"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Porque o governo dos EUA está injetando dinheiro na economia?

O anúncio de uma oferta de 900 bilhões de dólares para “acalmar” a voracidade da recessão norte-americana contradiz as diversas declarações dadas no sentido de que a economia dos EUA já teria se recuperado do impacto negativo do colapso financeiro de 2007-2008.

A tentativa de escamotear da opinião pública a real situação da economia norte-americana é uma manobra desesperada dos capitalistas e grandes especuladores. O centro do problema é justamente a parte da economia, a chamada “economia real”, a produção de bens e serviços dirigidos à manutenção das condições de vida da população, que não foi afetada de maneira significativa pelos sucessivos pacotes econômicos lançados por Bush e por Obama.

A tentativa de equilibrar todo o edifício da economia norte-americana na assim chamada “sustentabilidade” do mercado financeiro - a oferta de crédito e os meios necessários para que o capital financeiro possa circular livremente - está fadada ao fracasso.

A injeção de capital no mercado financeiro promovida pelo Fed nesta semana é equivalente a quase metade do total repassado para a economia em 2009. Contrariando todas as expectativas e declarações dos especialistas em economia nos EUA e nos demais países imperialistas, o anúncio do banco central norte-americano demonstra que a economia não está se recuperando da recessão.

Para tal, seria necessário uma demonstração da sua capacidade de retomar os níveis de produtividade industrial, emprego e renda por conta própria. Não à toa, o governo norte-americano desembolsou outros milhões de dólares para comprar a maioria das ações de grandes empresas (como a montadora General Motors) e bancos (p. ex. o Citibank e o Morgan Stanley). Sobre isso, no entanto, reside um dos maiores “segredos” - não contados pelos capitalistas - sobre o funcionamento da economia norte-americana. O fato que todos os apologistas do “livre mercado” e da capacidade do capitalismo se “regenerar” tentam a todo instante ocultar é que as empresas e bancos que se beneficiarão com a injeção de capital pelo Fed não poderiam funcionar, segundo as bases do próprio capitalismo. São, sem exceção, inviáveis do ponto de vista dos próprios capitalistas.

A injeção de dinheiro “a fundo perdido” em uma economia inviável é uma tentativa do imperialismo norte-americano de evitar que, por meio da falência de seus planos de sustentação de um regime social absolutamente decadente, venha a baixo também a ordem política e social sobre a qual o poder dos grandes empresários e banqueiros que mandam nos EUA e em grande parte da Europa está assentado.


Nenhum comentário: