"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ofensiva do Latifúndio - Liderança sem-terra é assassinada no Maranhão

A liderança sem-terra conhecida como senhor Marlone foi assassinado a mando do latifúndio do Maranhão nesta semana, quando dois homens, ambos de moto, tentaram
seqüestrar sua filha, de cerca de cinco anos. O senhor Marlone lutou para resgatar a menina e os assassinos dispararam contra ele, que morreu na hora, e abandonaram a menina, fugindo.
Marlone liderava o assentamento Irinema Ilhinha, do Porto Itaqui no Maranhão. As famílias do assentamento estão em uma luta ferrenha pela sua manutenção na área em questão.
Os assentados estão em luta contra a empresa Ribeirão AS, questionando a legitimidade de sua presença nessas terras e o fato de ela estar constantemente ameaçando e entrando na justiça contra os sem-terra. Segundo os trabalhadores da região, a empresa Ribeirão AS “adquiriu as terras onde as famílias moravam e conseguiu na justiça um mandato de reintegração de posse. A comunidade recorreu da decisão por meio de mandato de segurança impetrado pela advogada, ganhando. Mas a empresa conseguiu revogar o mandato.”
Todas as provas levam para que o assassinato de Marlone tenha sido encomendado pelos latifundiários da empresa Ribeirão AS que querem expulsar de todas as maneiras as famílias do assentamento Irinema Ilhinha para tomar posse da área. 
Um estado a serviço do latifúndio 
Trabalhadores sem-terra e quilombolas maranhenses sofrem constantemente com ameaças e mortes devido à luta pela reforma agrária. A ofensiva do latifúndio se dá com aval do estado e da Justiça, que não apura os crimes cometidos contra os sem-terra e muitas vezes colocam os órgãos de repressão do estado contra os trabalhadores rurais. Os trabalhadores sem-terra denunciam a presença e atuação muito forte de grupos de extermínio formados pelos latifundiários da região que atuam livremente em todo o estado maranhense.
Somente em 2010 foram registrados 176 conflitos agrários e cinco assassinatos no estado segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Através da manifestação, quilombolas, sem-terras e camponeses pedem que o governo adote medidas contra os casos recentes de ameaças e mortes. Nas comunidades Charco e Cruzeiro, próximas à capital São Luís, 27 pessoas estão marcadas para morrer.
A situação dos trabalhadores do campo está cada vez mais grave porque estão sofrendo com os ataques do latifúndio e dos governos. Os trabalhadores sem-terra devem se colocar contra esses ataques e garantir a sua autodefesa para a continuidade da sua luta contra o latifúndio e pela reforma agrária.

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