"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

domingo, 9 de outubro de 2011

Alckmin faz lobby para aprovar legalização da grilagem de terras


Nos últimos meses diversos veículos da imprensa capitalista atacaram a luta pela reforma agrária e as organizações camponesas, principalmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O maior exemplo disto foi uma matéria publicada no mês de setembro na revista IstoÉ intitulada “O acaso do MST”. Neste artigo a revista se posiciona a favor da repressão ao movimento e chega ao absurdo de afirmar que a causa da reforma agrária não existiria mais, pois tal problema social já estaria resolvido.
Não por acaso, estes ataques da imprensa capitalista ocorrem ao mesmo tempo em que há uma série de iniciativas dos latifundiários pela aprovação de projetos do seu interesse. Tramita no Senado Federal o novo Código Florestal; na região norte está sendo colocado em prática o Programa Terra Legal; e, mais recentemente, o governo do PSDB, em São Paulo, retomou seu antigo desejo de aprovar um projeto que beneficiará os latifundiários da região do Pontal do Paranapanema.
Desde o início do mês de setembro, Alckmin está tentando aprovar o Projeto de Lei 578 que, em linhas gerais, permite que o Estado venda terras que são suas a fazendeiros da região ao invés de destiná-las para a reforma agrária e permite a legalização de propriedades acima de 500 hectares, sendo que a maioria destas áreas foram tomadas por latifundiários de maneira ilegal. Está em marcha uma “reforma agrária às avessas” e a legalização da grilagem de terras.
O governo do PSDB pretende coloca-lo em votação até o final deste mês e, assim como acontece com o novo Código Florestal, há um grande lobby dos latifundiários e do governo para aprová-lo. 
Apresentado por Serra em 2007, o projeto ficou parado por mais de quatro anos. Mas há poucas semanas a situação mudou radicalmente. O governo tucano conseguiu o fazer tramitar em regime de urgência e o PL 578 não precisa ser submetido a nenhuma comissão da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) para ser votado. Ou seja, na prática pode ser encaminhado para a votação a qualquer momento.
O Pontal do Paranapanema é um dos principais locais da luta pela terra no País. Estima-se que neste momento existam mais de duas mil pessoas acampadas na região em busca de terras para trabalhar.
O governo Alckmin sabe da força destes camponeses e que a luta deles pode criar um grande obstáculo às pretensões dos latifundiários. Por este motivo há também um recrudescimento da repressão contra os camponeses com a prisão de diversas lideranças do movimento. O principal líder camponês do Pontal do Paranapanema, José Rainha Júnior, está preso desde o dia 16 de junho.
Neste sentido, é preciso se apoiar na luta dos sem-terra para barrar mais este ataque e realizar uma ampla campanha pela libertação dos presos políticos e pelo direito dos trabalhadores lutarem por reforma agrária e contra o latifúndio.

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