"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

quarta-feira, 31 de março de 2010

Rede Globo invade terreno público com aval do governo tucano

De acordo com a denúncia levantada pela Rede Record, a emissora da família Marinho anexou a sua sede um terreno de quase 12 mil metros quadrados pertencente ao governo do estado. O governo do PSDB não só autorizou a invasão como agora irá financiar uma escola para a Rede Globo


No último domingo, 28, a Rede Record voltou a denunciar a invasão de um terreno público feito pela Rede Globo. O anúncio trouxe a tona o acordo criminoso entre a emissora e o governo de José Serra (PSDB).

O terreno, localizada no Brooklin, em uma das regiões mais valorizadas em São Paulo, fica ao lado da sede da Rede Globo na zona Sul da capital. A emissora, sem nenhuma licitação ou autorização, simplesmente anexou o terreno que pertencia ao governo sob a desculpa de que estava “conservando a área”. A desculpa é mais um descaramento da emissora. É óbvio que não se tratava de preservar a área, mas de tomá-la para uso privado, tanto é assim que o terreno foi cercado e a população impedida de entrar no local que antes era uma pracinha de uso público.

De acordo com as denúncias, “[O] terreno de 11.618 metros quadrados, anexo a sede da Rede Globo na zona Sul de São Paulo, foi ocupado ilegalmente pela emissora (Globo) durante 11 anos. O local onde se localizava o terreno era em uma praça avaliada em mais de R$ 11 milhões de reais. O local funcionava como pista de cooper para os funcionários da emissora. A área estava cercada como propriedade particular, onde ninguém podia entrar. O terreno que foi ocupado ilegalmente pela emissora pertence ao Governo do Estado de São Paulo, (especificamente a secretaria de Planejamento e Economia) e não a Globo”

A invasão ocorreu com o total apoio do governo, que em nenhum momento, em 11 anos de posse ilegal, procurou rever o terreno, uma prática corriqueira quando se trata de ocupações realizas pela população, a exemplo das ocupações realizado pelos sem-terra, onde a burguesia não só determina a reintegração de pose, como a faz com uma violência brutal. O cinismo do governo do PSDB é tamanho que diante da denúncia, o governo ao invés de rever a posse do terreno, anunciou que irá fechar uma parceria com a Globo para a construção de uma Escola Técnica Estadual (Etec), que não por acaso ter´um curso de áudiovisual e terá o nome de “Escola Roberto Marinho”. Ou seja, o governo não só autorizou a invasão como agora irá financiar uma escola para a Rede Globo.

Essa não é a primeira vez que os empresários tomam posse de forma ilegal das terras do Estado, pelo contrário. Essas invasões são corriqueiras e ocorrem com o total aval dos governos e da Justiça burguesa. Um exemplo emblemático é o da Curtale, uma das maiores empresas produtoras de suco de laranja do mundo possuindo 30% do mercado mundial. A empresa se apossou de mais de 2,7 mil hectares pertencentes à União. O que chamou a atenção nesse caso foi a enorme campanha da burguesia contra os sem-terra que organizaram uma ocupação na fazenda tomada pela empresa. Os jornais burgueses publicaram dezenas de matérias para incriminar a ocupação realizada pelos trabalhadores, acusando-os de “Vandalismo sem limites”. Ou seja, quando se trata de uma ocupação realizada pelos sem-terra, o que se vê é toda uma ofensiva da direita contra os trabalhadores do campo, entretanto quando os invasores são a Rede Globo ou a Cutrale, a medida é não apenas justificada como apoiada pelos governos e imprensa capitalistas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Brasil é o país mais desigual da América Latina, diz ONU


O Brasil é o país mais desigual da América Latina, onde os 10% mais ricos concentram 50,6% da renda, mostra um relatório divulgado nesta quinta-feira pelo ONU-Habitat (Programa de Assentamentos Humanos da ONU) no Rio de Janeiro.

Na outra ponta, os 10% mais pobres ficam com apenas 0,8% da riqueza brasileira.

