"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mais um sem-terra assassinado pelos latifundiários no Pará

O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem-terra do Estado do Pará publicou documento no dia 4 de setembro denunciando o brutal assassinato de um sem-terra no estado.

O reato é de que por volta de nove horas da manhã dois trabalhadores rurais João Batista Galdino de Souza e José Valmeristo conhecido como Caribé estavam a caminho da cidade de Santa Luzia do Pará quando foram vítimas de uma emboscada.

Três pistoleiros armados no ramal do Pitoró os obrigaram a entrar em um carro e os dois foram espancados e torturados. Logo depois foram obrigados a descer no Ramal do Cacual próximo à cidade de Bragança sob a ameaça de que iriam “acertar as contas”. João Batista Galdino conseguiu escapar para a mata e ouviu sete disparos que sabia ser contra Caribé.

Ao chegar a cidade de Santa Luzia, João Batista foi até a política para denunciar o ocorrido e se deparou com a ridícula desculpa de que não poder ir por ser noite e dificilmente achariam o corpo.

Nada foi feito e às 10h da manhã de sábado os trabalhadores rurais encontraram o corpo de José Valmeristo Soares.

Os trabalhadores Rurais Sem Terra estão acampados às proximidades da Fazenda Cambará e a reivindicam um assentamento.

A Fazenda Cambará faz parte de terra federal chamada Pau de remo e possui 6.886 de terras públicas. O mais absurdo é que o fazendeiro e ex-deputado Federal Josué Bengstson possui somente 1.800 com títulos e a Promotora de Justiça Ana Maria Magalhães já denunciou varias vezes que se trata de terras públicas.

Este abuso, como é na maioria dos casos das terras do Brasil, os trabalhadores já haviam denunciado na ouvidoria agrária do INCRA (Instituto Nacional de Reforma Agrária), na Ouvidoria Agrária Nacional do MDA, Delegacia Regional do MDA, Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Pará e Secretaria de Segurança Pública do Pará as várias ameaças de morte sofridas pelos jagunços e pela própria polícia de Santa Luzia e Capitão Poço. Nada foi feito para impedir este assassinato.

Em documento, o MST afirma “Exigimos a prisão imediata dos pistoleiros que assassinaram o trabalhador José Valmeristo Soares, bem como dos mandantes Josué Bengstson e seu Filho Marcos Bengstson.”

E também “Exigimos também a desapropriação imediata da fazenda Cambará para o assentamento imediato das famílias acampadas no acampamento Quintino Lira.”

Para acabar com esta situação e as mortes no campo é necessário o confisco do latifúndio e distribuição de terra aos milhões de sem-terra que necessita plantar e viver.

Os ruralistas e os latifundiários ganham cada vez mais espaço no governo Lula e já se preparam para manter seus privilégios no próximo governo do PT com mais assassinatos no campo.

O campo brasileiro é controlado por verdadeiras milícias pagas pelos grandes proprietários de terra e que atuam impunemente assassinando trabalhadores.

É preciso exigir a imediata punição aos assassinos dos sem-terra e lutar pelo direito à auto-defesa das famílias sem-terra e de pequenos agricultores contra os latifundiários que promovem um massacre no campo.

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