"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Algumas greves do momento: a luta de classes continua!


PERNAMBUCO — PROFESSORES

Os professores da rede estadual de Pernambuco estão em greve desde o dia 11 de junho. A adesão foi de 29 mil profissionais, de 1.105 escolas. A categoria reivindica o reajuste de 16% para todos os servidores e a equiparação do salário-base ao mínimo de R$ 380 (isso mesmo, há quem receba menos que isso). As manifestações são constantes. Após 35 dias de greve, na tentativa de acabar com o movimento, o governo de Pernambuco anunciou o corte de salário dos primeiros 14 dias de greve.
Para o governador Eduardo Campos (PSB) os professores banalizaram a greve. Os mestres, por sua vez, argumentam que a greve é o mais legítimo e eficaz instrumento de luta dos trabalhadores. Foram 20 paralisações nos últimos oito anos. Segundo o sindicato, a maioria dos professores da rede estadual de Pernambuco só consegue atingir o salário mínimo mediante gratificação.
A greve foi encerrada no dia 6 de agosto, após 54 dias de paralisação. O sindicato fez um acordo com o governo do estado, que cedeu em alguns pontos da pauta, mas não atendeu ao principal, que era a equiparação do salário-base ao salário mínimo.

RIO GRANDE DO NORTE — PROFESSORES

A greve dos professores estaduais do Rio Grande do Norte, iniciada no dia oito de julho, segundo o sindicato da categoria, recebeu adesão de 85%. A greve foi iniciada após inúmeras tentativas de negociação com o governo estadual. Os professores querem resolver o problema de dois mil profissionais que têm perdido 16,87% de seus salários desde janeiro de 2006. Outra reivindicação é a correção da distorção salarial causada pela ausência de promoções, da ordem de 10 a 30%, englobando 12 mil professores. Para substituir os grevistas, o governo estadual colocou estagiários nas salas de aula, como professores.

RIBEIRÃO PRETO

Os 3,5 mil funcionários do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, SP, paralisaram as atividades no dia 22 de junho, como parte da greve estadual dos trabalhadores da saúde. Apesar de o sindicato ter encerrado a paralisação no dia 29 de junho e ter aprovado o estado de greve, os funcionários do HC de Ribeirão Preto continuaram parados até o dia 18 de julho. Eles protestavam contra a proposta de transformar o tíquete alimentação com valor uniforme de R$ 350 em um plano de incentivo com benefícios em dinheiro definidos em quatro categorias, que variam de R$ R$ 450 (nível básico) a R$ 1.065 (médicos).

ALAGOAS — MÉDICOS

Os médicos alagoanos estão em greve desde o dia 28 de junho. Eles reivindicam aumento salarial de 50%, o que elevaria o menor salário da categoria para R$ 1.5 mil. Vale lembrar que o piso salarial dos médicos é de R$ 3,8 mil. O governo diz que só pode oferecer 5% de aumento, sob pena de desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal (!?), mas os médicos afirmam que a secretaria de saúde possui recursos para o reajuste.
No dia 20 de julho, 19 médicos — dez neurocirurgiões e nove hematologistas — entregaram suas cartas de demissão. O presidente do sindicato da categoria afirma que as demissões continuarão, em protesto contra a intransigência do governo estadual.

GOIÁS — MÉDICOS

Estão em greve, desde o dia 14 de julho, os médicos ortopedistas do Hospital de Urgências de Goiânia. Os médicos exigem aumento salarial e melhores condições de trabalho. Muitas vezes falta gesso no hospital. Os médicos têm protestado constantemente no último ano. Cansados da farsa do governo estadual, e devido a declarações de que os ortopedistas não fariam falta ao hospital, 45 ortopedistas apresentaram carta de demissão coletiva, que foi aceita pela secretaria estadual de saúde. Em face disso, outros 28 ortopedistas que não assinaram a carta, aderiram ao movimento e paralisaram suas atividades.

INCRA: TRÊS MESES

Os servidores do Incra iniciaram uma greve no dia 21 de maio. Suas reivindicações são que o governo federal tenha uma política concreta de Reforma Agrária e que retire o projeto de lei que limita por dez anos os reajustes salariais dos funcionários públicos. Além de contratação de funcionários, exigem aumento do salário-base e incorporação das gratificações. O governo propôs o fim imediato da greve em troca de uma reestruturação remuneratória dos servidores, em 30 dias.
A paralisação atingiu 30 unidades regionais e 45 unidades avançadas do Incra. Os servidores argumentam que não aceitarão mais a farsa do governo. Esta é a terceira greve da categoria na gerência FMI-PT. Segundo eles, nas outras paralisações, em 2003, 2004 e 2006, o governo assinou termos de compromisso, mas não cumpriu nenhum deles. O diretor da Confederação Nacional das Associações de Servidores do Incra, José Vaz Parente, argumenta que mais do que reposição salarial, os servidores do instituto querem ter condições para executar sua função.
Em assembléia realizada em 3 de agosto, os servidores encerraram a greve, após 73 dias de paralisação. O governo federal aceitou algumas das exigências e se comprometeu a negociar as demais com os servidores trabalhando.

IBAMA: AGOSTO

A greve de mais de dois meses dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Ibama, foi suspensa de 18 de julho a 1º de agosto, período de recesso parlamentar. A intenção do movimento é derrubar no Legislativo a Medida Provisória 366, que divide o órgão e cria o Instituto Chico Mendes. A MP já foi aprovada pela Câmara dos Deputados, mas ainda precisa ser votada pelo Senado. Os servidores afirmam que a greve, iniciada em 14 de maio, continuará até que o governo desista da medida.

UNIVERSIDADES FEDERAIS — SERVIDORES

Há mais de dois meses em greve, os funcionários técnico-administrativos das universidades e faculdades federais do país, decidiram, nas 46 universidades cujos servidores aderiram ao movimento, continuar paralisados por tempo indeterminado.
Em todo o Brasil, os trabalhadores afirmam que não querem prejudicar a comunidade universitária, mas que precisam lutar por seus direitos. Eles reivindicam aumento salarial e retirada dos projetos de lei que limitam o reajuste salarial dos servidores públicos nos próximos dez anos e o direito de greve. Os funcionários dos Hospitais Universitários também protestam contra a transformação dos hospitais em fundações de direito privado, o que fará com que os serviços dessas unidades não sejam 100% gratuitos à população. O governo federal ainda não apresentou nenhuma proposta ao sindicato nacional da categoria.

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