O problema da má distribuição de renda afeta a América Latina como um todo. Segundo o documento, divulgado durante o quinto Fórum Urbano Mundial da ONU, os 20% latino-americanos mais ricos concentram 56,9% da riqueza da região.

Os 20% mais pobres, por sua vez, recebem apenas 3,5% da renda, o que faz da América Latina a região mais desigual do mundo.

"O país com menor desigualdade de renda na América Latina é mais desigual do que qualquer país da OCDE [Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico] e inclusive do que qualquer país do Leste Europeu", diz o relatório.

O México é o segundo país mais desigual da América Latina, já que os 10% mais ricos da população recebem 42,2% da renda, enquanto os 10% mais pobres ficam com apenas 1,3%.

Na Argentina, em terceiro lugar, 41,7% da renda está concentrada nas mãos dos 10% mais ricos, enquanto os 10% mais pobres têm apenas 1,1%.

A Venezuela é o quarto país mais desigual da região, já que os 10% mais ricos têm 36,8% da renda e os 30% mais ricos controlam 65,1% dos recursos, enquanto os 10% mais pobres sobrevivem com apenas 0,9% da riqueza.

No caso da Colômbia, 49,1% da renda do país vai parar no bolso dos 10% mais ricos, contra 0,9% que fica do lado dos mais pobres.

No Chile, 42,5% da renda local está concentrada nas mãos dos 10% mais ricos, enquanto 1,5% dos recursos vai para os mais pobres.

Os países menos desiguais da região são Nicarágua, Panamá e Paraguai. Mesmo assim, nos três, a disparidade entre ricos e pobres continuam abismais, já que os 10% mais ricos consomem mais de 40% dos recursos.

Também segundo este relatório, a urbanização não contribuiu para diminuir a pobreza na América Latina, já que o número de pessoas na miséria aumentou muito nas últimas décadas.

Em 1970, havia 41 milhões de pobres nas cidades da região, 25% da população da época. Em 2007, os pobres em áreas urbanas eram 127 milhões, 29% da população urbana.

No entanto, o ONU-Habitat alertou no relatório que "é nas cidades menores e, certamente, nas áreas rurais da América Latina, onde a população é mais pobre".

Assim, a pobreza rural no Brasil alcança 50,1% da população; na Colômbia, 50,5%; no México, 40,1%; e no Peru, 69,3%. A grande exceção é o Chile, com um índice de pobreza rural de 12,3%, número inferior inclusive ao das zonas urbanas.

sábado, 13 de março de 2010

Professores paulistas em greve

É hora de superar a política falida da diretoria da Apeoesp e derrotar Serra

Reunidos na Praça da República, ontem sexta-feira, 05 de março, mais de 5 mil professores do estado de São Paulo decretaram greve a partir do último dia 8 de março e deliberaram realizar nova assembléia para sexta-feira, 12 de março,no vão do MASP, na Av. Paulista.

A decretação da greve foi unanime. A diretoria composta pelo bando dos quatro (PT-PCdoB-PSTU-PSOL) não teve mais como segurar a mobilização dos professores, diante da revolta generalizada da categoria com as últimas medidas do governo Serra (milhares de demissões de ACT´s com a “provinha”, congelamento dos salários sob o disfarce de exame, .

A greve de agora,representa a retomada das mobilizações da categoria, em 2007 e 2009, ambas traídas pelo diretoria, que acertou com o governo o fim da greve antes de consultar a categoria (2007), desviou a luta para a corrupta Assembléia Legislativa – para fazer campanha de do ex-presidente da Apeoesp, Roberto Felício (PT) e outros deputados ligados ao nado dos quatro. Em todas situações, a diretoria mentiu descaradamente para a categoria, dizendo que estava conseguindo vitórias, enquanto os professores acumulávamos derrotas e mais derrotas.

No ano passado, a greve foi abortada um dia após o anúncio da paralisação, ao invés de fortalecer o movimento e impor uma derrota ao governo Serra derrubando o PLC 19 e PLC20 ,que instituía, entre outras coisas, a famigerada provinha dos ACT’s. A burocracia do bando dos quatro (PT-PCdoB-PSTU-PSOL) tratou de acabar com o movimento e levar a luta dos professores para a ALESP.



