que está sendo implementada pelo imperialismo alemão os está levando a perderem € 100 bilhões relacionados à dívida pública e € 200 bilhões à dívida privada. Entre os ataques dos especuladores estão os rebaixamentos em massa das notas das dívidas públicas dos países europeus pelas agências qualificadoras de risco, o aumento das pressões do FMI (Fundo Monetário Internacional) e o aumento dos ataques diretos através dos CDS (credit default swaps), e outros mecanismos, que levaram à disparada dos juros. Esta política também tem acirrado as contradições interimperialistas a nível mundial e a aceleração do parasitismo em todos os níveis da sociedade burguesa.
Os “generosos” € 489 bilhões que foram liberados, no mês de dezembro, à ridícula taxa de juros de 1% ao ano pelo BCE (Banco Central Europeu), que é controlado pelo imperialismo alemão estão sendo aplicados em títulos dos países mais endividados a taxas muito mais altas, na especulação com títulos imobiliários nos EUA (que continua mais forte do que nunca!) e em derivativos financeiros no geral. Esses empréstimos deverão ser pagos (serão mesmo pagos?!) em três anos. Além disso, o BCE usou € 250 bilhões para a compra de títulos públicos dos chamados países PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e a Espanha) nos mercados secundários.
Mas para os especuladores financeiros todo repasse de recursos é sempre pouco, pois eles somente conseguem manter as suas obscenas taxas de lucros através da especulação parasitária em cima de recursos públicos, tanto para garantir os pagamentos dos títulos públicos e das hipotecas e a valorização das commodities, outro dos pilares da especulação, e os repasses de recursos fáceis, que é feito através da impressão de papel moeda, sem lastro produtivo, com o objetivo de jogar o peso da crise capitalista para os trabalhadores, quanto para resgatar os especuladores que quebrarem em cima da nefasta política TBTF (Muito Grande Para Quebrar). Adicionalmente, vemos o aumento da agressividade militar, principalmente contra os países onde as políticas nacionalistas representam um papel importante, com o objetivo de disputar o controle das fontes de matérias primas, as obras de infraestrutura e o comércio de commodities, principalmente o do petróleo. Os casos de trabalho escravo têm disparado nos últimos três anos. Um verdadeiro e macabro casino financeiro!
O aprofundamento da crise capitalista na Europa aumenta a crise política na Alemanha
A crise política aumenta na Alemanha, a principal potência imperialista europeia, devido à deterioração da sua economia que estancou no segundo semestre do ano passado. O principal mecanismo para a arrecadação de recursos passou, cada vez mais, a centrar-se na especulação financeira, principalmente, mediante as emissões de títulos da dívida pública a taxas de juros próximas a 0% e a sua capitalização aplicando esses recursos em títulos dos países mais endividados que pagam taxas de juros muito maiores. Obviamente que esta política é extremamente frágil e muito impactada pelo aprofundamento da crise capitalista na Europa, mas as alternativas para o imperialismo alemão são muito limitadas.
A coalisão direitista que está no governo, a CDU (União Democrata Cristão) da chanceler Angela Merkel e o seu sócio minoritário a FDP, sofreu esmagadora derrota nas eleições municipais de 2011. Para as próximas eleições gerais, previstas para 2013, o FDP ficaria fora do Parlamento alemão, o PSD (Partido Socialdemocrata), que sofreu arrasadora derrota nas eleições de 2009 e que teve três dos seus membros como ministros de Merkel entre 2005 e 2009, não conseguiria alcançar a vitória nem mesmo aliado ao Partido Verde. O Partido dos Piratas, que é a favor da anulação das leis de propriedade intelectual, tem 5% das intenções de votos, o que pode ser considerado como um aumento do voto de protesto. A CDU continua liderando as pesquisas, principalmente porque tem conseguido repassar o peso da crise para os demais países da Europa, mas encontra-se em decadência; a questão colocada é se o domínio da direita conseguirá manter-se perante a previsão da continuidade do estancamento econômico e a sua provável entrada em recessão até 2013, e, ao mesmo tempo, se o PSD conseguirá conter o avanço das massas trabalhadoras.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

