"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Os famintos da Europa - Banqueiros satisfeitos e 79 milhões abaixo da linha da pobreza


O Programa Europeu Alimentar divulgou um relatório que aponta uma pobreza extrema na população europeia. De acordo com o levantamento, 43 milhões de europeus estão numa situação considerada de risco alimentar onde estas pessoas não têm nem mesmo dinheiro para pagar uma refeição.  O relatório ainda apontou que 79 milhões de europeus vivem abaixo da linha da pobreza.
Destes 79 milhões de pessoas que vivem na Europa abaixo da linha da pobreza, cerca de 30 milhões estão sofrendo de subnutrição.
Com a política de austeridade aplicada em massa nos países europeus, os programas sociais de apoio alimentar aos mais carentes que funcionam por meio de fornecer alimentos que sobram dos excedentes agrícolas estão sendo cada vez mais atacados devido às sucessivas reformas na Política Agrícola dos países e também devido ao aumento dos preços dos produtos alimentícios. Estes programas atenderam por volta de 18 milhões de pessoas em 20 países europeus somente em 2011.
À medida que os bancos não param de receber dinheiro público para evitar falências, as verbas destinadas a estes programas são cada vez mais reduzidas. Enquanto o Fundo de Estabilidade Financeira Europeu vai receber ter até dois trilhões de euros para “socorrer” os bancos falidos, o Programa Europeu de Apoio Alimentar teve corte de cerca de 20% em suas verbas no último ano.
Para Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos contra a Fome, “se este programa desaparecer ou tiver uma redução drástica estes produtos deixam de existir e estas pessoas deixam de ser ajudadas de um ponto de vista alimentar (...) há um conjunto de pessoas que têm graves necessidades e este programa é essencial na sua manutenção. Estamos falando de produtos que são transformados através de matéria-prima: arroz, massa, espaguete, manteiga, leite, bolachas, cereais (Esquerda.net, 17/10/2011).
Estes programas, mesmo que insuficientes, impedem que o nível de pobreza seja ainda maior. Sem este tipo de ajuda a situação seria duas e até três vezes pior que a atual. Segundo a Eurostat (Instituto Nacional de Estatística), em Portugal, por exemplo, o nível de pobreza de 17,9% da população atualmente subiria para 41,5% caso estes programas não existissem.

Situação explosiva


Este resultado assustador deve-se diretamente à política imperialista diante da crise econômica que tem atacado diretamente os programas sociais, o emprego e os cortes em áreas públicas como saúde e educação.

Os 79 milhões de famintos da Europa equivalem a mais de 10% de toda a população europeia, mas chega a ser um número maior que a população dos mais importantes países europeus. Os famintos somam mais que a população italiana que é de 58 milhões de habitantes, maior que a do Reino Unido que tem 60 milhões de habitantes, a da França que tem 62 milhões de habitantes e equivale quase a Alemanha que conta com 82 milhões de habitantes. 
Com o esfacelamento do sistema capitalista e a política de austeridade aplicada nos países a mando dos bancos e especuladores por meio do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Central Europeu (BCE) e da União Europeia está colocando cada vez mais europeus na linha de pobreza.
Este exército de famintos está criando uma situação explosiva que vai inevitavelmente levar para uma situação revolucionária onde os trabalhadores se enfrentarão com os governos colocando em xeque o sistema de exploração. 

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