"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O avanço da crise capitalista - Dívida dos Estados Unidos é rebaixada pela primeira vez na história

O parasitismo do capital financeiro alcança níveis extremos

A S&P (Standard & Poor’s), agência de qualificação financeira, rebaixou, no sábado, dia 6, de AAA para AA+ a classificação da dívida dos Estados Unidos pela primeira vez na história do país. O principal motivo considerado foram os “riscos políticos”, pois o país não teria adotado medidas adequadas para resolver os problemas relacionados à enorme dívida pública, que já atingiu US$ 14,3 trilhões: “a diminuição é motivada devido a que a consolidação fiscal acordada entre o Congresso e o Executivo ficam aquém do que era necessário para estabilizar a dinâmica da dívida do Governo a médio prazo”; “a eficácia, estabilidade e previsibilidade da elaboração de políticas governamentais e das instituições políticas enfraqueceram num momento de desafios fiscais e económicos”.
De acordo com declarações de um portavoz do Departamento do Tesouro ao jornal The New York Times, a Administração ficou indignada com o rebaixamento e acusou à agência de fundamentar a sua decisão num erro na estimativa da dívida federal de U$ 2 bilhões. Segundo a S&P, a diferença deve-se a alterações de metodologias, mas não teria impactado a sua decisão.
O impacto prático provocado pela decisão da S&P, que, em 18 de abril, já tinha anunciado que a nota do patamar máximo da dívida norte-americana não era um dado adquirido, é mínimo. As outras agências de qualificação de risco preferiram não rebaixar a dívida pública norte-americana. Apesar da alta subjetividade presente nas qualificações das agências de risco, e até o próprio fato delas serem dominadas pelos grandes bancos imperialistas, a decisão da S&P reflete a situação dramática que vive a economia dos Estados Unidos, que ficou estagnada no primeiro trimestre deste ano (apenas cresceu 0,4%) e teve um crescimento desprezível no segundo semestre (apenas 1,3% entre abril e junho deste ano). De qualquer maneira, trata-se de mais um sintoma que aumenta a desconfiança em relação aos títulos do Tesouro Norte-americano, e aprofundará ainda mais a crise do imperialismo, mesmo que ele esteja armado até os dentes e tenha um histórico de calotes constantes em cima dos acordos impostos por ele mesmo.
A dominação do dólar a nível mundial, principalmente através dos chamados petrodólares e da exportação ilimitada de papel moeda pelos EUA , sem lastro produtivo, para todos os países do mundo, depende diretamente do domínio militar que o imperialismo norte-americano exerce a nível mundial. A sua economia, assim como a economia de todos os países imperialistas, encontra-se em uma profunda recessão, apresentando sintomas cada vez mais agudos de estagnação. A lei, descrita por Karl Marx na sua obra prima O Capital, da tendência do capitalismo à diminuição das suas taxas de lucro devido ao aumento da composição orgânica do capital (diminuição da mão de obra em relação ao chamado capital constante, provocada pela competição tecnológica) foi levada ao extremo no atual estágio do capitalismo. O funcionamento do capitalismo decadente apresenta altíssimos sintomas de decrepitude e se sustenta de maneira totalmente artificial através da alta interferência do estado. A produção foi transferida para países onde o valor da mão de obra é praticamente de graça. Os países desenvolvidos, na prática, somente preservaram nos países centrais a indústria armamentista (nos Estados Unidos, o chamado complexo militar industrial representa mais de 60% da economia) e o domínio de tecnologias, que mantêm a sete chaves sob as chamadas leis de patentes e de proteção de propriedade intelectual. Somando os PIBs (Produto Interno Bruto) de todos os países temos aproximadamente US$70 trilhões anuais, mas o volume de títulos indexados em contratos futuros, fundos de tipo hedge, debêntures, e outras modalidades de capitais especulativos atinge 10 vezes mais. A produção nos países desenvolvidos não traz os lucros desejados pelo punhado de especuladores financeiros que dominam o mundo. A produção nos países atrasados tem como objetivo funcionar como mercado manufatureiro e de commodities, comercializadas de maneira quase exclusiva nos mercados futuros, onde cada produto acaba sendo vendido dezenas de vezes. Todos estes fatores demonstram que o capitalismo completou o seu ciclo histórico, que apresenta caraterísticas do sistema que pelo próprio desenvolvimento da economia deverá substituí-lo, o Socialismo, tais como a forte intervenção estatal e a divisão do trabalho a nível mundial.


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