"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Chilenos organizam protestos em defesa da educação pública no país

Organizações não governamentais, entidades sindicais e movimentos sociais realizarão, nesta terça-feira (28), manifestações contra a mercantilização da educação; no Chile, não há ensino universitário gratuito

Mais de 100 organizações não governamentais (ONGs), entidades sindicais e movimentos sociais preparam, para esta terça-feira (28), uma série de protestos em defesa de mudanças do sistema educacional no Chile. 
Com as manifestações, os chilenos pedem o fim da manutenção do ensino privado, acesso gratuito às universidades públicas e mais vagas na educação básica. A concentração dos protestos será em Santiago, capital do Chile.   
As manifestações contra o presidente Sebastián Piñera e o sistema educacional no Chile começaram em 2010, quando ele assumiu o governo. Piñera chegou a apresentar uma proposta de reforma na educação, mas as entidades estudantis a rejeitaram.
O movimento intensificou os protestos neste mês de agosto. No dia 9, cerca de 100 mil estudantes e professores foram às ruas da capital chilena. Os estudantes bloquearam diversas ruas e ergueram barricadas. No dia 23, milhares de estudantes realizaram mobilizações em Santiago. 
A manifestação desta terça-feira marcará um mês de protestos massivos. O presidente do Colégio de Professores (o equivalente ao sindicado da categoria no Brasil), Jaime Gajardo, disse que a ideia é reunir representantes de toda a sociedade civil. Além disso, segundo ele, estão previstas manifestações para o mês de setembro.

Sistema educacional
Nesta segunda-feira (27), uma bandeira foi colocada em frente à Universidad de Chile, a principal do país, com os dizeres: “educação pública gratuita e de qualidade”.
No Chile, não há ensino universitário gratuito. As universidades públicas são pagas, geralmente através de programas de financiamento, que resultam no endividamento dos estudantes. Nas universidades particulares, o ensino é de má qualidade e as mensalidades são caras. Além disso, falta fiscalização por parte do governo nas instituições privadas.
Entre as propostas de reforma do sistema educacional apresentadas pelo presidente chileno em respostas às manifestações dos estudantes, há o aumento de bolsas de estudo, redução de 6% para 4% das taxas de crédito solidário e aumento dos investimentos governamentais na educação. Atualmente, o país investe 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação superior, enquanto o setor privado investe 1,5% do PIB. 
No entanto, para os estudantes as mudanças são insuficientes. Na avaliação deles, esta foi uma tentativa do governo de dividir o movimento estudantil. Para os professores, a melhor forma de lidar com o impasse seria o governo adotar um modelo de educação gratuita.

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