"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Documentos revelam que polícia brasileira é financiada pelo governo norte-americano

Documentos recentes revelados pelo WikiLeaks e outras fontes mostram que assim como aconteceu no período da ditadura militar, o governo norte-americano financia a polícia brasileira e mantém forças militares em nosso país
No início do mês de julho, o WikiLeaks publicou mais uma leva de documentos confidenciais sobre a política brasileira. No total, foram 2500 telegramas da embaixada dos EUA, onde os representantes do governo norte-americano tratavam dos mais variados temas da política nacional.
Um dos temas tratados que merece destaque, seja pelo número de telegramas em que ele aparece ou pela sua importância, diz respeito à ligação existente entre o imperialismo e as forças de repressão brasileiras, em especial as polícias locais. Em um dos telegramas, por exemplo, foi revelado que o ex-governador de São Paulo, José Serra, estabeleceu contatos com vários departamentos de Estado norte-americanos e firmou, sem conhecimento da diplomacia brasileira, uma parceria para que policiais dos EUA treinassem os guardas do metrô de São Paulo. Mas o acordo não ficou restrito a isto. Serra também estabeleceu por meio desta “parceria” que o imperialismo poderia tomar decisões importantes e elaborar planos para o sistema prisional paulista e que orientasse diretamente diversas atividades policiais através de “planos de segurança” indicado por seus especialistas.
Outro telegrama do Wikileaks mostra que a parceria “antidrogas” estabelecida entre os governos brasileiros e norte-americano se tornou umas das principais ferramentas para que o imperialismo financie e, consequentemente, controle as polícias locais do nosso país. O telegrama descreve o financiamento e as doações feitas há alguns anos atrás e mostra que o governo norte-americano adotou esta política para as principais capitais brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, belo Horizonte Porto Alegre. Ou seja, a repressão policial segue ordens diretas do imperialismo. 
Forças Especiais dos Estados Unidos no Brasil
Após estes documentos do WikiLeaks, que por si só já ajudam a esclarecer a relação de dominação exercida sobre o Brasil, veio à tona outro documento. Este mostra fatos que ajudam a esclarecer ainda mais esta relação de dominação.
Há alguns dias uma associação empresarial da Flórida, Economic for Okaloosa Coutry, que tem como participante empresas militares privadas, publicou em seu site um documento confidencial do Pentágono que mostra que o governo norte-americano usou suas Forças Militares Especiais em 18 países latino-americanos no ano de 2009. Originalmente, o documento deveria ser apenas apresentado em Washington a um grupo de empresários e políticos locais, mas por motivos desconhecidos se tornou público por meio deste grupo empresarial. As operações incluíram 21 missões e 165 soldados. Entre os países em que o Grupo de Forças Especiais atuou está o Brasil.
O documento aponta que no Brasil estes militares norte-americanos estiveram presentes no Centro de Instrução de Guerra na Selva, onde ouviram detalhes sobre a atividade das Forças Armadas brasileiras no local e também deram treinamentos aos militares brasileiros.
No total, foram três as atividades que este Grupo de Forças Especiais realizou no país no ano de 2009. A primeira operação aconteceu quando o governo do PT e o imperialismo realizaram uma “parceria” para que o imperialismo pudesse participar no futuro de forma oficial ajudando na estrutura de defesa da Amazônia. Na ocasião, o almirante norte-americano Mike Mullen, chefe do estado Maior das forças Armadas dos Estados Unidos veio ao Brasil para participar e conhecer o sistema de proteção brasileiro à floresta. Um dos acompanhantes de Mike Mullen, conforme aponta o documento publicado, foi Nelson Jobim, ministro da Defesa nos governos Lula e Dilma. Os dois viajaram em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Jobim foi apontado por um documento do WikiLeaks no final de 2010 como sendo o principal homem de confiança do imperialismo dentro do governo do PT.
O Centro de Instrução de Guerra na Selva foi criado pela ditadura, em 1964, com a ajuda do mesmo Grupo de Forças Especiais do exército norte-americano. O documento mostra que dois soldados fizeram e deram treinamentos militares no local. Em um trecho do documento do Pentágono, onde é citada a história do Centro e a participação dos EUA nisto, pode-se ler o seguinte: “Agora, 40 anos depois [da fundação do centro], a parceria entre os Estados Unidos e o Brasil completa um ciclo”.
Outra atividade, que o documento não entra em maiores detalhes, diz respeito à participação destes militares norte-americanos na competição militar chamada Fuerzas Comando, realizada em Goiânia, em junho de 2009. A competição é financiada pelo Comando Sul do departamento de Defesa dos Estados Unidos e é um meio deste país buscar influenciar militares latinoamericanos.
Repressão ordenada pelo imperialismo
Estes fatos revelados pelo WikiLeaks e este documento do Pentágono que veio à tona mostram que a política dos EUA de financiar a tortura com especialistas e assistência técnica durante a ditadura ainda continua em vigor no período “democrático”. O “regime democrático” não diminuiu a interferência, para dizer o mínimo, do imperialismo sobre as forças de repressão brasileiras. 
O que mostra que o total desrespeito ao direito internacional não fica limitado à perseguição aos “terroristas” da Al Qaeda, como ocorreu com a operação fascista do exército dos Estados Unidos que invadiu o Paquistão para matar Osama Bin Laden. Mesmo nos países que não estão no “Eixo do Mal”, conforme determina a “Guerra ao Terror”, a intervenção militar do imperialismo se faz presente, mostrando que o discurso “democrático” serve apenas para encobrir a ditadura que precisa ser estabelecida para que os grandes capitalistas imperialistas possam dominar o mercado mundial.  
Estas revelações, por exemplo, tornam claras que a prática comum da polícia brasileira de torturar presos e detentos nas cadeias e delegacias segue diretamente uma política elaborada pelo imperialismo, pois ficou provado que estas “parcerias” com os EUA tem com consequência que estes determinam este tipo de política. Da mesma forma, a repressão policial aos movimentos sociais também é uma política que serve para atender os interesses do imperialismo e acaba sendo determinado por este.
     
Fora o imperialismo do Brasil
A presença de militares norte-americanos no Brasil é uma afronta a soberania nacional e mostra que o governo do PT, ao contrário do afirmam seus partidários, aplica fundamentalmente a mesma política da direita.
Seja através de militares que participam e ministram cursos em território brasileiro ou do financiamento das policias locais, esta prática do governo dos EUA serve para manter seus interesses e dos capitalistas deste país no Brasil. Por este motivo, toda esta política tem como objetivo conter uma possível revolta contra a dominação econômica exercida sobre o Brasil.
É preciso mobilizar a população brasileira para expulsar as Forças Militares imperialistas presentes no Brasil, algo que só pode ser feito com uma luta travada de forma independente da burguesia nacional e do governo do PT, que se mostram como verdadeiros capachos do imperialismo.

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