Derrotar a burocracia, para derrotar Serra



Outro golpe usado pela diretoria, nos últimos anos foi se aliar às direções ultrapelegas e patronais (pró-Serra) de entidades como o CPP, Afuse, Apase, Udemo, Apampesp etc. Diante da sua fraqueza e dos demais, a burocracia da Apeoesp tratou de se juntar com outros pelegos para bloquear a mobilização da categoria, ajudando – de fato – os governos tucanos a atacar os professores, funcionários e o ensino público.

Diante da experiência das ultimas traições, fica claro que para fazer vitoriosa a mobilização, a categoria não deve depositar se quer uma gota de confiança na diretoria do bando dos quatro (PT-PCdoB-PSTU-PSOL) e assumir o comando da mobilização, lançando mão da criação de comandos de greve de base (sem a burocracia fura-greve), elegendo um comando estadual de base na assembléia estadual para negociar com o ogverno e prestar contas diante da categoria, enfim, fortalecendo a organização independente da categoria em um poderoso movimento estadual de oposição, com reuniões e boletins regulares e tudo mais que for necessário para construir uma direção alternativa para as lutas dos professores.

Nesse momento, fica evidente que não há uma verdadeira ação da direção para impulsionar a greve, o milionário orçamento de mais de R$ 50 milhões da Apeoesp não é usada para uma verdadeira campanha contra o governo Serra e a favor das reivindicações da categoria. Campanha mesmo só a favor dos deputados e dirigentes da burocracia.

Diante dessa situação, a categoria deve repetir 2005, quando – poucos meses antes do tucano Alckmin se afastar para concorrer à presidência da república, mais de 30 mil professores tomaram a av. Paulista impondo uma derrota ao governo - que teve que voltar atrás na demissão de 120 mil ACT’s - e conquistando (mesmo com o corpo mole da diretoria) o maior reajuste salarial de todo o período tucano (15% de reposição e 15% de gratificações).

Contra a política de colaboração da burocracia com o governo tucano, adotar outro caminho: o da organização independente da burocracia e o da mobilização.

Ocupar a Paulista. Parar o “coração” de São Paulo, pelo tempo que seja necessário, até que o governador-candidato tucano atenda nossas reivindicações.

quarta-feira, 10 de março de 2010

A crise européia - Grécia: quem vai pagar?

Após ter aprovado as medidas que promovem cortes de salários e benefícios contra os trabalhadores no início deste mês, o primeiro-ministro George Papandreu recorreu à Alemanha e outros países da União Européia para cobrar a ajuda financeira prometida pelo bloco


A burguesia européia tem se mostrado desconfiada e ainda vê a crise econômica grega como algo extremamente perigoso para os seus próprios bolsos, mesmo que não tenham dado um centavo até agora para o colapso do país.

A população trabalhadora grega, que já estava insatisfeita com a política do governo, intensificou as greves e manifestações em todo o país, com destaque a capital de Atenas onde até mesmo o ministério das Finanças foi ocupado pelos trabalhadores.

Apesar de toda a crise interna que está se formando na Grécia por causa do plano, o primeiro-ministro grego não adiou sua viagem para mostrar ao bloco que as novas medidas e ainda mais duras seriam capazes de levar o país à meta de reduzir 4% do déficit ainda este ano.



O fim dos “bailouts”?



No encontro do dia 6 em Luxemburgo entre George Papandreu e os outros líderes europeus, os representantes do bloco afirmaram que a Grécia terá o apoio político que precisar, mas não houve nenhuma proposta concreta de ajuda financeira.

O único país que ofereceu ajuda financeira, mas ainda assim com desconfiança e receoso dos resultados do plano aplicado pelo governo grego, foi a França.

Após o encontro onde o primeiro-ministro grego não conseguiu a ajuda que esperava mesmo depois de colocar os trabalhadores gregos contra a parede como o bloco havia pedido, Papandreu resolveu viajar por diversos países para tentar, nas relações diretas com cada governo, levantar fundos extras para estancar a sangria econômica da Grécia.

