"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A falência da esquerda pequeno-burguesa - Psol: sublegenda do PSDB e do DEM

A fraude dos partidos da chamada “Frente de Esquerda” fica evidente na aliança do Psol e PSTU com o PCdoB e o PT em Belém e com o PSDB e o DEM em Macapá, no apoio de Plínio de Arruda Sampaio à candidatura de José Serra 

Em 2008, o Psol já havia realizado 21 coligações com partidos burgueses, que são em sua maior parte legendas de aluguel do PSDB e do DEM. 
No ano passado, o Congresso Nacional do Psol autorizou a realização de alianças com “outros partidos”, além da chamada “Frente de Esquerda”, PSTU e PCB.
Naquele Congresso, ficou sido definido ainda que seriam “prioritárias para o PSOL as disputas pelas capitais do Pará, Amapá e Rio de Janeiro, em função do acúmulo partidário e das grandes potencialidades de vitórias político-eleitorais existentes nessas cidades”. Ou seja, o partido autorizou as alianças já enxergando pela frente a possibilidade de eleger prefeitos nas eleições com a ajuda dos partidos da burguesia.
Em Belém, Psol e PSTU se coligaram ao PCdoB, partido burguês que faz parte do governo pró-imperialista do PT. Nesta coligação, o PSTU recebeu prioridade na disputa proporcional e elegeu Cleber Rabelo à Câmara Municipal da capital paraense. Lá, 80% da campanha da coligação nestas eleições foi financiada por capitalistas, sobretudo, da construção civil, ramo no qual o próprio candidato do PSTU é presidente do sindicato dos trabalhadores.


Em Belém, o novo aliado da ex-“Frente de Esquerda” é o PT



Em Belém, o novo aliado da coligação Psol-PSTU-PCdoB é o PT. No último dia 10, o apoio do candidato do PT, Alfredo Costa, foi motivo de comemoração dos integrantes da coligação.

“O professor Alfredo fez um campanha de alto nível e o PT é um dos partidos mais importantes do país e de Belém. Pesquisas mostram que é uma legenda ainda muito querida”, declarou Edmilson.  O mesmo Edmilson que foi apresentado pelo PSTU como  um candidato “operário” e “socialista”.
A presença do PCdoB, , que evidencia o caráter governista e burguês desta coligação, foi minimizada pelo PSTU. Agora, com o apoio de Lula e Dilma pessoalmente, a farsa cai por terra.
A direção do PT teria ainda proposto ao Psol a presença do ex-presidente Lula no palanque de Edmilson no segundo turno e, em troca, espera o apoio do Psol no segundo turno na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.


Incorporando propostas do DEM



Em Macapá, a coligação “Unidade Popular” inclui Psol, PCB, PPS, PV, PMN, PRTB e PTC. A aliança feita com partidos burgueses e direitistas ganhou o apoio no segundo turno dos dois principais partidos da burguesia brasileira: PSDB e DEM.

DEM, PSDB e PTB fazem campanha para eleger Clécio Santos (Psol) na disputa contra o atual prefeito Roberto Góes (PDT). O candidato do DEM declarou que se trata de uma “aliança pela moralidade”. Na realidade, a aliança mostra que o governo do Psol no estado nada mais é que uma parte da tradicional operação de pilhagem do Estado e de combate às massas populares, comum a todos os partidos burgueses participantes do regime político atual.
A esquerda pequeno-burguesa caiu de cabeça na onda direitista do “combate à corrupção”. Ao se aliar ao DEM e ao PSDB nessa campanha, a esquerda cumpre o papel de oposição de direita ao governo do PT.  Quando não faz oposição de direita ao PT, o Psol se alia diretamente ao PT, como é o caso em Belém.
O combate à corrupção sempre foi a pauta da direita. Em nome do combate à corrupção, os militares depuseram João Goulart com o golpe militar de 1964. A direita utiliza a bandeira anticorrupção para conquistar o apoio de uma parcela da classe média contra a esquerda e, nesse momento, contra o PT.
“Para ganhar eleições é preciso fazer alianças”, afirmou o candidato do PSOL em Macapá, mostrando que não há nenhum constrangimento em se aliar à direita.
“No segundo turno não há coligação, nem alianças formais. Os candidatos do DEM e do PCdoB fizeram uma campanha que também reivindicava mudanças, então foi natural que eles declarassem apoio a mim. Não tinha como eles baterem no atual prefeito e apoiá-lo no segundo turno”, explicou Clécio Santos. A grande questão é saber quais são estas mudanças defendidas pelo Psol, DEM e PSDB.
“Não discutimos a adesão desses partidos ao governo, o apoio deles não está vinculado a isso. Eles apenas querem que o projeto que combateram no primeiro turno não continue”, tentou explicar o candidato, depois de dizer: “Aceitamos acolher algumas propostas pragmáticas do programa dele (do candidato Davi Alcolumbre – DEM)”.
As explicações de Clécio, no entanto, foram desmentidas por  quem costurou o acordo, o senador do Psol Randolfe Rodrigues, que no Senado possui uma história de votações em comum com o PSDB e o DEM.
“Uma aliança política, e sim um caminho novo para a política no Amapá; é uma aliança para ganhar a Prefeitura no último domingo deste outubro, mas é também para governar em conjunto, unindo ideias e propostas de Clécio e demais lideres para Macapá dar a volta por cima”, declarou Randolfe. Mais claro que isso é simplesmente impossível. O que temos é a aliança de partidos que se dizem de esquerda com a tradicional direita neoliberal, imperialista, defensora dos torturadores e do genocídio da população;  corrupta e repressora, inimiga dos direitos democráticos do povo.


