"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Europa - Greve e protestos contra as medidas de austeridade sacodem o velho continente

A tentativa de impor os custos da crise capitalista aos trabalhadores está fracassando na Europa. Nesta semana, manifestações contra os planos de austeridade tomaram conta de cinco países e a primeira greve geral em oito anos eclodiu na Espanha.

Muitos dos governos do bloco de 27 países - a União Européia - impuseram cortes drásticos aos salários, aposentadorias e seguro-desemprego na tentativa de conter a espiral crescente de débitos orçamentários. Em contrapartida, a consciência de que os trabalhadores serão as maiores vítimas da crise financeira criada por banqueiros e especuladores do mercado financeiro vai impulsionando uma gigantesca luta social.


As mais altas taxas de desemprego em 10 anos são o principal combustível da crise na Grécia e na Irlanda. Na Espanha, o desemprego dobrou em apenas três anos, expondo o colapso da economia após a catástrofe do mercado imobiliário e as sucessivas demonstrações de que os bancos se tornaram incapazes de recuperar sua lucratividade. Especialistas do mercado financeiro afirmam que, seguindo o ritmo atual, as taxas de lucro de 2007 só seriam retomadas a partir de 2016.


Somadas às manifestações e protestos na França, contra o aumento da idade mínima para a aposentadoria - medida tomada pelo governo Sarkozy para, à sua maneira, impor um plano de austeridade - as manifestações desta semana são a demonstração de que o movimento operário está despertando do torpor provocado pela oferta de crédito barato ao consumidor e controle da inflação às custas da superexploração da mão de obra em países como a China ou a Índia.

Onda de protestos

Em Bruxelas (Bélgica), sede da União Européia, milhares de pessoas organizadas pelos sindicatos tomaram as ruas sob a palavra de ordem de “não à austeridade, prioridade para os empregos e crescimento”.


Num esforço para conter a radicalização do movimento operário europeu, as direções sindicais apontam para a colaboração com os governos dos países na mira dos planos de austeridade. “Nunca é tarde demais (para se repensar os planos de austeridade) porque as medidas ainda estão sendo elaboradas”, disse o dirigente do sindicato francês Force Ouvrière à BBC.

No entanto, as dificuldades para conter o avanço da radicalização dos trabalhadores vem fazendo com que as direções sindicais sejam arrastadas pela onda de protestos.


Os sindicatos espanhóis convocaram uma greve geral de 24 horas que paralisou a capital, Madri, nesta quarta-feira (dia 29). Protestos massivos ocorreram em toda a cidade próximos aos terminais de ônibus e metrô. Os piquetes se espalharam na tentativa de fechar todas as lojas e bancos, juntamente com o sistema de transporte público.


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Bancários entram em greve por tempo indeterminado

Na noite dessa terça-feira, aproximadamente 1.700 bancários de São Paulo, Osasco e região deflagraram greve por tempo indeterminado. A decisão foi unânime.

Em uma das assembleias mais cheias do último período, a categoria entrou em greve por 11% de reajuste salarial.

Na última quarta-feira, dia 22, em uma rodada de negociação do comando nacional dos bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), os banqueiros proporam um reajuste miserável de 4,29%, que prevê apenas a reposição da inflação dos últimos meses e não um aumento real dos salários, o que foi amplamente rejeitado pela categoria.

Os bancários exigem reajuste salarial de 11%, melhoria na participação nos lucros e resultados, vale-refeição, vale-alimentação, auxílio-creche, pisos salariais maiores, auxílio-educação para todos e melhores condições de saúde.

O total de bancários no país são 460 mil, sendo 130 mil apenas na base do sindicato de São Paulo. A greve também foi aprovada pelos bancários de Brasília nessa terça-feira.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Trabalhadores intensificam mobilizações

Os dados do PIB revelam que a economia brasileira se expandiu 8,9% no primeiro semestre de 2010 em relação ao mesmo período do ano passado, puxada, sobretudo, pelo crescimento da indústria, da agropecuária e dos gastos do governo. Este crescimento no semestre projeta um crescimento do PIB acima de 7% em 2010, uma das taxas mais elevadas do mundo, só abaixo das projeções de crescimento para as economias de China e Índia.

Diante destes resultados, importantes categorias estão em plena campanha salarial neste segundo semestre. Ao todo, são mais de cem categorias, entre as quais, metalúrgicos, químicos, comerciários, petroleiros e bancários. Estas campanhas são praticamente unificadas, uma vez que as pautas convergem em diversos pontos, inclusive o percentual de aumento real, acima da reposição da inflação, que está sendo reivindicada. Os bancários se organizam já há alguns anos num comando unificando nacional, que negocia com os representantes dos bancos. Os petroleiros negociam praticamente com uma única empresa, a Petrobras, e também fazem uma campanha unificada.

Este ano, algumas categorias estão se aproximando para reforçarem suas jornadas reivindicatórias. É o caso da Força Sindical e da União Geral dos Trabalhadores (UGT), cujas Federações e sindicatos filiados – dos setores da indústria, comércio e serviços no Estado de São Paulo – realizaram manifestações unitárias para a entrega das pautas de reivindicação à Fiesp (Federação das Indústrias) e à Fecomercio (Federação patronal do comércio). As dezenas de Sindicatos envolvidos representam cerca de 2 milhões de trabalhadores no setor metalúrgico, indústria alimentícia, químico, padeiros, aeroviários, gráficos, de laticínios, têxteis e do comércio da Capital e várias regiões do Interior. Os dirigentes sindicais manifestaram que irão atuar conjuntamente nas negociações de cada categoria, o que inclui apoio para realização de greves.

Os percentuais reivindicados para aumento dos salários também se elevaram. No ano passado, a maioria das categorias obteve aumentos entre 1,5% e 2% acima da inflação. As reivindicações este ano partem de 5% e muitas chegam a 11% de aumento real. Os petroleiros, por exemplo, reivindicam aumento real de 10%. Já os bancários, que haviam obtido pouco mais de 1% em 2009, reivindicam 5% além da reposição da inflação.

Para subsidiar as ações unitárias das Centrais Sindicais, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) elaborou estudo destacando, além da conjuntura favorável às negociações coletivas, desafios que o Movimento Sindical pode buscar enfrentar com sucesso em tempos de crescimento econômico. No centro da disputa, a redução da desigualdade de renda e o aumento da participação dos salários na renda nacional.

Segundo dados apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas Contas Nacionais, a participação da parcela salarial na renda nacional em 2008 era estimada em apenas 43,6%, enquanto nos países centrais do capitalismo estava acima dos 60% (68,1% nos EUA; 75,9% na Coréia do Sul; 64,9% na Alemanha).

A disputa pela renda nacional se desenrola em diversos planos. Na esfera do Estado, a reforma tributária e a redução das taxas de juros fixadas pelo Governo através do Banco Central são necessárias para diminuir as vantagens do capital em relação aos trabalhadores. Destaca-se também a necessidade de manter a valorização do salário mínimo. Segundo o DIEESE, em agosto, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.023,89, ou seja, 3,97 vezes o mínimo em vigor, de R$ 510,00.

No plano das negociações coletivas, as principais reivindicações concentram-se na redução da jornada de trabalho para 40 horas; na elevação dos pisos salariais das categorias, contribuindo para elevar a taxa mínima de exploração e elevar a pirâmide salarial no país; e na incorporação dos ganhos de produtividade aos salários – nos últimos 10 anos, os níveis de produção da indústria brasileira acumularam elevação de 26,4%. Enquanto isso, o volume de horas pagas mostrou crescimento bem mais modesto (2,9%) e o Custo Unitário do Trabalho, que indica o crescimento do custo salarial em relação aos ganhos de produtividade, ficou praticamente estável (-0,1%) para o mesmo período. Como resultado desta diferença entre o aumento da produção e das horas pagas entre 2001 e 2010, verifica-se que a produtividade física na indústria cresceu nada menos que 22,8%. Ou seja, existe muita riqueza gerada pelos trabalhadores que está sendo apropriada exclusivamente pelo capital.


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Assembléia da categoria aprova indicativo de greve para esse o dia 29 de setembro

Os banqueiros que são inimigos históricos dos trabalhadores, após lucrarem como nunca no atual governo e estarem nadando em dinheiro se recusam a atender as reivindicações, já rebaixadas, da categoria, dentre elas o reajuste de 11% reivindicado pela burocracia sindical do PT/Articulação.

Nesta quarta-feira, dia 22, houve mais uma rodada de negociação do comando nacional dos bancários e a Fenaban, que propôs apenas a reposição da inflação do período (4,29%) de reajuste salarial. Segundo os banqueiros “o reajuste de 11% é exageradamente alto”. Todo mundo sabe que os banqueiros estão nadando em dinheiro. Os lucros dos banqueiros perto dos índices da campanha salarial dos bancários apontam a farsa da campanha salarial organizada pela burocracia sindical do PT/Articulação.

A proposta da burocracia se resume a um reajuste miserável de 11% (que representaria a reposição da inflação oficial mais 6% de aumento real) além de uma PLR nos mesmos moldes que a do ano passado.

Para garantir que a campanha ocorra bem para os banqueiros, a burocracia sindical transformou a campanha salarial em mero ritual burocrático e exclui a maioria da categoria de participar efetivamente da campanha salarial. Diante da crise que atinge a categoria com demissões e perdas salariais, os bancários ficam reféns da burocracia sindical à frente dos aparelhos sindicais das federações e confederações dos trabalhadores bancários.

Estes aparelhos burocráticos, que estão na contramão da luta dos trabalhadores, apresentam uma pauta que não corresponde aos reais interesses da categoria, apresentando a pauta salarial cheia de fórmulas abstratas e manobras distracionistas que visam a dividir a categoria.

Contra esta política, é preciso impulsionar a partir dos locais de trabalho, em total independência da burocracia, uma verdadeira mobilização pela reposição integral das perdas salariais, pelo aumento real de salário, isonomia de tratamento etc.

domingo, 26 de setembro de 2010

Quinta greve geral francesa - Trabalhadores se levantam contra os cortes

Na última semana, trabalhadores franceses voltaram a se manifestar contra o plano de Reforma da Previdência implantada pelo governo Sarkozy.

No inicio do mês de setembro, dia sete,já havia ocorrido uma greve geral de trabalhadores franceses que reuniu mais de 2,5 milhões em mais de 200 localidades por toda a França.

A greve do último dia 23, convocada pelos sindicatos franceses, reuniu quase três milhões de pessoas, segundo organizações sindicais, que marcharam ao longo de Paris e de dezenas de outras cidadesdo país. Foram cerca de 230 protestos espalhados por toda a França contra o aumento da idade para a aposentadoria que hoje é de 62 anos. Esta foi a quinta greve geral francesa somente este ano e a segunda em menos de quinze dias.

O governo quis enfraquecer a greve dizendo que esta manifestação foi muito menor que a anterior, não chegando nem mesmo a reunir um milhão de pessoas. Segundo o ministério do Interior da França, a manifestação tinha pouco mais de 400 mil pessoas. Nem mesmo a polícia foi tão a fundo na intenção de deturpar os fatos. Segundo os órgãos de repressão franceses a greve reuniu 1,1 milhão de pessoas.

A intenção do governo Sarkozy é clara, impedir que estas manifestações se tornem cada vez maiores. Vale lembrar que em 2002, manifestações muito semelhantes a estas impediram a aprovação de um plano de reforma da previdência praticamente idêntico ao atual.

Sarkozy fez declarações de que não irá voltar atrás no plano de austeridade, dizendo cinicamente que as manifestações não são expressão da vontade da maioria dos franceses. E que, portanto, a maioria dos franceses estaria a favor das medidas.

A mentira do governo é tão evidente que somente em Paris foram mais de 300 mil pessoas nas ruas.

Segundo um trabalhador francês: "Aos meus 55 anos não tenho vergonha de estar na rua porque o governo da França não nos escuta. Os jovens e os empregados ainda não fizeram nada. Espero que o governo reaja diante das pensões que estão ameaçadas ou condenadas. Contra grande manifestação. A França está zangada" (EFE, 23/9/2010).

O principal setor mobilizado foi o de transportes. Foram 49% dos ferroviários que aderiram à paralisação. Ficaram paralisados também os metroviários, os aeroportos, os professores e todo o funcionalismo que trabalha nas escolas.

Os trabalhadores das refinarias de petróleo também aderiram à greve, quase que 100%.

O governo Sarkozy está aplicando uma política sem freios contra os trabalhadores. Atacando diretamente a aposentadoria e cortes em direitos trabalhistas seu governo já está enfrentando resistência que deve se intensificar nas próximas semanas. Estas manifestações também levantaram outras questões sobre a política do governo francês, como a expulsão dos ciganos turcos.

Os sindicatos já anunciaram duas novas datas para colocar ainda mais pessoas nas ruas contra Sarkozy. As duas datas são no dia dois de outubro, onde serão realizadas manifestações diversas por todo o País e no dia 12 de outubro, data da nova greve geral.

A resistência dos trabalhadores franceses, um exemplo para o restante dos trabalhadores europeus e também os de todo o mundo, não tem data para acabar. Essas mobilizações são um sinal da guinada à esquerda que os trabalhadores em todo o mundo estão dando. Na Europa, em particular, esta ascensão vai reunir milhões de trabalhadores de diversas nacionalidades e impulsionar a luta contra o colonialismo francês em regiões como a América Latina.

Burguesia dividida com o “Ficha Limpa”

Também no dia 23, mas agora no Brasil, outro acontecimento político demonstrou a instabilidade da burguesia nas eleições. Uma votação no STF (Superior Tribunal Federal) a respeito da validade ou não do “Ficha Limpa”, principal projeto da burguesia utilizado para “moralizar” as eleições acabou em empate.

