"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Belinati (PP) e Hauly (PSDB) disputarão o segundo turno para a prefeitura em Londrina. A tendência das pessoas com quem tenho conversado, e cujas opiniões levo em consideração, é de votar em Hauly sob a alegação de que Belinati não pode ganhar (ou seja, porque ele não merece, porque seria um grande retrocesso político, porque ele é um político desonesto, porque ele é populista, por isso, por aquilo ...).
E Hauly merece ganhar a eleição?
Eu não vejo boas razões naqueles que criticam o voto nulo no segundo turno destas eleições municipais em Londrina.
Votar nulo, a meu ver, deve sempre ser uma escolha feita a partir de ponderações circunstanciais. Não julgo razoável a idéia de voto nulo por princípio. Mas também não acho nem um pouco razoável o repúdio por princípio do voto nulo. Quer dizer, tampouco me parece atraente a tese de que sempre se deve escolher o mal menor, pois do contrário estaríamos sendo coniventes com a eleição do mal maior. De fato, toda eleição permite uma possível escala de indesejabilidade dos candidatos. É possível fazer uma lista de defeitos, vamos supor de 15 defeitos, e perceber que o candidato A tem 14 defeitos, o B 12, o C 9. E, assim, deveríamos votar no candidato C.
O problema, evidentemente, está em saber como deve ser composta esta lista. Quais seriam os 15 defeitos listados? Também precisaríamos de gradações dos defeitos em casos de empate (mas isso poderia ser resolvido). Se a tese for de que sempre devo escolher o mal menor numa eleição, o voto nulo, necessariamente, não teria nenhuma procedência. Ora, eu penso que o voto nulo é procedente, pois ele pode significar a atitude de desprezo das supostas diferenças em benefício da tese de que elas não são realmente diferenças geradoras de um relevante desequilíbrio entre os candidatos. É justamente isso que penso de Hauly e Belinati. Há desequilíbrio entre os dois? Certamente. Hauly é um mal menor que Belinati. Já no primeiro turno acreditava que Hauly era um mal menor que todos os demais candidatos. Mas o que há de relevante nesse desequilíbrio? A meu ver, pouca coisa. Trata-se de dois candidatos que, comparados, não apresentam diferenças substantivas.
Se Belinati ganhar não sofreremos imensas dores, do mesmo modo que se Hauly ganhar, não gozaremos de intensos prazeres. Em outras (e menos hedonistas) palavras, os malefícios com Belinati não serão tão consideráveis e os benefícios com Hauly não serão tão expressivos. E notem que eu não me preocupo com coisas inexistentes como, por exemplo, "o bem de Londrina". Interessa-me os malefícios e benefícios à liberdade dos indivíduos. Hauly possui um grande defeito: ele flerta irresponsavelmente com teses hostis à idéia de um autêntico estado laico. Ele é um papa-hóstias e seu conservadorismo religioso é erva daninha na política.
Se, para a infelicidade geral da nação, Belinati e Hauly fossem candidatos à presidência da república, provavelmente votaria em Hauly. A razão é que nesse caso os danos de uma provável eleição de Belinati seriam muito mais sensíveis do que ele sendo eleito prefeito.

Eu votaria nulo até se os 2 tivessem disputando a presidência...

Nenhum comentário: