"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Movimentos realizam ato contra repressão praticada durante bloqueio a caminhões de mineradoras

A União de Assembleias Cidadãs (UAC) junto a organizações sociais e políticas da Argentina estão convocando a uma manifestação em repúdio à repressão sofrida hoje pelas populações de Tinogasta, em Catamarca e Amaicha Del Valle, em Tucumán, durante atividades contrárias à mineração. O ato acontece às 18h desta sexta-feira, na casa de Catamarca (Avenida Córdoba, 2080, Buenos Aires).
A repressão policial considerada brutal aconteceu na manhã desta sexta-feira, quando a população de Tinogasta mantinha fechada a rota 60, impedindo que caminhões das empresas mineiras La Alumbrera e Agua Rica, carregados com explosivos, químicos e vários insumos para a atividade mineradora, trafegassem.
Ao chegar ao local, a Guarda de Infantaria avançou sobre os manifestantes com escudos, bastões e cachorros e dissipou a manifestação à força, com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, após serem recebidos com pedradas. A repressão deixou vários feridos, entre eles mulheres e crianças, e alguns detidos.
Sem qualquer tipo de ordem judicial, a polícia também desalojou, na madrugada de ontem para hoje, os manifestantes que se encontravam bloqueando a rota entre Amaicha del Valle e Santa María (Catamarca), permitindo assim a passagem de 20 caminhões carregados com insumos para levar às mineradoras. A polícia montou um destacamento no local para impedir um novo bloqueio na estrada.
Em comunicado, a UAC esclareceu os motivos da manifestação contra mineração a céu aberto. "Estas empresas já se encontram funcionando, deteriorando diferentes ecossistemas e destruindo a saúde dos solos, a água, o ar. Enfim, saqueando e destruindo nossos bens naturais comuns e colocando em perigo as economias regionais e a saúde das populações”.
A União de Assembleias Cidadãs assegurou que este foi apenas o começo da luta contra a consolidação de um modelo que prioriza a exportação de matérias-primas para beneficiar poucas empresas e esquece as necessidades da população. Também criticaram a resposta dos governos, acusando-os de cúmplices das transnacionais.
O Greenpeace saiu em apoio aos manifestantes. A organização, além de deixar clara sua reprovação à atitude repressiva, pediu à presidenta argentina Cristina Kirchner que dialogue com a população e escute suas sugestões a respeito dos empreendimentos mineiros.
"Estamos de acordo com a presidenta sobre a necessidade de iniciar um debate sério sobre o tema e sobre o caminho de desenvolvimento escolhido para o país e queremos participar dele”, afirmou Martín Prieto, diretor executivo do Greenpeace, organização que, desde 2003, apoia a luta da população de Esquel e reclama um debate sobre a megamineração e o uso de substâncias contaminantes no processo de exploração mineral.
A população argentina contrária à mineração afirma que sai desta mobilização certa de que só se vence com a unidade. "Por isso, longe de dissolver nossa luta, estamos mais organizados que nunca para repudiar os atos de violência e exigir que os que saiam sejam as empresas que contaminam nossos ecossistemas, nos deixam doentes e roubam nossos bens naturais”.

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