"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Quatro sem-terra são condenados no Pontal do Paranapanema


Quatro lideranças do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) foram condenados por formação de quadrilha e podem pegar quatro anos de prisão. A ação penal do Ministério Público do Estado de São Paulo resultou na condenação de José Aparecido Gomes Maia, Valmir Ulisses Sebastião, Valmir Rodrigues Chaves e Aparecida de Jesus Pereira.
O juiz Gabriel Medeiros, da comarca de Presidente Bernardes, ataca diretamente as lideranças chamando-os de arruaceiros e acusando-os de formação de quadrilha. "Os réus se utilizam de meios avassaladores, ao arrepio da lei, agredindo o Estado Democrático de Direito, uma vez que vêm praticando número indeterminado de ilícitos contra o patrimônio alheio."
O juiz acusa os métodos utilizados pelos trabalhadores para acelerar o processo de desapropriação e defende abertamente os latifundiários. As fazendas São Luiz e Guarani onde ocorreram as ocupações e foram os motivos para as condenações são griladas e já foram ocupadas mais de 20 vezes pelos sem-terra e nenhuma medida foi adotada por parte das autoridades governamentais para acelerar a desapropriação. O que ocorre é justamente o contrário, com aumento da repressão e intimidação dos trabalhadores.
Ofensiva do latifúndio
Essas condenações ocorrem num curto período após a prisão de outro líder sem-terra da região, José Rainha Junior.
Como foi colocado pelo Causa Operária na ocasião da prisão de Rainha, “a condenação configura uma perseguição não apenas a José Rainha, mas contra os sem-terra em geral” (co online, 15/03/11). Assim, com a atuação da justiça, tentam impedir a evolução da luta pela reforma agrária na região e no País.
A região é palco dos maiores conflitos agrários do País e existe uma concentração muito grande de ocupações de terra e é muito conhecida a grilagem de terras realizadas pelos latifundiários em todo o oeste paulista. E para agravar ainda mais a situação dos trabalhadores sem-terra, os governos estadual (PSDB) e federal (PT) estão atuando em conjunto para defender o latifúndio. Fato que pode ser visto na morosidade e repressão para desapropriação de fazendas griladas. Além disso, nenhuma família é assentada na há quase uma década.
É preciso denunciar a ofensiva do latifúndio contra os sem-terra e o apoio do governo do PT ao latifúndio. Não à prisão dos trabalhadores que lutam pela reforma agrária.


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