La alienación se globaliza

¿Cómo sucedió esto? ¡EE.UU., zar del capitalismo, se convierte en un país del tercer mundo!
Según el último informe del Buró del Censo de EE.UU. 46,2 millones de estadounidenses son pobres. Por cierto, los no conformistas que se oponen afirman que familias pobres, como las definen en EE.UU., incluyen grupos familiares que generalmente tienen alimentación adecuada, un hogar, televisión, teléfono, y probablemente un DVD y/o un PC, y un coche. ¡Bastante bueno, después de todo! Probablemente sea muy cierto; sin embargo, hay que considerar el umbral de la pobreza, como lo define el Buró del Censo, para una familia con dos niños en 2010 es de 22.113 dólares; los no conformistas que se oponen dicen: Y qué, más de 3.000 millones de personas viven con menos de 2,50 dólares por día. Por lo tanto: ¿De dónde sale esta afirmación de que 46,2 millones de personas en EE.UU. son pobres? ¿Son realmente pobres?
Una familia típica de cuatro personas en EE.UU. gasta 664,20 dólares al mes en alimentación, suponiendo que coman con un plan de bajo coste, según las estadísticas del USDA [Departamento de Agricultura de EE.UU.]; un plan liberal es de 1.013,80 dólares al mes. Esto significa que a la familia le quedan 1.178,55 dólares al mes para todo lo demás, incluidos seguros de saludad de 414 dólares al mes, la prima mensual promedio del país. Por lo tanto, a la familia de cuatro le quedan 764,55 dólares para cosas como el pago del coche, y el pago promedio por el coche en EE.UU. es de 475 dólares, pero ya que se trata de pobres, supongamos que sea la mitad de esta suma para un coche inferior o sea 237,50 dólares por mes, y un seguro promedio para el coche según un índice nacional es de 137,91 dólares por mes y los costes de vivienda promedio por mes para arrendatarios ascienden a unos 700 dólares por mes. Sumando y restando todo lo mencionado faltan 310,86 dólares por mes. Por lo tanto, la familia promedio de cuatro tiene que reducir 310,86 por mes de alimentación, seguro de salud, transporte, o vivienda a fin de terminar sin pérdidas. No sorprende que tantos estadounidenses no tengan seguro de salud porque si lo han eliminado les quedan 103,14 dólares o sea 3,44 por día, para el lavado de la ropa, cuidado dental, cine, adquisición de ropa o zapatos, libros, revistas, gasolina, reparaciones del coche, gastos de emergencia y todo lo demás que se desee. ¡Son verdaderamente pobres!
¡El capitalismo irrestricto de libre mercado no funciona! Es un orden socioeconómico obsoleto que fracasa sistémicamente en las clases intermedias y bajas. El Consejo de Relaciones Exteriores publicó un documento: “La estructura en desarrollo de la economía estadounidense y el desafío del empleo”, de marzo de 2011, en el que argumenta que las soluciones de libre mercado no funcionan. De la misma manera, el Banco Mundial publicó un informe en 2011, en el que declara: “… los países deben desarrollar instituciones nacionales más legítimas, responsables y capaces que provean seguridad, justicia y empleos a los ciudadanos”. Y el FMI intervino el año pasado con un documento titulado: “Desigualdad, apalancamiento y crisis”, en el que declara que la extrema desigualdad entre trabajadores y ricos es un motivo para la actual Gran Recesión y sugiere cambios radicales en los sistemas tributarios y reducción de la deuda para los trabajadores. ¡Los templos majestuosos del capitalismo lo comprenden!
¿Es correcta la Teoría de la alienación de Karl Marx? Señala que la alienación es el resultado sistémico de la naturaleza del capitalismo mediante el cual los trabajadores pierden invariablemente el control de sus destinos sometidos al control de la burguesía sobre los medios de producción desarrollados para extraer el máximo valor de plusvalía dentro del estado de competencia de los industriales. Es exactamente lo que han logrado los libres mercados capitalistas irrestrictos, exportando el valor de la mano de obra al licitador mundial más bajo, como China o India, México y el Sudeste Asiático. Esto, por su parte, ha aplastado a la clase media en EE.UU. y ha abierto la puerta a la ampliación de una permanente clase pobre de ciudadanos que, por su parte, provoca el debate político sobre atención sanitaria asequible y engendra, de una manera defensiva de diseño atrevido, los debates republicanos sobre que los impuestos más bajos en EE.UU. crearán más puestos de trabajo. Los impuestos no han sido tan bajos en cincuenta años y se crearon más puestos de trabajo bajo Lyndon Baines Johnson, cuyo aumento anual de empleos del 3,9%, según el Buró de Estadísticas Laborales, es el mayor de cualquier presidente desde la Segunda Guerra Mundial, cuando los impuestos eran el doble. ¿De qué están hablando?
Es  simplemente deplorable el hecho de que La Teoría de la Alienación tiene mérito porque el capitalismo, una vez que se le permitió fijar las reglas; ejemplos: política tributaria distorsionada que favorece al capital por sobre el trabajo y la abolición de la Ley Glass-Steagall, ha aplastado los sueños de la clase media estadounidense y liberado un empobrecimiento incontrolado al nivel del tercer mundo en todo el país. Las familias de clase media se sienten más pobres que nunca e inseguras respecto a su trabajo, y los verdaderamente pobres se sienten desesperadamente perdidos. ¿Así funciona el capitalismo?
Un 60% de los estadounidenses apenas gana lo suficiente para vivir. El 80% más bajo de los grupos familiares estadounidenses posee un 7% de los activos financieros líquidos. Más de 40 millones de estadounidenses reciben vales para alimentos. Las historias del colapso de la clase media aumentan entre las publicaciones más apreciadas de EE.UU.: Atlantic Monthly, Time, Arizona Republic, LA Times, NY Times, y en un informe del Pew Charitable Trust en Washington Post. Los artículos deploran el estado de colapso de la clase media de EE.UU.
A Wall Street, sin embargo, le va bien porque camina como sobre algodones porque el resultado final de las corporaciones internacionales se beneficia del acceso a pools de condiciones laborales de bajo nivel y hábiles arreglos tributarios offshore. Como resultado, y en combinación con reglas y favores gubernamentales que favorecen a los capitalistas financieros, los ricos se enriquecen mucho más. Es el capitalismo en acción en la sociedad actual, el capitalismo contemporáneo libre de restricciones, la mano invisible del libre mercado, tal como lo predican profetas como Milton Friedman… que la mano libre de los mercados funcione y que la teoría del efecto de filtración realice milagros… ¿para quién? ¡La historia reciente muestra que la economía de oferta es más que una teoría!
Mientras tanto, EE.UU. parece cada vez más una república bananera con una clase permanente de pobres, una clase media cada vez más pobre e impotente frente a los ricos cada vez más ricos, los aristócratas que controlan hábilmente quién asume un puesto público, como el de presidente, y si Mitt Romney tiene la suerte de conquistar la presidencia, el incipiente mar de fondo de disenso, es decir el movimiento Ocupa y la manifestación en Wisconsin de la clase media estadounidense contra el establishment, vivirán un renacimiento. Los republicanos quieren volver a reducir los impuestos, lo que no hará nada a favor de los pobres o la clase media de EE.UU. sino que inclinará aún más la balanza a favor de los potentados, quienes supuestamente deben utilizar su nueva riqueza para hacer crecer a EE.UU. Francamente, esto no ha dado muy buenos resultados desde que Reagan se las arregló para estrangular a la nación con deudas récord (convirtiendo a EE.UU. en la mayor nación deudora del mundo durante su gobierno) mientras realizaba una economía Robin Hood a la inversa, quitando a los pobres y a las clases medias para dar a los ricos. La agenda de Reagan sigue persiguiendo a los pobres y a las clases medias con poco alivio para un gobierno privado de ingresos ya que los ingresos de impuestos federales como porcentaje del PIB son los menores desde los años cincuenta. Es lo que los republicanos de la economía de la oferta llaman “hambrear a la bestia”.
Es cuestionable si la continuación de Obama en la Casa Blanca bastará para aplacar a los pobres y a las clases medias, sirviendo para mitigar futuros estallidos de disenso por parte de una ciudadanía en decadencia. Lo más probable es que poco cambiará fuera de la continuación de la lenta, continua, reducción del estilo de vida de los pobres y de las clases medias en EE.UU., que conduce lánguidamente por el camino hacia un seguro disenso/levantamiento de las masas, ¡validando el ingenio de la Teoría de la Alienación!
Es posible que EE.UU. se vea obligado, para evitar los disturbios en las calles, a adoptar lo que hizo famosa a Dinamarca: el Movimiento Cooperativo Danés, que es un medio de organización económica bajo el liderazgo de corporaciones controladas por los consumidores y/o los productores en las cuales cada miembro individual posee una parte de la corporación. Según el Wall Street Journal, y la Heritage Foundation, Dinamarca ocupa el puesto número 11 entre las economías más libres del mundo. Según datos del Departamento de Estado de EE.UU., “… su nivel de vida es uno de los más elevados del mundo, con un PIB per cápita de 58.500 dólares, lo que convierte a Dinamarca en el 18 país más rico del mundo”. La carga fiscal promedio en Dinamarca es de un 46%. The Economist afirma que Dinamarca es una de las economías más competitivas del mundo. Su economía mixta, que incluye un gran Estado de bienestar, figura como uno de los mayores niveles de igualdad de los ingresos del mundo, y sus niveles de vida están por sobre el promedio europeo. Tal vez sea una alternativa viable para la condición de una retrógrada república bananera.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Jovem que defendeu mendigo recebeu 63 pinos de titânio no rosto