A votação se estendeu além da meia-noite quando a sessão foi suspensa devido o resultado de cinco votos a favor e cinco votos contrários.

A votação se dividiu da seguinte forma, favoráveis à validade da Lei, e pelo impedimento da candidatura de Joaquim Roriz (PSC) ao governo do Distrito Federal, o relator do processo no STF Ayres Britto, o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, Cármem Lúcia, Joaquim Barbosa e Ellen Gracie. Já contrários à aplicação da Lei foram Cezar Peluso, presidente do Supremo, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Marco Aurélio e Dias Toffoli. Defenderam a aplicação da lei em 2010, porque estaria ferindo o princípio da retroatividade, e até mesmo porque a lei não cumpriu todo tramite legislativo, já que foi alterada no Senado e voltou para a Câmara Federal para ser referendada.

O empate foi minimamente proposital para evitar o pior, ou seja, revelar a enorme crise que existe no judiciário a respeito desta lei que já foi amplamente criticada, sendo este jornal pioneiro nessa crítica,feita também por uma série de juristas e especialistas da área que acusam a Lei “Ficha Limpa” de inconstitucional.

O adiamento da votação só está prorrogando a decisão que pode ser favorável ao cancelamento da lei, pois o desempate seria do presidente do STF, Cesar Peluzo que já votou individualmente contrário à aplicação da Lei. Há ainda a possibilidade de esperar que Lula indique novo juiz para o STF depois da saída de Eros Grau e que este vote desempatando, ou então o STF poderia adotar a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que foi contrário ao pedido do recurso de invalidação da Lei “Ficha Limpa”.

Este é mais um sinal da falência do regime político brasileiro que está caindo de podre. Este empate no STF na validação ou não do “Ficha Limpa” revela que há uma divisão interna na própria burguesia, que se atrita cada vez mais acentuadamente frente o agravamento da crise capitalista.

Debate entre a esquerda nas eleições

Na última semana também ocorreu outro grande acontecimento relacionado com as eleições. No dia 21, terça-feira, aconteceu o debate entre os presidenciáveis de esquerda. O debate foi realizado com os candidatos à Presidência do PCO, Rui Costa Pimenta, do PCB, Ivan Pinheiro e PSTU, Zé Maria. Foi mediado por Nilton Viana, editor-chefe do jornal Brasil de Fato e foi transmitido ao vivo pela internet pelas páginas dos partidos e do jornal na internet. Houve também a transmissão por meio de dezenas de rádios comunitárias e independentes

O debate foi um êxito tanto do ponto de vista político como do ponto de vista de público. Foram mais de 2, 5 mil acessos simultâneos e mais de 7 mil visitas que chegaram a congestionar a transmissão impossibilitando algumas pessoas de assistirem. O chat organizado para receber comentários e perguntas de internautas recebeu cerca de 5, 5 mil visitas no pico e em diversas universidades e sindicatos foram organizados grupos para assistir o debate em tv’s e telões. Extima-se que o acesso à transmissão do debate nos sites dos partidos e do JornalBrasil de Fato tenha ultrapassado 20 mil visitas.

Houve também a participação de jornalistas, inclusive de órgãos internacionais, que fizeram perguntas aos candidatos.

Do ponto de vista político a atividade foi extremamente bem sucedida. O objetivo de denunciar o sistema eleitoral totalmente antidemocrático foi alcançado. Foi um debate unitário dos partidos que atuam nos movimentos operários, estudantis e sociais. A atividade colocou em discussão a necessidade e as tendências deunidade daesquerda diante das necessidades da luta dos explorados.

Outro ponto que este debate colocou em pauta foi a necessidade de criação de sistema alternativo de comunicação para se contrapor ao monopólio dos grandes meios de comunicação que está a serviço dos capitalistas, dos latifundiários, dos políticos burgueses. Estes meios de comunicação só mostram os três principais candidatos, escondendo da população os demais partidos e candidatos. Para que governem sempre os mesmos.

Manifestação e repressão

Ainda na última semana , na quinta-feira , dia 23, os estudantes da Universidade Católica de Brasília (UCB) foram reprimidos pela polícia Federal por protestarem contra a direção da faculdade.

O protesto foi organizado contra o debate presidencial que a direção da faculdade, juntamente com a CNBB (Confederação dos Bispos do Brasil) e o canal de televisão, Rede Vida iriam realizar na faculdade. Os estudantes com o DCE (Diretório Central dos Estudantes) tinham organizado um debate paralelo bem próximo ao debate “oficial”.

Mas mesmo antes do início dos debates, a direção da UCB acionou a polícia federal que chegou reprimindo os estudantes que estavam organizando o debate paralelo. A polícia sitiou a faculdade e permitiu apenas a entrada de estudantes devidamente identificados. A polícia inclusive fechou o DCE para impedir o acesso dos estudantes ao próprio espaço estudantil.

O fato marca a crescente ditadura das reitorias das universidades e a defesa, neste caso, da igreja, das instituições políticas da burguesia para manter a mesma estrutura política retrógrada, antidemocrática e antipopular de opressão da maioria da população.


sábado, 25 de setembro de 2010

EUA, Europa e Japão... por todos os lados a crise que se anunciava como superada vai dando sinais de enorme vitalidade

No último 22, foi divulgado resultado da pesquisa Bloomberg Global Poll, realizada pela Bloomberg, cujo objetivo era traçar um mapa de atuação dos investidores em todo o mundo.

O resultado do estudo, que surpreendeu a muitos, indicou que no mês de setembro, os investidores vêem maiores perspectivas de investimento no Brasil, Índia e China do que nos Estados Unidos, maior potência capitalista do globo.

Tais números confirmam a completa paralisia da economia dos EUA, e sua incapacidade de contornar o avanço da crise econômica internacional.

Não apenas isso, revela também que a atual política praticada pelo governo Lula e demais países do BRIC, tem como objetivo primordial abrir, custe o que custar, novas oportunidades de negócios para capitalistas estrangeiros, os quais movimentam seus capitais em função de condições de maior lucratividade na jogatina financeira instalada no mercado mundial.

A pesquisa se baseou nas respostas de 1.408 investidores, analistas e corretores de bolsa.

Um dos entrevistados, Eric Kraus, estrategista da Otkritie Broquerage House em Moscou, afirmou ser da opinião que a economia dos Estados Unidos "é obviamente insustentável, e a tentativa coordenada de pôr fim às dúvidas vem tendo cada vez menos resultado no exterior". E completou ainda, "pode-se retardar, mas não impedir as conseqüências de uma bolha de crédito de muitas décadas."

Outro dos entrevistados, o trader Thomas Knudsen, funcionário da OW Supply & Trading em Copenhague, mais iludido, mas ainda assim realista diante da situação atual, considera que "os Estados Unidos entrarão nos trilhos, mas não nos próximos 6 a 12 meses".

