"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

domingo, 1 de abril de 2012

Banco de Portugal prevê redução de 203 mil postos de trabalho até 2014

No seu Boletim de Primavera, divulgado esta quinta-feira (29), o Banco de Portugal (BdP) reviu em alta a redução do emprego. Se, no Boletim de Inverno, o BdP apontava para um recuo de 1,8% no emprego já este ano, esta instituição vem agora apresentar números ainda mais penalizadores, apontando para um decréscimo de 3,6%. Para 2013, o BdP vem agora projetar uma redução de postos de trabalho na ordem dos 0,7%, contra os 0,6% anteriormente avançados.
Serão destruídos 170 mil postos de trabalho já este ano e 33 mil em 2013.
Segundo o Bdp, a contração do emprego durante este ano será mais acentuada no setor privado, enquanto que no setor público o emprego “deverá manter um ritmo de redução relativamente constante, apresentando uma queda mais acentuada do que a do setor privado em 2013".
Ainda que o BdP não avance em previsões sobre a evolução da taxa de desemprego, é certo que a redução do emprego terá consequências dramáticas no que diz respeito ao aumento do número de desempregados em Portugal. O país já tem a terceira taxa de desemprego mais alta da União Europeia, com 14,8% em janeiro deste ano, dois décimos a mais que em dezembro de 2011, segundo o Eurostat.
Agravamento da atividade econômica
No Boletim de Inverno, o BdP projetava uma quebra do PIB de 3,1% em 2012, e um crescimento de 0,3% em 2013. Três meses depois, o Bdp já prevê que o PIB português encolha 3,4% este ano, e registe uma variação nula em 2013.
Esta instituição aponta ainda não só para um decréscimo de 7,3% no consumo interno já em 2012, o que equivale ao dobro do registrado no ano passado, como também anuncia um desaceleramento acentuado do crescimento das exportações.
No Boletim de Primavera, o BdP aponta para um aumento das exportações de apenas 2,7% em 2012, uma previsão bastante inferior à anunciada há três meses, de 4,1%. Para 2013, a previsão é de um crescimento de 4,4%, contra os 5,8% anteriormente avançados.
"A evolução do consumo privado deverá continuar a ser condicionada pelas perspectivas desfavoráveis para o rendimento disponível, num contexto de deterioração das condições no mercado de trabalho e do impacto de medidas de consolidação orçamental", avança o BdP.
A instituição sublinha ainda que “no plano interno, uma deterioração do cenário macroeconômico poderá conduzir à necessidade de adoção de medidas adicionais que garantam o cumprimento do objetivo orçamental”.
"Não há saída para a crise neste caminho”
O deputado do Bloco Pedro Filipe Soares defende que números divulgados pelo BdP são “desmentido” ao primeiro-ministro.
Segundo Pedro Filipe Soares, enquanto Passos Coelho "prometia uma saída", o Banco de Portugal vem agora dizer que "não há saída neste caminho de austeridade".
Na prática, a economia ficará ainda pior do que era previsto”, avança o dirigente bloquista, sublinhando que “a cada nova previsão é pior o cenário da economia”.
"Não há saída para a crise neste caminho”, reitera Pedro Filipe Soares, e “é por isso necessária uma alternativa de crescimento da economia capaz de responder a este disparar do desemprego”.

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