"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

EUA: Recessão e calote

A “recuperação” da economia norte-americana, prometida pelo governo e alardeada pela imprensa burguesa internacionalmente, não veio. A onda de crise em toda a Europa e, em particular, nos EUA, faz com que a tensão no mercado mundial aumente diante da possibilidade de um calote massivo da altíssima dívida do país mais rico do mundo

A economia norte-americana, segundo a análise da imprensa especializada (a revista The Economist e o diárioWall Street Journal), parece andar muito pior do que esperavam há alguns meses. Os esforços do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, para levantar o país da recessão não surtiram efeito. A retomada do crescimento é uma incerteza, os crescentes índices de desemprego, beirando os 10%, por outro lado, são líquidos e certos.
Os dados mais recentes do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano revelam que a recessão é muito mais profunda do que esperavam anteriormente. A recuperação, por sua vez, é muito mais tênue do que haviam anunciado as agências governamentais anteriormente.
A revisão da análise feita pelo BEA (sigla em inglês para Escritório de Análise Econômica, órgão do governo dos EUA) revela um rebaixamento das perspectivas de crescimento mais grave do que se esperava. A divulgação de novos números mostrou que a contração do PIB era ainda maior e que, por exemplo, no quatro trimestre de 2008, ao invés de a economia ter encolhido 3,8% como fora divulgado em janeiro de 2009, a recessão foi de 6,8%. Os novos números mostraram que, ao longo do ano, a queda do PIB foi de assombrosos 8,9%.
Em 2009, de acordo com a mesma pesquisa, a retração foi de 3,5%, ao invés dos 2,6% anunciados anteriormente.
Os novos números contradizem os anúncios feitos anteriormente de que a economia do país já havia retomado os níveis de crescimento atingidos em 2007. Os dados apontam para o fato de que a economia norte-americana está estacionada nos mesmos níveis que atingira ao final do primeiro semestre de 2005. Uma vez estagnada, dizem os analistas internacionais, a economia pode facilmente voltar a entrar em recessão.
Rumo a um calote?
O governo norte-americano encontra-se diante de um dilema. Para evitar o aprofundamento da recessão se vê obrigado a gastar mais dinheiro, seja para amenizar a desaceleração da economia, seja para conter seus efeitos devastadores entre a população trabalhadora. Mas, para isso, terá que bater de frente com os interesses do próprio imperialismo norte-americano, que procura no equilíbrio de contas do Estado um porto seguro para as oscilações do mercado.
Pode não demorar muito até que o governo dos EUA decida empurrar para os detentores dos títulos de sua dívida o peso da recessão e do alto endividamento estatal. Na realidade, esta parece ser a única alternativa em vista das dificuldades enfrentadas no último período para recuperar o ritmo produtivo, os empregos e a circulação de crédito e capitais na economia mais poderosa do planeta. Com isso, os detentores de títulos do Tesouro norte-americano (dos quais, o Brasil é o quarto maior) terão nas mãos papéis que podem se desvalorizar da noite para o dia, forçando para baixo seus balanços de conta-corrente e erodindo suas reservas em moeda estrangeira.
A “solução” que o governo norte-americano pode colocar em marcha dentro em breve vai despejar o ônus da crise norte-americana sobre as costas dos países econômica e politicamente mais fracos como o Brasil e a China que serviram para ampliar sua capacidade de endividamento e agora estão prestes a serem descartados sem cerimônia.


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