Um dos depoimentos mais significativos, no entanto, veio do presidente da Selzer & Co. J. Ann Selzer, que considera que atualmente "existem nuvens negras no céu, mas o pior ainda está longe".

27 bilhões em fuga na Zona do euro

Para comprovar as tendências totalmente desfavoráveis para a economia capitalista mundial, o Banco Central Europeu anunciou novos números sobre a economia dos países mais ricos do velho continente.

Segundo o novo relatório, os investidores retiraram um montante de cerca de 27,4 bilhões de euros dos mercados de ações na zona do euro.

A cifra é um retrato das expectativas atuais de todo um grupo de poderosos capitalistas que já não acreditam mais na possibilidade de qualquer recuperação no curto prazo. O receio de uma iminente nova onda de quebras na Europa se reflete na transferência de recursos dos países da zona do euro para outros mercados potencialmente mais lucrativos neste momento. Esses abutres financeiros parasitaram os bancos centrais europeus e, agora, sugado o sangue da vítima, preparam-se para correr.

Banco Central japonês vai intervir para desvalorizar iene

O governo japonês anunciou que está seriamente preocupado com a valorização da moeda japonesa frente ao dólar. A cotação do iene está a mais alta dos últimos 15 anos, segundo dados do próprio Ministério das Finanças.

Um dólar chegou a ser cotado em 84,36 ienes, o maior valor desde 1995. Esta alta sem controle do iene coloca em risco as exportações japonesas para os Estados Unidos, principal comprador dos produtos japoneses. O mercado norte-americano compra quase 30% da produção japonesa. As exportações são a principal fonte de renda do Japão que com a crise econômica dependem ainda mais deste setor.

O Banco Central japonês vai intervir diretamente no cambio para controlar a valorização da moeda japonesa. Os detalhes sobre esta intervenção não foram divulgados, mas espera-se que o valor caia, pois a alta desenfreada do iene pode colocar a economia do País em um estado de recessão profunda.

Reino Unido tem mais de 3% de inflação em agosto

Segundo o Banco da Inglaterra, a inflação da economia inglesa manteve-se inalterada no mês de agosto. Os preços subiram 0,5% segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor). No mês de agosto, a inflação registrou 3,1%, valor alto para os padrões britânicos. Os analistas esperavam uma inflação de 2% para o mês passado.

Este é um reflexo direto da crise econômica que provocou uma queda na produção industrial de toda a zona do euro.

Com este resultado haverá um agravamento natural da produção industrial inglesa que já está bastante debilitada devido aos efeitos da crise.

O Reino Unido tem mais de 2,5 milhões de desempregados e um custo altíssimo com o pagamento de seguro-desemprego para cerca de 1,5 milhão e meio de trabalhadores. A tendência é que a crise se agrave ainda mais no País arrastando toda a economia européia.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mobilizações alertam para despejos

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizaram, nesta quarta-feira (22), uma manifestação nas rodovias Régis Bittencourt, Raposo Tavares e no Rodoanel em São Paulo (SP).

As ações fazem parte da Jornada de Lutas Nacional contra Despejos, realizada desde segunda-feira (20) pela Resistência Urbana - Frente Nacional de Movimentos, que reúne organizações sociais urbanas de todo o país.

O objetivo das mobilizações, segundo o integrante do MTST André Mineiro, é denunciar os frequentes e massivos despejos que estão ocorrendo nas grandes cidades brasileiras.

A principal motivação das remoções, destaca o militante, é a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil em 2014 e 2016, respectivamente. Com o intuito de "embelezar" as cidades, tem-se gerado uma forte especulação imobiliária, responsável por expulsar comunidades pobres em direção às periferias.

"As cidades mais prejudicadas em geral são as metrópoles. Em São Paulo aconteceram alguns despejos em Paraisópolis [zona sul], onde teve uma campanha bem forte de mobilização dos moradores. Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas isso deve ficar mais forte nos próximos anos", afirma.

Nesta quinta-feira (23), os movimentos entregarão uma carta ao Ministério das Cidades, onde pedem, dentre outras medidas, a paralisação imediata dos despejos e garantias de moradia para famílias de baixa renda.

"A ideia dessa Jornada é justamente abrir um canal de negociação nacional para que, de alguma forma, pare esse processo de despejo", explica Mineiro.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eleições expõem profunda crise da direita brasileira


O resultado praticamente certo da eleição da candidata do PT, Dilma Rousseff, já no primeiro turno é uma expressão da verdadeira falência da direita brasileira, em especial o PSDB, seu último sustentáculo.

A queda de José Serra, do PSDB, nas pesquisas, revela que este partido está caminhando para o mesmo destino de outras legendas da direita brasileira, como o próprio DEM.

Este resultado expõe ao mesmo tempo uma guinada da situação política para a esquerda e indica uma retomada da mobilização dos trabalhadores.

Desenvolvimento da crise

Esta crise não surgiu do nada. Desde o fim da ditadura militar a direita vem perdendo apoio da população e tendo que se camuflar para sobreviver. O primeiro a passar por “transformações” foi a Aliança Renovadora Nacional (Arena), o principal partido do regime militar. A Arena passou por diversas modificações, o que originou o já falecido PFL e agora o decadente DEM.

Estas mudanças apenas garantiram uma sobrevida a este partido, pois desde o fim da ditadura não conseguiu mais assumir o governo. Foi gradativamente sendo colocado para escanteio no quadro político nacional.

Outro partido da direita que demonstra extrema debilidade é o PMDB, oposição oficial à ditadura militar. Seu apoio no meio da população inexiste e está no cenário político nacional graças às recentes alianças feitas com o PT que proporcionaram sua participação em diversos cargos do governo. O PMDB está de “pé” unicamente em função do apoio do PT, que deu a esse partido posições fundamentais no governo Lula, aliança que culminou com o PMDB ganhando a candidatura à vice-presidência.

E por fim, a crise do PSDB que foi uma dissidência “à esquerda” do PMDB e que se consolidou como ponto de apoio da direita no Brasil.

PSDB em declínio

Estas eleições estão sepultando qualquer tentativa do PSDB de se reerguer. O fracasso da candidatura de José Serra não é um caso isolado no partido. As pesquisas apontam que a base aliada da oposição burguesa está na frente em menos da metade dos estados que a base aliada de Dilma.

A direita vem há pelo menos quatro anos tentando garantir uma vantagem sobre o PT por meio das denúncias de corrupção na base do governo Lula. A ofensiva também se deu com o ataque a diversos direitos da população, como a sistemática perseguição aos trabalhadores do campo, pesquisas de células-tronco, campanha contra as cotas para negros no ensino superior e a perseguição às mulheres relacionada com o aborto.

Mas todos estes “esforços” da direita não foram suficientes. As pesquisas foram intencionalmente manipuladas para dar uma vantagem inicial para Serra, mesmo antes da campanha eleitoral, mas bastou iniciar a campanha e ficou evidente que o PSDB não tem apoio nenhum entre a população.

Outra artimanha da direita foi tentar colocar a candidata do PV, Marina Silva, como uma espécie de opção aos descontentes com Lula e o PT, mas a tentativa fracassou miseravelmente. E até mesmo o candidato do Psol, Plínio de Arruda Sampaio recebeu um pequeno espaço na imprensa burguesa para fazer contraponto à candidatura de Dilma, mas em nada mudou o quadro eleitoral.

Estes recursos da direita para tentar ganhar vantagem nas eleições também revelam que está em marcha uma tendência generalizada da população à esquerda.

Sinais da decadência do PSDB podem ser facilmente identificados na própria campanha eleitoral de Serra na televisão. Da figura notoriamente arrogante e antipática, o candidato do PSDB tenta aparecer agora como simpático e amigo do povo nos programas da TV. Tem sistematicamente aparecido em casas pobres, conversando com famílias etc. Serra chegou a elogiar Lula e dizer que vai manter diversos projetos, entre eles o Bolsa Família. Nas últimas semanas está fazendo promessas sobre aumento para aposentados e aumento do salário mínimo com valor um pouco maior que oferecido pelo PT.

Até mesmo a imprensa burguesa, grande apoiadora do PSDB, foi obrigada a fazer críticas a este partido, numa tentativa de compreender e influir sobre a questão.

A declaração da imprensa de que o PSDB precisa ser reformulado é um reconhecimento do seu fracasso, que é um fracasso de toda a direita e, portanto, das representações oficiais e tradicionais da burguesia.

Em uma matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo, declarações de lideranças do PSDB demonstram a decadência do partido. Foi dito que o partido não tem militantes nos estados e que há muito não agrega novos integrantes, na verdade erdendo quadros.

O PSDB deve traçar o mesmo caminho que o DEM, antigo PFL, traçou, mudando de nome e tentando aparecer como um novo partido, “reformulado” etc. Que a fórmula não funcionou pode ser vista no fato de que hoje o DEM está à beira do colapso.

A derrocada do PSDB vai implicar ainda na instabilidade do regime político, pois este partido tem um papel fundamental, juntamente com o PT, na manutenção da estabilidade política no País.

Perdendo aliados

Com a crise, o PSDB está perdendo diversos aliados. O primeiro a anunciar que vai deixar o partido é o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). Kassab declarou que vai deixar o DEM e provavelmente deva entrar no PMDB. A saída do prefeito indica não só a perda do PSDB de um de seus aliados como também o declínio do próprio DEM. E no geral a derrocada de toda a direita.

Kassab disse que pretende esperar o resultado das eleições para decidir seu destino. Espera que o DEM eleja pelo menos 51 deputados, caso contrário, a saída será certa. Mas estimativas apontam que o DEM deva perder pelo menos 20 deputados de um total de 56 que possui atualmente.

Há ainda boatos que dizem que Aécio Neves pretende deixar o PSDB. O fato não foi confirmado, mas são mais indícios de crise no PSDB.

O papel do PT

O que também fica evidente na derrocada do PSDB é o apoio disfarçado de oposição que sempre recebeu do PT. O PT foi o principal sustentáculo dos oito anos do governo FHC. Foi por meio de Lula, do PT e da CUT que o PSDB promoveu a venda do País com as inúmeras privatizações, como a Petrobrás, a telefonia etc.

Foi no governo FHC, também com a ajuda do PT, que o movimento operário foi totalmente esmagado. Um local onde o apoio do PT para manter o PSDB é no estado de São Paulo, onde há 16 anos quem está a frente do governo é este partido. O acordo entre PT e PSDB é de longa data. Enquanto o PT fica com os cargos ao Senado, o PSDB fica com o governo. Após as eleições, o PT aparece como oposição ao PSDB, mas sem grandes enfrentamentos, pelo contrário, tenta evitar ao máximo qualquer choque verdadeiro entre a classe operária e o governo tucano. Um exemplo bastante recente foi a greve dos professores estaduais do ano passado, quando a direção do sindicato, comandada pelo PT, tentou a todo custo acabar com a greve evitando o desgaste total do governo Serra.

Mesmo com a vitória, mais uma vez do PSDB em São Paulo, a crise tende a se acentuar e em breve será inviável para o PSDB governar o estado.

A crise do PSDB reflete a crise geral dos partidos do regime. Ao mesmo tempo há uma tendência bastante acentuada da classe operária à esquerda. Esta tendência se reflete na candidatura de Dilma Rousseff e nas lutas recentes. Mas isto não significa que haverá um apoio dos trabalhadores ao governo, pelo contrário, a cobrança será ainda maior. O enfraquecimento do PSDB vai gerar uma onda de mobilizações dos diversos setores contra o governo, desenvolvendo a luta dos trabalhadores.


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Metalúrgicos de Volks, Toyota e Mercedes decidem manter greve

Trabalhadores de fábricas da Toyota, Mercedes Benz e Volkswagen decidiram em assembleias nesta segunda-feira continuar a greve iniciada na semana passada.

Na Volks em São José dos Pinhais, no Paraná a paralização atinge 5,6 mil trabalhadores, sendo 4.000 diretos e 1.600 terceirizados. Na Toyota, em Indaiatuba, a fábrica emprega cerca de 2.100 trabalhadores, também paralisados.

Em Campinas, cerca de mil trabalhadores da Mercedes-Benz entraram hoje no terceiro dia de greve. Os funcionários da montadora recusaram a proposta patronal de reajuste salarial de 10,5%, pois reivindicam 17,45%.

Nas reuniões entre o sindicato dos metalúrgicos e a Mercedes, não houve avanços econômicos nas propostas apresentadas. Na Toyota, ainda não houve reunião, de acordo com a entidade.

Na Volks, a "greve picoca", como foi batizada pelos trabalhadores, vai ser deflagrada todos os dias, a partir de hoje, paralisando um, dois ou todos os três turnos de produção da fábrica.

Os trabalhadores da fábrica exigiam o mesmo acordo fechado com a Renault, com R$ 4.200 de abono, 10% de aumento no piso e 10,08% de aumento salarial, sendo 5,55% de aumento real e 4,29% referentes à inflação acumulada nos últimos 12 meses, segundo o INPC.

Até hoje, cerca de 820 carros deixaram de ser produzidos na unidade que fabrica os modelos Golf, Fox, Cross Fox e Fox Europa.

Na Volvo em Curitiba, os cerca de 2700 metalúrgicos aprovaram nesta manhã acordo para reajuste de 10,08% (5,55% de aumento real e mais 4,29% referente à inflação), R$ 4.200,00 de abono e um reajuste de 233% no vale-mercado.

Ontem (19), os metalúrgicos do ABC, que trabalham nas montadoras Ford, Scania, Mercedes-Benz e Volkswagen conquistaram o maior aumento salarial da história da categoria: 9% da data-base mais 1,66% de correção da tabela salarial, num total de 10,8%, mais R$ 2.200 de abono. O índice total será pago integralmente na data base, em 1º de setembro, e o abono quitado totalmente em 20 de outubro.

