"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ocupação das fábricas! Tendência à radicalização da classe operária


Operários sul-coreanos mostram como se luta contra as demissões



A situação política internacional evolui a cada dia para uma radicalização por parte das massas, em particular os trabalhadores. Como produto da crise econômica que estourou em 2008, os regimes políticos burgueses de praticamente todos os países do globo estão apresentando sinais de crise.
A crise é particularmente forte nos países europeus e nos Estados Unidos, o que esclarece a sua dimensão. O imperialismo está perdendo terreno em todas as regiões do mundo e não consegue resolver a série de crises que se espalham. Nos países de economia atrasada, regimes políticos já falidos, aliados à situação econômica turbulenta, resultam em enormes mobilizações e desestabilização política.
A necessidade dos capitalistas, para salvar suas empresas e os bancos, em rebaixar os salários, retirar direitos e demitir é o principal barril de pólvora para a mobilização dos trabalhadores. Desde que tais ataques se tornaram mais freqüentes, os trabalhadores de vários países já demonstraram qual é a tendência de luta dessa nova etapa de mobilizações que o mundo vai assistir. A maior crise do capitalismo, tanto econômica como politicamente, e conseqüentemente os maiores ataques já desferidos contra a classe operária, serão enfrentados pelos trabalhadores com métodos revolucionários. Esta tendência internacional não é causal. Em primeiro lugar, porque os trabalhadores mais experientes sabem que este é o único meio real de combater as demissões em massa. Em segundo lugar, porque a situação da classe operária mundial vem piorando sistematicamente há três décadas, ainda que lentamente, o que não deixa muita margem de manobra para uma política de conciliação.
Tal tendência ao enfrentamento e à radicalização cada vez maior contra as forças do Estado burguês se mostra mais do que nunca na ordem do dia e já começa ser colocada em prática pelos operários em vários países.
A classe operária brasileira deve tirar as lições destas lutas.
Veja alguns casos recentes de ocupações de fábrica
Nos Estados Unidos, operários da fábrica de portas e janelas, Republic Windows and Doors, localizada em Chicago, com 250 funcionários foi ocupada em dezembro do ano passado. A ocupação, que aconteceu depois que os trabalhadores descobriram que os patrões fechariam a fábrica sem pagar nenhum direito aos trabalhadores, durou quase uma semana. A pressão dos trabalhadores resultou no atendimento das reivindicações, como o pagamente de indenização.
Na França, uma série de ocupações já ocorreu desde o ano passado. Operários de várias fábricas que ameaçaram fechar ou demitir ocuparam a fábrica e seqüestraram gerentes e chefia. Só os liberaram após o atendimento das reivindicações.
O exemplo mais recente na França ocorreu na fábrica New Fabris, em Châtellerault, na região central. Cerca de 360 trabalhadores ameaçaram explodir a fábrica, caso os principais clientes da empresa, a Renault e a PSA Peugeot-Citröen, não pagassem uma indenização de 30 mil euros por operário. Os trabalhadores espalharam botijões de gás pela fábrica, “se nós não temos nada, então eles não podem ficar com tudo”. (http://www.esquerda.net/).
A ocupação terminou quando o governo e os patrões aceitaram pagar exatamente o que os operários reivindicavam e a fábrica não foi explodida.
Na China, operários chineses, em protesto contra demissões anunciadas depois que a siderúrgica Tonghua Iron and Steel Group passasse para o controle de outra empresa a Jianlong Steel, mataram o gerente geral da usina, atirando-o do terceiro andar. A usina conta com cerca de 30 mil trabalhadores.
O último e mais recente episódio é o que se estende na Coréia do Sul, em que cerca de mil operários metalúrgicos ocupam uma fábrica de automóveis. A Ocupação já dura dois meses e a polícia já tentou desocupar por duas vezes, sendo mal sucedida. Essa semana, a tropa de choque mobilizou 4.000 homens, que foram recebidos com bombas incendiárias pelos operários. A ocupação é uma resposta dos trabalhadores contra a decisão da empresa em cortar os postos de trabalho para manter os lucros diante da crise.
Os trabalhadores coreanos devem resistir na fábrica e os trabalhadores de todo o mundo devem seguir esses exemplos e lutar pelo controle operário da produção, em resposta aos ataques dos patrões

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