"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Abaixo a política de extermínio da população trabalhadora nas favelas

Depois de atacar brutalmente os sem-terra, a direita está fazendo uma ampla investida contra os moradores das favelas. Duas operações nas favelas da zona Norte do Rio deixaram um saldo de pelo menos 16 mortes!

A direita está intensificando a campanha criminosa de repressão da população. Depois de um “misterioso” incêndio, que deixou 300 famílias sem barracos, na favela Diogo Pires, no Jaguaré, zona Oeste de São Paulo, foi a vez dos moradores do Morro dos Macacos e da favela do Jacarezinho, na zona Norte do Rio de Janeiro, sofrerem com a repressão do Estado.

No último domingo, 18, centenas de policiais militares do 6º BPM (Tijuca) deram início a uma assassina operação no Morro dos Macacos que terminou um saldo de pelo menos 12 mortes e centenas de feridos. A operação de guerra foi montada para reprimir e massacrar os trabalhadores com o cínico argumento de que a mesma teria como objetivo caçar os “criminosos” que atiraram contra um helicóptero da PM.

É obvio que não se trata de uma ação vingativa da PM, mas de uma política geral, que está sendo adotada em vários estados, e que tem como objetivo perseguir a população. O argumento de combate ao crime é uma falácia. Primeiro porque as operações não reduzem em nada a criminalidade nas favelas, muito pelo contrário. E segundo porque quem de fato sofre com as ações são os moradores, que se encontram em meio a um fogo cruzado sem ter a menor condição de se defender. Tanto é assim que durante as operações os números de inocentes que morrem são assustadores, revelando que na prática a burguesia aprovou a pena de morte para inocentes, ou seja, o simples fato de uma pessoa morar em na favela já é o suficiente para a direita considerá-lo como um “criminoso”, “marginal”.

O cinismo da burguesia é tamanho que o próprio comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte, confirmou que a operação no Morro dos Macacos deixou muito mais inocentes mortos do que foi divulgado pela imprensa capitalista. "Pessoas engajadas no confronto podem ter sido classificadas equivocadamente como criminosas. (...) Essas coisas são esclarecidas com tempo. Num primeiro momento, vamos coletando as informações possíveis. Precisamos agora verificar a identidade de cada. Sabendo da identidade, do local de onde partiram, onde residem e suas atividades normais do dia a dia é que vamos saber verdadeiramente a identidade de cada pessoa”, afirmou o comandante (Jornal do Brasil, 18/10/2009). A declaração do comandante da PM também deixa clara a forma de atuar da polícia: atirar primeiro para depois saber de quem se trata.

Como se vê a polícia não sabe sequer quem são as pessoas em quem atira, ela simplesmente dispara contra toda e qualquer morador da favela, sem que essa mantenha qualquer relação com o tráfico, o que demonstra o cinismo diante do argumento de que as operações servem para combater o crime. A população também precisa ter claro que mesmo que se tratasse de traficantes a polícia não poderia simplesmente chegar atirando, o que na prática significa impor a pena de morte, sem que ao menos a pessoa tenha direito a qualquer julgamento e seja verificada sua verdadeira culpa, como manda a própria constituição. Com esse pretexto, a polícia adquire carta branca para fazer o que bem entender nas favelas e os que mais sofrem com essa política são os trabalhadores.

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