Na semana passada, os metalúrgicos da GM em São José dos Campos e São Caetano já haviam aprovado um reajuste salarial de 9%, retroativo a 1º de setembro. O acordo também prevê abono de R$ 2.200. O teto para aplicação do reajuste é R$ 7.630. Os salários acima desse patamar contarão terão um valor adicional fixo de R$ 686.

sábado, 18 de setembro de 2010

PCdoB trai novamente a greve nacional

Durante os dias 14, 15 e 16 de setembro ocorreram várias assembleias, conforme deliberado no último Consin (Conselho de Sindicatos da Fentect), para decidir sobre a greve da categoria.

A deliberação aprovada no Consin foi uma derrota para o bloco traidor – PT e PCdoB – que compõe a maioria da federação. Os traidores queriam acabar com a proposta de greve que eles mesmos haviam deliberado no Conrep farsa que realizaram em julho. Ali, precisaram lançar mão da polícia e de capangas para não serem completamente derrotados, já que tinham minoria de delegados. Por isso, precisaram de um Conrep farsa para elaborar um calendário para enganar a categoria, que está cada vez mais se chocando com os interesses patronais dessa burocracia.

Os traidores sabem que a greve e a campanha salarial é a vontade dos trabalhadores, que rejeitaram amplamente o acordo bianual. Esse é o seu maior medo.

O PCdoB, nos sindicatos de São Paulo e do Rio de Janeiro (os dois maiores em nível nacional), desesperado com a tendência de mobilização da categoria, vem fazendo assembleias fantasmas, com 30 pessoas, para não correr o risco de ser atropelado pelos trabalhadores nesses sindicatos que são decisivos para a greve nacional da categoria.

Diante da derrota no Consin e confrontados com a pressão dos trabalhadores, a crise do PCdoB/CTB se aprofundou. No Rio de Janeiro, se recusou aa realizar assembleia e em São Paulo tiveram que lançar mão do velho esquema das assembleias regadas a carne e chope distribuídos aos “flanelinhas” do sindicato.

Como já era de se esperar, a assembleia realizada pelo Sintect-SP não foi convocada entre os trabalhadores, que sequer sabiam de sua existência, muito menos dos seus motivos. Essa é a única chance do PCdoB S.A. de não ser atropelado pela categoria.

A cada traição, a crise do PCdoB se agrava em São Paulo.

É necessário organizar nas bases dos setores oposições independentes da burocracia e dos patrões da ECT, para garantir a campanha salarial em 2010 e a mobilização e a greve da categoria. A corrente Ecetistas em Luta convoca os trabalhadores de São Paulo a seguir o exemplo dos companheiros de Minas Gerais e Espírito Santo e iniciar a greve por 35% de reajuste, contra os miseráveis 80 centavos que a empresa e os sindicalistas traidores deram para a categoria.

A vontade dos trabalhadores é a campanha salarial, a luta contra o excesso de trabalho nos setores e a luta contra a privatização dos Correios.


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Reação à crise: os trabalhadores franceses mostram o caminho

Na última terça-feira, dia 7, mais de dois milhões e meio de trabalhadores franceses se manifestaram nas ruas de Paris e em outras cidades francesas contra o governo de Nicolas Sarkozy.

A manifestação foi convocada pelos sindicatos como greve geral realizou mais de 200 protestos por toda a França. A principal reivindicação era o fim da Reforma da Previdência que o governo francês quer implementar no País para atender os interesses capitalistas diante da crise econômica. A greve afetou significativamente os sistemas de transportes, aeroportos, os hospitais, escolas e correios do setor público, mas o setor privado também se mobilizou, funcionários de bancos e empresas petrolíferas também paralisaram as atividades.

Com esta reforma, Sarkozy está colocando na prática o plano de austeridade fiscal que é uma exigência da União Européia para os países europeus em crise. É a conhecida política do corte de gastos públicos para colocar todo o ônus da crise econômica sobre as costas dos trabalhadores e conseqüentemente aliviar os prejuízos dos banqueiros e especuladores.

Esta reforma, que está para ser aprovada pelo governo francês, possui mais de 700 emendas e vai principalmente aumentar o tempo mínimo para a aposentadoria. A proposta é de que seja feita a elevação da idade mínima passe dos atuais 60 anos para 62 anos, isso nos casos de trabalhadores que completaram a idade mínima de trabalho. Atualmente a legislação francesa exige que os trabalhadores tenham trabalhado no mínimo 40 anos para se aposentar ou então tenham atingido 65 anos de idade. Neste caso, a idade para se aposentar passará de 65 anos para 67 anos e o tempo de trabalho para 41,5 anos.

Está em marcha um dos maiores confiscos da classe operária mundial. Sarkozy quer que os trabalhadores franceses, além da exploração cotidiana, ainda dediquem mais dois anos de trabalho, de maneira compulsória, para que os capitalistas falidos com a crise não tenham ainda mais prejuízo.

A insensibilidade do governo francês ao apelo dos trabalhadores é gritante. Para justificar esta medida, Sarkozy declarou da maneira mais cínica possível que o aumento da aposentadoria estava acontecendo, pois segundo pesquisas recentes a expectativa de vida dos franceses aumentou. Este é um recado que diz para a classe operária que ela não deve fazer mais nada da vida a não ser trabalhar para sustentar os parasitas da burocracia estatal e os capitalistas, banqueiros etc.

O governo francês quer criar um fundo com a aposentadoria dos trabalhadores para que possa ser usado quando for necessário para socorrer os capitalistas.

Na última sexta-feira, mesmo após a greve geral, Nicolas Sarkozy conseguiu a aprovação do projeto na Câmara de Deputados, onde tem a maioria, 314 deputados, do total de 577. Segundo o projeto a medida vai entrar em vigor apenas em 2018, mas na verdade vai ser uma implantação gradativa.

Já a partir do próximo ano, no dia 30 de junho, a aposentadoria aos 60 anos não será mais permitida.

Outra justificativa para o projeto é o déficit da Previdência que tem um rombo de 32 bilhões de euros, uma desculpa para não explicar onde está o dinheiro que foi transferido dos trabalhadores para o fundo de previdência.

A França, que era conhecida como o país com menor idade para se aposentar, tendo cerca de 15 milhões de aposentados, segue os exemplos da Grécia e demais países que aderiram aos planos de austeridade fiscal e ataca os direitos dos trabalhadores.

Resposta à altura

Os trabalhadores franceses mostraram o caminho que deve ser seguido diante desta enorme ofensiva do governo francês contra o direito dos trabalhadores. A greve geral paralisou mais de 30% do serviço público da França.