O primeiro país visitado por George Papandreu foi a França. Após a reunião entre o primeiro-ministro e o presidente francês Nicolas Sarkozy, o segundo afirmou que a Grécia pode contar com o apoio dos principais agentes da União Européia, além disso, Sarkozy declarou que tanto a França como a Alemanha e o Banco Central Europeu (BCE) estão unidos para lutar contra a especulação que tem sofrido a Grécia” (El País, 7/3/2010)

O presidente francês disse também que a Grécia não precisa de uma ajuda especial, mas mesmo assim o presidente anunciou que estão preparando medidas para socorrer a Grécia caso seja necessário, porém não detalhou o plano para não dar vantagem aos especuladores.

Já o primeiro-ministro George Papandreu disse em uma coletiva de imprensa na França que a especulação não se dirige só contra Grécia, mas também contra todos os países do euro.

Depois de passar pela França, o primeiro-ministro viajou para os Estados Unidos onde se reuniu com a secretária de Estado, Hillary Clinton na segunda-feira (dia 8) e iria se encontrar com o presidente norte-americano, Barack Obama na terça-feira. O intuito da viagem é pedir o apoio dos EUA para brecar a especulação no mercado.

Durante o encontro Hillary elogiou o plano contra os trabalhadores gregos e disse que Papandreu tem dirigido bem e agido rápido para conter a crise.

A secretária declarou em uma coletiva de imprensa que os EUA não ajudarão a Grécia financeiramente, pois nem o primeiro-ministro e muito menos o governo grego fizeram tal solicitação. O que, segundo ela, demonstra a capacidade do governo grego de se reerguer sem ajuda internacional.

Apesar da afirmação um tanto quanto exagerada, Clinton não se declarou a respeito do plano de contenção da especulação, o que demonstra não haver interesse na proposta. Na realidade, o que o imperialismo norte-americano deseja é forçar os países da Europa Ocidental a pagar pela crise grega.

O primeiro-ministro grego disse que é necessário conter os especuladores que atualmente aumentaram injustamente seus custos de financiamento para a Grécia.

Além disso, Papandreu afirmou que o país já detém uma crise muito alta e, portanto, fica inviável sustentar as taxas que estão sendo duas vezes maiores do que as oferecidas pela Alemanha, por exemplo.

Em outro discurso realizado na última terça-feira, dia 9, o primeiro-ministro grego pediu regras mais rígidas para CDS (credit default swaps, os títulos emitidos sobre a dívida que originou a crise) e para que o G20 imponha limites e mantenha os especuladores na linha.

Caso o presidente Barack Obama e os outros líderes do G20 não aceitem a iniciativa, a Europa irá agir isoladamente, comentou um jornal alemão.

Enquanto a questão não é resolvida e os especuladores continuam a cobrar os preços que querem, a Grécia segue em uma condição onde um empréstimo para aliviar um pouco os efeitos da crise pode ser algo arriscado demais tanto para a Grécia, que estará se endividando ainda mais para pagar suas dívidas, quanto para os demais países europeus, que também estão com suas economias fragilizadas pela crise e correm o risco de não ter de volta o dinheiro investido.

Além disso, a Grécia pensou em recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI), mas o restante do bloco europeu se voltou contra a idéia, pois acreditam que o país deve resolver a crise sozinho.

Outro problema é que apesar de o primeiro-ministro não ter pedido abertamente uma ajuda financeira à Alemanha, o que todos esperavam é que isso fosse ocorrer no último encontro em Luxemburgo, mas não houve e isso porque muitos membros do governo alemão são contrários à ajuda.

A nova etapa da crise capitalista mundial está expondo o limite dos governos burgueses que tentaram cobrir os primeiros buracos do sistema financeiro e dos governos mais abalados pela crise com uma enorme injeção de dinheiro público.

Não parece mais ser uma opção realizar operações de resgate bilionárias, como as que salvaram os maiores bancos de investimentos e grandes companhias como a General Motors, e inclusive países inteiros no Leste Europeu. Na segunda onda da crise, os governos vão tentar forçar os trabalhadores a pagar pelos lucros exorbitantes que banqueiros e especuladores obtiveram nos últimos anos à custa das suas próprias condições de vida.

