"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Falência da zona do euro aprofunda a crise capitalista mundial

Novos pacotes de “austeridade” são lançados na Itália, Espanha e França, na tentativa de seus governos de conter a crise

Segundo foi publicado pelo jornal italiano Corriere della Sera, Jean-Claude Trichet, presidente do BCE (Banco Central Europeu), instou, no último dia 9, os governos europeus a reduzirem os seus déficits públicos. Sob pressão direta da Alemanha, ele exigiu, especificamente da Itália e da Espanha, a adoção urgente de cortes nos seus programas sociais, na saúde e na educação, como condição para o Banco comprar títulos dos tesouros italiano e espanhol nos mercados secundários com o objetivo de diminuir os seus valores. Adicionalmente, a exigência inclui a reforma da previdência, o aumento do imposto sobre o consumo, medidas que facilitem as demissões, um plano de privatizações e a poupança de 25 bilhões de euros até 2013.
Na França, o presidente Nicolas Sarkozy, interrompeu as suas férias e convocou uma reunião em caráter de emergência com os seus ministros da área econômica e o presidente do Banco Central, Christian Noyer, com o objetivo de elaborar um plano de austeridade fiscal que permita a redução do déficit, e ainda promover uma reforma constitucional que estabeleça limites para os futuros déficits fiscais. A proposta deverá ser apresentada no final do mês, no dia 24, por Sarkozy, em conjunto com o primeiro ministro, François Fillon, o ministro de Economia, François Baroin, e a ministra do Orçamento, Valérie Pécresse. Adicionalmente Nicolas Sarkozy se reunirá com a chanceler alemã, Angela Merkel, em 16 de agosto em Paris, para discutirem a reforma da governança da zona do euro.
Apesar das principais agências de qualificação de riscos terem mantido a nota da dívida pública da França em AAA, o nível de endividamento do país já atingiu 100% do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo o economista-chefe da Generali Investments, Klaus Wiener, que gerencia 330 bilhões de euros (US$ 469 bilhões) em ativos, "estamos ficando sem países 'AAA'. Se a França tiver um 'downgrade' (rebaixamento da nota), isso levantaria questões sobre outros países também. Fundamentalmente, as finanças públicas não estão muito sólidas".
Nesta quarta-feira, dia 11,  os mercados financeiros mundiais voltaram a sofrer fortes quedas devido à crise na Europa, principalmente da Grécia, aumentando o temor de um aprofundamento da crise nos EUA. A bolsa de Nova Iorque sofreu quedas pela terceira vez nos últimos cinco dias, com uma baixa do índice Dow Jones de 4,63%, do Nasdaq em 4,09% e do índice Standard and Poor’s 500 em 4,42%. A bolsa de Paris caiu 5,45%, e a bolsa de Milão caiu 6,6% (a sua pior queda desde abril de 2009). A Ibex-35 de Madrid caiu 5,49%. A bolsa de Londres caiu em 3,05%, e a de Frankfurt caiu 5,13% (acumulando 19% de perdas em uma semana). Em Londres, o índice Financial Times caiu 3,05%. Os papéis financeiros muito expostos à crise grega sofreram as maiores perdas. As ações do banco francês Société Générale chegaram a cair mais de 20% e fecharam o pregão com uma queda de mais de 14%; as ações do BNP Paribas cairam 9,47% e as do Crédit Agricole caíram 11,81%. O FTSEurofirst 300, que mede o desempenho dos mais importantes papéis da Europa, caiu 3,96%, e o índice francês CAC 40 caiu 5,45%.
Os investidores estão tomados pelo pânico diante da enorme crise financeira e econômica que atingiu os principais países capitalistas, tornando a situação cada vez mais sem saída; a crise gira como um tornado que vai da Europa aos Estados Unidos e Japão falindo bancos, indústrias e Estados inteiros.
A combinação recessiva, inflacionária, liquidação do sistema monetário internacional e a falência completa das contas públicas é uma realidade cada vez mais próxima em todo o mundo, que já está levando a situações de crise e mobilizações revolucionárias. 
As reações contra a crise capitalista têm se manifestado em quase todos os países europeus. Os gregos tomaram as ruas durante quatro dias em junho, o movimento dos Indignados tomou as praças das principais cidades da Espanha; na Inglaterra, estourou nos últimos dias a revolta popular contra a crise em Londres e várias outras cidades. Os chamados “resgates” dos países em bancarrota liderados pelos governos da França e da Alemanha, com o objetivo de salvar e manter os altos lucros dos seus bancos imperialistas, podem levar ao aprofundamento da crise nesses dois países.
A montanha russa das bolsas nos EUA, Europa, Ásia e América Latina é um sinal claro da instabilidade e da péssima situação da saúde financeira e econômica do capitalismo mundial.


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