Mas esta não será uma medida isolada, pois já foram convocadas outras manifestações. Mesmo antes da aprovação do projeto na sexta-feira dia 10, seis das oito principais centrais sindicais já haviam se reunido para programar outras mobilizações. Está marcado para o próximo dia 23 de setembro mais uma greve geral que deve, diante da aprovação do projeto, reunir muito mais pessoas contra a medida.

Esta é apenas uma das inúmeras medidas do plano de cortes de gastos públicos que o governo francês irá aplicar para conter a crise à base do ataque aos direitos dos trabalhadores.

O exemplo dos trabalhadores franceses deve ser seguido em todos os países em que os capitalistas e banqueiros estão aplicando os cortes nos gastos públicos e promovendo um enorme confisco dos trabalhadores.

A crise francesa, já prenunciada com os recentes levantes de imigrantes nas periferias de Paris, por causa do assassinato de dois jovens negros por policiais, é um sinal de que tende a se aprofundar e que os trabalhadores estão dispostos a um confronto direto com os governos. Existe uma tendência geral de guinada à esquerda das massas.

Pagando para não ver

Outro sinal de desestabilização da burguesia mundial na última semana, foi o megapacote apresentado pelo presidente norte-americano como medida de conter a crise interna do País.

Obama apresentou um plano de 50 bilhões de dólares para, em tese, promover um grande projeto de infraestrutura que vai abranger a construção de aeroportos, estradas, ferrovias etc.

Na última semana Obama fez um verdadeiro tour pelos Estados Unidos, indo estrategicamente nas principais áreas afetadas pela crise econômica para apresentar este novo pacote, em uma destas ocasiões apresentou o projeto, "Ao longo dos próximos seis anos, vamos reconstruir 150 mil milhas (241 mil quilômetros) de nossas estradas. Isso é o suficiente para dar seis voltas ao mundo. É muita estrada. Vamos estender e manter 4 mil milhas (6.400 quilômetros) de nossas ferrovias - o suficiente para cobrir (o país) de costa a costa. Vamos restaurar 150 milhas (241 quilômetros) de vias de acesso e avançar no controle de tráfego aéreo de última geração, para reduzir o tempo de viagem e as demoras para os viajantes norte-americanos. Acho que todo mundo pode concordar com isso" (Monitor Mercantil, 6/9/2010). Com esta declaração fica visível que a intenção do projeto é recuperar a imagem de progresso e crescimento econômico que há muito está estagnada nos Estados Unidos.

Este é na verdade um plano emergencial de contenção de prejuízos políticos que o governo teve devido o avanço inegável da recessão no País. Obama quer ao mesmo tempo dar a entender que pretende solucionar o problema da crise econômica e amenizar o impacto dos mais de 14 milhões de desempregados que o País tem hoje. Um outro fator são as eleições parlamentares que ocorrem no início de novembro, onde o governo corre o risco de ficar em minoria na Câmara de deputados.

Obama declarou que se for necessário irá reduzir orçamento de algumas áreas para que o pacote seja viabilizado.

O projeto ainda precisa ser aprovado pelos deputados, mas com as eleições em andamento talvez seja postergado. O fato é que não é por acaso que Obama pretende gastar 50 bilhões de dólares com os pobres e desempregados. Este é um sinal de que a crise econômica norte-americana está caminhando não para a recuperação como governo e analistas econômicos tentam apresentar, mas para uma enorme depressão.

E as conseqüências desta depressão no atual quadro econômico dos Estados Unidos tende a colocar a administração Obama em um sério risco de extinção, pois os trabalhadores devem se mobilizar contra esta situação e pressionar ainda mais o governo.

Afeganistão, a bola da vez

Depois do anúncio do fim da guerra do Iraque com a retirada das tropas do País, as atenções se voltaram para outro problema político do governo norte-americano, o Afeganistão.

Na última semana ficou patente o fracasso iminente do exército norte-americano no País. Um dos membros do talibã, Omar, denunciou que a coalizão entre Estados Unidos e OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estão perdendo vergonhosamente a guerra.

Omar declarou que, “a vitória da nossa nação islâmica sobre os infiéis invasores é agora iminente e a força propulsora atrás disso é a fé na ajuda de Allah e na unidade entre nós. (...) outras forças estrangeiras que vieram aqui para ocupar nosso país estão agora sob pressão dos seus povos, por causa do crescente e pesado gasto militar, das baixas e da falta de frutos da guerra”.

O membro do talibã ainda atacou os Estados Unidos dizendo a eles, “Vocês testaram toda a nossa força, para manter sua ocupação sobre o país independente e islâmico do Afeganistão, mas não conseguiram nada, exceto uma derrota frustrante".

O fracasso dos Estados Unidos no Iraque é muito semelhante ao Afeganistão. É um fracasso em todas as frentes, desde a militar até a política.

O fracasso também se demonstrou por meio das eleições fajutas que o governo norte-americano tentou fazer no País para criar a ilusão de que estava caminhando para a democracia, para a estabilidade. As eleições foram um fracasso com inúmeras fraudes e pouquíssima participação popular.

Por fim os Estados Unidos partiram para o suborno puro e simples e neste ponto também fracassaram. A idéia de cooptar lideranças talibãs e também militantes por meio de suborno não foi bem sucedida e ao invés de diminuir o número de militantes pelo contrário aumentou.

Devido à guerra, o país está extremamente pobre, sem condições de vida, sem emprego etc. Esta situação facilitou a adesão da população aos talibãs e não o contrário.

O plano de cooptação estava previsto em 250 milhões de dólares, mas devido à crise econômica o governo não conseguiu investir quase nada.

Apesar de um enorme contingente armado, somente a OTAN tem cerca de 150 mil soldados ocupando o Afeganistão, os Estados Unidos está se vendo em uma situação semelhante ao que aconteceu no Iraque, obrigado a retirar as tropas com muita cautela para evitar o pior, pois a situação no país é insustentável.


domingo, 12 de setembro de 2010

Haiti - Exploração capitalista da miséria

Empresas como a Monsanto buscam por todos os meios explorar o país sobre o pretexto da reconstrução e da ajuda "humanitária"

Uma série de pactos e negociatas entre governos e grandes capitalistas tem sido articulada em torno da “reconstrução” do Haiti. O Governo norte-americano e brasileiro tem se dedicado a levar “ajuda” para o país. Porém, como de costume em tais ações, a única finalidade dessas “ajudas humanitárias” é obter lucro em cima da tragédia que vive o povo negro haitiano desde o terremoto que matou 220 mil pessoas.

A última cartada foi da Monsanto, que, a título de ajuda humanitária, em maio deste ano, distribuiu cerca de 60 toneladas de sementes ao governo haitiano para serem entregues, gratuitamente, às lojas administradas pelas associações de agricultores, que podem vender a um valor reduzido para os camponeses. A Monsanto produz 90% dos transgênicos plantados no mundo e é líder no mercado de sementes.

Esta ajuda nasceu da iniciativa do Fórum Econômico Mundial de Davos num sugestivo debate chamado “o que poderiam fazer para ajudar o Haiti”. Após a decisão, diversas empresas sanguessugas internacionais se engajaram para efetivar a “ajuda”, além da Monsanto, a multinacional UPS que se encarregou da logística e o programa WINNER, financiado pela Usaid, que ficou com o trabalho de distribuição e oferta de serviços técnicos para conseguir “aumentar a produtividade agrícola”.

Tal “doação” da Monsanto está sendo recebida com muito protesto pelos camponeses do país. Há poucos dias, trabalhadores do campo se uniram para denunciar as estratégias da empresa e a tentativa de viciar a produção rural haitiana em suas sementes híbridas. Membros do Movimento Campesino Papaye (MPP, em francês), denunciaram a tentativa da Monsanto de causar uma dependência em suas sementes híbridas.

Essa é a crítica geral sobre a Monsanto, posto que as sementes distribuídas pela multinacional não podem ser reutilizadas e para continuar plantando os produtores rurais são sempre obrigados a comprá-las da Monsanto. Da mesma forma e da mesma empresa, é necessário adquirir para estas sementes produtos como pesticidas e fertilizantes.

Segundo Chavannes Jean-Baptiste, do MPP, a falta de sementes é uma realidade no Haiti, já que muitas famílias do campo utilizaram as sementes de milho para alimentar refugiados. No entanto, a situação não justifica o fato de o governo haitiano estar se aproveitando do terremoto “para vender o país para as multinacionais”.

Dessa forma, camponeses já realizaram diversas marchas e mobilizações. Em manifestações realizadas no mês passado, na região de Papay, no departamento Central do Haiti, milhares de camponeses marcharam gritando: “Abaixo a Monsanto. Abaixo as sementes transgênicas e híbridas. Viva as Sementes Nativas Crioulas!” O militante camponês, Jean-Baptiste, denunciou que as doações “são um ataque contra a agricultura camponesa e a biodiversidade” e afirmou que a Monsanto “se aproveitou do terremoto para entrar no mercado de sementes do Haiti”. Ao tempo em que no Haiti, 20 mil campesinos marcharam para demonstrar que não querem as sementes híbridas em seu país.

O descontentamento com o governo do atual Presidente Rene Preval também está aumentando rapidamente. Jean Bertrand Aristide, antigo presidente eleito em 2000 foi salvo pelos EUA e hoje está exilado na África do Sul. Em seu lugar foi posto René Préval, considerado uma marionete dos EUA e que tem feito o que manda a cartilha do FMI. Além de entregar o país para os capitalistas internacionais arrancarem tudo que há, o governo também permite a ilegítima e violenta ocupação militar levada a cabo há seis anos pelas tropas da Minustah (Missão de Estabilização das Nações Unidas), liderada pelo exército brasileiro, que atua como cão de guarda dos EUA no país.

Eleições presidenciais

Com esse cenário, serão realizadas eleições presidenciais daqui a três meses. O comando da Minustah apelou esta semana para que as leis eleitorais no país sejam respeitadas pelos candidatos e também pelos eleitores. Esse apelo deve ser entendido como uma ameaça caso algum interesse internacional seja ferido.

“A Minustah apela a todos os candidatos e partidos políticos, que participam nas eleições presidenciais e legislativas, que respeitem as leis e promovam entre seus membros os valores que permitam que essas eleições sejam realizadas num ambiente calmo e de respeito para os eleitores”, diz a ameaça oficial.

A Comissão Eleitoral do Haiti divulgou no último fim de semana uma lista dos nomes dos 19 candidatos elegíveis para participar da corrida presidencial. Do total de 34 postulantes, 15 foram excluídos por não cumprir todos os requisitos.

Devido à destruição do País, o que resta então ao povo negro haitiano é a radicalização cada vez maior frente à situação deplorável e sem esperanças em que se encontram. Os militares da Minustah e do imperialismo estão no país justamente para isso, para impedir que haja uma radicalização das massas que possa levar o país a uma situação revolucionária, momento que está muito próximo de acontecer.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

El Partido Comunista Peruano reitera su lucha en defensa del gas y los recursos naturales

La lucha por la soberanía nacional y la defensa de los recursos naturales se expresa hoy con fuerza en la defensa del gas para los peruanos, lucha que compromete a la izquierda, a las fuerzas nacionalistas, democráticas y antiimperialistas de nuestra patria y que el gobierno pretende inmovilizarlas con declarativas o campañas de satanización de las luchas populares y sus dirigentes, o con la criminalización de la protesta a la que pretende imponer.

En ese sentido la Comisión Política del PCP saluda el exitoso IV Encuentro Macro Sur y Centro realizada el 14 de agosto último en la ciudad heroica de Tacna con la presencia de Mario Huamán Secretario General de la CGTP, representantes de la FDTC del Cusco, La Coordinadora Popular de Arequipa, y otras organizaciones representativas de esa parte del país.

Apoyamos resueltamente el acuerdo de la Marcha Nacional a Lima en defensa de la soberanía y el Gas de Camisea para el 12 de octubre del 2010. En igual forma el V Encuentro Macro Regional Sur y Centro en la ciudad de Huancayo el 25 de septiembre, encuentro donde se analizará los avances realizados y se evaluará la participación de las diferentes organizaciones en la movilización propuesta para el 12 de octubre a fin que se constituya en un duro golpe a la política entreguista y neoliberal del gobierno. Estamos con los pueblos del Cusco, Puno y Madre de Dios en su protesta para rechazar la construcción de la hidroeléctrica de Inambari, por atentar contra la ecología y la biodiversidad.

No es la primera vez que el movimiento popular se moviliza en salvaguardia de nuestros recursos naturales, particularmente los comunistas tenemos una larga tradición al respecto; así lo hicimos en la lucha por la recuperación de los yacimientos del petróleo de la Brea y Pariñas en los años 60 del siglo pasado, entregados por 80 años más a la Internacional Petróleum Company, lucha que desplegamos con el Frente de Defensa del Petróleo, antecedente directo del Frente de Liberación Nacional, junto al General Pando Egúsquiza. Igual lo hemos hecho con el cobre, el oro, la plata, riquezas mineras que solo han servido para llenar las arcas de los monopolios, hoy las transnacionales. Es por ello que nos afirmamos en la unidad más amplia del pueblo peruano para derrotar las políticas entreguistas y neoliberales que desde los tiempos de la dictadura Fujimorista vienen saqueando con mayor violencia nuestra patria para venderla al mejor postor.

Nuestra lucha debe tratar de aglutinar en un solo frente, que vaya más allá de los movimientos regionales, de las autoridades locales y regionales en la defensa de la patria, e involucrar a los sectores sociales que emergen en la lucha tal como las comunidades nativas y amazónicas, los movimientos ecologistas y los de defensa de los derechos humanos. El papel de los trabajadores y sus organizaciones de clase se acrecienta en la medida en que desarrollen y apliquen correctamente el frente único a nivel de la población, sobre la base de una plataforma que defienda a las grandes mayorías.