"As armas da crítica não podem, de fato, substituir a crítica das armas; a força material tem de ser deposta por força material, mas a teoria também se converte em força material uma vez que se apossa dos homens. A teoria é capaz de prender os homens desde que demonstre sua verdade face ao homem, desde que se torne radical. Ser radical é atacar o problema em suas raízes. Para o homem, porém, a raiz é o próprio homem" KARL MARX
"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher
"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou"
Henry Ward Beecher
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Privatizações: lucro privado, financiamento público
A propaganda neoliberal procurou apresentar as empresas estatais como um “peso morto” para a economia nacional e que seus custos teriam que ser arcado pela população brasileira. A solução neste caso seria a privatização das empresas estatais. Após pouco mais de duas décadas desta política é preciso abrir um amplo debate sobre suas graves conseqüências para o país e a classe operária. Principalmente neste momento, onde o governo Dilma Rousseff quer liquidar o que FHC, Collor, Itamar e Lula não conseguiram privatizar.
Em todos os casos o que se tem verificado é que, ao contrário da propaganda oficial, é a população quem é obrigada a financiar o lucro dos capitalistas. E que as privatizações não tem diminuído os gastos do governo. Pelo contrário, tem aumentado por causa do financiamento dos capitalistas via orçamento federal.
O maior exemplo disto é o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que de veículo de intervenção do Estado na economia se torna o grande financiador das empresas estrangeiras que adquiriram estatais. O BNDES foi fundamental para os investimentos estatais em infra-estrtura e no processo de industrialização até os anos 1970. Foi ele quem financiou empresas estratégicas em diferentes segmentos da economia como a Eletrobras, a Siderbras e Rede Ferroviária Federal.
Sua conversão em financiador das privatizações é um das provas do parasitismo dos capitalistas sobre o Estado provocado pela política neoliberal.
Este processo de transformação do BNDES começou de maneira mais efetiva em 1991, durante o governo Collor, quando a política neoliberal ganha força. Neste ano, o BNDES altera seus estatutos e passa a financiar empresas sediadas no Brasil com capital estrangeiro, transforma-se no gestor do PND (Programa Nacional de Desestatização) e o maior operador de mercado de capitais do país.
Daquela época até hoje, o BNDES vai financiar praticamente todas as empresas que compraram estatais, na maioria das vezes vendidas para estrangeiros. O nível de financiamento do BNDES chega a tal ponto que em 1997 o banco torna-se o maior financiador de privatizações do mundo, colaborando com 16,5 bilhões de dólares. Uma cifra superior à desembolsada no mesmo período pelo Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Em todas as privatizações, o BNDES, um banco público, aparece como o principal articulador entre governo, capitalistas e especuladores.
Uma prova que as privatizações não têm como verdadeiro objetivo promover um “ajuste fiscal”, “diminuir as despesas do governo” e o “déficit público” etc. Sua função foi promover, em uma época de crise da economia, uma maior transferência de dinheiro público para os capitalistas através da liquidação das economias nacionais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário