"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Lutar pela reestatização da Eletropaulo

Doze anos após a privatização do sistema de distribuição de energia elétrica da região metropolitana a situação chegou a uma crise de proporções nunca vistas anteriormente. Somente neste ano ocorreram três grandes apagões na Grande São Paulo, sendo o último no dia 28 de julho, quinta-feira. O próprio governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, um dos responsáveis pela privatização, chegou a declarar após uma destas interrupções do fornecimento de energia que o “sistema não é confiável”. 
A crise também tem tido grandes efeitos políticos. A revolta popular contra a companhia norte-americana (AES Corporation) que hoje controla a maior parte da antiga estatal é grande. O Procon, órgão ligado ao sistema judiciário, pediu a intervenção na empresa e o governo do PSDB, o responsável pela privatização, aplicou ela uma multa para dar uma satisfação à opinião pública e tentar esconder sua responsabilidade pelos problemas ocorridos . Além disso, a oposição, liderada pelo PT, tenta estabelecer na Assembléia Legislativa uma CPI para investigar as contas da empresa.
Há outras manifestações da crise. Uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo neste sábado, dia 30, mostra o caso dos moradores do Jardim Julieta, na zona Norte de São Paulo, que após o aumento abusivo na tarifa de luz se uniram para boicotar o pagamento para a AES Eletropaulo.
Todos estes casos mostram que a situação caminha para uma crise de proporções muito grandes.
A privatização da Eletropaulo teve início no ano de 1995, no governo Mário Covas. Para realizar a privatização ele desmembrou a Eletropaulo em várias empresas. A Eletropaulo Metropolitana, responsável pela distribuição de energia na Grande São Paulo foi vendida para o grupo AES Corporation.
Desta época até agora, o investimento na ampliação da rede foi irrisório e esta é a origem da crise em um dos setores fundamentais para fazer funcionar a economia da principal região industrial do país. Para que os capitalistas lucrassem, o governo autorizou o aumento abusivo nas contas de energia, que nos últimos tempos tem sido feitos duas vezes ao ano.
No entanto, da mesma forma que o sistema elétrico chegou a um colapso, este esquema de parasitismo também está sendo colocado em xeque.
Esta crise envolvendo a AES Eletropaulo mostra que a revolta popular contra a privatização é enorme. O que possibilita uma ampla ação política da população para lutar pela reestatização da empresa, colocando fim a esta entrega do sistema elétrico para uma empresa imperialista. A ação independente dos trabalhadores é o único meio da por fim a esta situação, pois CPIs, o Procon, muito menos o próprio governo do PSDB que gerou esta situação são capazes de resolver a crise.

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