"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

sábado, 29 de junho de 2013

Movimentos de comunicação marcam ato na sede da Rede Globo em São Paulo

Movimentos que defendem a democratização dos meios de comunicação realizaram na noite de ontem (25) uma plenária no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo, para traçar uma estratégia de atuação. A ideia é aproveitar o ambiente de efervescência política para pautar o assunto. Concretamente, cerca de 100 participantes decidiram realizar uma manifestação diante da sede da Rede Globo na cidade, na próxima quarta-feira (3).
A insatisfação popular em relação à mídia foi marcante nas recentes manifestações populares em São Paulo. Jornalistas de vários veículos de comunicação, em especial da Globo, foram hostilizados durante os protestos. No caso mais grave, um carro da rede Record, adaptado para ser usado como estúdio, foi incendiado.
Na plenária de ontem, o professor de gestão de políticas públicas da Universidade de São Paulo, Pablo Ortellado, avaliou que os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, a revista Veja e a própria Globo, por meio de editoriais, incentivaram o uso da violência para reprimir os manifestantes. Mas em seguida passaram a colaborar para dispersar a pauta de reivindicações que originaram a onda de protestos, ao incentivar a adoção de bandeiras exteriores à proposta do MPL – até então restrita à revogação do aumento das tarifas de ônibus, trens e metrô de R$ 3 para R$ 3,20.
Os movimentos sociais, no entanto, ainda buscam uma agenda de pautas concretas para atender a diversas demandas, que incluem a democratização das concessões públicas de rádio e TV, liberdade de expressão e acesso irrestrito à internet.
“Devíamos beber da experiência do MPL (Movimento Passe Livre) aqui em São Paulo, que além de ter uma meta geral, o passe livre, conseguiu mover a conjuntura claramente R$ 0,20 para a esquerda”, exemplificou Pedro Ekman, coordenador do Coletivo Intervozes. “A gente tem que achar os 20 centavos da comunicação. Achar uma pauta concreta que obrigue o governo federal a tomar uma decisão à esquerda e não mais uma decisão de conciliação com o poder midiático que sempre moveu o poder nesse país”, defendeu.
"A questão é urgente. Todos os avanços democráticos estão sendo brecadas pelo poder da mídia, que tem feito todos os esforços para impedir as reformas progressistas e para impor uma agenda conservadora, de retrocesso e perda de direitos", afirmou Igor Felipe, da coordenação de comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A avaliação é que apesar de outras conquistas sociais, não houve avanços na questão da democratização da mídia. "Nós temos dez anos de um processo que resolveu não enfrentar essa pauta. Nós temos um ministro que é advogado das empresas de comunicação do ponto de vista do enfrentamento do debate público", disse Ekman, referindo-se a Paulo Bernardo, da Comunicação.
Bernardo é criticado por ter, entre outras coisas, se posicionado contra mecanismos de controle social da mídia. "Eu não tenho dúvida que tudo isso passa pela saída dele. Fora, Paulo Bernardo!", enfatizou Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e coordenador do programa Praças Digitais da prefeitura de São Paulo.
Amadeu acusa o ministro de estar "fazendo o jogo das operadoras que querem controlar a Internet" e trabalhar para impedir a aprovação do atual texto do Marco Civil do setor. "Temos uma tarefa. Lutar sim, para junto dessa linha da reforma política colocar a democratização", afirmou.
Rosane Bertotti, secretária nacional de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, enfatizou a importância da campanha de coleta de assinaturas para a proposta de iniciativa popular de uma nova lei geral de comunicação.
O projeto trata da regulamentação da radiodifusão e pretende garantir mais pluralidade nos conteúdos, transparência nos processos de concessão e evitar os monopólios. "Vamos levá-lo para as ruas e recolher 1,6 milhão de assinaturas. Esse projeto não vem de quem tem de fazer – o governo brasileiro e o Congresso –, mas virá da mão do povo", disse.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A extrema-direita e o PSDB

A direita tradicional evolui para posições cada vez mais fascistas. O assessor de gabinete do prefeito de Belém afirmou recentemente que vai perseguir militantes de partidos de esquerda que participaram das manifestações O assessor de gabinete do prefeito de Belém Zenaldo Coutinho (PSDB), Wolfgang Endermann, fez uma série de declarações em sua página no facebook contra militantes de esquerda durante as manifestações que ocorreram em todo o País recentemente. “Morte aos petralhas e comunistas. Nós deveríamos matar todo o resto dos comunistas. Ainda estou filmando uns vermelhinhos pra mostrar prá PM. Filmei tudo. Vou caçar esses filhos da puta. Essa estrela vai brilhar na cadeia ou no caixão, vagabundo”, afirmou o prefeito. O assessor é também presidente das Juntas de Serviço Militar. Em um diálogo com um amigo na rede social, seu interlocutor, de nome Nardye Sena, pergunta: “Meu amigo pra não falarem que estou sendo cruel com eles… me diga você que estava lá, de onde esses vermes são? de que partido ou tendência?” “PSTU, PSOL, PCdoB, PT, e anárquicos punks”, respondeu Wolfgang. “Não fiquei surpreso! São sempre os mesmo! Tá na hora de trocar as balas de borracha por de chumbo revestidas de cobre”, afirma Nardye. Em outro comentário, ele afirma: “O choque tá aqui protegendo agora. Tô bem agora, mas com a perna fudida. Mas não tem como eu sair daqui agora. Ainda estou filmando uns vermelhinhos pra mostrar pra PM, filmei tudo. Vou caçar esses filhos da puta. Mais tarde ligo”. O PSDB abriu um grande espaço nas suas prefeituras e governos para setores de extrema-direita, como esse assessor do governador de Belém. Em São Paulo, o assessor de gabinete de Geraldo Alckmin também é um fascista declarado. Ricardo Salles é fundador do Movimento Endireita Brasil e é um defensor da ditadura militar. “Felizmente tivemos uma ditadura de direita no Brasil. Não vamos ver generais e coronéis, acima dos 80 anos, presos por causa dos crimes de 64. Se é que esses crimes ocorreram", declarou o assessor de Alckmin. Recentemente, o promotor de Justiça Rogério Zagallo defendeu nas redes sociais que a Tropa de Choque atirasse nos manifestantes e garantiu que se isso fosse feito ele garantia o arquivamento do inquérito policial. Essa extrema-direita vem ocupando cada vez mais espaço em prefeituras, governos e já ocupa há muito tempo espaço em órgãos com o Judiciário e o Ministério Público. São pessoas ligadas ao Exército e até a movimentos integralistas. A declaração do assessor de Zenaldo Coutinho é mais uma demonstração de que a campanha contra os partidos de esquerda nas manifestações partiu de setores de extrema-direita. O fato do próprio Alckmin ter reprimido violentamente as manifestações demonstra que a extrema-direita dominou boa parte de seu governo e do próprio PSDB. É uma evolução da direita tradicional para posições fascistas.