"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Assassinatos no Campo - Líder comunitário é assassinado no Pará

No sábado, dia 22, foi assassinado João Chupel Primo, o João da Gaita, 55 anos, com um tiro na cabeça por jagunços contratados pelos latifundiários e madeireiros. O crime ocorreu na cidade de Itaituba, no Estado do Pará, algumas horas depois de denunciar exploração madeireira ilegal na Reserva Extrativista (Resex) Riozinho do Anfrísio e na Floresta Nacional Trairão. E até o momento a polícia não tem nenhuma pista dos assassinos e seus mandantes.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), em Santarém (PA) divulgou nota afirmando que João da Gaita estavam ameaçado porque denunciava a grilagem de terras e extração ilegal de madeira. "Ele coordenava a comunidade católica de Miritituba, em Itaituba. Ele registrou vários boletins de ocorrência, sobre as ameaças que vinha sofrendo, tanto para a Polícia Civil como para a Polícia Federal", disse Gilson Rêgo, coordenador da CPT Santarém.
Como em todo o caso de conflito entre trabalhadores e latifundiários, a polícia tratou de defender os interesses da classe dominante da região e esconder o conflito que está sendo acobertado pela polícia e a mídia.
Segundo o delegado Silvio Maués, João da Gaita teria perdido recentemente uma terra, que era de sua propriedade, em uma reserva ambiental. E descartou que ele tivesse envolvimento com "grupos rurais, ambientalistas e agrários. Nossa hipótese preliminar é que a morte possa estar relacionada a interesses econômicos e a disputa de grupos de madeireiros”, afirmou o delegado.
Uma tremenda farsa, pois a CPT e as comunidades religiosas da região afirmam que ele era uma liderança e trabalhava com comunidades e assentamentos em que os madeireiros invadiam para realizar suas atividades criminosas como a exploração de madeira e a grilagem de terras. A situação é tão crítica na região que o presidente de uma associação do assentamento local, Júnior José Guerra, que também denunciou a grilagem de terra e da extração ilegal de madeira, também está ameaçado de morte, e já foi retirado da região pela Polícia Rodoviária Federal.
Dados da CPT afirmam que desde 2005, cerca de 20 trabalhadores rurais, lideranças comunitárias e ativistas foram assassinados pelos latifundiários sem que haja uma investigação completa para punir os culpados. Poucos casos foram minimamente investigados.
O que estamos vendo mais uma vez é que a polícia e os órgãos governamentais agem contra os trabalhadores e acobertam os crimes dos latifundiários.
A impunidade e a cobertura dos governos federal e estadual aos grileiros e latifundiários garantem uma enorme ofensiva contra os trabalhadores rurais e ativistas.
Os trabalhadores devem se organizar para sua autodefesa e exigir a punição aos assassinos dos trabalhadores.

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