"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

quarta-feira, 3 de março de 2010

Dívida pública mundial chega a 85% do PIB

O endividamento da economia mundial afetada profundamente os grandes países imperialistas e arrasta com eles a economia de continentes como o europeu


Não houve um terremoto nos Estados Unidos, Europa ou no Japão como aconteceu no Haiti e mais recentemente no Chile, mas a situação destes países imperialistas, pelo menos no que diz respeito à economia, é tão devastador quanto.

Estes países estão sob os escombros da maior crise capitalista da história e novos “tremores”, a exemplo do houve no Haiti e no Chile, não param de acontecer.

Um dos mais abalados, sem dúvida, são os Estados Unidos. A crise econômica que provocou demissões, fechamento de fábricas, queda na produção, exportação etc. Fez com que a arrecadação de impostos do País caísse de 18,1% do PIB em 2008 para 14,8% em 2009.

Outro efeito causado pela crise foi o aumento dos gastos do governo que saiu em socorro de bancos, empresas e todo o tipo de instituição financeira que estivesse em dificuldades financeiras ou mesmo sob ameaça de a qualquer momento deixar de existir. Os gastos passaram de 20,7% em 2008 para 24,7% no ano passado.

Com menor arrecadação e maior volume de gastos os Estados Unidos tiveram um déficit fiscal de 10% do PIB. A dívida pública foi para 84,8% em 2009, endividamento maior de 2,9% em relação a 2008.

Crise generalizada

A política de financiamento dos capitalistas adotada pelos Estados Unidos foi a regra geral nos outros países imperialistas e conseqüentemente os efeitos da recessão também atingiu estas economias.

Uma das mais atingidas é a Europa. A arrecadação de impostos despencou de 30,9 para 29,2% do PIB. Em toda a Europa a queda foi de 8%. Uma das situações mais graves da Europa é a zona do euro. Os 16 países que tem como moeda única o euro. Países do porte da Itália e Espanha estão profundamente endividados. O mais afetado até o momento é a Grécia que tem um déficit público de 12,7% do PIB, mas o endividamento é geral. A Alemanha e a Grã-Bretanha também estão em condições semelhantes com baixíssima produção, dívida pública nas alturas e desemprego recorde com milhões de trabalhadores sem emprego. A União Européia tem uma dívida pública de 78,2% do PIB.

No Japão, o endividamento do País fez com que a dívida pública chegasse a 218,6% do PIB em 2009. É uma crise sem precedentes na segunda maior economia mundial.

A queda na arrecadação também afetou a economia brasileira. O déficit fiscal do Brasil aumentou entre 2008 e 2009, passou de 1,9% do PIB para 3,3% do PIB, respectivamente. A dívida pública brasileira foi de 68,5% do PIB no ano passado.

Em conjunto os países também estão seriamente afetados. O G-20, grupo dos vinte países mais ricos do mundo, teve um déficit fiscal de 7,9% em 2009, depois de ter registrado 1% de déficit um ano antes. A dívida geral de todos os países somada passou de 62% do PIB em 2008 para 85% do PIB no ano passado.

Efeito cascata

Com dívidas deste tamanho os países vão perder ainda mais, pois os investidores que compram ações dos títulos das dívidas destes países tendem a vender estes títulos e partir para outro investimento mais rentável, pois existe uma grande desconfiança de que a dívida não será quitada. É uma “bola de neve” que está crescendo e pode colocar em risco um continente inteiro como o europeu. Os países menores como Grécia e Portugal dependem dos grandes, com Alemanha e França para se recuperarem, mas como estes países estão profundamente afetados pela crise não terão dinheiro para “salvar” da falência total estes países menores.

A resposta da burguesia já foi dada, o corte de gastos públicos, salários, aumento da aposentadoria etc., ou seja, o ônus vai recair novamente sobre os trabalhadores. A resposta dos trabalhadores também já foi dada, greves, mobilizações e protestos cada vez mais regulares e maiores para garantir suas reivindicações.

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