O jovem Vítor Suarez Cunha, 21, vítima de agressão na madrugada da última quinta-feira (2) ao defender um mendigo, passou por uma complexa cirurgia para reconstrução da face neste domingo. Ele recebeu 63 pinos de titânio, 8 placas e uma tela para consolidar as fraturas provocadas por socos e chutes.
Paulo Alvadia/Ag. O Dia
Vitor Suarez Cunha, que foi agredido ao tentar defender um mendigo
Vitor Cunha, que foi agredido ao tentar defender um mendigo
O rapaz está no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro. A cirurgia durou quatro horas e foi realizada pelos médicos Leonardo Peral e Silvério Paiva. Ambos são especialistas em traumatologia bucomaxilofacial.
Segundo Peral, o jovem passa bem e não deve ficar com sequelas graves. Só ficou no CTI, diz, porque a movimentação da família era muito grande e ele precisava repousar. O jovem deve ficar no hospital até terça-feira, quando está prevista a alta.
O médico disse que Vítor teve fraturas "complexas" nas regiões da testa, do nariz e do maxilar. É possível que ele fique com a movimentação do olho comprometida, já que sofreu uma fratura na área do globo ocular. Mas só após duas semanas, diz, é que será possível avaliar se haverá tal sequela, após os edemas e hematomas desaparecerem.

Milhares de pessoas vão às ruas para exigir eleições limpas na Rússia

Milhares de pessoas percorrem as ruas de Moscou e de outras cidades da Rússia neste sábado (4) para exigir das autoridades russas eleições presidenciais limpas em 4 de março e a anulação dos resultados das parlamentares de dezembro. 

As baixas temperaturas, que rondam os 20 graus negativos na capital russa, não impediram milhares de manifestantes de saírem às ruas para protestar contra o governo do primeiro-ministro e candidato à presidência, Vladimir Putin. 

Os moscovitas marcham 2,5 quilômetros pelas ruas do centro da cidade com cartazes que exigem a renúncia do líder do partido do Kremlin, RU (Rússia Unida), e lembram às autoridades que não esqueceram as fraudes maciças que foram registradas em todo o país nas eleições parlamentares de dezembro. 

Naquele mês, dezenas de milhares de pessoas já haviam saído às ruas de praticamente todas as cidades para denunciar a fraude eleitoral a favor do RU, que saiu vitorioso na votação. 

Muitos dos manifestantes vestem casacos de pele, calçam "valenki" (típicas botas de lã russas), e cobrem seus rostos com lenços e cachecóis para combater o frio, enquanto alguns nacionalistas usam máscaras integrais que impedem que se veja sua face. 

Na entrada da Rua Bolshaya Yakimanka, onde os manifestantes precisam atravessar detectores de metal para aderir à manifestação, oito postos recolhem assinaturas para pedir ao Tribunal Supremo a anulação dos resultados das parlamentares e recrutam observadores para as presidenciais. 

Ao final do percurso pelo centro de Moscou, alguns líderes da oposição extraparlamentar, entre eles o liberal Grigory Yavlinsky, do "Yabloko", e também alguns ativistas das legendas Partido Comunista e Rússia Justa, subirão ao palanque da Praça Bolótnaya para discursar. 

No comício será exigida a renúncia do presidente da Comissão Eleitoral Central, Vladimir Churov, a libertação dos presos políticos, a anulação dos resultados das eleições parlamentares de dezembro e sua repetição. 

Além disso, exigirão que Yavlinsky, cuja candidatura à presidência foi rejeitada pela comissão por não conseguir reunir dois milhões de assinaturas válidas, possa concorrer às eleições. 

Enquanto isso, a jornada de protestos não começou muito bem nas cidades do Extremo Oriente e na Sibéria, onde a participação dos cidadãos foi sensivelmente menor do que o esperado pelos organizadores, sobretudo devido às temperaturas próximas aos 20 graus negativos. 

Já em Poklonnaya Gora, em Moscou, segundo estimativas da polícia, cerca de 90 mil pessoas se reuniram neste sábado em uma contramanifestação para defender a candidatura do primeiro-ministro russo Vladimir Putin à presidência.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Os golpes de Nahas e do PSDB para desapropriar as famílias do Pinheirinho

A ação do PSDB no Pinheirinho foi marcada pela repressão brutal contra as mais de duas mil famílias que moravam em uma das maiores ocupações urbanas do País. Para colocar em prática o despejo de quase nove mil pessoas, a Polícia Militar deixou sete pessoas mortas (dados dos próprios moradores), dezenas de pessoas presas e centenas de feridas. A situação chegou a tal ponto que até mesmo entidades ligadas a Organizações das Nações Unidas (ONU) denunciaram os abusos da desapropriação.
As ilegalidades do ataque do governo contra a população, no entanto, não ficaram apenas no âmbito da violência policial. Além de passar por cima de uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRJ), o especulador Naji Nahas teria se tornado credor da massa falida da Selecta, empresa proprietária do terreno.
Desta forma, Nahas teria se utilizado de um de seus advogados, Teófilo Guiral Rocha, que seria proprietário de uma sociedade imobiliária de investimentos que se tornou credora da Selecta. Desta forma, com a utilização de um “laranja”, Nahas passou de devedor a credor.
Também há acusação de que há algumas décadas Nahas teria “grilado” os documentos que lhe dão a posse do terreno.
Todas estas denúncias mostram que a repressão fascista promovida pelo PSDB em São José dos Campos não têm nenhuma relação com fazer valer a Lei e o Estado de Direito. Pelo contrário, ela esteve a serviço de um grupo de pessoas que, à margem da Lei, estão agindo em benefício próprio à custa dos direitos de mais milhares de pessoas que moravam na área.
Neste sentido, é preciso denunciar a ação de Alckmin a favor dos capitalistas e impulsionar a luta para derrubar o governo tucano e garantir moradia para estas famílias.  

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Quatro mil pessoas protestam contra o massacre promovido pelo governo do PSDB no Pinheirinho

Demonstrando o repúdio a ação do governo do PSDB de massacre aos moradores do Pinheirinho foi realizado um ato nacional. Além dos próprios moradores do Pinheirinho que continuam sendo reprimidos e estão sem ter para onde ir após a demolição de suas casas, o ato contou com milhares de pessoas que organizaram diversas caravanas dos mais diferentes locais do Brasil.
A concentração do ato foi iniciada na Praça Afonso Pena no centro de São José dos Campos por volta de 9 horas da manhã. O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto estiveram presentes com cerca de 500 pessoas de diversos acampamentos.
A manifestação seguiu para frente da Prefeitura da cidade local em que diversas organizações fizeram intervenções em apoio aos moradores do Pinheirinho e a denúncia da selvagem repressão policial.
Foram feitas doações para as famílias que estão nos alojamentos.
Alguns grupos de pessoas de São Paulo e Minas Gerais seguiram para o local do terreno do Pinheirinho. Ainda é possível ver dos destroços promovidos pela polícia e os tratores. As casas foram derrubadas com tudo dentro. Há roupas espalhadas, brinquedos de crianças, mochilas, sapatos, móveis como camas e armários, além de máquinas de lavar, computadores, livros, sofás. Os pneus usados para resistir também continuam no terreno. No local em que os moradores tinham um galinheiro, a cerca está no chão e muitas penas estão espalhadas. Passaram os tratores sem que os animais fossem retirados.
Em um dos alojamentos, uma moradora conta que perdeu seu emprego de faxineira de uma escola. Contou ainda que viu corpos ensangüentados quando saia do terreno no momento da desocupação, mas não tem mais informações a respeito. O caso do ataque pela GCM em um dos alojamentos, a moradora conta que também estava escondida do ataque da guarda e viu uma mulher em sangue nas roupas afirmando que haviam matado seu filho. A criança foi colocada em uma ambulância e a mãe foi acompanhando. Logo atrás, dois carros da guarda seguiram a ambulância. A mãe e a criança não foram mais localizadas.
As informações são muito desencontradas. Não há o número certo de desaparecidos. Em dois dos alojamentos a polícia e a guarda impedem a entrada para que seja feito o levantamento.
Há uma evidente operação para abafar as mortes e os feridos. Um homem quando saia do bairro com seu filho ainda bebê levou um tiro nas costas e está paralítico. Ainda não teve alta do hospital.
Relembrando
Na manhã do dia 22 de janeiro, o governo Geraldo Alckmin (PSDB/SP) passou por cima de uma decisão judicial tomada em âmbito federal e mandou mais de dois mil homens da Polícia Militar realizarem uma verdadeira operação de guerra contra a população que vivia no Pinheirinho, ocupação urbana localizada na zona Sul de São José dos Campos, cidade do interior paulista.
A operação, uma verdadeira ação fascista, deixou centenas de feridos, 17 pessoas presas e, até onde se sabe, sete mortos. O governo proibiu o hospital para onde estavam sendo encaminhados os feridos de divulgarem informações sobre o caso e a imprensa capitalista, como é de costume, encobriu todos estes atos, mostrando apenas aquilo que era permitido pelos políticos burgueses.
Como resposta a esta política de repressão brutal aos movimentos sociais foram realizados diversas manifestações em todo o País. Até mesmo em outros países imigrantes se solidarizaram e foram às ruas para mostrar repúdio a ação do governo tucano.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pinheirinho, novo patamar do "higienismo" fascista em São Paulo

