"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Os gastos milionários dos partidos burgueses revelam - A campanha eleitoral dominada pelo mercado financeiro


Gastos recordes mostram que as eleições de 2010 ocorrem em meio à maior crise dos partidos burgueses


Nos últimos dias, após a inscrição das candidaturas presidenciais no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram divulgados os gastos previstos na campanha eleitoral.

A previsão para estas eleições é de um gasto recorde nas campanhas dos partidos burgueses.

Os candidatos presidenciais anunciam que irão gastar um total de R$ 463 milhões em suas campanhas. Somente as candidaturas de Dilma Rousseff (PT), com R$ 157 milhões, de José Serra (PSDB), com R$ 180 milhões e Marina Silva (PV), com 90 milhões, somam juntas R$ 427 milhões em gastos, isto é, 92,22% do total.

Se considerarmos ainda o que é gasto por meio da máquina pública em campanha, com o anúncio de obras e utilização da verba de propaganda do Estado, a desigualdade de gastos atinge números estratosféricos, onde três das nove candidaturas registradas no TSE serão responsáveis por quase todo o dinheiro gasto na campanha eleitoral.

Gastos recordes para uma burguesia em crise

Os gastos estimados pelos partidos burgueses neste ano superam por uma larga distância todos os outros já anunciados.

PT e PSDB declararam que irão gastar 60% a mais do que em 2006 na campanha de seus candidatos presidenciais.

O maior aumento é o de gastos de campanha anunciados para a candidatura de José Serra. O candidato tucano terá investimentos de nada menos que 119,78% a mais que o anunciado em 2006, quando para a campanha de Geraldo Alckmin foram gastos R$ 81,9 milhões.

Já o PT prevê gastar 36% a mais que na campanha de Lula em 2006, quando foram estimados gastos em R$ 115 milhões.

É evidente que se gasta cada vez mais graças à crise dos partidos burgueses. O maior índice de aumento nos gastos é anunciado justamente pela candidatura da direita nas eleições, que nas últimas semanas deu demonstrações de desagregação antes mesmo do início da campanha televisiva.

Sobre os gastos recordes, o próprio candidato do PSDB, José Serra, declarou que "não diria que é uma eleição mais custosa [que a de 2006], mas é mais difícil por causa da mobilização da máquina governamental em todo o país" (Folha de S. Paulo, 6/7/2010).

Afora o fato de que o PSDB de José Serra controle o governo do estado de São Paulo há 15 anos, tendo nas mãos o orçamento de um estado que produz o maior PIB do País (equivalente a mais de R$ 900 bilhões dos cerca de R$ 4 trilhões do PIB brasileiro), a direita procura esconder o fato de que estas eleições estão como nunca dominadas pelo mercado financeiro, setor que sempre financiou as candidaturas dos partidos burgueses tradicionais.

Todas as candidaturas dos partidos burgueses são financiadas pelos bancos, mas, no entanto, os partidos burgueses tradicionais são representantes do mercado financeiro mais diretamente que o PT e o governo Lula que representam majoritariamente um setor da burguesia e da média burguesia nacional.

Outro fato relacionado a isto é que a terceira candidata da burguesia, Marina Silva (PV), terá verbas que se aproximam do que gastou o candidato petista nas últimas eleições.

A candidatura do PV, que possui como vice um dos empresários mais ricos do país, Guilherme Leal, presidente da Natura que possui rendas pessoais em torno de R$ 1,2 bilhão, também é financiada pelo mercado financeiro. Marina Silva declarou possuir uma renda pessoal cerca de oito mil vezes menor que de Leal, o que expõe o fato de que a candidata do PV é apenas um instrumento da política burguesa nas eleições.

Os gastos absurdamente altos da campanha eleitoral servem para compensar a completa falta de apoio popular aos candidatos da burguesia. Incapazes de colher votos, pela total falta de apoio popular à sua política, os políticos burgueses não tem outra saída senão abusar do poder econômico, o controle da máquina pública e o apoio na legislação eleitoral completamente antidemocrática para tentar fazer desaparecer qualquer voz oposição nas eleições em meio a todos os artifícios usados para se promover.

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