"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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quarta-feira, 27 de março de 2013

“A burocracia sindical da Articulação ligada ao governo Dilma controla a Apeoesp em conjunto com a Oposição Alternativa (PSTU) não desejam construir de fato a greve”


 Jornal Luta Operária entrevistou o companheiro Chico Gomes, representante de base dos professores estaduais de Mauá e membro da Oposição Revolucionária a direção da APEOESP, que interveio na assembleia geral da categoria ocorrida no último dia 15 de Março na Praça da Sé, defendendo a construção da greve geral dos trabalhadores em educação do estado de São Paulo para o início de abril, opondo-se à proposta tanto da Articulação como do PSTU que controlam o sindicato e desejam desmobilizar a categoria.
“A burocracia sindical da Articulação ligada ao governo Dilma controla a Apeoesp em conjunto com a Oposição Alternativa (PSTU) não desejam construir de fato a greve”
Chico Gomes, da Oposição Revolucionária, intervém na assembleia da Apeoesp
Jornal Luta Operária (JLO): Como se encontra o quadro de ataques do governo Alckmin (PSDB) aos professores paulistas?
Chico Gomes (CG): O quadro de ataques aos professores no estado de São Paulo é tão grande quanto o quadro nacional de ofensiva contra os trabalhadores, mas aqui tem uma especificidade, já que se encontra mais avançado na implantação das reformas neoliberais na educação via a precarização do trabalho e os ataques às conquistas em mais de 20 anos de governo do PSDB.
JLO: Como a direção da Apeoesp, particularmente o setor majoritário ligado a Articulação (PT), vem se postando diante destes ataques?
CG: Temos diante de nós um grande obstáculo a enfrentar. A burocracia sindical da Articulação do PT leva todas as bandeiras da categoria para as negociações no parlamento como produto do pacto de governabilidade com o PSDB e boicota a questão do movimento de luta direta, o que favorece o governo estadual em seus ataques para fragmentar a categoria em várias modalidades, dificultando a unidade dos trabalhadores. A questão que devemos superar é a traição da burocracia petista que entrava a luta dos trabalhadores.
JLO: Qual o papel da Oposição Alternativa, impulsionada principalmente pelo PSTU, que integra a diretoria da Apeoesp e com foi sua conduta na assembleia deste último dia 15?
CG: Eu costumo dizer que a direção da Apeoesp é uma só. A burocracia sindical da Articulação que está ligada ao governo federal controla o sindicato em conjunto com a chamada “Oposição Alternativa”, impulsionada pelo PSTU e seus satélites formados por vários pequenos grupos. Infelizmente quando um setor mais aguerrido da oposição consegue arrancar conquistas e apresentar propostas classistas para o movimento sempre aparece a “Alternativa” para amortecer e fazer com que prevaleça a proposta de direção majoritária. Nesta assembléia, a “Alternativa” contribuiu para engrossar o calendário de “enrolação” da Articulação porque na verdade só havia de fato duas propostas: a greve a partir do começo de abril, como defendemos e o calendário alongado, dando tempo demais para o governo Alckmin ameaçar os professores.
JLO: Quais as tarefas que a Oposição Revolucionária aponta para a vanguarda classista dos professores?
CG: Primeiramente seria necessário que os setores classistas da oposição fizesse plenárias de base para tirar uma estratégia a fim de denunciar este governo nas escolas e também denunciar a burocracia sindical e suas traições. Entretanto, os setores majoritários da oposição se opõem a esta tarefa. A Oposição Revolucionária, que é um setor pequeno e ainda em desenvolvimento, defende que tenhamos plenária de bases para unificar a luta e que se trabalhe com o método da ação direta para não sermos novamente derrotados pelo governo tucano!
[23/03/2014; 14h16min]

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