Direção nacional do Psol defende aliança com o DEM e o PSDB



“Não podemos ter nenhuma conversa com partidos como DEM e PSDB, mas não temos como interferir em quem eles desejam apoiar”, declarou Pedro Ruas, presidente do Psol no Rio Grande do Sul, que critica apenas a forma como foi feita a  aliança, ou seja, incorporando as propostas do DEM.

No Rio Grande do Sul, em São Lourenço e Montenegro, os candidatos do Psol tentaram se eleger com apoio da direita, os partidos do DEM e do PR. Em Montenegro, o caso aguarda decisão do Tribunal Superior Eleitoral, uma vez que a direção do partido no estado obteve ganho de causa ao pedir que a aliança fosse apenas entre Psol e PDT, outro partido burguês, mas a coligação recorreu em segunda instância e foi vitoriosa.
O presidente do Psol, Ivan Valente, também saiu em defesa, de maneira mais discreta, ao apoio recebido por partidos da direita nacional, como PSDB e o DEM (ex-PFL, ex-Arena).
“Sobre a questão de Macapá, a executiva nacional irá discutir nessa semana a forma como foi feita a declaração de apoio (num ato político com as lideranças envolvidas). Mas não existe aliança (com DEM e PSDB), e sim uma adesão de segundo turno”, fantasiou Ivan Valente, tentando justificar a aliança com a direita.
O ex-candidato à Presidência da República pelo Psol, o paulista Plínio de Arruda Sampaio também defendeu as alianças em Macapá e Belém: “São cidades onde temos condições fortes de vencer a eleição. Nesse momento, os adversários se unem, então nossos candidatos também estão obtendo apoios”, declarou.
Sobre a aliança em Macapá, Plínio declarou ainda: “É um caso muito particular e diz respeito a um lugar remoto num estado muito pequeno, de modo que, nesse caso, se fez uma vista grossa”.


Integrantes do Psol pedem que o partido “reveja” a política de alianças com a direita



Em nota, alguns integrantes do Psol manifestaram seu pesar com a aliança com o DEM.

A nota começa relatando os grandes feitos do Psol nas eleições. “Nas eleições de 7 de outubro, o PSOL conquistou uma vitória política indiscutível. Apresentando-se pela esquerda, o partido ampliou de forma muito significativa suas votações”.
“DEM, PTB e PSDB estão na lista de partidos com os quais o DN (Diretório Nacional) do PSOL proibiu qualquer aliança nas eleições de 2012. Se esta aliança se mantiver, representará uma mancha que envergonhará e indignará todo o PSOL”, declaram os signatários, entre os quais Carlos Gianazzi (candidato a prefeito de S. Paulo), João Batista Babá, Gelsimar Gonzaga (Prefeito eleito de Itaocara-RJ), Raul Marcelo, Roberto Robaina entre outros.
Encarecidamente, os signatários pedem que a aliança seja “revertida”: “A desastrada política encaminhada em Macapá deve ser revertida, ou os responsáveis por ela deverão ser sancionados pelo partido. Se não adequarem sua atuação à linha do partido, não deverão ter lugar nas suas fileiras”.
Assim como faz o PSTU, que joga a culpa no Psol pelo financiamento dos empresários à coligação dos dois com o PCdoB em Belém e apenas pede para que ele “reveja” esse tipo de política, os “desgarrados” do Psol pedem que seus integrantes no Macapá “revejam” sua postura.
Fica evidente a fraude que são os partidos que compunham a chamada “Frente de Esquerda”. A “Frente de Esquerda”, nestas eleições, está com o DEM e o PSDB em Macapá e com o PCdoB e o PT em Belém.

Nenhum comentário: