"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Europa - Greve e protestos contra as medidas de austeridade sacodem o velho continente

A tentativa de impor os custos da crise capitalista aos trabalhadores está fracassando na Europa. Nesta semana, manifestações contra os planos de austeridade tomaram conta de cinco países e a primeira greve geral em oito anos eclodiu na Espanha.

Muitos dos governos do bloco de 27 países - a União Européia - impuseram cortes drásticos aos salários, aposentadorias e seguro-desemprego na tentativa de conter a espiral crescente de débitos orçamentários. Em contrapartida, a consciência de que os trabalhadores serão as maiores vítimas da crise financeira criada por banqueiros e especuladores do mercado financeiro vai impulsionando uma gigantesca luta social.


As mais altas taxas de desemprego em 10 anos são o principal combustível da crise na Grécia e na Irlanda. Na Espanha, o desemprego dobrou em apenas três anos, expondo o colapso da economia após a catástrofe do mercado imobiliário e as sucessivas demonstrações de que os bancos se tornaram incapazes de recuperar sua lucratividade. Especialistas do mercado financeiro afirmam que, seguindo o ritmo atual, as taxas de lucro de 2007 só seriam retomadas a partir de 2016.


Somadas às manifestações e protestos na França, contra o aumento da idade mínima para a aposentadoria - medida tomada pelo governo Sarkozy para, à sua maneira, impor um plano de austeridade - as manifestações desta semana são a demonstração de que o movimento operário está despertando do torpor provocado pela oferta de crédito barato ao consumidor e controle da inflação às custas da superexploração da mão de obra em países como a China ou a Índia.

Onda de protestos

Em Bruxelas (Bélgica), sede da União Européia, milhares de pessoas organizadas pelos sindicatos tomaram as ruas sob a palavra de ordem de “não à austeridade, prioridade para os empregos e crescimento”.


Num esforço para conter a radicalização do movimento operário europeu, as direções sindicais apontam para a colaboração com os governos dos países na mira dos planos de austeridade. “Nunca é tarde demais (para se repensar os planos de austeridade) porque as medidas ainda estão sendo elaboradas”, disse o dirigente do sindicato francês Force Ouvrière à BBC.

No entanto, as dificuldades para conter o avanço da radicalização dos trabalhadores vem fazendo com que as direções sindicais sejam arrastadas pela onda de protestos.


Os sindicatos espanhóis convocaram uma greve geral de 24 horas que paralisou a capital, Madri, nesta quarta-feira (dia 29). Protestos massivos ocorreram em toda a cidade próximos aos terminais de ônibus e metrô. Os piquetes se espalharam na tentativa de fechar todas as lojas e bancos, juntamente com o sistema de transporte público.


Nenhum comentário: