"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A catástrofe econômica chinesa

Recessão vai fechar 9.000 fábricas e colocar 2,7 milhões na rua

Cerca de 9.000 fábricas do sul da China podem fechar as portas com os efeitos da recessão mundial e provocar a demissão de 2,7 milhões de chineses

A tão propalada força da economia Chinesa, um dos sustentáculos da economia mundial dos últimos anos, que para os especialistas econômicos da burguesia estava firme e forte em meio à recessão mundial, está tão frágil quanto os Estados Unidos e a Europa. A queda no consumo nos principais países do mundo já está afetando, como era de se esperar, a economia chinesa provocando o fechamento de dezenas de fábricas e a demissão de milhares de trabalhadores.
As economias dos países atrasados – ditos emergentes –, como Brasil, China, Índia, Rússia é extremamente dependente das exportações para os países imperialistas e a deflação e a recessão mundial tendema promover uma devastação nas contas destes países e nas suas grandes empresas exportadoras.
A redução nas exportações para países estratégicos como Estados Unidos e os países europeus vai fechar um quinto das fábricas da região Sul da China. Serão 9.000 fábricas que vão fechar as portas nas regiões de Donguan, Cantão e Shenzhen. Estas regiões possuem hoje cerca de 45.000 fábricas que trabalham com artigos para exportação. A maioria destas empresas que irão fechar são empresas estrangeiras que atuam em território chinês.
Segundo levantamento feito pelas próprias empresas, houve queda de 30% na demanda por produtos.
Uma importante fábrica de brinquedos que fornecia para a Disney e a Mattel fechou a fábrica nas últimas semanas, a Smart Union, provocando a demissão de milhares de trabalhadores. O fechamento desta fábrica indica que a crise está atingindo grandes empresas e não somente as pequenas manufaturas, como queriam apresentar os analistas econômicos. Uma importante empresa de metalurgia chinesa, a Mansfield Manufacturing, que fornece produtos para carros, impressoras, aparelhos eletrônicos das marcas Epson, Toshiba, Fuji-Xerox, Canon entre outras está temendo a recessão, pois já teve várias encomendas vindas da Europa e do Japão canceladas. A empresa emprega pelo menos 8.500 trabalhadores.
As estimativas são de que o fechamento destas fábricas provocaria a demissão de quase três milhões de trabalhadores chineses, por volta de 2,7 milhões de demissões. Mas há indícios de que o número de fechamento de fábricas e de postos de trabalho seja maior que este.
Claramente a economia chinesa está sofrendo drasticamente os efeitos da crise, o PIB (Produto Interno Bruto) para este ano já foi estimado em 9%, bem abaixo dos 11,8% de 2007. A queda nas exportações mundialmente vai está afetando em cheio a economia chinesa, pois está depende basicamente deste mercado para sobreviver. Os efeitos da recessão na China tendem a ser mais assustadores que em outros países, pois este é o maior país do mundo com mais de um trilhão de habitantes e uma classe operária gigantesca. A recessão vai demitir centenas de milhares de trabalhadores provocando um confronto direto da classe trabalhadora chinesa colocando em cheque o regime burguês no País.
A China, em função de uma mão-de-obra extremamente barata, beirando o trabalho escravo foi um dos sustentáculos do último período de baixa inflação e altíssima especulação financeira, abrindo caminho para os investimentos especiais que constituem a base de toda a enorme engrenagem financeira internacional. Esta situação chegou ao fim e deverá trazer uma maior aprofundamento da crise mundial capitalista.

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