Um discurso fascista e higienista, utilizado em ações como a da Cracolândia e que pode estar por detrás de vários incêndios ocorridos nos últimos tempos nas favelas de São Paulo, novamente veio a tona na ação da PM de São Paulo no Pinheirinho, em São José dos Campos: a desocupação do terreno, além de legal, serviria para melhorar as condições de segurança na cidade.
Assim o membro do Comitê Central e Secretário de Organização do PCB em São Paulo, Wagner Farias, identifica o que nas palavras dele é "um novo modelo de tratamento" da direita aos problemas sociais do país. Ao lado dos moradores desalojados desde domingo, Wagner ajudou na organização de uma caravana de médicos ao local para prestar atendimento aos desalojados, que contou com a participação do militante comunista Klaus Nunes Ficher.
Nesta entrevista ao Portal do PCB, os dois avaliam a situação.
PCB - Como o partido se organizou para estar presente?
WAGNER - No domingo, tivemos a notícia da invasão da PM por volta das 11 h da manhã. No sábado, tudo indicava que não haveria a reintegração de posse. Quando soube, os relatos eram de que havia muitos mortos e feridos, então precisávamos deslocar o maior número possível de pessoas para lá para evitar uma carnificina. Tomei a decisão de me deslocar e, no caminho para São José dos Campos, começar a montar nossa atuação. De lá, dentro do Pinheirinho, não tive contato com todos os camaradas, devido ao cerco da Polícia Militar. Sei que estiveram lá o Rockeiro, a Lais Branco, o Klaus, o Ernesto Pichler, além do Milton Pinheiro e da Sofia Manzano.
PCB - É verdade que os desalojados estão usando fitas de identificação? Por que?
WAGNER - Sim, os moradores foram separados em quatro alojamentos e para conseguirem se locomover e voltar ao acampamento precisam ser identificadas por fitas em seus pulsos, que foram impostas pela Prefeitura de São José dos Campos. Mas as pessoas estão começando a arrancar essas fitas dos pulsos, pois alguns moradores já foram agredidos nas ruas, inclusive pela Polícia Militar, porque viraram alvos, devido às fitas.
PCB - E isso cria dificuldade para quem está aí, como o PCB, para prestar solidariedade?
WAGNER - Todas. Eu e todos que prestamos solidariedade estamos no Centro Poliesportivo do Morumbi, e nós dos movimentos de solidariedade não conseguimos entrar nos três outros alojamentos. Muitos moradores estão no Colégio Caíque, e sabemos que em péssimas condições, ainda piores que as daqui.
PCB - Quais são os alojamentos?
WAGNER - São o alojamento da Escola do Latão, o Colégio Caique, no bairro Dom Pedro; o Centro Esportivo do Vale do Sol e o Centro Poliesportivo do Morumbi, onde estamos. Mas a Prefeitura de São José dos Campos já quer separar as famílias que estão no Morumbi, levando algumas para o Colégio Limoeiro.
PCB - A tática deles então  é dividir as pessoas...
WAGNER - Sem dúvidas. Aqui a prefeitura é do PSDB e deve estar recebendo orientação do alto tucanato. Eles querem dividir para desarticular o povo do Pinheirinho. E isso sob uma presença ostensiva da Guarda Civil Municipal no entorno dos acampamentos, com sinal de celular que desaparece, sites e blogs que desaparecem...
PCB - A direita se preparou mesmo para essa invasão?
WAGNER - Eles parecem querer criar um modelo de tratamento para todas as outras ocupações Brasil afora, assim como a UPP do Rio de Janeiro virou bandeira eleitoral por todo o país. Não conseguimos nem nos comunicar, o Yahoo está bloqueando meus e-mails, não consigo enviar mensagens daqui. O Twitter censurou, tudo isso muito rápido.
PCB - Quais os próximos passos?
WAGNER - Nossa principal tarefa aqui é publicizar o massacre e tentar sensibilizar a opinião pública. Nesta semana, a militância do PCB e de outras organizações fizeram panfletagens em São Paulo, nas estações do Metrô. Estivemos presentes no Ato da Praça da Sé, o convescote que reuniu Dilma, Alckmin e Kassab. Aqui em São José dos Campos, estamos articulados em apoio e com aceitação do movimento dos moradores. Estamos ao lado da CST e do C-Sol, Sindicato dos Metalúrgicos daqui, Unidos para Lutar, PSTU. Há intensa solidariedade entre as correntes políticas, independente das diferenças de formulação. Queremos tornar as condições para os desalojados mais dignas.
PCB - E o PT, deu as caras?
WAGNER - O PT não apareceu aqui enquanto partido. Há boatos de que há um acordo à beira de ser formalizado entre a Prefeitura do PSDB e o Governo Federal, através do Minha Casa Minha Vida, para a compra do terreno do Pinheirinho. Mas o Governo Federal diz que só fará isso com concordância do Governo estadual. Estão jogando o problema para o PSDB para depois dizerem: nada pudemos fazer porque o governo paulista não aceitou o acordo. É politicagem das mais absurdas.
PCB - E s desalojados, vão para onde?
WAGNER - A Prefeitura diz que vai oferecer uma bolsa aluguel, que seria de cerca de R$ 500 por família. Mas é  algo parecido com o que ocorreu antes da PM invadir o local; jogam esses boatos para desmobilizar e dividir os moradores. Mas eles estão radicalizados, as pessoas adoecidas não querem nem ser transportadas nas ambulâncias da Prefeitura porque não confiam. O serviço de Assistência Social da Prefeitura apareceu aqui sabe para que? Para oferecer aos moradores passagens de ônibus para suas áreas de origem. Tem gente de outros estados que está aqui há mais de 10 anos...
PCB - E o que eles pretendem fazer?
WAGNER - Nesse sábado, às 18 horas, haverá uma assembléia dos moradores, com pessoas dos 4 acampamentos, no "Campão". Estaremos presentes. Queremos denunciar a "limpeza" social que pretendem fazer em São José dos Campos, as pessoas estão sem casa e muitos foram demitidos de seus trabalhos sob a justificativa de que faltaram ao trabalho. As pessoas estão sendo empurradas para a criminalidade.
PCB - Soubemos que foi montada uma brigada de profissionais da área de saúde...
WAGNER - Essa brigada de saúde chegou com seis médicos. No final de semana, virão mais. As pessoas não tiveram tempo de retirar seus pertences. Então temos pessoas que não conseguiram pegar seus remédios e receitas. Diabéticos e hipertensos, gente ferida sem antibióticos. De início, os serviços de saúde da Prefeitura estavam negando atendimento para a população; só começaram a fazê-lo sob a imposição da Defensoria Pública Estadual, que veio aqui. Temos gestantes sem acompanhamento, crianças com desidratação. muita gente com febre e infecções. Nas primeiras horas, quem garantiu atendimento médico foram dois médicos voluntários.
KLAUS - Essa brigada foi composta por mim, 2 médicos e 1 estudante de medicina do PSTU e mais 4 médicos e um psicólogo sem filiação partidária. Estamos articulando com enfermeiros e psicólogos, alguns do PSOL.
PCB - E como vocês chegaram ao local?
KLAUS - A delegação saiu de São Paulo depois de participar do ato público no centro da cidade, contra a ação da PM no Pinheirinho e na Cracolândia. Só tivemos contato com a população que está no Ginásio do Jardim Morumbi. A assistência social da cidade impede o acesso a diversas informações.
PCB - Qual o quadro ali?
KLAUS - Os problemas de saúde são muitos e vão desde o saneamento básico até a atenção profissional em saúde propriamente dita. No momento em que chegamos ao alojamento, na tarde de quarta-feira, a população estava com pouca água para beber (em uma quadra poliesportiva que se transformou em uma grande estufa) e não havia água para os banheiros, que só chegou mais tarde em um caminhão pipa.
Há gente com escoriações no alojamento e precisam de um tratamento adequado para dor. Além dos doentes crônicos, como o Wagner já comentou, que saíram de suas casas sem a medicação de uso contínuo e não conseguiram resgatar nem a receita. Muitas crianças estão com infecções respiratórias e diarréia.
PCB - Esse coletivo de saúde planejou alguma ação de curto prazo?
KLAUS - No curto prazo, a proposta é realizar uma grande triagem ambulatorial dos desalojados nos próximos dias, tentando esmiuçar os problemas de saúde e resolver os problemas imediatos, como renovar uma receita médica de anti-hipertensivos, por exemplo, para que a população volte a ter a possibilidade de retirá-los na rede pública. Essa ação deve se concentrar, sobretudo, no próximo final de semana, quando poderemos contar com um maior efetivo de profissionais de saúde que se solidarizaram com a situação dos moradores do Pinheirinho e se prontificaram em ajudar.