"Quando os jovens de uma nação são conservadores, o sino de seu funeral já tocou" Henry Ward Beecher

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Henry Ward Beecher

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Maranhão - Mais um quilombola executado pelo latifúndio


Em uma morte anunciada, Valdenilson Borges, 24 anos, trabalhador rural quilombola do Quilombo de Rosário, Serrano do Maranhão, foi executado barbaramente com tiros pelo latifúndio, na manhã do último domingo, 2, no quilombo de Rosário. Ele integrava a lista de aproximadamente 80 quilombolas que estavam marcados para morrer no Estado.
O autor do homicídio já foi denunciado e é conhecido, foi Edvaldo Silva, que se encontra foragido. Até o presente momento, não houve mobilização da polícia local no sentido de capturar o elemento, que denota a cooperação da polícia com jagunços e latifundiários.
A região de Serrano é uma das áreas do Estado do Maranhão onde há maior incidência de conflitos agrários envolvendo quilombolas e grileiros de terra. É, também, uma das regiões mais pobres do Maranhão, situada no litoral norte do Estado.
A notícia da execução de Valdenilson foi comunicada pela Comissão Pastoral da Terra que, em conjunto do movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense (MOQUIBOM) têm denunciado atos de violência contra quilombolas do Maranhão.
Entretanto, nem o Governo Dilma nem o governo do Maranhão, Roseana Sarney, realizam qualquer política a fim de proteger os direitos territoriais dos quilombolas maranhenses, muito pelo contrário, permanecem ausentes no debate e dão carta branca para latifundiários usarem a polícia do Estado para os defenderem.
Execução anunciada
Na sexta-feira, dia 30, aproximadamente 150 quilombolas de 46 comunidades do Maranhão acamparam na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Luís, justamente para denunciar as ameaças de latifundiários e grileiros contra os quilombolas, bem como lutar pela regularização de territórios quilombolas, que é um direito garantido pela própria Constituição Federal.
Ao saberem da morte de Valdenilson, os quilombolas fecharam nesta segunda-feira os acessos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em São Luís. A intenção do movimento é continuar ocupando a sede do Incra até conversarem com representantes do governo federal.
Essa é a terceira vez que o movimento quilombola maranhense ocupa o Incra e a segunda em que os quilombolas fecham os portões do órgão. Com a entrada interditada, funcionários foram impedidos de entrar no órgão.
Como das outras vezes, o Governo Dilma afirmou que pretende enviar autoridades para o local e tentar buscar uma solução. No entanto, com uma lista de pessoas marcadas para morrer, e com o resultado obtido pelo latifúndio com pré-meditação, a responsabilidade da morte de Valdenilson, como de vários outros quilombolas, é do Governo Dilma. E toda morte de trabalhadores da terra também o é.
As ameaças contra os quilombolas e trabalhadores sem-terra no Brasil tem aumentado consideravelmente no último período, especialmente com lista de lideranças marcadas para morrer amplamente publicadas.
Por outro lado o Governo Dilma e os governos estaduais têm acordos com latifundiários e empresários para lesar este que é um direito dos quilombolas consagrado pela própria Constituição Federal que assim diz em seu artigo 68: “Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.”
Tendo em vista que não há nenhuma proteção do Estado, muito pelo contrário, existe um ataque, está mais que na hora de lutar pelo direito de autodefesa dos quilombolas e dos sem-terra.

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