"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

domingo, 23 de outubro de 2011

Capitalistas lucram com privatização das prisões

A privatização dos sistemas prisionais, principalmente na Inglaterra, Estados Unidos e Austrália, constitui um dos mais lucrativos investimentos capitalistas



Na Austrália existem companhias que exploram especificamente a atividade de prisão, transporte e expulsão de imigrantes.
O grande esquema é justamente igual ao que se pretende fazer com os Correios, o que foi feito com os aeroportos e hospitais universitários, ou seja, vender atividades estatais e financiar com dinheiro público a sanha lucrativa de empresários.
Uma das piores conseqüências da privatização de uma série de serviços que eram do Estado nos países citados é a ausência de qualquer responsabilidade legal, o que faz as empresas do sistema prisional abusarem de detentos - em sua esmagadora maioria negros, hispânicos e imigrantes - de todas as formas, inclusive letais.
Nos EUA, com quase 400 mil detenções anuais em 2010, as empresas privadas controlam agora quase metade do sistema. No Reino Unido, 7 em cada 11 centros de detenção e a maior parte dos locais de detenção a curto prazo para imigrantes são geridos por empreiteiros com a finalidade de explorar e lucrar com a atividade de prisão e repressão promovida pelo Estado burguês.
Motins, incêndios e protestos suicidas compõem a rotina de presídios nas mãos de empresas como estas. Elas realizam uma série de trabalhos sujos que o governo não pretende realizar ele próprio. Como, por exemplo, controle aéreo e o processamento de vistos nos EUA, até a manutenção de armas nucleares, videovigilância e programas de vigilância de pobres e negros no Reino Unido, onde também existem dois “centros de remoção de imigrantes.” O Estado terceirizou o massacre racial.
As empresas também fazem a segurança de aeroportos em 80 países e conta com 1.500 empregados na aplicação da legislação que versa sobre imigrantes no Reino Unido, na Holanda, nos EUA, onde os seus serviços para o Departamento de Segurança Interna incluem escoltar de volta para o México quem atravessa ilegalmente a fronteira.
A G4S, uma empresa deste ramo, já foi investigada criminalmente devido à asfixia de um angolano que morreu quando três seguranças da empresa o escoltaram num vôo da British Airways.
Todo tipo de tratamento cruel é perpetrado contra imigrantes por essas empresas, dentre eles está a asfixia de pessoas em carros completamente fechados, deixando-as morrer por desidratação.
John M. Hurley, administrador da GEO para as operações norte-americanas, anunciou que “o contínuo crescimento da população criminosa estrangeira, gerou maiores instalações e contratos federais mais longos, alguns de até 20 anos”.
Richard Harding, que serviu durante uma década como inspetor prisional principal na Austrália afirma que a privatização do sistema prisional é “uma solução fracassada que vai continuar por mau caminho, independentemente de quem a puser em prática. Estas grandes empresas globais são, em relação a atividades específicas, mais poderosas do que os governos com quem tratam”.
No Brasil, Parceria Público Privada
A privatização do sistema prisional brasileiro, bem como em diversas outras áreas de atuação do Estado, é encampada pelas PPPs, Parcerias Públicas Privadas, nas quais uma determinada empresa poderá “administrar” complexos prisionais.
Esta é uma idéia recorrente e que deve ser instituída em breve por diversos governos, que já não investem nem um centavo em penitenciárias e, que se bem visto, já fizeram serviços ainda piores dos que foram acima relatados pelas multinacionais das prisões, como nos lembra o massacre no Carandiru.
No entanto, conforme demonstrado anteriormente, o plano de privatização de sistemas prisionais, além de instituir uma perseguição impune a setores oprimidos, como negros e imigrantes, visa criar uma agência de fiscalização particular dos governos, que em última análise, não respondem por nenhum delito e podem, como particulares protegidos pelo Estado, infringir toda e qualquer lei.

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