O desfecho da crise será dado pela intervenção da própria classe operária que já se levantou no país exigindo que os verdadeiros responsáveis paguem por ela.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Dívida pública mundial chega a 85% do PIB

O endividamento da economia mundial afetada profundamente os grandes países imperialistas e arrasta com eles a economia de continentes como o europeu


Não houve um terremoto nos Estados Unidos, Europa ou no Japão como aconteceu no Haiti e mais recentemente no Chile, mas a situação destes países imperialistas, pelo menos no que diz respeito à economia, é tão devastador quanto.

Estes países estão sob os escombros da maior crise capitalista da história e novos “tremores”, a exemplo do houve no Haiti e no Chile, não param de acontecer.

Um dos mais abalados, sem dúvida, são os Estados Unidos. A crise econômica que provocou demissões, fechamento de fábricas, queda na produção, exportação etc. Fez com que a arrecadação de impostos do País caísse de 18,1% do PIB em 2008 para 14,8% em 2009.

Outro efeito causado pela crise foi o aumento dos gastos do governo que saiu em socorro de bancos, empresas e todo o tipo de instituição financeira que estivesse em dificuldades financeiras ou mesmo sob ameaça de a qualquer momento deixar de existir. Os gastos passaram de 20,7% em 2008 para 24,7% no ano passado.

Com menor arrecadação e maior volume de gastos os Estados Unidos tiveram um déficit fiscal de 10% do PIB. A dívida pública foi para 84,8% em 2009, endividamento maior de 2,9% em relação a 2008.

Crise generalizada

A política de financiamento dos capitalistas adotada pelos Estados Unidos foi a regra geral nos outros países imperialistas e conseqüentemente os efeitos da recessão também atingiu estas economias.

Uma das mais atingidas é a Europa. A arrecadação de impostos despencou de 30,9 para 29,2% do PIB. Em toda a Europa a queda foi de 8%. Uma das situações mais graves da Europa é a zona do euro. Os 16 países que tem como moeda única o euro. Países do porte da Itália e Espanha estão profundamente endividados. O mais afetado até o momento é a Grécia que tem um déficit público de 12,7% do PIB, mas o endividamento é geral. A Alemanha e a Grã-Bretanha também estão em condições semelhantes com baixíssima produção, dívida pública nas alturas e desemprego recorde com milhões de trabalhadores sem emprego. A União Européia tem uma dívida pública de 78,2% do PIB.

No Japão, o endividamento do País fez com que a dívida pública chegasse a 218,6% do PIB em 2009. É uma crise sem precedentes na segunda maior economia mundial.

A queda na arrecadação também afetou a economia brasileira. O déficit fiscal do Brasil aumentou entre 2008 e 2009, passou de 1,9% do PIB para 3,3% do PIB, respectivamente. A dívida pública brasileira foi de 68,5% do PIB no ano passado.

Em conjunto os países também estão seriamente afetados. O G-20, grupo dos vinte países mais ricos do mundo, teve um déficit fiscal de 7,9% em 2009, depois de ter registrado 1% de déficit um ano antes. A dívida geral de todos os países somada passou de 62% do PIB em 2008 para 85% do PIB no ano passado.

Efeito cascata

Com dívidas deste tamanho os países vão perder ainda mais, pois os investidores que compram ações dos títulos das dívidas destes países tendem a vender estes títulos e partir para outro investimento mais rentável, pois existe uma grande desconfiança de que a dívida não será quitada. É uma “bola de neve” que está crescendo e pode colocar em risco um continente inteiro como o europeu. Os países menores como Grécia e Portugal dependem dos grandes, com Alemanha e França para se recuperarem, mas como estes países estão profundamente afetados pela crise não terão dinheiro para “salvar” da falência total estes países menores.

A resposta da burguesia já foi dada, o corte de gastos públicos, salários, aumento da aposentadoria etc., ou seja, o ônus vai recair novamente sobre os trabalhadores. A resposta dos trabalhadores também já foi dada, greves, mobilizações e protestos cada vez mais regulares e maiores para garantir suas reivindicações.